O SR. MARCONI PERILLO (PSDB - GO. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, esta sessão do Senado Federal será histórica, porque, nos termos da decisão tomada pela Mesa Diretora em relação à questão de ordem formulada pelo nobre Senador Arthur Virgílio, a Casa de Rui Barbosa aprecia a proposição que ficou popularmente conhecida como “Projeto Ficha Limpa”.

            Trata-se, sem qualquer sombra de dúvida, de uma resposta à altura dos anseios da sociedade que, assim como nós neste Plenário, deseja ver aperfeiçoada a democracia, deseja ver resgatada a ética na política.

            Nosso país lutou bravamente em favor da livre expressão do pensamento e da liberdade de imprensa;

            Nosso povo foi às ruas pelas eleições livres e a alternância no poder.

            Não se fez esmorecer até ver fincadas e enraizadas em nossa terra as bases da República e do Estado de Direito.

            Incorporamos os princípios republicanos em nossas vidas, de tal sorte que muitos cidadãos já perderam a conta de quantas vezes foram às urnas para escolher os representantes políticos do Poder Legislativo e do Poder Executivo.

            Das grandes cidades aos pequenos vilarejos do interior, experimentamos diferentes propostas de governo das mais diversas colorações partidárias.

            Por meio do sagrado direito de votar e ser votado, assentado no texto da Carta Cidadã de 1998, reelegemos os bons governantes e parlamentares ao tempo que afastamos quem não nos pareceu probo para o exercício do mandato.

            Hoje o inalienável e sublime direito de votar está consolidado no seio da sociedade brasileira.

            Todavia, não é de agora que a sociedade bate à porta do Parlamento para exigir medidas mais severas e duras no sentido de afastar da ceara política os indivíduos que não são dignos de representar os cidadãos pelo exercício do mandato eletivo.

            Exatamente por isso, esta Casa responde ao povo e vota agora o Projeto Ficha Limpa, para que passe a vigorar ainda no pleito de 2010.

            É evidente que não se trata de uma obra acabada e perfeita, até porque a busca pelo aperfeiçoamento dos mecanismos legais deve ser uma meta permanente.

            Mas, ao aprovarmos o Ficha Limpa, daremos passo decisivo para resgatar a ética na política.

            Ao aprovarmos o Ficha Limpa, fortaleceremos entre nós os princípios da República, da Democracia e do Estado de Direito.

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