Discurso durante a 80ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Considerações acerca dos governos do PT e de denúncias de corrupção que os envolveram.

Autor
Mão Santa (PSC - Partido Social Cristão/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ESTADO DO PIAUI (PI), GOVERNO ESTADUAL. PREVIDENCIA SOCIAL.:
  • Considerações acerca dos governos do PT e de denúncias de corrupção que os envolveram.
Publicação
Publicação no DSF de 22/05/2010 - Página 22733
Assunto
Outros > ESTADO DO PIAUI (PI), GOVERNO ESTADUAL. PREVIDENCIA SOCIAL.
Indexação
  • COMENTARIO, IRREGULARIDADE, FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAUDE, EMPRESA PUBLICA, ENERGIA ELETRICA, ESTADO DO PIAUI (PI), PARTICIPAÇÃO, JOSE DIRCEU, EX MINISTRO DE ESTADO, CHEFE, CASA CIVIL.
  • CRITICA, GESTÃO, EX GOVERNADOR, ESTADO DO PIAUI (PI), PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), MANIPULAÇÃO, INFORMAÇÃO, DESCUMPRIMENTO, PROMESSA, CAMPANHA ELEITORAL, CONSTRUÇÃO, USINA HIDROELETRICA, BARRAGEM, AEROPORTO INTERNACIONAL, FERROVIA, AMPLIAÇÃO, ASFALTAMENTO, RODOVIA, EXCESSO, INDICAÇÃO, CANDIDATO, SUCESSÃO, GOVERNO ESTADUAL.
  • RELEVANCIA, APROVAÇÃO, LEGISLAÇÃO, INELEGIBILIDADE, REU, CORRUPÇÃO, GARANTIA, ETICA, CONSOLIDAÇÃO, DEMOCRACIA.
  • CRITICA, EMPRESTIMO EM CONSIGNAÇÃO, PREJUIZO, DIVIDA, APOSENTADO, IMPORTANCIA, EXTINÇÃO, FATOR, NATUREZA PREVIDENCIARIA, NECESSIDADE, GARANTIA, DIREITOS SOCIAIS, IDOSO.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. MÃO SANTA (PSC - PI Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Adelmir Santana, que preside esta sessão de sexta-feira, Parlamentares presentes na Casa, brasileiras e brasileiros, que nos assistem aqui no plenário e que nos acompanham pelo sistema de comunicação do Senado.

            Senador Pedro Simon, V. Exª iguala-se a Rui Barbosa, 32 anos, o bravo povo gaúcho o manda para cá. Rui Barbosa também foi 32 anos, V. Exª já tem este mandato, se quiser, e queremos V. Exª pode até superá-lo, completar os 40 anos. Mas têm em comum muita coisa, Pedro Simon e Rui Barbosa: a busca da verdade. E lá, acima de Rui Barbosa, só está aquele que disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. A verdade. E, quando falava, ele não tinha uma tribuna como nós, uma rede, uma cadeia de televisão Brasil afora, que é a televisão do Senado. Ele não tinha uma rádio AM, como nós temos, FM, ondas custas, a Hora do Brasil, os jornais semanários, diários, agência nacional. Então, nós não precisamos ir às montanhas como Cristo ia e começava: De verdade em verdade eu vos digo: bem aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos. Bem aventurados os perseguidos da justiça, terão o reino dos céus. Isso é para entendermos que a justiça é uma inspiração divina, mas é feita por homens falhos, fracos, algumas vezes até corruptos.

            Mas, Pedro Simon, olha, o homem é um animal político - Aristóteles. Eu tenho 67 anos de idade, já participei desde os movimentos estudantis, em política, desde o grêmio do meu Ginásio Tiradentes, mas eu nunca vi... E eu estou aqui, Pedro Simon, porque eu acredito que a verdade vence a mentira, é crença minha. E no Partido dos Trabalhadores eu votei em 94. "Errare humanum est". Eu os deixei porque quis.

            Pedro Simon, o José Dirceu mandou que eu indicasse o Presidente da Companhia Energética, da Cepisa. É muito dinheiro. Fui Prefeitinho, Deputado, Governador do Estado. A companhia energética lá no Rio Grande do Sul deve ser a empresa mais forte. No Piauí o era.

