Discurso durante a 91ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Registro da reabertura do Palácio Olímpio Campos, que, após processo de restauração, foi transformado em museu.

Autor
Antonio Carlos Valadares (PSB - Partido Socialista Brasileiro/SE)
Nome completo: Antonio Carlos Valadares
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ESTADO DE SERGIPE (SE), GOVERNO ESTADUAL.:
  • Registro da reabertura do Palácio Olímpio Campos, que, após processo de restauração, foi transformado em museu.
Publicação
Publicação no DSF de 10/06/2010 - Página 27969
Assunto
Outros > ESTADO DE SERGIPE (SE), GOVERNO ESTADUAL.
Indexação
  • ELOGIO, INICIATIVA, GOVERNADOR, ESTADO DE SERGIPE (SE), REABERTURA, PALACIO, CAPITAL DE ESTADO, POSTERIORIDADE, RESTAURAÇÃO, IMPORTANCIA, SIMBOLO, HISTORIA, NATUREZA POLITICA, NATUREZA CULTURAL, PROJETO ARQUITETONICO.
  • COMENTARIO, PRONUNCIAMENTO, ORADOR, SOLENIDADE, REABERTURA, PALACIO, HOMENAGEM, GOVERNADOR, EX GOVERNADOR, ESTADO DE SERGIPE (SE), EMPENHO, MANUTENÇÃO, ETICA, MORAL, POLITICA, EFICACIA, EXECUÇÃO, PROGRAMA DE GOVERNO, INCENTIVO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL.

                          SENADO FEDERAL SF -

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DISCURSO PROFERIDO PELO SR. SENADOR ANTONIO CARLOS VALADARES NA SESSÃO DO DIA 07 DE JUNHO DE 2010, QUE, RETIRADO PARA REVISÃO PELO ORADOR, ORA SE PUBLICA.

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            O SR. ANTONIO CARLOS VALADARES (PSDB - AL. Pronuncia o seguinte discurso. Com revisão do orador.)- Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores Senadores, no dia 21 de maio do corrente ano, o Governador Marcelo Déda, do Estado de Sergipe, reabriu as portas do Palácio Olímpio Campos, depois de uma ampla e profunda restauração feita naquela Casa, conduzida pelo Governo do Estado, mas sob a coordenação do Secretário Oliveira Júnior.

            Uma obra magistral, Sr. Presidente, tanto que o Governador reservou uma parte desse palácio para atender autoridades, a realização de solenidades e eventos importantes, e uma outra parte para instalar o museu que congrega a história e a passagem dos mais diversos governadores que transitaram por aquela casa.

            O Palácio Olímpio Campos, Sr. Presidente, foi projetado pelo engenheiro Francisco Pereira da Silva e edificado entre 1859 e 1863. Inaugurado em 1863, durante o mandato do Presidente de Sergipe, Dr. Joaquim de Mendonça, só passou a ter esse nome a partir de 12 de julho de 1954, através da Lei nº 575, no Governo de Arnaldo Garcez, em homenagem ao jornalista, professor e sacerdote Monsenhor Olympio de Souza Campos. Foi tombado como patrimônio histórico estadual através do Decreto nº 6.818, de 28 de janeiro de 1985.

            Numa brilhante iniciativa do Governo do Estado de Sergipe, do Governo Marcelo Déda, o Palácio Olímpio Campos, inaugurado em 1863, um dos maiores símbolos da história política, cultural e arquitetônica de Sergipe foi totalmente recuperado e reaberto ao público.

            Como eu disse, na noite memorável do dia 21 de maio, ali estavam presentes não só o Governador do Estado, o Governador Marcelo Déda, símbolo da mudança da política estadual, mas assim também os ex-Governadores: Paulo Barreto de Menezes, Arnaldo Rollemberg Garcez, Albano Franco, Seixas Dória e eu próprio. Estávamos lá representando uma plêiade de homens públicos que fizeram a história de Sergipe e daquele Palácio - inclusive eu fui o último Governador a residir naquela casa, que é um monumento arquitetônico de Sergipe.

            Falei em nome dos Governadores de Sergipe, falei em nome dos presentes e daqueles que, por motivos de saúde ou por não estarem mais vivos, lá não estavam. Prestei a minha homenagem ao Governador pela execução daquela obra magnífica, portentosa, que traduz o cuidado, o carinho com que o Governo de Sergipe vê nossa a história, o passado grandioso do Estado de Sergipe.

