Discurso durante a 96ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração pelo crescimento da procura por cursos profissionalizantes no Brasil.

Autor
Gerson Camata (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/ES)
Nome completo: Gerson Camata
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ENSINO PROFISSIONALIZANTE.:
  • Comemoração pelo crescimento da procura por cursos profissionalizantes no Brasil.
Publicação
Publicação no DSF de 11/06/2010 - Página 28697
Assunto
Outros > ENSINO PROFISSIONALIZANTE.
Indexação
  • COMEMORAÇÃO, AUMENTO, DEMANDA, ENSINO PROFISSIONALIZANTE, CRESCIMENTO, NUMERO, MATRICULA, CONTRIBUIÇÃO, INICIATIVA, ORADOR, ANTERIORIDADE, PROPOSIÇÃO, LEGISLAÇÃO, CRIAÇÃO, DIA NACIONAL, TECNICO, INCENTIVO, EXPANSÃO, SETOR, IMPORTANCIA, EDUCAÇÃO TECNICA, REDUÇÃO, DESEMPREGO, MELHORIA, SITUAÇÃO SOCIAL, JUVENTUDE, ESPECIFICAÇÃO, EXPERIENCIA, PRESIDENTE DA REPUBLICA.
  • ELOGIO, QUALIDADE, ENSINO PROFISSIONALIZANTE, EFEITO, FACILITAÇÃO, OBTENÇÃO, EMPREGO, ATENDIMENTO, CRESCIMENTO, DEMANDA, MERCADO DE TRABALHO.
  • PREVISÃO, AUMENTO, INVESTIMENTO PUBLICO, MINISTERIO DA EDUCAÇÃO (MEC), ENSINO PROFISSIONALIZANTE, ESPECIFICAÇÃO, CONSTRUÇÃO, INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIENCIA E TECNOLOGIA, ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES).

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. GERSON CAMATA (PMDB - ES. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, poucas notícias representaram para mim uma recompensa tão gratificante quanto a de que a procura por cursos profissionalizantes no Brasil cresceu 86 por cento em menos de 10 anos, e que chegaremos a este ano com mais de 1 milhão de estudantes nas redes federal, estaduais, municipais e particular.

            O Congresso Nacional realizou no ano passado uma sessão solene para assinalar a passagem do centenário da instituição do ensino técnico no Brasil, e também com o propósito de homenagear os nossos técnicos. Em seguidos pronunciamentos nesta tribuna, ressaltei a importância da expansão do ensino técnico no País. Apresentei o Projeto de Lei do Senado 44/08, estabelecendo 2009 como o Ano da Educação Profissional e Tecnológica, e 23 de setembro como o Dia Nacional dos Profissionais de Nível Técnico.

            O projeto, destinado a gerar estímulos que atraiam investimentos para expansão desse modelo de graduação profissional, foi sancionado pelo vice-presidente da República, José Alencar, transformado na lei 11.940, de 2009.

            Portanto, é com satisfação que hoje posso constatar os resultados da política de incentivos aos investimentos em colégios técnicos. O censo escolar do Inep, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, aponta a existência de mais de 861 mil estudantes matriculados em cursos de educação profissional em 2009. Só na área federal, as matrículas tiveram um crescimento de 53 por cento em relação a 2001, atingindo 86 mil e 600 estudantes. A expansão foi ainda maior nos cursos mantidos pelos Estados, com 69 por cento, traduzidos em 271 mil e 100 inscrições.

            Até que enfim percebemos que, para combater o desemprego entre os jovens, a solução é ampliar o ensino profissionalizante. Trata-se de um problema grave, que atinge praticamente 5 milhões de brasileiros com idades entre 16 e 29 anos. Eles constituem 60 por cento do total de desempregados no País, segundo o Ipea, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.

            A formação numa escola técnica é praticamente uma garantia de emprego, como comprova uma pesquisa realizada com quase 3 mil recém-formados em institutos federais de educação, ciência e tecnologia. Nada menos que 72 por cento dos entrevistados tinham conseguido colocação em alguma empresa.

