Discurso durante a 85ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas ao governo do Piauí pela falta de investimentos em infraestrutura.

Autor
Mão Santa (PSC - Partido Social Cristão/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
CALAMIDADE PUBLICA. ESTADO DO PIAUI (PI), GOVERNO ESTADUAL.:
  • Críticas ao governo do Piauí pela falta de investimentos em infraestrutura.
Publicação
Publicação no DSF de 28/05/2010 - Página 24776
Assunto
Outros > CALAMIDADE PUBLICA. ESTADO DO PIAUI (PI), GOVERNO ESTADUAL.
Indexação
  • REGISTRO, ANIVERSARIO, ROMPIMENTO, BARRAGEM, MUNICIPIO, COCAL (PI), BURITI DOS LOPES (PI), ESTADO DO PIAUI (PI), MANIFESTAÇÃO, SOLIDARIEDADE, VITIMA, CRITICA, AUSENCIA, ASSISTENCIA, ANTERIORIDADE, GESTÃO, GOVERNO ESTADUAL.
  • APOIO, DECISÃO, GOVERNADOR, ESTADO DO PIAUI (PI), SUSPENSÃO, TOTAL, ACORDO, ANTERIORIDADE, GESTÃO, GOVERNO ESTADUAL, FUNCIONARIO PUBLICO, MANIFESTAÇÃO, VONTADE, ORADOR, PARTICIPAÇÃO, NEGOCIAÇÃO, BUSCA, SOLUÇÃO.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. MÃO SANTA (PSC - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Mozarildo Cavalcanti, que preside esta reunião de 27 de maio, Parlamentares presentes, brasileiros e brasileiras aqui e que nos assistem pelo sistema de comunicação do Senado, hoje tão aplaudido pelo Senador Mozarildo Cavalcanti.

            Quero fazer todas as minhas palavras como as do Mozarildo Cavalcanti, analisando o sistema de comunicação do Senado, a sua valia e a sua importância.

            Este País não estaria na democracia se não fosse o Senado da República. Fomos nós que garantimos ao povo brasileiro o que é democracia, e competia a nós mesmos. Essa é a Instituição mais sábia de todo o Brasil. Pode despertar inveja, pode despertar, mas é no mundo todo. O Senado é uma inspiração de Deus, antes do “Liberdade, Igualdade, Fraternidade”, em que caíram os reis, levou cem anos para esse grito chegar aqui.

            A História relata que Deus, o nosso Deus que acreditamos, escolhia os seus líderes e ungiu Moisés para libertar seu povo, atravessar o Mar Vermelho. E deu poderes. Mas o maior poder foi entregar a Moisés as leis, para que seu povo pudesse viver melhor. Mas é difícil o povo obedecer as leis. Então, Moisés desesperou-se, quando o povo preferiu as facilidades, preferia, vamos dizer, as folias da vida, e chegou a adorar os bezerros de ouro. Moisés, então, quebrou as tábuas da lei, e quis desistir diante do povo, que não era obediente às leis de Deus.

            E ouviu uma voz: “Busque os mais velhos, os mais sábios e os mais experientes, e eles lhe ajudarão a carregar o fardo do povo”. Foi aí que nasceu a idéia de Senado. Somos esses mais experientes.

            Senador Mozarildo Cavalcanti, oferecemos a este País a democracia fortalecida. A democracia tem que ter divisão de poder e alternância de poder. Se não tem alternância de poder, não é democracia. O povo deixaria continuar os reis, que eram permanentes, eram hereditários. E, no nosso mundo em que vivemos, há um desvirtuamento. Aqui só não houve isso, porque nós...Só fomos nós. Não houve nenhuma outra instituição que tivesse a coragem de frear o ímpeto do continuísmo. Não houve nenhuma. Nenhuma! Só nós.

            Então, nós freamos. Nada contra o Presidente Luiz Inácio. Não tenho nada contra. Votei até nele em 1994. Eu votei. Nada. Mas pela democracia.