            E ali rememorei figuras que pontificaram, que exaltaram o passado de Sergipe com a execução de planos de governo sempre voltados para o desenvolvimento de Sergipe, com a estrita observância dos valores éticos e morais que sempre predominaram na política daquele Estado.

            Também estava presente o ex-Governador João Alves Filho.

            Enalteci, e não poderia deixar de fazê-lo, a figura admirável da política sergipana e brasileira, o ex-governador Seixas Dória, que ocupou aquele palácio, mas que foi obrigado, por força das baionetas, a abandoná-lo e ser deportado para o ex-território de Fernando de Noronha, ao lado do ex-Governador, outra figura histórica, Miguel Arraes de Alencar, do Estado de Pernambuco.

            Seixas Dória, ainda vivo, representa a memória de um período conturbado da vida pública nacional. Ele próprio testemunhou a injustiça, a perseguição do regime discricionário e totalitário contra a sua pessoa naquele livro que figura entre as obras mais destacadas da literatura sergipana, Eu, Réu Sem Crime, onde ele prova a sua honestidade, a sua coerência, o valor que a sua luta representou em defesa da exploração do nosso petróleo, da criação da Petrobrás, como Deputado nacionalista, no exercício mais lídimo da representação sergipana e brasileira.

            Sr. Presidente, a obra inaugurada pelo Governador Marcelo Deda compreendeu reforma física, recuperação dos elementos artísticos, restauração e aquisição de móveis e lustres, reparo e instalação de luminotécnica das fachadas, climatização, descupinização, instalação de câmeras de segurança, rede wi-fi e terminais computadorizados, aquisição de equipamentos e obras de arte para o Palácio e adequação de acessibilidade ao imóvel.

            Essa obra, Sr. Presidente, não tem apenas valor histórico e artístico; é também instrumento de turismo, de atração de turistas do próprio Estado de Sergipe, de fora do Estado e de além-fronteiras, até do exterior, para visitação. Lá, certamente, esses turistas irão exaltar o primor, o carinho com que o Governo do Estado imprimiu, na execução dessa obra, seu espírito de visão. 

            O processo de restauração respeitou o projeto arquitetônico original, criando novos ambientes no paço e salas temáticas, como o Espaço Província, a Galeria dos Governantes Republicanos, o Espaço Olímpio Campos e a Sala Cidade de Aracaju, que guarda registros da evolução urbanística da capital, a exemplo da maquete da cidade de Aracaju dos anos 40, elaborada pela arquiteta Ana Libório e doada pela Prefeitura Municipal de Aracaju.

            À frente do minucioso trabalho de restauração dos aspectos originais do Palácio Olímpio Campos esteve a Secretaria de Estado da Casa Civil, coordenado pelo Secretário José de Oliveira Júnior, a quem o Governador Marcelo Deda deu a grande incumbência de recuperar o importante monumento, sendo a mais expressiva restauração que o Palácio Olímpio Campos conhece desde a sua inauguração, em 1863.

            O Palácio Olímpio Campos, Sr. Presidente, foi transformado em palácio-museu através da Lei nº 6.874, de 11 de janeiro de 2010, assinada pelo Governador Marcelo Deda. A transformação em palácio-museu oportunizou a todos a acessibilidade ao acervo cultural ali existente.

            Além do vasto número de obras dispostas nas salas temáticas e salões do Palácio, que abrigam telas como Miséria e Caridade, de Horário Hora, artista plástico natural de Laranjeiras e radicado em Paris, e Violinos, de Jordão de Oliveira, dois grandes painéis retratando a economia sergipana em meados do século passado, também de autoria de Jordão de Oliveira, ilustram o Hall de Entrada do Palácio.

            Uma galeria de arte também foi instalada no Palácio. O Palácio Olímpio Campos é dotado da Biblioteca Vice-Governador Manuel Cabral Machado, um dos grandes políticos do nosso Estado, que, inclusive, quando fui Governador, eu nomeei Procurador-Geral do Estado, cargo que ele exerceu com muito brilhantismo e competência. Os herdeiros do Vice-Governador Manuel Cabral Machado fizeram a doação do acervo do Vice-Governador.