            E tinha também a Funasa. Eu entreguei, porque a roubalheira era tão grande... Tinha mesada lá, Pedro Simon. E eu queria deixar a minha mulher, os meus filhos... Vou ser avô no domingo, mais uma vez; é o oitavo. Honra. A roubalheira era tão grande... É uma corrupção tão grande... A minha mãe, terceira franciscana; meu pai, austero. Pedro Simon, vi que aquilo não ia dar certo. E eu tinha indicado o chefe. Mandaram. E como iriam dizer hoje que eu também não estava lá recebendo a mesada, se eu o tinha indicado?. Eu os deixei porque quis.

            Eu não tinha nem tenho nada pessoal contra o Zé Dirceu. Eu não tinha mais força, porque os aloprados, os diabinhos do Piauí estavam muito mais forte, estavam com muito dinheiro.

            E só vi uma maneira. Foi desta tribuna, no começo, quando o Zé Dirceu era o homem mais forte da República, que eu o chamei de Zé Maligno. O Mercadante veio a mim e disse: “Mas, Mão Santa, já segurei, foi difícil.

            Foi difícil. No outro dia, eu disse: Zé Maligno! Então, ele tirou o chefe que eu botei e tirou da Funasa que era um médico muito bom e honrado. Não tinha nada. Mas eu saí leve, tranquilo. O Piauí viu que eu não tinha participado da corrupção.

            Sucatearam a companhia energética. Não tem luz, não tem energia. E eu me preocupava, Pedro Simon, porque aprendi muito. Juscelino disse: “Energia e transporte.” Esse era o binômio. Como poderia um Estado ir para frente - está esmagado hoje entre Ceará e Maranhão - destruindo-se, roubando-se e assaltando-se a companhia energética? Está sucateada. Não tem energia. Não tem luz. Uma indústria que eu levei para lá, a Bunge - em Santa Catarina, era Ceval - disse que 12 vezes num dia se tinha de interromper o funcionamento por faltar luz. Mas, antes de faltar luz, faltou vergonha desse povo do Partido dos Trabalhadores.

            Num momento de inspiração, rezei daqui. Três coisas a gente só faz uma vez na vida - arrependido: nascer, morrer e votar no PT. Eu votei. Mas aprendi que arrependimento - mesmo médico - não mata. Senão, eu já teria morrido. Mas digo aqui e agora. Estudei muita geografia e geologia. Pedro Simon, o Governo do PT é muito pior do que um terremoto.

            Com todo o respeito ao Chile, que eu gosto, ao Haiti, Pedro Simon, o terremoto é oito segundos, é dez segundos. O maior é doze. A desgraceira que o PT fez no Piauí... Eu não sei. É porque a gente tem que ter esperança; fé, esperança e caridade. Perder a esperança é um pecado, disse o apóstolo Paulo.

            Ernest Hemingway, no livro O Velho e o Mar é uma estupidez. Então, temos esperança, buscada até no livro de Deus, que diz: depois da tempestade vem a bonança. A desgraça eu nunca vi se medir tanto. Nunca vi.

            Eu tenho 67 anos. E eu apanhei muito de meu pai, de cinturão. Não sei se o pai de Pedro Simon deu nele. Mas o meu deu e fez um centenário agora. Que festa bonita de família, 18 de maio. Até o Vice-Presidente da República, que conhecia os feitos do meu pai, como Presidente, mandou uma mensagem que foi lida na missa. Meu irmão é o Presidente da Federação das Indústrias, amigo dele.

            Mas eu apanhei muito de cinturão. E eu vou dizer que essa metodologia, essa didática... Olha, eu acho que o meu pai fez certo. Apanhei foi muito. E era por mentiras pequenas a maioria das vezes. Não ia ao dentista. Hoje, o dentista é uma coisa boa, é uma moleza. Um algodãozinho, anestesia, depois anestésico, injeção. Mas tinha uma tal de broca - o Pedro Simon e os da minha idade se lembram - no pedal, meu amigo. Para tratar uma cárie, você se arrupiava. O bicho de que eu tinha medo era o dentista. Aí o meu pai, quando se encontrava com o dentista: “E o Francisco?”. “Ih! Não vai lá há dois meses!”. E eu dizia que ia, e apanhava. Ele dizia: “Quem mente rouba!”. Apanhei muito. Mas não foi só eu, não. Tenho um irmão, o Paulo, que foi meu Secretário de Fazenda, que apanhou mais do que eu. E eu acho que a metodologia era essa, e eu digo: é com amor.

