Discurso durante a 91ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Congratulações ao Comercial, da cidade de Campo Maior, pela conquista do Campeonato Piauiense de Futebol. Relato da agenda de S.Exa. no último final de semana. Observações acerca de matéria veiculada na Globo News sobre o avanço do consumo do crack no Brasil.

Autor
Heráclito Fortes (DEM - Democratas/PI)
Nome completo: Heráclito de Sousa Fortes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ESPORTE. ATUAÇÃO PARLAMENTAR. DROGA.:
  • Congratulações ao Comercial, da cidade de Campo Maior, pela conquista do Campeonato Piauiense de Futebol. Relato da agenda de S.Exa. no último final de semana. Observações acerca de matéria veiculada na Globo News sobre o avanço do consumo do crack no Brasil.
Aparteantes
Paulo Paim.
Publicação
Publicação no DSF de 08/06/2010 - Página 26545
Assunto
Outros > ESPORTE. ATUAÇÃO PARLAMENTAR. DROGA.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, TIME, FUTEBOL, ESTADO DO PIAUI (PI), VITORIA, CAMPEONATO REGIONAL, CUMPRIMENTO, ATLETAS, DIRIGENTE, POPULAÇÃO, MUNICIPIO, OPORTUNIDADE, FESTA, SANTO PADROEIRO.
  • REGISTRO, VISITA, MUNICIPIO, REGENERAÇÃO (PI), ESTADO DO PIAUI (PI), ELOGIO, TECNOLOGIA, PROJETO, EMPRESA, AGROPECUARIA, COMENTARIO, DESCUMPRIMENTO, EX GOVERNADOR, PROMESSA, ELETRIFICAÇÃO RURAL, SOLICITAÇÃO, ORADOR, PROVIDENCIA, GOVERNADOR.
  • BALANÇO, VISITA, MUNICIPIO, PEDRO II (PI), PARNAIBA (PI), BATALHA (PI), BARRAS (PI), ENCONTRO, LIDERANÇA, POLITICO, EMPRESARIO, POPULAÇÃO.
  • COMENTARIO, MATERIA, TELEJORNAL, GRAVIDADE, CRESCIMENTO, CONSUMO, BRASIL, DROGA, SUPERIORIDADE, NOCIVIDADE, EXISTENCIA, USUARIO, COMUNIDADE INDIGENA, FALTA, FISCALIZAÇÃO, NECESSIDADE, AMPLIAÇÃO, REPRESSÃO, TRAFICO, ELOGIO, ATUAÇÃO, POLICIA, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), CONCLAMAÇÃO, MOBILIZAÇÃO, TOTAL, SOCIEDADE, CLASSE POLITICA, ISENÇÃO, CRITERIOS, POLITICA PARTIDARIA.
  • CRITICA, TENTATIVA, MANIPULAÇÃO, COMBATE, DROGA, CAMPANHA ELEITORAL.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. HERÁCLITO FORTES (DEM - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, já que o Senador Gim Argelo cantou as vitórias do esporte da sua terra, também tenho o direito de cantar a minha.

            Quero fazer o registro da final do campeonato piauiense de futebol, realizado ontem na cidade de Campo Maior, onde sagrou-se campeão estadual o time do Comercial daquela cidade.

            Senador Paulo Paim, acho fundamental a oportunidade de um time do interior de um Estado sair vitorioso de uma competição como essa, porque isso estimula a disputa. E o Comercial é um time tradicional, de quase cem anos de existência e que já merecia muito esse título; não só ele, mas a querida cidade de Campo Maior. Portanto, aproveito esta oportunidade para me congratular com os atletas, com os dirigentes, com o Prefeito João Félix, mas, de maneira muito especial, com a cidade de Campo Maior, por esse grande feito. Campo Maior, neste momento, comemora os festejos do nosso glorioso Santo Antônio, festejos que irão até o dia 13, com novenas todas as noites, Senador Paim. É uma festa tradicional naquela cidade.

