O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PTB - RR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - É lógico que a gentileza do Presidente Mão Santa é sempre grande, e as palavras, muito generosas.

            Eu agradeço, inicialmente, e cumprimento, portanto, o Presidente da Mesa e o Senador Paulo Paim, que é um verdadeiro baluarte nas lutas em favor dos trabalhadores, de um modo geral.

            E digo, aqui, para vocês que tenho uma satisfação na vida: fui comerciário também. (Palmas.) Meu pai foi comerciante, sua última atividade. Ele começou com o serviço público, depois passou a ter um comércio. Era a loja Cearense - para homenagear a terra dele, intitulou-a Cearense.

            Então eu era um comerciário, obviamente, familiar; não recebia nada a não ser a experiência de trabalhar. Tenho imensa admiração pelos comerciários, pelos homens do comércio, dos serviços, etc. Quero dizer que a luta... Não vou detalhar aqui o projeto do Senador Paulo Paim, porque acho que ele é do conhecimento de todos. Quero ressaltar - isso é importante - que o Senador Paim tem comandado esta e outras lutas trabalhistas e que me honra muito ser do Partido Trabalhista Brasileiro. O mais importante de tudo é saber que o trabalhismo não significa a luta do trabalhador contra o empregador, mas, ao contrário, a construção do bom relacionamento entre empregado e empregador, buscando sempre fazer com que o empregador tenha a visão de que precisa respeitar os direitos do trabalhador. (Palmas.)

            Esse foi o consenso, o diálogo que Getúlio Vargas pregou ao fundar o PTB, ao criar o Ministério do Trabalho, ao criar a Consolidação das Leis do Trabalho, até hoje em vigor, com pouquíssimas modificações. É lógico que nós temos de avançar. Nós estamos no século XXI. Muitas coisas devem ser ajustadas, melhoradas, mas isso deve ser feito pelo diálogo, dentro do possível, para ambas as partes.

            Não tenho certeza - o Senador Mão Santa é muito mais hábil nessa questão de citações -, mas, se não me engano, foi Lincoln, nos Estados Unidos, que disse que não se ajuda os pobres eliminando os ricos.

            Eu acho também que não se ajuda o empregado inviabilizando o empregador. Portanto, o desafio do século XXI é este: construir uma relação de trabalho em que o empregador tenha uma visão social mais profunda e a responsabilidade de aprender que se o trabalhador está satisfeito, tem mais produtividade. Portanto, a empresa dele ganha mais dinheiro e, consequentemente, tudo fica melhor para todos.

            Quero, portanto, cumprimentar todos os comerciários, homens e mulheres, aqui presentes, assim como todos os trabalhadores do comércio e dos serviços, expressando a minha satisfação de poder proferir estas poucas palavras e dizer, do fundo do coração, que tenho essa ligação sentimental com o comércio, com o serviço. Penso que o Brasil, do tamanho que é, poderia ser mais desenvolvido se os governantes, os empresários e os trabalhadores abrissem bem a mente e entendessem que nós podemos construir uma grande Nação a partir, justamente, da justiça social do trabalhismo sadio. Assim seríamos cada vez melhor.

            Muito obrigado e parabéns a todos! (Palmas.)

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