            Mas eu nunca vi se mentir tanto como o Governador do PT, do Piauí, que saiu. Ó Deus, eu vos agradeço, e o Piauí.

            Pedro Simon, eu o acompanhei, na primeira viagem. São José do Peixe. Tinha feito uma aeroporto, era inauguração. E aí, do meu lado, estava o Deputado Federal que hoje preside o PMDB, Marcelo Castro. Está bem aí. Que ele desminta. É ligado do PMDB. Aí, quando o Governador começou, eu vi que não tinha jeito. No primeiro discurso dele, Pedro Simon, disse que ia fazer no Piauí cinco hidroelétricas. Eu vi. O Deputado Federal Marcelo Castro está bem aí. Ele é o Presidente do PMDB. Era um dos cinco, porque ele indicou cinco candidatos a governador. Enganou os outros. O nosso Senador João Vicente foi meu Secretário. Era um dos cinco! Foi o mesmo, Pedro Simon, que marcar um casamento com cinco noivas, na mesma igreja, com o mesmo padre.

            O Senador João Vicente foi uma das noivas. Gente boa, meu Secretário de Indústria e Comércio. Rico, porque é de uma família empresarial, que trabalha, riqueza honesta, honrada, proveniente do trabalho do pai dele, do tio dele, dele próprio e dos irmãos dele.

            Mas, Pedro Simon, o homem disse que ia fazer cinco hidrelétricas, ali, um mês de governo. Eu olhei assim... Olha, eu sou preparado. Estou dizendo é para o Brasil: eu sou um dos homens mais preparados deste País. Eu sou, eu aqui. Pedro Simon, mas eu não digo com soberba, não. É uma gratidão ao meu pai, à minha mãe, aos meus avós, que me botaram e me deram oportunidades, e aos meus professores, que os recordo. Não é com soberba, não. Mas sou. Tive oportunidade, nunca me faltou um livro. Meu avô era empresário, tinha navio, botou uma indústria do Piauí lá no Rio. Ganhou dos cariocas. Gordura de Coco Dunorte ganhou da Gordura de Coco Carioca. Mas não é com soberba, não. É porque é verdade. Então, quando o homem disse que ia fazer cinco hidrelétricas, Deus me preparou. Deus! Eu digo é com gratidão.

            Pedro Simon, se o Piauí tem uma banda de uma hidroelétrica, como ia ser o negócio? Uma banda! Nós sonhamos ter uma de boa operacionalidade, o sonho de um Deputado Federal ,Milton Brandão, não sei se V. Exª conheceu. Sonhou Juscelino, e o Castelo Branco terminou. Mas só temos uma banda, porque não tem eclusa. No passado, o rio era navegável no sul do Estado: Santa Filomena, Floriano e Teresina. Ele é raso lá no Delta, onde nasci. Não era navegável.

            Então, digo uma banda porque acabou a nossa hidrovia, a nossa navegabilidade. Mas, Pedro Simon, se ele dissesse: “vou terminar a hidrelétrica que temos” - tem o Presidente da República, o generoso, o bondoso, o Luiz Inácio do mesmo partido dele, por isso votei -, mas o homem disse cinco. Aí fiquei tonto. Estava do meu lado o Deputado Federal Marcelo Castro, do PMDB, o presidente. Aí eu fiquei tonto. Mas o homem não parou de mentir, não. Olha, o homem continuou mentindo, era aeroporto internacional todo dia.

            Um dia um repórter me perguntou, porque ele foi ali em Buenos Aires, viu que eu ia. O Governador disse que ia botar um voo internacional de Buenos Aires a Parnaíba. Aí o repórter do Piauí, de um portal, veio me perguntar o que eu achava. Eu disse: esse governador tem primeiro que estudar geografia, porque para ir a Buenos Aires já está resolvido. A gente vai para Porto Alegre, aí chega nesse Buenos Aires. Pode ir a pé, de canoa, de ônibus, de bonde, de avião. Não tem sentido um avião de Buenos Aires para Parnaíba. Chegar a Buenos Aires a gente chega. Chegando a Porto Alegre, você vai até a pé, de bicicleta, de carroça. Chega, não é? Mas o homem, haja manchete: voo internacional!

            Alberto Silva foi para o céu, mas nunca esperava chegar lá e ter conhecido na terra um cabra tão mentiroso.