            Quero registrar que, nesse fim de semana, eu estive no Município de Regeneração, assistindo ao chamado “dia de campo” na fazenda Chapada Grande, pertencente à Real - Regeneração Agropecuária Ltda. Fiquei encantado com o que vi: tecnologia de ponta sendo aplicada naquele projeto comandado pelo Eng. Tiago Junqueira, de São Paulo, que para lá se dirigiu há alguns anos e resolveu tocar à frente esse que era um projeto que, originalmente, tinha como base o plantio de caju e pertencia a um ex-Deputado, um político tradicional do Piauí, Clidenor de Freitas Santos, já falecido. Hoje, com o nome de fazenda Chapada Grande, ele é tocado pela Regeneração Agropecuária. Lá, tive a oportunidade de me encontrar com o prefeito, com lideranças políticas. Deixo este registro porque fico encantado quando vejo projetos daquela natureza.

            Aliás, Paim, lá fui recepcionado, peguei carona de carro com uma figura extraordinária, seu conterrâneo, que é conhecido por todos nós como Gaúcho, um técnico, um homem de campo. Tive oportunidade de subir com ele na colheitadeira e pude observar que ele ensinou o meu companheiro de luta democrática, Silvio Mendes, a manusear aquela colheitadeira para simbolizar o dia de campo.

            Eu quero agradecer a ele pela maneira como nos recebeu. O Gaúcho eu o conheci quando ele atuava em Bom Jesus, em outras propriedades lá no sul do Estado. É um gaúcho que o Piauí adotou e que está muito bem lá. Portanto quero dar um abraço em todos.

            Quero ainda fazer aqui um registro que lamento. O Governo do Estado prometeu eletrificação para aquela propriedade, para aquela área, uma distância de menos de dez quilômetros, e não se justifica que não tenha sido feita. O comentário geral era que o ex-Governador e candidato ao Senado não compareceu porque foi o autor da promessa e não a cumpriu. Eu quero fazer um apelo ao Governador Wilson Martins para que honre esse compromisso. Esse compromisso é fundamental para o Estado, é um respeito aos investidores de fora que se dirigem ao Piauí, acreditando nos piauienses. E não é um erro cometido por quem governou o Estado que vai fazer com que essa promessa não se cumpra. Faço aqui meu apelo.

            De lá, Senador Paim, fui a Pedro II, uma cidade muito agradável que fica na nossa serra, já no limite com o Ceará, e realiza todo ano um festival de inverno. E lá nós temos visitas de piauienses, de cearenses, de gente de toda a região, há shows, exposição de artesanatos, é uma festa fantástica. Tivemos este ano a Fernanda Takai, o Zeca Baleiro, a Maria Rita, e é muito agradável.

            Pedro II é uma cidade que tem uma característica. Possui na cidade de São Paulo cerca de 2.800 filhos da terra trabalhando na área de restaurantes e derivados. É uma coisa que eu registro com muito carinho porque esse pessoal, quando vamos a São Paulo, nos recebe de uma maneira muito especial. Senador Papaléo, veja a coincidência, tudo começou quando a primeira família foi para São Paulo e empregou-se na Churrascaria Rodeio, que é do pai desse rapaz que eu citei há pouco, o Tiago Junqueira, proprietário desse projeto fantástico lá de Regeneração. Pois bem, eles estão começando a se aposentar e alguns já começam a voltar para Pedro II. Dentro em breve, tenho certeza, Pedro II vai se transformar em um grande centro de culinária na região norte do Piauí, e para isso estou colocando uma emenda parlamentar para este ano para que se faça lá a escola de culinária, escola de gourmet de Pedro II, exatamente para aproveitar essa mão de obra natural que temos lá.

            Estou entrando em contato com o Prefeito, usando como ponte disso um grande amigo meu José Eduardo Pereira Filho, que foi inclusive meu Secretário quando eu fui Prefeito de Teresina.

            No dia seguinte eu fui à Parnaíba, participei de um encontro na maçonaria, na Loja Alarico Cunha, onde fizemos uma reunião muito proveitosa, muito positiva, acompanhado do ex-Prefeito de Teresina Silvio Mendes.