            A Biblioteca disponibiliza aos visitantes um catálogo seletivo eletrônico com uma seleção do conteúdo do acervo que outrora pertenceu ao Vice-Governador. A Biblioteca abriga ainda os volumes que compõem o acervo original do Governo do Estado.

            Recursos audiovisuais também estão à disposição dos visitantes do Palácio Olímpio Campos. Na Sala de Espera, o visitante tem acesso a programas de rádio dos anos 70, como o Informativo Cinzano, que imortalizou o radialista Silva Lima.

            As salas do Palácio também oferece um grande número de registros fotográficos históricos.

            A restauração do Palácio Olímpio Campos é o marco mais relevante de um conjunto de intervenções localizadas na área das praças Fausto Cardoso e Almirante Barroso.

            A praça Fausto Cardoso, Sr. Presidente, que tem origem no nome do grande tribuno e Deputado Federal Fausto Cardoso, que morreu ali naquele Palácio em defesa de uma causa, da causa da liberdade, da democracia, pela qual ele tanto lutou, é, Sr. Presidente, também agora restaurada na administração do Prefeito Edvaldo Nogueira, um dos cartões de visita para aqueles que querem conhecer e admirar as belezas da minha querida Aracaju.

            Na restauração a que estou me referindo, o Governo do Estado investiu o montante aproximado de R$5,7 milhões, demonstrando o seu compromisso com a preservação do patrimônio histórico de Sergipe.

            Sr. Presidente, antes de encerrar, eu gostaria de fazer três homenagens que eu não tive a oportunidade de fazer no discurso que proferi, de improviso, na praça Fausto Cardoso, em nome dos ex-Governadores. 

            Quero lembrar um ex-Governador que ainda está vivo e que, por motivo de saúde, não pôde comparecer àquela solenidade. O ex-Governador Lourival Batista, um dos políticos proeminentes do nosso Estado, realizou uma obra que, seguramente, é modelo, é padrão entre todos aqueles que desejam realizar uma administração voltada para o trabalho, para a honestidade, para a ética e para a decência. Lourival Batista exerceu mandato de Senador pelo Estado de Sergipe por várias legislaturas e aqui deixou uma marca segura do que os Senadores de Sergipe podem fazer pelo seu Estado.

            Também não posso deixar de lembrar a figura daquele grande engenheiro, grande líder de Sergipe, da União Democrática Nacional, Leandro Maciel, que exerceu um papel decisivo nas mudanças da política do Estado.

            Governou o Estado com liderança e amor a Sergipe, mostrando que o exercício da liderança passa, acima de tudo, pelo exercício do comando e do respeito. Leandro Maciel, portanto, merece as homenagens deste Senador, que o visitou tantas vezes aqui quando ele exercia o mandato de Senador da República também pelo Estado de Sergipe.

            Eu não poderia, finalmente, Sr. Presidente, deixar também de fazer homenagem a outro governador que passou pelo Olímpio Campos e que simbolizou a simplicidade, a humildade e o espírito conciliador: Luiz Garcia, oriundo de uma família de ex-governadores - José Garcia, do Estado de Goiás, e Gilton Garcia, do Estado do Amapá. São três ex-governadores de uma mesma família, prova evidente da capacidade e do preparo intelectual e político dessa família Garcia, que é honra e glória do Estado de Sergipe.

            Portanto, Sr. Presidente, são estas as homenagens - em primeiro lugar, ao Governador Marcelo Déda, e a seu Vice-Governador, Belivaldo Chagas, que tiveram a sensibilidade de entender que aquele Palácio Olímpio Campos, retrato vivo da história do nosso Estado, não poderia ficar abandonado, ser jogado a segundo plano e não ser restaurado completamente para ser reentregue à sociedade sergipana. Precisavam os Srs. Senadores ver a alegria do povo do nosso Estado, do povo de Aracaju, do povo do interior e além-fronteiras, visitando nos domingos as dependências daquele Palácio Olímpio Campos. Com que orgulho e alegria nossos conterrâneos fazem isso todos os fins de semana!

            Também merecida foi a homenagem que fiz aos ex-governadores que tanto fizeram para ilustrar a história do nosso Estado e deixar o exemplo edificante do seu trabalho.

            Agradeço a V. Exª, Sr. Presidente.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/06/2010 - Página 27969