            Pedro Simon, e eu lá, no PMDB, e ele deixou de me apoiar e disse que eu tinha que compreender. Ele era o presidente, ele era engenheiro ferroviário, e o é - Alberto Silva, engenheiro ferroviário, primeiro. E o Governador tinha prometido para ele que, em sessenta dias, nas últimas eleições, botava o trem para funcionar de Parnaíba, onde resido, até a praia de Luis Correia, a 500? quilômetros -, em quatro meses, voltava a funcionar, já tinha uma ferrovia. Ele foi diretor da Estrada de Ferro Central do Piauí, o Alberto Silva. Quatro meses, para Teresina. Ele me disse bem ali: “Você sabe, não é? Temos que aproveitar, mas você está livre, não podemos apoiar”. Pedro Simon, eu pensei porque é uma planície, não tem acidente geográfico, o próprio engenheiro Alberto Silva saberia fazer, até um mestre de obras. Pedro Simon, não trocou um dormente. Dormente é aquele pau que segura o ferro do trilho. E a mentira, e a mentira, e a mentira.

            Treze de março, que é a Batalha do Jenipapo, eu me lembro que, no primeiro 13 de março que passei aqui - o Pedro Simon disse: “Você tem muita coragem” -, primeiro 13 de março, fiz o Brasil respeitar o Piauí. Disse que nós tínhamos feito uma batalha sangrenta e era a data mais importante do País. Pedro Simon disse: “Rapaz, você tem muita coragem de dizer”. Pois não foi esse. Em 2009, aí eu vim aqui, Sua Excelência o Governador veio, e coloquei vinte obras inacabadas no Piauí.

            Ah, Pedro Simon, esses bichos são danados! A mídia toda... Parecia que eu tinha feito um crime, um estupro, um crime horrendo. Citei 20 obras inacabadas, a imprensa toda... Mas Deus é bom. Aí eu vou nesse mesmo 13 de março de Teresina para Parnaíba, passo lá em Campo Maior, monumento que Alberto Silva... Aí me dão um folheto, um livreto de obras. Olha como é Deus. Deus é que me protege. Não tem aquele salmo?... “Caiam dez mil pro um lado, mil pro outro...” “Deus é meu pastor, nada me faltara”. Pois, Pedro Simon, foi o que recebi quando vi esse e-mail. Batido. Está aqui: Portal 180º. Eles são despreparados. Eles não estudaram. Eu estudei. Esse José Serra não estudou mais do que eu, não; eu acredito que a gente empata. Eu estudei. Pedro Simon, eles não estudaram. “A ignorância audaciosa”, isso foi um professor meu que me ensinou, de cirurgia, Professor Mariano de Andrade. Ele disse: “A ignorância é audaciosa”.

            Então, Alvin Toffler, em 1980, escreveu um livro, Adelmir Santana: A Terceira Onda. Na primeira onda, o homem aprendeu a se fixar. Ele era doidão, nômade, andava caçando, pescando. Aprendeu a plantar e a criar; dez mil anos de humanidade.

            Depois veio a onda, Pedro Simon, a segunda onda: industrial. O homem deixou o campo, procurou as grandes cidades, as indústrias nas capitais.

            Meio século, e estávamos entrando na terceira onda: desmassificação da comunicação. Aí eles se lascaram. Estão lascados. Mentiram, não estudaram, são ignorantes, são incompetentes, são aloprados, não têm nada para continuar. Nós os vencemos.

            Eles quiseram o terceiro mandato, mas nós não deixamos. Nós não deixamos. Fidel Castro quis o terceiro e pergunte quantos mandatos ele quis. O Chávez fechou o Senado. Isto aqui era para ser fechado. Aquela campanha contra o Senado era para fechá-lo. Nós fomos um dos que aguentamos aqui. E há dois dias o povo aplaudia, jogava flores e nos saudava por causa de uma das leis mais belas que fizemos para esta Pátria; uma de justiça.

            A justiça é o pão de que mais a humanidade necessita. Foi Montaigne que disse. Nós fizemos justiça aos velhinhos que trabalharam, aos aposentados.

            Pedro Simon, vêm os aloprados idiotas, despreparados e perguntam: “Quem é que vai pagar”? Luiz Inácio, eu sei quem vai pagar. O Luiz Inácio nunca pagou a aposentadoria de ninguém. Quem paga é o próprio trabalhador. Eu sei. Deus me preparou.

            Pergunto à mídia: vai acabar o quê? Vai acabar o que se ele está cercado por aloprados despreparados de todo lado?