            À tarde participamos da posse do Deputado Estadual Tererê como presidente do Diretório Municipal do PSDB naquela cidade, e tivemos contato com várias lideranças, tendo dali nos deslocado para Piracuruca, onde fomos recebidos pelo Prefeito Raimunda e sua esposa Lívia. Participamos de um jantar em sua casa e depois de uma festa popular de grandes proporções, onde tivemos a oportunidade de manter contato político.

            De manhã cedinho - veja que a nossa vida lá é dura, Senador Paulo Paim - fomos para Batalha, às 8h, onde assistimos a uma missa celebrada pelo Padre Edmilson, um extraordinário tribuno sacro. Depois, tivemos uma reunião política na Câmara dos Vereadores, com a participação do Presidente da Câmara, do Vereador Augusto César e de lideranças políticas do Município.

            Nós nos deslocamos, por fim, para o Município de Barras, onde tivemos oportunidade de manter contatos políticos. Estivemos na propriedade secular do empresário Carvalho Neto e, depois, fomos a um churrasco na casa de um companheiro de velhas lutas e amigo que prezo muito, João Torres. Ali tivemos um encontro com a população de Barras, um encontro fantástico, em que revi vários amigos: o ex-Vereador Joaquim Macedo e lideranças novas.

            Enfim, estou prestando contas, um pouco, do que fizemos no último fim de semana, para que fique o registro. Fico muito satisfeito de ter tido a oportunidade de participar desses encontros.

            Senador Paulo Paim, quero finalizar tratando de um assunto. Eu não sei se V. Exª viu hoje na Globo News uma matéria que me preocupou muito. Era uma matéria sobre a grande preocupação que a população tem hoje com o avanço galopante do consumo do crack no Brasil.

            A matéria trazia, inclusive, esse avanço do uso da droga nas aldeias indígenas. Mostrava a dificuldade do controle, porque, se por um lado, existe a proteção de modo a que a polícia não possa entrar nas aldeias, existe também o descontrole com a falta de fiscalização.

            A matéria é muito preocupante! Eu queria chamar a atenção para o fato. Senador Papaléo, V. Exª como médico, não sei se viu a matéria, mas é realmente é preciso que nós, Senadores, Parlamentares, homens públicos, olhemos para essa questão com mais determinação. Temos de encontrar algum caminho para coibir o uso, porque o crack se banalizou. Quero louvar aqui a atuação da polícia de São Paulo, fazendo blitz nas rodovias, prendendo uma quantidade imensa de pessoas transportando drogas mais pesadas em veículos camuflados.

            Essa atitude tem de ser massificada. Não adianta ser uma atitude isolada, tem que ser uma discussão de governo. Não pode ser uma questão isolada do Estado ou do Município. Ela tem que ser, Senador Paim, uma luta na qual devem estar envolvidos o clero, a sociedade organizada, todos nós. Realmente é preocupante. Eu vejo o índice do consumo, em Teresina, principalmente do crack aumentando; e isso me deixa profundamente preocupado.

            Quando fui Prefeito em Teresina, nós tínhamos o problema da droga, mas chegava ao limite da cola de sapateiro. A maconha, muito menos; e drogas pesadas, quase nenhuma. A coisa alastrou-se de uma maneira que é preciso realmente um mutirão nacional envolvendo todos nesse combate.

            Concedo a V. Exª um aparte, com muito prazer.