            Quem quer o terceiro mandato? Pergunta ao Fidel Castro o que acontece. Quem quer o terceiro mandato quer o quarto, o quinto, o sexto. Está aí o Fidel Castro, cansou de mandar, cinquenta anos, passou para o irmão. Está aí o filhote dele, o Chávez, que já influenciou o traquino ali, o menino Correa, o mais rápido deles, com as Farc, tudo, no Equador. Está aí o índio da Bolívia, e José Serra teve a coragem de dar um freio a esses traquinos que estão desvirtuando, cujas riquezas são os tóxicos, é maconha, é cocaína, o tráfico. Está aí o padre reprodutor do Paraguai, está aí a Nicarágua, o exército que freou o de Honduras. E nós freamos aqui.

            Só vai haver eleições por nós. Fomos nós. Só nós. Aquela CPMF, aquilo foi um teste. A corrupção foi grande. Todos nós, se quiséssemos ser ricos, seríamos. Os aloprados são sabidos. Eu conheço os de lá do Piauí, que é pequeno. Imagine os grandes daqui!

            Nós que freamos. Não foi à frente não, porque eles não queriam. Eles queriam. Há cinquenta mil aloprados ganhando DAS. Está ali a nossa Danielle Ezequiel, advogada. Vi como ela luta, como ela rala para ganhar a vida no Rio de Janeiro. Um aloprado que é nomeado DAS-6 - está ouvindo, Dr. Jorge Yanai? -basta a assinatura do nosso Luiz Inácio para entrar pela porta larga, sem concurso, na vadiagem, na malandragem, na traquinagem, para ser cabo eleitoral. Sabe quanto ganha um DAS-6?

            Você já é aposentado, Jorge Yanai?

            O SR. PRESIDENTE (Jorge Yanai. DEM - MT) - Não, Senador.

            O SR. MÃO SANTA (PSC - PI) - Eu sou. Formei em Medicina em 1966, mas foi duro. De madrugada estava em Santa Casa, operando baleado, fazendo cesária, aborto, braço quebrado. Olha, é ridículo. Deus é bom e me fez Senador da República e com o povo do Piauí.

            Mas um aloprado, atentai bem, nomeado só com a assinatura de um companheiro, ganha R$11.848,00 por mês, se for DAS-6. E as minhas professoras do Brasil, R$960. Nós votamos aqui e não é lei. Tem professora ganhando menos de R$960. Os soldadinhos aí, a violência como está... Os geólogos, os médicos, os dentistas. Um aloprado num DAS 6, entrando pela porta larga da vadiagem, ganha R$11.848,00. Não foi concurso, não. Pela porta larga, que está na Bíblia, do pecado, da malandragem, da vadiagem. E é por isso que falta o dinheiro para as professorinhas. É por isso que falta o dinheiro para segurança. É por isso que estão aí os hospitais. É por isso que uma consulta do SUS... O SUS - eu sou médico - é a maior criação de assistência médica. Tem consulta a R$2,50.

            Mozarildo, eu fui a Picos, companheiro lá. Sabe quanto é um raio X de braço, de osso? Seis reais. E, atentai bem, tem que comprar o filme, a máquina, e sujeito, ainda, o médico àquela radiação que dá leucemia, patologias de sangue. Então, consultas aí de R$2,50. É por isso.

            Então, o que nós queremos dizer é essa grandeza do Senado da República. Isso tem que ser mostrado. Por isso a reação. Não pensem que aqueles escândalos que fizeram... O que é que a gente tem que ver com esses escândalos?

            Eu quero que façam uma CPI da minha vida. Na minha cidade estão me ouvindo. Que façam os Vereadores, eu fui prefeito. Que façam no meu Estado, na Assembleia Legislativa e aqui.

            Aquele movimento todo com o Senado foi um erro administrativo de um funcionário. Aquilo era para fechar o Senado. Foi assim que o Chávez fez. Lá tinha Senado e ele fechou. Deu no que deu. Porque o Senado é o freio.

            A CPMF...Atentai bem para esse Irã que está aí. Tem que saber as coisas. É complicado. Era a Pérsia. Os persas - Xerxes, Dario - são belicosos desde antes de Cristo. Vocês se lembram dos 300 de Esparta, Xerxes invadindo? No fim, morreram todos.

            Aqui, foram 35 homens que garantiram a democracia do Brasil. A CPMF foi um teste. É inimaginável a corrupção que eles tentaram. Nós fomos muito mais tentados do que Jesus. O diabo: “Pula desta montanha...” Ora, aquilo não. Aqui nós resistimos. Diminuímos a carga de impostos que acordamos e resistimos. Não foi bondade, não. O que eles queriam era o terceiro mandato. O Senado - agradeçam a Deus pelo Senado.