            Quem paga a aposentadoria é o trabalhador. Você entra com 16 anos, porque a lei brasileira permite, com 16 anos você já pode trabalhar. Aí você trabalha 20, 30, 40, 50 anos, até 70, via de regra - não é a compulsória? -, 54 anos. Você é que paga. É calculado, são cálculos atuariais. Se não sabe, saia, porque eu sei calcular aquilo. Entendeu, Pedro Simon? Quem paga a aposentadoria é o trabalhador, desconta. Os cálculos têm que ser feitos. Ele passa 54 anos, até dar 70 anos, pagando, e depois, às vezes, morre com 71, 72 anos. Tem nada de malandragem desses aloprados aí. Quem vai pagar são eles. Nós fizemos certo porque nós sabemos. Se eu não tivesse essa convicção, eu não tinha votado. Nós somos os pais da Pátria. É, Pedro Simon.

            E outra: quando nós escrevemos uma bela página, uma quem liderou foi o Paulo Paim, vamos de verdade, enterrou o fator redutor previdenciário, de uma gravidade muito maior, Pedro Simon, porque, além de estar tirando 40% do salário mínimo, os vinte salários mínimos do velhinho foram reduzidos para dez, e, se ele descontava para ganhar dez, aí o Governo estava pagando cinco; cinco, estava pagando dois.

            E pior, Pedro Simon, porque eles inventaram, enganaram o povo, os aloprados, com empréstimo consignado. Eu disse daqui: “Isso não dá certo”. Pedro Simon, não sei V. Exª, mas eu já li os cinco livros de Abraham Lincoln e está lá escrito: “Não baseie sua prosperidade com dinheiro emprestado”. Aí fizeram uma campanha numa mídia. O banco que paga, o Governo que paga, é bom, é bom. Não é bom empréstimo. Abraham Lincoln disse: “Não baseie sua prosperidade com dinheiro emprestado”. Olhe, era muita propaganda, V. Exª se lembra. Empréstimo consignado, tira tudo que é funcionário, todo mundo tirando, tudo que é aposentado tirando. E eles fizeram uma maldade, Pedro Simon. Eu fui ver o contrato. V. Exª olhou? Fizeram umas letrinhas bem miudinhas, enganaram os velhos. Os aloprados são danados. Botaram numa letra miudinha que iam tirar 40% na boca do caixa na aposentadoria dos ordenados dos velhos. Uma letra tão miudinha. Ô Adelmir, V. Exª tem cadeia de farmácias. O velho, ou ele tem vista cansada, que é hipermetropia, ou tem miopia, ou tem catarata ou está cego mesmo, que é da vida. Então, os velhinhos não liam, bem pequenininha a letra. Há velho se suicidando. Por quê? O fator redutor tira 40%, o empréstimo consignado 40%, vai viver com 20%. O Luiz Inácio, rodeado de aloprados... Ele é gente boa, mas os aloprados são mais espertos que ele. O que tem de aloprado rico... E nós não confiamos nos aloprados - eu votei, em 1994, no Luiz Inácio.

            Então, aí estão os velhinhos. E desestruturou-se... Padre Antônio Vieira disse, Pedro Simon, que “um bem é acompanhado de outro bem”. Por analogia, eu digo: um mal também. Atentai bem! Destruiu-se a maior instituição... Esta aqui foi criada pelos homens, é uma inspiração divina, mas a família foi criada por Deus. Deus, tentando melhorar o mundo, teve várias ideias. Mandou profeta e nada, o mundo piorou. Aí, ele mandou foi o filho dele: “Vá! Vá, Jesus!”. Não o desgarrou, colocou-o numa família. Essa é a instituição sagrada.

            Pedro Simon, está desmoronada a família do nosso Brasil. Está! Está! Os velhinhos, que são gente boa, os avós... O Luiz Inácio não tem culpa. Ele foi envolvido por aloprados. Atentai bem! Ele não teve avô, ele mesmo disse, teve uma mãe extraordinária - está aí, na vida dele.

            Agora, eu tive avô, e avô bom. Ô Pedro Simon, por isso eu disse que estudei. Avô é bicho bom. Eu sou melhor avô do que pai, porque pai, Adelmir Santana... Eu trabalhava até na madrugada, numa Santa Casa, operando pobre - Deus guiando e eu salvando. Chegava, a mulher estava dormindo, e eu não via os meninos, foi Adalgisa que os educou. Os netos, não. Estou de Senador, estou na melhor. “Está estudando e tal? Como é?” As netas... Vou ganhar o oitavo, Pedro Simon, domingo. Isso eu diria que é só um quadro.