            O Sr. Paulo Paim (Bloco/PT - RS) - Senador Heráclito Fortes, primeiramente, quero, mais uma vez, cumprimentar V. Exª quando fala do povo gaúcho. Eu lembro aqui um episódio. Quando estávamos para votar o empréstimo para o Rio Grande, V. Exª foi determinante, no sentido de ajudar a segurar a sessão até que conseguíssemos votar o projeto. Nesse momento, V. Exª vai à tribuna e faz uma homenagem, mais uma vez, aos gaúchos, na figura do Gaúcho que esteve com V. Exª nesse fim de semana. Eu dou um destaque a essa referência, porque eu tenho viajado um pouco pelo Brasil nesse debate da Previdência e vejo a gauchada do Centro de Tradição espalhada por todo o País, o que é muito positivo, muito bom. Eu fico feliz com a referência que V. Exª faz. E V. Exª termina falando da sua preocupação com o crack. Nós tivemos aqui, no Senado, duas audiências públicas. De fato, é assustador. É uma droga que mata, não tem limite, pega todos os setores da sociedade, está entrando na área rural muito forte também, conforme relata V. Exª, baseado nessa reportagem que viu. Trata-se de uma droga, em tese, comparando com as outras, de baixo preço - eu considero de alto preço, mas é considerada de baixo preço - e que agora entra nas aldeias indígenas. De fato, é preciso que se faça um mutirão nacional, uma ampla campanha, para combater essa droga que, como as outras, é uma droga assassina, que vai matando a nossa juventude, homens e mulheres, aos poucos. No Sul há uma campanha forte. Recentemente, nós trouxemos aqui, inclusive, representantes dessa campanha, para fazer um depoimento aqui no Congresso. Há uma Frente Parlamentar Câmara e Senado contra o crack. De fato, V. Exª tem razão. É assustador o quanto está avançando. Parabéns por trazer o tema à tribuna do Senado.

            O SR. HERÁCLITO FORTES (DEM - PI) - Eu agradeço a V. Exª e acho que esse tema tem que estar sempre em discussão e em debate aqui nesta Casa. A matéria de hoje é muito interessante, porque do debate participaram psicólogos, dois senhores de Fortaleza. Estou até mandando pedir o resgate da matéria, porque quero olhar com mais detalhe. Agora, nós não podemos fazer, Senador Papaléo, da questão do crack programa de campanha, não. Combate a crack não é privilégio de candidatura nenhuma, não. Eu quero deixar isso aqui bem claro, porque hoje, nessa reportagem, o único ponto falho foi um cidadão que tem militância partidária - que eu respeito - e que em determinado momento disse: “Graças ao Governo Lula, nós tomamos alguma providência”. Ninguém está tomando providência nenhuma, Senador Paulo Paim. Isso é balela! Em uma matéria séria, de repente, aparece esse cidadão que até se mostrou, a princípio, uma pessoa preparada. Agora, não pode usar uma situação como essa para proselitismo eleitoral, porque isso é tripudiar em cima da sociedade brasileira.

            Fazer do combate ao crack programa de campanha, programa de governo, é um crime que está se cometendo contra a sociedade. Principalmente, quem teve a oportunidade durante sete anos de trabalhar nesse setor, tomar providências nesse setor, e não fez. Eu digo isso porque, se o meu candidato a Presidente da República estivesse usando esse tipo de campanha de maneira demagógica e inconseqüente, eu estaria condenando. Isso não é brincadeira, isso é uma coisa séria. Essa é uma coisa, Senador Paim, que tem que envolver todos nós. Isso nasce da educação dentro de casa - até essa repressão que precisa ser feita.

            O Governo de São Paulo e eu acho que também o Governo do Paraná - dois Governos - tomaram uma providência conjunta de fiscalização nas estradas. Se nós não produzirmos, por exemplo, droga como cocaína, temos as fronteiras, Senador Paim, que fazem com que essas drogas cheguem com quase nenhum controle. É preciso que haja mais seriedade nisso. Eu defendo, inclusive, o envolvimento das Forças Armadas nesse combate. Há indícios, que precisam ser comprovados, mas, pelo menos, existem indícios de que as Farc estão entrando no Brasil, Senador Papaléo, inclusive participando de alguns movimentos no campo, mas sempre trazendo, dentro desse contexto, o tráfico de drogas. Não sei se verdade ou não. Mas nós temos que tomar providências com relação a isso.

            Ontem, o Fantástico mostrou aquele traficante morto na Colômbia e o seu patrimônio, uma propriedade dele que hoje serve para visitação na Colômbia, uma propriedade que foi transformada numa réplica do Jurassic Park. São coisas dessa natureza que mostram que nós precisamos ter consciência de que é preciso combater. Mas combater com firmeza, combater com mão de ferro. Não é plano de governo, não é projeto de governo. É dever, é obrigação de qualquer governo, seja ele quem for.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/06/2010 - Página 26545