            Eu fiz um discurso aqui para testar. Vocês sabem que jamais eles teriam... Porque nunca houve um Senado tão bom e forte nesses 184 anos. Eu sei essa história do Brasil toda.

            Eu testei, Mozarildo. Trinta e cinco. Aí fiz um discurso aqui, e o Sarney bem ali. Eu queria testar. Ele é o Líder de todos nós, ele é o Presidente, mas todo mundo sabe que ele tem, num sopro, seis votos aqui e ninguém tem. Amapá e Maranhão, não são seis? Trinta e cinco mais seis, 41. E eu disse isso daqui, só para ver. Eu conheço a história do Presidente Sarney, democrático, vizinho do Piauí. Lembro-me de quando eu era menino e Assis Chateaubriand comprou os Senadores para ter uma eleição fora de época. Não tem Carnaval? Eu era menino. Comprou. O Chateaubriand era mais forte que a Globo hoje, era do Diários Associados. O meu pai era maranhense e estava lá e vi essa confusão.

            Assis Chateaubriand, dono da imprensa, Diários Associados, mais forte do que a Globo naquele tempo, comprou. E renunciaram um Senador, dois Senadores, para ter uma eleição, e ele ganhou. Mas eu era menino e o Presidente Sarney ficou contra. Apoiou uma professorinha. Lógico que a máquina ganhou, vocês sabem.

            Mas, então, esse espírito democrático, nós vimos que ele viveu o momento mais difícil da História. A redemocratização deste País foi difícil, foi complicada. Então, na minha intuição, o Sarney não ia. Que ele apoia Luiz Inácio, apoia. Talvez seja o mais lúcido que apoia o Luiz Inácio. Mas aí eu testei e disse: 35 mais seis, 41 votos.

            Este Governo não terá para um terceiro mandato nem maioria simples, eu disse, da minha interpretação psicológica. Ele não mandou, não. Seis votos do Sarney, porque ele não ia estragar a biografia dele de ressuscitar a democracia para meter um terceiro mandato. Quando tem um terceiro, ninguém sabe. Ninguém sabe até quando eles vão querer. Depois de se incrustar na máquina administrativa, não largam nunca mais. Aí a história conta os ditadores.

            Mas não é isso, os meninos são traquinas, não são burros, senão eles não estavam no poder. Eles precisariam era de dois terços. Por isso que morreu a história, não foi esse negócio, não. Teve discurso aqui pedindo. A Câmara ali teve foi projeto de lei.

            Então, essa é a verdade. Foi o Senado da República. Dois terços, nunca. Nem maioria simples eles teriam. Mas é porque temos que ser os pais da Pátria. A alternância do poder é o que caracteriza uma democracia. E é o que é bom, porque o continuísmo daqui a pouco é nascer, florescer mais aloprados Brasil afora. Agora, o povo do Brasil tem que meditar. Estamos passando para eles. Veja nos Estados Unidos. Oito anos tem uns, outros têm quatro.

            Só em guerra, e aí o Franklin Delano Roosevelt teve o seu terceiro mandato. Estava na guerra, em 1939. Aí o país permitiu o terceiro mandato. Em guerra. E é um país rico, democrático. Esse é o fundamento, senão tínhamos deixado os reis, para não ter alternância. Até os militares, em período de exceção, tiveram esse respeito. Eles fizeram à maneira deles. Estou contando a história. Mas eles fizeram alternância do poder. Meteram um, depois outro general; depois, um ficou, o que não é bom.

            Eu estou aqui, ô Mozarildo, hoje é um dia em que o Piauí tem de meditar. Dia 27 de maio de 2010. Um ano atrás, o açude de Algodões e Cocal, do rio Pirangi, que vem do Ceará pelas enchentes, arrombou-se. Foi uma calamidade. Desastre econômico, vidas perdidas de animais, atingiu a zoologia. E na cidade vizinha de Buriti dos Lopes, catástrofe. Um ano.

            Olha, todos os laudos técnicos dizem que isso foi irresponsabilidade do Governo do PT. Mozarildo, não tem candidato do PT a Governador lá no seu Estado? Não?

            Já é uma graça, é uma bênção de Deus!