            Por que o mercado aposta nesses profissionais? Os motivos são óbvios. Em primeiro lugar, é reconhecida a qualidade de ensino das unidades de educação profissional. Jovens criativos, com capacitação técnica, dotados da formação polivalente que adquirem nessas escolas, capazes de exercer múltiplas tarefas e de trabalhar em equipe, constituem a mão-de-obra adequada à nova realidade do setor empresarial.

            Até os especialistas do MEC não escondem sua surpresa com a demanda crescente do mercado de trabalho pelos técnicos formados em algum dos 185 cursos existentes. Como diz o secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, Eliezer Pacheco, o ensino profissional despertou definitivamente o interesse das comunidades, porque provou ser capaz de resolver a questão do desemprego.

            E o próprio presidente Lula chegou a brincar, durante o recente Fórum Social Mundial, realizado em Porto Alegre, dizendo que antes costumava ver faixas contra o FMI, e agora vê prefeitos e movimentos sociais pedindo a criação de mais escolas técnicas.

            Em outro pronunciamento, o presidente qualificou-se como “um exemplo vivo da importância do ensino técnico”, lembrando que, graças ao curso que fez no Senai, foi o primeiro de 8 irmãos a ter um emprego com carteira assinada, e o primeiro a poder comprar bens como carro e televisão. “Por experiência própria”, afirmou, “conheço o inestimável valor do ensino técnico”. No seu gabinete, o presidente tem um mapa do Brasil, indicando a localização das novas unidades de escolas técnicas.

            Trata-se realmente de um valor inestimável. Vinculados estreitamente à cultura do trabalho, os cursos profissionalizantes capacitam os alunos para o uso das tecnologias atuais e também proporcionam a base de conhecimentos que os tornará aptos para assimilar a rápida evolução dos processos produtivos. Em resumo, eles ganham a indispensável autonomia intelectual que os torna competitivos, dotados de motivação para a atualização permanente, hoje requisito indispensável para exercer qualquer ofício.

            O mapa que o presidente mantém em seu gabinete dá uma idéia da importância que ele atribui à expansão da rede técnica. Este ano, o MEC empregará 4 bilhões e 600 milhões de reais no ensino profissionalizante, mais de 3 vezes o que foi gasto 7 anos atrás, em 2003. Só em construção e equipamentos, serão investidos 1 bilhão e 100 milhões de reais.

            No Espírito Santo, os números são alentadores. Triplicou, entre 2004 e 2009, o número de alunos matriculados em cursos técnicos, de 9 mil e 200 para 27 mil e 300. No ano retrasado, chegou a 18 mil e 300, o maior número em 20 anos, o total de concorrentes às vagas no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado. Novos Centros Federais de Educação Tecnológica, os Cefets, estão sendo criados em território capixaba.

            Um dos aspectos mais significativos da instituição de novos cursos profissionalizantes é a sintonia com as comunidades locais. Os cursos são definidos depois de um levantamento das necessidades da região, das indústrias instaladas e da identificação dos perfis profissionais que elas procuram. Além disso, em muitos casos as próprias empresas encarregam-se de complementar a formação, designando funcionários para dar aulas e palestras.

            Em 2009, no dia 23 de setembro, comemoramos o centenário do ensino técnico no Brasil. Naquele dia, em 1909, o então presidente Nilo Peçanha criou 19 escolas de aprendizes artífices em capitais de vários Estados, com o objetivo de ensinar ofícios a menores carentes.

            Um século depois, o País e o mundo mudaram muito, e o ensino profissionalizante não guarda semelhanças com aquele início modesto. Nos dias de hoje, nunca é demasiado o investimento em educação voltada para o mercado de trabalho, pois só ela é capaz de salvar a juventude das ocupações de baixa remuneração, do desemprego e da marginalidade e, ao mesmo tempo, assegurar que o País disponha de mão-de-obra de qualidade equiparável à dos países desenvolvidos.

            Era o que tinha a dizer.

            Muito obrigado.


Modelo1 4/29/244:22



Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/06/2010 - Página 28697