            Ele não tem culpa, o Luiz Inácio não teve avô, teve uma mãe, uma mãe extraordinária que ele cita, uma mulher valorosa. Mas avô é tão importante que precisa de apenas um quadro: Barack Obama tem dois livros; um é sobre a vida dele; o outro, sobre política - é meio árido, negócio político; mas a vida dele é bonita: a mãe se casou duas vezes, uma delas, com um africano, professor. Aí ele diz lá no livro, ele confessa: “Eu não sou maconheiro porque fui educado pelos meus avós”. Só quero apresentar esse quadro para mostrar que avô é importante na família. Avô é importante!

            E o que aconteceu no Brasil? Os avós trabalharam, trabalharam, trabalharam. Pagaram a sua aposentadoria, pagaram, pagaram. Não é um pilantra de um Ministro da Previdência que vai pagar nada não; quem paga é o trabalhador. Assumiram compromisso com os netos, com as netas, com os filhos, uma bolsa de estudos, um medicamento, um tratamento, e não puderam cumprir. Então, o neto se revolta, o filho se revolta, e dizem que eles não têm palavra. Mas têm: foi o Governo, foi o Governo que tirou deles.

            Mas o que eu quero dizer é o seguinte: a outra página que nós escrevemos foi da ética, e o povo a batizou de Ficha Limpa. E ética é complicado, Adelmir Santana. Max Weber, escritor alemão, culto como Pedro Simon, escreveu livros sobre ética: ética de responsabilidade, ética do momento, ética de oportunidade. Mas a Heloísa Helena é que me ensinou o que é ética. Aquela sua amiga, que está fazendo falta, disse aqui: “Ética é vergonha na cara e bondade no coração”. Então, aquilo que nós aprovamos é vergonha na cara dos que querem viver a democracia.

            Mas eu queria dizer o seguinte. Olhem o que vou apresentar aqui - um quadro vale por dez mil palavras -, é um folheto em que o ex-Governador do Estado do Piauí, do PT, apresentou com obras construídas. Então, o Portal 180graus bota: “Dias de mentira”. Adelmir Santana, o nome do ex-Governador é Wellington Dias - tirou daquele general -, mas dias de mentira - é o portal que bota a frase.

            Cinco hidrelétricas no rio Parnaíba! Cinco! Para uma hidrelétrica, o Alberto Silva tinha um projeto; Teresina fica entre dois rios, é mesopotâmica; o Poti, que vem do Ceará... Aí, ele disse que ia fazer outro, e o Alberto Silva foi apoiá-lo - está no céu, arrependido. Mas quem é que está livre de ser enganado? Quem é que está livre de ser enganado? Alberto Silva foi enganado por esse... Foi enganado! Quem é que está livre? Asfaltamento da estrada do cerrado. Cerrado é onde se produz soja. Está do jeitinho que deixei. Aliás, não, deixei.... Mas os invernos... Ele disse que ia asfaltar... Nenhuma! E uma refinaria de petróleo. Cadê? Está saindo para todo lugar; no Piauí, nada. E as barragens? Tudo mentira.

            Então, um quadro vale por dez mil palavras. Olhem o que me mandaram, bonito: “Dias de mentira”. Bota aí - é aquele vermelho ali, está ali a luzinha. “Dias de mentira”, está na capa do portal.

            A terceira onda, Pedro Simon: desmassificação da comunicação. Eles pensavam, despreparados, não estudaram... Não vivemos a terceira onda. O Hitler dava certo, Pedro Simon, porque só tinha a rádio dele. Goebbels dizia: “Vai com trinta mil soldados”. Ele ia com três mil, e todo mundo tinha medo. Ninguém podia desmentir! Os grandes jornais, você lembra? A BBC de Londres dizia uma coisa, e quem ia desmentir? Mas essa terceira onda... Alvin Toffler: é a desmassificação da comunicação.

            Então, eles têm os grandes: as grandes televisões, os grandes jornais. Os portais, os blogs, os Twitters e essas rádios comunitárias levam a verdade. E o Governador pensava que uma mentira repetida se tornava verdade. Tornava-se na primeira onda, na segunda onda, mas, na terceira onda, a da desmassificação da informação, não. Está aqui a verdade. Por isso é que Cristo dizia: “Em verdade, em verdade, eu vos digo...”. Por isso, o caboclo do meu Piauí diz que é mais fácil tapar o sol com uma peneira do que esconder a verdade. E a verdade veio.