            No seu Estado, tem candidato do PT a Governador?

            O Sr. Presidente (Jorge Yanai DEM - MT) - Não tem, Senador.

            O SR. MÃO SANTA (PSC - PI) - Oh rapaz, é uma bênção, porque é uma desgraceira, é pior do que um terremoto. Eu digo: um terremoto é rápido - eu sei geologia, geografia - são 12 segundos, 10 segundos. Olha, a desgraceira que houve no Piauí... E hoje faz um ano, um ano. E o povo sofrido, decepcionado com o Governo do PT lá. Teve uma missa hoje.

            Os Prefeitos sacrificaram tudo, e nada do apoio. Interessante que os laudos técnicos do Crea do Dr. Norbelino dizem que isso foi falta de assistência na barragem; o sangradouro já estava há quase dez anos obstruído. Quem conhece barragem, no sangradouro a pressão aumenta, quebrou e tudo. Mas os laudos técnicos afirmam que foi falta de assistência do Governo. E pior: é a condição dos sofridos que estão lá.

            Aqui nós bradamos pedindo uma medida provisória, claro, como se fez para Santa Catarina. Mas não foi, e o povo ainda sofre.

            Olha, sete anos do Governo do PT foi um tripé: mentira, como mentem; corrupção, como roubam; incompetência. Mentira. O Governador do Estado disse que ia fazer cinco hidrelétricas no rio Parnaíba. Cinco. Cinco. Depois, para conseguir o apoio de Alberto Silva, que era Senador, disse que faria outra no rio Poti. Seis hidrelétricas! O Piauí tem uma banda de uma hidrelétrica. Uma banda, em 510 anos. Foi sonhada - não é? - por Juscelino Kubitschek e entregue por Castelo Branco. Era um Deputado Federal Milton... E falta a eclusa. Eclusa... O rio Paranaíba era navegável no sul do Estado, Santa Filomena, Floriano e Teresina. Lá, onde eu moro, no Delta, é raso. Mas o sul tinha navegação. Antes de ele dizer que ia terminar a hidrelétrica, prometeu cinco, seis. O Porto de Luís Correia... Os trens... Levou Alberto Silva. Alberto Silva era Presidente do PMDB. Olha, mais eles disseram que vão, em sessenta dias, botar o trem Parnaíba a Praia: 15 km. Quatro meses: Paranaíba a Teresina. Eu acreditei. Até eu. Rapaz, os homens não podem, estão no Governo Luiz Inácio, presidente do mesmo Partido. Rapaz, não trocaram nenhum dormente. Dormente é aquele pau que segura o trilho. E eu pensei porque era uma planície; até um mestre de obra seria capaz de fazer. E Alberto Silva, que era um engenheiro ferroviário, muito competente, muito inteligente... E, aí, de mentira em mentira...

            Aeroportos internacionais! Olha, é uma mídia... E, dizia, um era na minha cidade de Parnaíba. Esse aeroporto que eles dizem que fizeram foi inaugurado em 1971; eu estava lá, 19 de outubro de 1971. Encheram o Brasil da Parnaíba... Foi no período da revolução: esses aeroportos, tudo igual, um caixão, tem aí 100 no Brasil, é igual ao de Teresina; tinha uma pista de 2.100m. Eu estava na inauguração. Era Ministro do Planejamento o parnaibano João Paulo dos Reis Velloso. Encheram aí, voo internacional; não tem mais nem teco-teco. Tem um Secretário de Educação da Parnaíba, o poeta Alcenor Candeira Filho, esses poetas são autênticos, ele é coligado lá, mas ele fez um verso, ali só pousava andorinha, urubu e não sei o quê, vou aprender o verso. E nada! Caos!

            Ontem recebi uma denúncia de que este Governo fechou 200 escolas, é pior do que um terremoto. A UESPI, o maior orgulho do Piauí, era das três maiores universidades federais; seu vestibular chegou a ter 60 mil brasileiros, foi um tsunami lá que reduziu tudo, não está um quarto do que era. O filho do pobre podia ser doutor no Piauí. Hoje, as particulares... Realmente não sou contra, mas numa particular de Medicina é R$4 mil o mês. Então, jamais o pobre será doutor.

            As decepções são tão grandes que se lembra hoje que faz um ano o desastre ambiental do Açude dos Algodões. E o povo sem assistência.

