O SR. CRISTOVAM BUARQUE (PDT - DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, trago aqui hoje uma preocupação muito local, da minha população do Distrito Federal, relacionada a uma tragédia que a cidade viveu na madrugada do sábado. Duas jovens perderam a vida por causa de um acidente no lago que temos em Brasília, o lago Paranoá, criado artificialmente graças a um pequeno rio que passava por aqui e, com a represa. permitiu que se formasse um dos mais belos lagos que existem no Brasil.

            Com a história de Brasília, com o crescimento da população, hoje esse lago é um dos cinco com maior movimento de barcos em todo o Brasil, incluindo a baía da Guanabara, incluindo Santos, incluindo o litoral inteiro. O nosso lago Paranoá tem um dos maiores números de barcos entre todos os centros de atividades náuticas no o Brasil.

            É claro que não se pode acusar ninguém de irresponsabilidade por essa tragédia. A tragédia ocorreu, tudo indica, por um excesso de jovens em uma lancha, que, com esse peso, acabou afundando. Dos que estavam no barco, duas jovens, de 21 e 18 anos, duas irmãs faleceram. E essas irmãs, ao falecerem, certamente, como todos podem imaginar, deixaram os pais em uma situação de extremo sofrimento. E nós todos da cidade, mesmo os que não temos conhecimento pessoal, sofremos por essa perda.

            Ninguém é culpado. Mas quero insistir, aproveitando a minha manifestação de pesar pela tragédia, que é uma pena que num lago que tem o movimento que tem o lago Paranoá, sobretudo nos fins de semana, tenhamos tão poucos instrumentos de proteção das pessoas que ali estão, instrumentos para fiscalizar a segurança dos barcos, instrumentos para cuidar do movimento dos barcos e, sobretudo, num momento como esse, para procurar com maior eficiência os corpos das pessoas que estavam no barco e, também, dos próprios equipamentos, quando eles afundam.

            Não temos em Brasília os equipamentos na proporção que se precisa, para atender a um fluxo, a um movimento tão intenso como é hoje no lago Paranoá.

            Deixo aqui o meu registro de pesar pela tragédia que a cidade inteira sofre. Deixo aqui os meus pêsames específicos aos familiares, amigos, parentes, conhecidos dessas jovens. Mas deixo aqui também a minha cobrança às autoridades executivas do Distrito Federal, seja naqueles órgãos federais, seja nos órgãos locais, para que se dê mais atenção para esse movimento intenso que há no lago Paranoá de barcos todos os dias, sobretudo, nos fins de semana, para que acidentes como esse sejam evitados por meio de fiscalização. E que, quando por acaso ocorram, seja possível, com a maior brevidade possível, de forma mais próxima possível do instantâneo, atender-se às pessoas que sofrem por causa dos acidentes.

            Fica aqui registrado, Sr. Presidente, a minha manifestação.

            Eu fico feliz em ver aqui o Senador Eurípedes, que é da cidade, que representa esta cidade e que, certamente, está tendo o mesmo sentimento de tristeza que nós todos no Distrito Federal estamos sentindo.

            Era isso, Sr. Presidente, o que eu tinha a dizer.

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