            Então, está aqui: tudo mentira. Fotografia: bota lá. Isto aqui não existe. Como é que você publica e diz... Ele pensava, porque o Piauí é comprido, Pedro Simon... O lá do sul dizia: “No norte, acreditam”; e o do norte: “O homem está trabalhando muito, ó o que fez”. Você entendeu? Jogou para isso.

            Então, de cidade em cidade... Aqui: Gruta de Betânia, Lagoa do Piauí. Santuário. Eu o convido... Santuário de Santa Cruz dos Milagres. É lá a crença do povo do Piauí. Pedro Simon, fui lá há uns sessenta dias. Entrei na igreja... Você conhece Santa Cruz dos Milagres? Uma cruz que apareceu... A formação cristã do Piauí... Tenho fé nessa cruz que encontraram. Pedro Simon, fui, entrei na igreja, rezei e saí. Com esse negócio de tirar retrato - era um sol quente, bem 40º -, eu quase morro. E o pessoal: “Um retrato, um retrato”.

            Olhe aqui o que ele diz. Olhe aí. Cadê a luz vermelhinha? Está ali. Bota ali: mentira!

            Isto aqui é aquele negócio de ficha limpa. O Bill Clinton se salvou naquele caso amoroso porque, no Senado, ele disse a verdade. Se tivesse mentido...

            Isto aqui é mentira. Cadê a luz vermelha? Está ali. Pode botar para o Brasil e o Piauí verem o que é um governador que mente, e ele é do PT. E eu trouxe isso porque ontem o nosso Senador do Pará, Mário Couto, desafiava que a Governadora do Pará era pior do que o Governador do Piauí. Eu não acredito que a Ana Júlia... Só em ser mulher... Não pode, não existe. Porque mentira é um negócio... Paes Landim é a cidade dele, onde ele nasceu. Mentira! Olha, povo de Paes Landim, não tem nada disso lá.

            O Heráclito acabou de falar sobre o porto. Pedro Simon, estamos brigando por esse porto, ao qual destinei todas as minhas medidas. Chegaram R$11 milhões. Houve um assoreamento. Era para 7 calados, e ele disse que faria 17. O homem é um aloprado! O Heráclito acabou de dizer isso. Dezessete metros? Eram 7. Reis Veloso, o digno, o honrado. Eu era Deputado Estadual. Quando fomos inaugurar, tinha 3,5 escalados. Disse que foi assoreamento. Eu era Deputado Estadual e disse: “Que diabo é isso?” Pedro Simon, fui olhar no dicionário. Eu não sabia nem o que era assoreamento em 1978. É o rio e, atrás, areia e terra. Hoje, tem uns 3 metros; e ele disse que seria de 17 e que inauguraria em dezembro. Olhem, já está aqui o porto, navio. É muito bom. Dizem que ele faz no computador e manda.

            O Estado todo. Piracuruca, Cidade de Nossa Senhora do Carmo, Uruçuí, Poticabana, nada, tudo mentira. Está que nem a listinha vermelha ali. Tinha-se de dar cartão vermelho para esse que quer entrar na política com as falcatruas do poder. Só temos uma cidade serrana. Olhem aqui. Se esse hotel estivesse lá, eu passaria dois meses com Adalgiza em lua de mel. Não há nada. Ô vergonha! Três andares! Pedro II. Está vendo. Pedro Simon, quando você vai ao delta? Tatus. Fui Prefeito de Tatus. Em Parnaíba, havia esse povoado. Fui eu que imaginei, porque, quando se vai ao delta, é mais próximo das ilhas. Fiz uma estrada de calçamento quando eu era prefeito de Parnaíba. Quando Governador do Estado, eu vendi um barco de turismo, que encalhava, porque é raso, para fazer o asfalto e um postinho.

            Parece Miami. Alguém já foi a Miami? Tem até helicóptero aqui. Eu nunca vi se mentir tanto!

            Pedro Simon, aqueles seus discursos... É Ficha Limpa? Isso aqui é cara de pau. Olha aqui, publicado. E o cara lá do Sul recebe um livro destes. Você entendeu a jogada? Lá no Sul... É comprido, o Piauí sai de onde eu nasci, do mar, e vai lá para a Bahia, mil e quinhentos metros, mil e quatrocentos.... Está vendo? Tem até helicóptero. Parece Miami. Tem nada! Tudo é mentira!