            Recebi este e-mail aqui e é por isso que vim. Mas o Governador que assumiu não tem culpa, não. Foi para ele... Temos que ser justos.

            Aliás, o Piauí hoje está tranquilo, porque eles foram tão ruins, tão ruins, tão ruins, que não tem um candidato do PT a Governador do Estado, nem a vice-Governador do Estado. Quer dizer, muito tempo, como Presidente da República...

            E há uma coisa boa. Todos os candidatos que estão aparecendo são bons. O próprio vice-Governador que assumiu é um rapaz bom, médico, cirurgião, neurocirurgião. Mas o caos que ele pegou... Olha, eu tenho é pena!

            Então, tem um e-mail aqui metendo o pau nele. Vou até pedir aos funcionários públicos que tenham paciência porque ele não tem culpa, não. Ninguém queria estar no lugar do vice, não. Ele descobriu que os aloprados pagavam ao Estado do Piauí R$5 milhões por mês de prestação de Hilux. Pagaram R$50 milhões. A malandragem era a seguinte: eles faziam altos aluguéis de Hilux - R$2.500,00 por mês. Matematicamente, em 20 meses, estava pago. E aquele carro ficava, mediante contrato de gaveta, em nome do secretário do diretor. Hoje, você quer conhecer um petista no Piauí? É muito fácil. É só ver quem anda de Hilux. Era essa gente. Nunca trabalharam, não estudaram, não fizeram concurso e, de repente, são os donos da Hilux. Então, o pobre coitado... R$5 milhões por mês dá para comprar um bocado de carro para o Piauí, ambulância e tudo. Foram R$50 milhões. Descobriram o rombo. Malandragem.

            O Governador saiu, esperando, sonhando que vai embarcar na popularidade do Presidente Luiz Inácio. Mas o povo do Piauí, na sua inteligência... É o seguinte: era um auxiliar de escriturário da Caixa Econômica. Auxiliar de escriturário. Então, era o negócio de sindicato. Eu votei na primeira vez nele e, de repente, Daniel, que é do Piauí e é advogado, e o povo está me ouvindo, falava-se que ele tinha um sítio majestoso com lugar até para parar helicóptero. Não conheço. É distante, e eu nunca fui. Mas falam que tem piscina, quadra de esportes. Mas é o seguinte. Ele entrou numa desgraceira, empolgado com o poder, com a riqueza. Quem nunca comeu mel se lambuza. No condomínio mais rico. Não vem de Parnaíba.

            Andou lá, agora, em Teresina? Aquele bonitão? A casa mais alta e mais bonita é a do Governador do Estado do Piauí, do PT. Esse Arruda aí, ó, Justiça, ó, Justiça, ó, Justiça, trate bem o bichinho, esse Arruda, perto do do Piauí, esse é um santo. A melhor casa do conjunto.

            Então, aqui nós temos um Senador muito rico, muito rico, muito rico: João Vicente Claudino. Mas todo mundo o respeita e o admira, porque foi uma riqueza vinda do trabalho. O pai dele é o maior empresário, talvez, do Nordeste, talvez, do Brasil. Todo mundo respeita o colega Senador aqui.

            Aliás, começamos esta sessão juntos. Foi homenagem aos contabilistas, ele é que a pediu.

            Mas o povo de Teresina sabe o que está dizendo. Olha a casa do ex-Governador do Piauí, do auxiliar de escriturário da Caixa Econômica. O emprego dele é de auxiliar, nunca conseguiu ser escriturário. É melhor do que a do João Vicente. Então está morto.

            O povo, na sua sabedoria, de boca em boca: a casa do Governador que saiu é melhor do que a do João Vicente, que é o símbolo da riqueza com dignidade, com trabalho. Vai receber até uma homenagem aqui. O seu João Claudino, uma que está prevista aí. Que dia é, João Pedro, essa homenagem aí? João Pedro, a homenagem aí para os industriais? É para o Vice-Presidente essa homenagem que vai ter? O Gerdau e o Sr. João Claudino vão receber. Que dia é? Primeiro? Na outra semana.

            Então, estão dizendo: “Olha, a casa do menino é melhor do que a do senhor”. Auxiliar de escritório. Tem um sítio que, dizem, é fabuloso.

