Fala da Presidência durante a 82ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Comemoração do "Dia do Comerciário".

Autor
Mão Santa (PSC - Partido Social Cristão/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração do "Dia do Comerciário".
Publicação
Publicação no DSF de 25/05/2010 - Página 22880
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • ABERTURA, SESSÃO ESPECIAL, HOMENAGEM, DIA NACIONAL, COMERCIARIO, CONTRIBUIÇÃO, ATIVIDADE COMERCIAL, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, DESENVOLVIMENTO SOCIAL, AMPLIAÇÃO, MERCADO INTERNO, MOBILIZAÇÃO, INDUSTRIA, TECNOLOGIA, MÃO DE OBRA ESPECIALIZADA, IMPORTANCIA, CONSOLIDAÇÃO, SETOR, MELHORIA, QUALIDADE DE VIDA.
  • REGISTRO, PRESENÇA, SENADO, PARTICIPANTE, CONGRESSO, CONSELHO NACIONAL DE TRANSPORTES (CNT), REALIZAÇÃO, BRASILIA (DF), DISTRITO FEDERAL (DF), COMENTARIO, HISTORIA, COMPOSIÇÃO, ENTIDADE.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PSC - PI) - A presente Sessão Especial destina-se a comemorar o Dia do Comerciário, nos termos dos Requerimentos nºs 20 e 72, de 2010, requerimentos feitos pelo notável Senador Paulo Paim e outros Srs. Senadores.

            Então, convidamos para compor a mesa, logicamente, o primeiro signatário do requerimento da presente sessão, o Exmº Sr. Senador Paulo Paim. (Palmas.)

            Que os nossos aplausos se somem aos aplausos de todas as brasileiras e de todos os brasileiros pela grandeza que Paulo Paim representa.

            Convidamos o Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio, Sr. Levi Fernandes Pinto. (Palmas.)

            Convidamos o Presidente da União-Geral dos Trabalhadores - UGT, Sr. Ricardo Patah. (Palmas)

            Convidamos o Primeiro-Secretário da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio, Sr. José Augusto da Silva Filho. (Palmas)

            Convidamos o 1º Tesoureiro da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio, Sr. Valmir de Almeida Lima. (Palmas)

            Convidamos o Diretor de Assuntos Culturais e de Orientação Sindical, da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio, Sr. Guiomar Vidor. (Palmas)

            Convidamos a todos para, em pé, cantar o Hino Nacional Brasileiro.

(Execução do Hino Nacional Brasileiro)

 

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PSC - PI) - Parlamentares presentes, encantadoras senhoras, meus senhores, esta sessão solene em homenagem aos trabalhadores no comércio e nos serviços aproveita a faustosa oportunidade da realização em nossa Capital do III Congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços no Brasil.

            A Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio é uma entidade consolidada, com mais 60 anos de existência e que congrega 30 federações e 813 sindicatos filiados, representando cerca de 10 milhões de trabalhadores em todo o País. É, pois, uma força importante na sociedade organizada brasileira e, como tal, deve ser tratada, representante que é de parte significativa da força de trabalho neste País.

            Srªs e Srs., a atividade dos setores de comércio e de serviços é um termômetro sensível do nível de crescimento do Brasil e da elevação da renda da população em geral. Além disso, esses setores estão entre os maiores demandadores de mão de obra com larga diversidade de qualificações. É, pois, fácil perceber a importância estratégica desses segmentos na qualidade do desenvolvimento econômico e social da nossa Nação.

            A premente necessidade do Brasil em ampliar e reabastecer seu mercado interno de consumo e de poupança, fundamental para consolidar seu processo de desenvolvimento passa, sem dúvida alguma, pelo fortalecimento das atividades comerciais e de prestação de serviço.

            No comércio, circulam mercadorias que mobilizam a indústria; nos serviços, circulam tecnologia e mão de obra qualificada, que mobilizam o melhor de nossa inteligência. Quanto mais fortes se tornarem esses setores em nossa economia melhores indicadores de bem-estar socioeconômico nossa sociedade apresentará, refletindo de modo inequívoco a elevação do padrão de vida de toda a nossa gente.

            Esse é um objetivo que toda a sociedade deve perseguir e que o poder público deve estimular através de políticas públicas consistentes, continuadas e duradouras.

            A boa parceria entre os poderes da República, formuladores de políticas e o setor privado, realizador dos fatos econômicos se reflete no vigor inconteste com que cresce nossa atividade econômica, nosso mercado de consumo e nossa poupança interna.

            Assim, senhoras e senhores, o Senado Federal acolhe com indiscutível satisfação, os participantes do 3º Congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviço no Brasil, rendendo-lhe as homenagens pelo trabalho que desenvolve na construção de uma sociedade brasileira mais rica e socialmente justa.

            Na pessoa do Sr. Antonio Alves de Almeida, Presidente da CNTC, saúdo todos os trabalhadores dos setores de comércio e de serviços, desejando que de seu congresso saiam profícuas e inovadoras ideias para melhorar o País.

            Então eu quero dizer que nós estamos atentos, presidindo esta Mesa ou participando dela como Secretário, para lutarmos pelo PS nº 115, que o Paulo Paim... (Palmas.) Isso demonstra que muito nós ainda temos que fazer por essa pátria.

            E todos nós devemos pensar em consolidar a existência do comerciário, talvez a mais nobre e antiga profissão. (Palmas.)

            Digo isso com muita emoção. Meu pai teve comércio. Naquele tempo, minha mãe fazia a contabilidade. E eu vivi o amor que eles viviam e vi a luta, a honradez e o exemplo dos que trabalham no comércio.

