O SR. JAYME CAMPOS (DEM - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, serei rápido.

            Antes de efetivamente entrar no meu discurso na tarde de hoje, queria solicitar à Mesa, aqui - V. Exª faz parte da Mesa -, a aprovação, na semana que vem, do aumento dos servidores do Senado. A Casa não pode se acovardar, não. Ontem fiquei decepcionado! A Câmara aprovou, e o Senado, sem motivo, não aprovou a emenda de nossos servidores. Acho que V. Exª, independente como é, não tem rabo preso com ninguém, não tem medo da imprensa... Acho que, na semana que vem, tem de ser prioridade aqui aprovarmos o aumento do salário de nossos servidores. Foi feito um novo Plano de Cargos e de Salários aqui e não virou nada! Não sei o porquê dessa covardia da Mesa Diretora do Senado. Acho que não está fazendo nenhum favor... É obrigação da Mesa, semana que vem, colocar em pauta o aumento dos servidores do Senado. Eu espero que a Mesa faça esse gesto de grandeza e de altivez diante da proposta que é o reajuste dos servidores do Senado Federal. É mais do que justo! Todos os órgãos federais estão dando, e aqui não sei o motivo dessa covardia de a Mesa Diretoria não colocar aqui para votar. No Senado, 81 Senadores vão votar! Eu espero para ver quem, realmente, de fato, tem compromisso com os servidores do Senado Federal e os respeita.

            Sr. Presidente, a História é uma engrenagem que se move com coragem e energia. A cada sobressalto político ou flagrante episódio de injustiça social, um movimento de igual intensidade ocorre para alterar os destinos de uma comunidade. A História acolhe em seu seio os destemidos e os ousados, aqueles que lutam e tombam defendendo suas ideias; só não aceita os covardes, os que se omitem e se escondem atrás das muralhas de suas conveniências pessoais.

            Aqui neste ambiente, somos confrontados cotidianamente com nossas consciências. Diariamente temos que promover escolhas: ou perfilamos ao lado de nossas convicções, ou traímos nossos próprios ideais. Nossa história nada mais é do que uma sucessão de posições que assumimos diante dos dilemas da nação.

            Tais fragmentos de nossa postura pessoal somam-se em eventos grandiosos como o que realizamos com a votação da MP 475, de 2009, que elimina o fator previdenciário e reajusta as aposentadorias maiores do que um salário mínimo em 7,7%.

            Não tenham dúvida, Srªs e Srs. Senadores, de que, ao extinguirmos o redutor do cálculo das aposentadorias, estamos movendo a roda da História sem convulsões ou revoltas, mas com a serenidade e a justiça daqueles que promovem as revisões necessárias para o equilíbrio social e a recuperação dos valores éticos da Nação.

            Seria dispensável lembrar aqui a longa tramitação dessa medida no Congresso Nacional, não fosse pelo fato de se enaltecer a fé e a determinação férrea do Senador Paulo Paim, que nunca duvidou da força de suas convicções e que mesmo muitas vezes trilhando terreno árido conseguiu extrair dali a seiva de sua esperança e da crença inabalável de que chegaríamos a este dia.

            Entretanto, Sr. Presidente, estamos diante da história não como protagonistas, mas como juízes de uma contenda. Estamos aqui para rever conceitos e promover ajustes, porque uma coisa está clara: não existe equilíbrio fiscal que valha a fome do povo, assim como não existe gestão eficiente que custe a desesperança dos aposentados e a morte de idosos que tanto contribuíram para o País e, no crepúsculo, se tornaram párias da sociedade, tendo esses ganhos solapados por um ato desumano e injusto.

            Estamos reescrevendo a História, devolvendo aos aposentados a dignidade que lhes foi subtraída com o fator previdenciário. Mais do que isso, estamos refundando uma Nação que respeita seus velhos e que devolve a eles o direito de olhar para o futuro sem medo, porque, Srªs e Srs. Senadores, o futuro não é a dádiva concedida apenas aos jovens; o porvir é um presente que alcança a todas as idades, pois, se o futuro de uns é a próxima década, o futuro de outros é o dia de amanhã, que se apresenta com necessidades imediatas, como um vidro de remédio, a consulta de um médico ou um quilo de carne.Como disse, em uma de suas canções, o compositor Chico Buarque de Holanda, “a verdade é feita de fatos, de sangue nos olhos e lama nos sapatos”.

            Reafirmo minha satisfação de ter votado o fim do fator previdenciário, desejando que a tomada de posição desta Casa seja confirmada pelo Excelentíssimo Sr. Presidente da República, para que o Governo Federal e o próprio Brasil se reconciliem com seus aposentados, garantindo a eles a prosperidade pela qual tanto lutaram na vida.

            Foi apenas um gesto de coragem, no dia de ontem, quando votamos a Medida Provisória nº 475.

            Por que não votarmos, na semana que vem, Senador Mão Santa, o aumento dos nossos servidores aqui? Vou bater duro na semana que vem. Espero que V. Exª se alie ao Senador Jayme Campos, Senador Alvaro Dias, Senador Augusto Botelho e tantos aqui, que sabem perfeitamente que os nossos servidores, já há alguns anos, não recebem reajuste aqui, no Senado Federal.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.

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