            É o PT. E o conjunto é arrodeado de aloprados por todos os lados. É só aloprado! O condomínio igual ao da Barra da Tijuca, no Rio. Copiaram lá aquele modelo. Este é o PT. Eu nunca vi se roubar tanto!

            Mas aqui eu vi, até defender o Governador que ficou, porque o homem assumiu, ele é neurocirurgião, Dr. Wilson Martins. Eu, quando governei o Estado, ele foi meu líder, ele era do PSDB. É um rapaz muito bom, muito dedicado, muito correto. Ele cortou esse negócio da Hilux; cortou aluguel de carro. Era todo mundo alugando, e todo mundo guiando, e todo mundo... Hoje, do PT, a carteira de identidade é uma Hilux na porta e um apartamento de luxo no Piauí.

            Mas, “Caros amigos”, o Manifesto dos Servidores Públicos do Estado do Piauí, do dia 24 de maio. Então, é o seguinte: mas eu acho que ele não tem culpa não. Quando ele entrou, nessa bananosa, nesse caos, nesse terremoto, que houve no Piauí, aí ele baixou um decreto - eu não queria estar no lugar dele - datado de 6 de maio, para frear as nomeações. Mas eu vejo boa intenção no Governador do Estado. O homem é o homem e suas circunstâncias, Ortega Y Garcia. Então, ele entrou em uma bananosa: escândalo de carro, greve de professores, é não sei o quê, é empreiteiro num rolo; ele é um homem de coragem. Então, ele publicou um Decreto, sob o nº 14.190 - e eu até o defendo -, que barra, até o dia 31/12, todos os direitos adquiridos, acordados entre Governo e servidores públicos. O decreto dispõe sobre suspensão do desenvolvimento funcional, promoção, progressão, ascensão, classificação de pessoal dos servidores empregados na administração pública direta e indireta.

            Mas é o seguinte: no decreto dele, ele pediu o acesso, mas é claro que o sujeito entrar em Governo cheio de aloprados, roubando por todos os lados, ele tinha que nomear alguns da confiança dele. Daí, os funcionários públicos, enraivecidos, atacaram ele. Mas eu acho que não. Acho que o homem é outra circunstância. Ele fez o decreto porque era um terremoto, era um tsunami ele assumir aquilo tudo. Rapaz bom, de bons princípios, neurocirurgião, acostumado a lutar.

            Daí, os funcionários pegaram - está aqui tudinho que eles mandam, eles são organizados - e o Governador nomeou. Tem as datas no Diário Oficial.

            Mas compreendo, porque como que ele ia ficar só com os aloprados do PT lá? Ele tinha que nomear. Porque se ele ficasse só com esses aí, ele estava morto. Então, pegam tudinho e diz que é... Porque a lei, a lei, a lei diz que é proibido nomear 90 dias antes, que será 3 de julho. Mas, quer dizer, eu vejo nisso a intenção. Então, peço paciência aos próprios funcionários. Que deem crédito, o Governador entrou agora, e entrou num negócio - eu não queria estar no lugar. Graças a Deus, sucedi o Governo austero do Freitas Neto. E tinha dos anteriores.

            Mas isso aqui é aquilo que o Max Weber diz: a ética de convicção e a ética de responsabilidade. É complicado esse negócio de ética. Max Weber, escritor alemão, filósofo: ética de convicção e ética de responsabilidade.

            Então, defendo isso aqui, porque ele está na ética de responsabilidade. Ele tinha que dar um freio nesse negócio aí. Porque aí o Governador pensa em ser Senador, mas não pode. Aqui não é o lugar para ele, porque ele mente muito. Olha, ele está indo numa cidade aí... Quero até, Danielle, aprender essa música do Erasmo Carlos, “Pega na Mentira”. Aí vão querer prender um carro de som, e o povo, sabido, disse que era um menino de seis anos. Mas, aonde ele vai, surge essa música, que é do Erasmo: “Pega na mentira! Pega na Mentira!”