            Eu trocava, Paim, o colo de minha mãe, disputava... Ela fazia a contabilidade. Era uma firma que simbolizava as milhares de famílias dignas que exercitam o comércio. Eu disputava o colo de minha mãe com um livrão antigo de contabilidade - naquele tempo, AV, entrada e saída -, e esse livro tomava o colo de minha mãe, que, com meu pai, tinha um estabelecimento comercial.

            Lembro-me da validade. Eles foram os primeiros a vender à prestação e tinham um lema. As casas, os imóveis de Moraes Souza, vendiam à vista e à prestação sem a menor complicação.

            Meu pai, tentando dar oportunidade, me levava. E eu vou ser franco: eu só ia em junho, porque ele também vendia fogos. Está ouvindo, Adelmir Santana? Em junho eu estava lá. Mas o apurado todinho... Era Santo Antônio, São João e São Pedro. Eram as melhores fogueiras do bairro. Eu tirava o apurado todinho. Mas o meu irmão seguiu a profissão, e, hoje, com muito orgulho, eu digo que ele é o Presidente da Federação das Indústrias do Piauí.

            E eu mandei aqui o eficiente secretário, porque, sem dúvida nenhuma, um dos maiores homens desta humanidade democrática foi Abraham Lincoln, no seu trabalho pela liberdade dos escravos, entendendo a democracia, que é o governo do povo, pelo povo e para o povo, exercitando quando ele ensinou caridade para todos, malícia para nenhum e firmeza no direito.

            Então, ele deixou um decálogo que tem muito a ver com essa capacidade de entendimento e de negociação entre patrões e empregados. Ele diz aqui:

1.Você não pode fortalecer o débil enfraquecendo o forte;

2.Você não pode criar prosperidade desalentando a iniciativa privada;

3.Você não pode ajudar os pequenos esmagando os grandes;

4.Você não pode ajudar o pobre destruindo o rico;

5.Você não pode elevar o salário pressionando quem paga o salário;

6.Você não pode resolver seus problemas enquanto gasta mais do que ganha;

7.Você não pode promover a fraternidade da humanidade admitindo e incitando o ódio de classes;

8.Você não pode garantir uma adequada segurança com dinheiro emprestado;” [Aqui bradei contra o empréstimo consignado. Não baseie sua prosperidade em dinheiro emprestado.]

9.Você não pode formar o caráter e o valor do homem lhe tirando sua independência e iniciativa;

10.Você não pode ajudar os homem permanentemente realizando por eles o que eles podem e devem fazer.

            Então, com essas palavras do estadista Abraham Lincoln, nós queremos que baixe o espírito dele aqui, e nós, que representamos o Senado da República, para sermos a união entre o patrão, o entendimento, o acordo entre estas Casas visando às riquezas do País. E quero dizer que entendemos, e entendemos muito bem. Montesquieu, que criou... Depois do lema “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, quando caíram o rei, o absolutismo, Montesquieu dividiu os Poderes. Mas eu acho que, naquele momento de ufanismo, chamou-se Poder Executivo - representado no nosso País pelo nosso Presidente Luiz Inácio -, Poder Judiciário e Poder Legislativo, que nós representamos neste instante. Eu acho que foi no ufanismo. Mas o próprio Montesquieu, depois de criar a tripartição do Poder, foi meditar e fez o livro L’Esprit des Lois (31 volumes) - O Espírito das Leis. E, nesse espírito, nós queremos superar o Montesquieu. Eu acho que poder é meio vaidoso; nós não somos poder, não; poder é Deus; poder é o povo de Deus; poder é o povo, que trabalha; é o povo, que paga imposto. (Palmas.)

            Nós somos, no meu entender - eu que represento, neste instante, o Poder Legislativo do País -, nós somos instrumento da democracia. Poder é Deus, é o povo de Deus, que trabalha e que paga a nós, vaidosos, que dizemos que somos poder. E entre esses, o meu entendimento diz que V. Sªs são o exemplo maior desse poder; é quem paga a conta do País. Graças à produção de vocês, que mantém a nós, vaidosos, que nos denominamos poderosos. Poder é o povo, que trabalha e paga a conta.

            Então, essas são as nossas palavras. Um abraço fraterno a todos.

            Neste instante, convido aquele que representa, pela sua história de grandeza de Brasil... Reconhecemos a grandeza histórica do nosso Presidente da República, a sua luta, o seu trabalho e tudo, mas são muitos luízes inácios; um deles eu convido hoje, o Senador da República Adelmir Santana. Nascido lá, lá, ninguém sabe; é uma disputa muito grande se ele é piauiense ou maranhense. Ele nasceu ali no meio do rio. O avô dele disse que ele era piauiense, e nós não aceitamos esse negócio de Nova Iorque, não. Para mim, ele nasceu em Uruçuí. E o Piauí tem no seu hino: “Piauí, terra querida/ Filha do sol do Equador/ Pertencem-te a nossa vida/ Nosso sonho, Nosso amor!/ (...)/ Na luta, teu filho é o primeiro que chega”.

            Nós, aí, demos o título para ele de Cidadão Municipal de Uruçuí e Cidadão Estadual de Teresina, pela Assembleia. Então, esse misto de homem que saiu lá do Piauí ou do Maranhão, que veio representar essa gente candanga, nordestina, todos os brasileiros que vieram construir Brasília. Hoje, ele é Senador da República pelo Distrito Federal. Representando Brasília e a grandeza de todo o Brasil! (Palmas.)

            E digo mais - permitam-me: olha, Brasília não pode decepcionar o Brasil. O Brasil quer vê-lo de volta.

            E agora, na tribuna, representando as forças que trabalham no nosso Brasil, Senador Adelmir Santana. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/05/2010 - Página 22880