            E agora é que é. Olha, deu uma briga tão feia de Heráclito e Suplicy... Ele é tão mentiroso que aqui ninguém o defende. Tem um Senador do PTB que é coligado com ele. Tem dez deputados federais ali. Nenhum defende. Quem está falando? Eu estou citando aqui o Marcelo, do PMDB, Presidente.

            Você já foi a Paris? Já, Pedro Simon? Esse aeroporto aqui é mais bonito do que o Charles de Gaulle. Dizem que é na Serra da Capivara. Mentira. Foi uma briga feia. Ele mandou isto aqui, e o nosso puro Pedro Simon foi ler uma carta, o Heráclito não se controlou, e a briga foi feia. Não posso nem reportar. O Heráclito perdeu o controle, porque ficou indignado. Lá nesse aeroporto, eu fui outro dia. Já tinha aeroporto, a Serra da Capivara, quando eu era Governador. Iniciaram-se os 500 anos de Brasil lá. Fernando Henrique Cardoso pousou. Mas isto aqui, olhe aqui: este aqui é o mesmo que o Charles de Gaulle da França. Tudo é mentira.

            E o Heráclito não se controlou diante das palavras do Suplicy, que, ingenuamente, foi defender. Disse que tinha uma linha mentirosa de Petrolina, São Raimundo Nonato, que é o lugar do aeroporto, e Teresina. Não tem nem um avião.

            A minha cidade, Cristino Castro, não tem nada. A minha cidade... Ele disse que inaugurou um aeroporto internacional. Pedro Simon, eu estava lá, esse aeroporto que ele disse que fez. Em 1971, eu estava lá, eu já era médico em Parnaíba, cidade de Parnaíba. Na ditadura, os militares fizeram um aeroporto igual; parece um caixão. Saíram aí e fizeram centenas no Brasil. Jogaram em Parnaíba e Teresina. Adelmir Santana, é o mesmo; é a mesma planta. A pista era de 2.100 metros; ele fez 400 metros. Pintou e disse “internacional”. Mas não tem...

            Outro dia, fez um verso o poeta Alcenor Candeira Filho, é até Secretário de Educação. Esses poetas da Academia de Letras são idealistas. Eu vou aprender a poesia dele. Mas ele disse que o aeroporto lá só serve para andorinha e urubu, não tem nem avião. É o internacional e a pouca ação.

            Então, é isso o que nós... Mas nós agradecemos a Deus, porque está escrito: “Depois da tempestade, vem a bonança”. E ele saiu aí nessa onda de dinheiro do Partido dos Trabalhadores, tentando vir para cá. Mas aqui não é lugar para mentiroso, não, pelo que eu tenho aprendido. E o Pedro Simon ainda tem quatro anos; não é nem bom vir, que aqui não é lugar... O Pedro Simon simboliza que esta vai ser uma Casa que busca a verdade. Ele, que é cristão - “sou o caminho, a verdade e a vida”.

            Então, nós lançamos aqui, e o povo do Piauí que apoiou o novo Governador. É um rapaz bom, cirurgião. Mas ele está aperreado. Então, que todos nós o ajudemos nessa transição. E o Piauí Deus coloca nessas tribulações, mas é aquilo: “Depois da tempestade, vem a bonança”.

            E o povo do Piauí, graças aos seus prefeitos... São 224 cidades. Deus me permitiu criar 78 novas cidades, inclusive essa do Tatus, grande, que está aqui, eu era prefeito. Então, esses prefeitos valorosos estiveram aqui. Estiveram todos eles, lutando e reivindicando. Graças a esses prefeitos, conseguimos vencer o terremoto que passou lá, que foi o Governo do PT.

            E agradeço aqui, porque eu estava presidindo, ou secretariando, ou discursando no momento em que o Senado aprovava a Lei da Ficha Limpa, com o resgate dos aposentados.

            Então, eu queria apenas citar os nomes dos prefeitos, que, por essas obrigações, não podemos, vamos dizer, conviver com eles por mais tempo. Vieram uns 40 prefeitos, foram homenageados. O Heráclito deu até um jantar ali, mas eu não pude comparecer porque estava aqui, ou presidindo, ou secretariando o Senado naquele dia histórico.

            Era o que tinha a dizer.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/05/2010 - Página 22733