            Então, o Governador que ficou, está violenta aqui contra ele, mas não tem culpa. Você tenta num negócio desse. Então, isso aqui, ele está com a ética, está com responsabilidade. Ele tinha que dar um freio. Aí o decreto dele, eu não digo que errou, não, isso se chama ética de responsabilidade. É complicado ética. Heloisa Helena que melhor definiu: É vergonha na cara e bondade no coração. Mas o Max Weber, que era estudioso, disse que tinha a ética da responsabilidade. Ele tinha de fazer alguma coisa. Chegou e descobriu que eram cinco milhões por mês. O Estado pagando aluguel de carro para os aloprados andarem para cima e para baixo. Os do PT. Então, ele tinha que se movimentar e fez esse decreto, de 6/5/2010. Aí ele teve o assessor, e a gente erra mesmo, ele só errou porque botou que cessava aqui. “O Governo, o decreto dispõe sobre a suspensão do desenvolvimento funcional, promoção, progressão, acesso, enquadramento e classificação de pessoal dos servidores e empregados da administração pública direta e indireta do Estado do Piauí”. E “acesso”, essa palavra aí, eles pegaram no pé, esses servidores hoje, todo mundo é sabido. Está aqui que ele nomeou, quer dizer ele mesmo fez o decreto. Ele não está contra a lei não. Não é ilegal. Ele fez o decreto, está certo. Ele tinha de fazer alguma coisa. Aí eles pegaram todas as nomeações estão aqui pelo Diário Oficial: DAS, tal, tal.

            Mas eu pediria paciência aos servidores públicos, mesmo aos que estão exaltados por terem cortado os benefícios; cortaram a assistência médica do Iapep, do Plamta. Está um descalabro lá. Eles tinham um instituto, tinham um serviço médico, então, eles têm razão. Mas vamos ter paciência. Eu pediria isso ao servidor do meu Estado, o Piauí. Para aceitar isso tem que buscar a Deus. Está escrito no livro de Deus que depois da tempestade vem a bonança. A tempestade já passou. O PT é um negócio duro; foi um desastre. Tanto é que o Governador passa quase oito anos no Governo do PT e não tem coragem de ter um candidato do seu Partido, não tem um vice. Agora ele saiu para Senador, é muito dinheiro, muito, muito. Mas olha que não dá certo, não, porque neste Senado não se pode mentir. E a turma lá, no Piauí, chama “Dias de mentira” o Governo do Piauí.

            O Bill Clinton só se salvou naquele caso do romance que teve com a estagiária, porque, na hora em que ele foi para a Comissão do Senado, deu por escrito uma declaração de que teve relações sexuais indevidas com a jovem. Aí perguntaram por que, e ele disse à Comissão - iam cassar o Bill Clinton, o gênio, o melhor - que foram “indevidas”. Eu li o livrão dele. E ele disse que não queria constranger a esposa e a filha. Então, os Senadores compreenderam e deixaram-no terminar o mandato. No Senado, ninguém admite mentira não. Aqui, já cassaram Senador só por mentira, por mentir. Então, não fica.

            Mas o que eu queria era o seguinte: primeiro, solidarizar-me com os familiares, os sofridos de Cocal e de Buriti dos Lopes e, segundo, pedir paciência aqui aos servidores públicos do Estado do Piauí. Eu, pessoalmente, vou sensibilizar o Governador do Estado a atendê-los, o Dr. Wilson Martins. Ele foi o Líder quando eu era Governador do Estado. E se houve um erro dele, foi ética de responsabilidade. Ele tinha que dar um freio ali e caiu, porque ele está com a lei. A lei diz que o Governador pode nomear, tranquilamente, cargo de confiança até, no caso, 3 de julho - 90 dias. Quer dizer, ele fez isso para dar um freio, para frear.

            Então, as nossas palavras são para que tenham paciência aqui os servidores públicos. E eu mesmo quero dar esse voto de confiança ao Governador, que está atravessando esse mar vermelho que deixaram para ele.

            Essas são as nossas palavras. Creio em Deus, e está no Livro de Deus, ó funcionários públicos do Piauí: “depois da tempestade vem a bonança”.

            Aí estão os novos candidatos. Graças a Deus, nenhum do PT. Todos são bons, com qualidades. Há candidatos do PTB, do PSB, do PSDB (o ex-prefeito da capital), e de outros Partidos como o PV, uma mulher brilhante. Todos muito bons! Pior do que o que saiu não temos. Então, isso já é motivo de comemoração. E que as crianças continuem a cantar por ele a música do Erasmo Carlos: “Pega na mentira”.


Modelo1 5/17/247:38



Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/05/2010 - Página 24776