Discurso durante a 96ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Louvor ao trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC).

Autor
Papaléo Paes (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AP)
Nome completo: João Bosco Papaléo Paes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ENSINO PROFISSIONALIZANTE.:
  • Louvor ao trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC).
Publicação
Publicação no DSF de 11/06/2010 - Página 28698
Assunto
Outros > ENSINO PROFISSIONALIZANTE.
Indexação
  • REGISTRO, TRABALHO, AUDIENCIA PUBLICA, COMISSÃO DE SERVIÇOS DE INFRAESTRUTURA, DEBATE, CARENCIA, MÃO DE OBRA ESPECIALIZADA, TECNICO, CONTRIBUIÇÃO, DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL.
  • ELOGIO, INICIATIVA, SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL (SENAC), PROGRAMA NACIONAL, ENSINO PROFISSIONALIZANTE, PREPARAÇÃO, CAMPEONATO MUNDIAL, FUTEBOL, OLIMPIADAS, BRASIL, AMBITO, COMERCIO, SERVIÇO, TURISMO.
  • IMPORTANCIA, ENSINO PROFISSIONALIZANTE, ESPECIFICAÇÃO, DADOS, ATUAÇÃO, SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL (SENAC), MUNICIPIO, MACAPA (AP), SANTANA (AP), ESTADO DO AMAPA (AP), OFERTA, OPORTUNIDADE, JUVENTUDE, REGISTRO, CRIAÇÃO, CURSO TECNICO, ATENDIMENTO, ENSINO ESPECIAL, NECESSIDADE, VALORIZAÇÃO, SETOR, COMPARAÇÃO, INVESTIMENTO, ENSINO SUPERIOR.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, tem sido uma preocupação dos Membros desta Casa discutir a falta de mão-de-obra qualificada que afeta vários setores de nossa economia.

            Os participantes do ciclo de audiências públicas denominado “Recursos Humanos para Inovação e Competitividade”, promovido pela Comissão de Infraestrutura, tem alertado para a carência de quadros técnicos, que pode inviabilizar o desenvolvimento pleno do nosso setor industrial, em especial em setores novos como a exploração do petróleo do pré-sal.

            O que me traz hoje a esta tribuna é a necessidade de também colocar em foco, com igual intensidade, os setores do comércio de bens, serviços e turismo, grandes geradores de emprego e renda em nosso País.

            Se o ensino técnico ainda tem como referência obrigatória as instituições federais de educação tecnológica, nada se compara, nesses setores que citei, ao trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC).

            A chave da atuação para qualquer entidade ligada à educação profissional não está apenas no atendimento às demandas já existentes no mercado de trabalho. Ainda mais importante é conseguir enxergar as oportunidades que se avizinham e antecipar uma linha de atuação que permita ao sistema educacional estar preparado quando aquela oportunidade se materializar.

            Pois bem: todos comemoramos as decisões da Federação Internacional de Futebol Associado (FIFA) e do Comitê Olímpico Internacional (COI) de escolher o Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016, esta última no Rio de Janeiro.

            Mas em que estágio estão os preparativos para que tenhamos, nessas ocasiões, profissionais qualificados para fazer frente ao crescimento do comércio e dos serviços, especialmente aqueles voltados ao turismo, alimentação e hospitalidade?

            A construção, reforma, ampliação e modernização das instalações esportivas já demandam quantidades consideráveis de técnicos em construção civil, eletricidade e telecomunicações, entre outros. A mesma atenção deve ser dada para dar suporte aos milhares de turistas que esperamos atrair com a Copa e a Olimpíada, pois o visitante tratado de maneira adequada certamente voltará em várias outras oportunidades.

            Dá-nos grande satisfação ter conhecimento de que o SENAC já pôs em curso sua estratégia para as demandas que serão geradas pela Copa de 2014. A partir de iniciativa piloto do SENAC-MG, que lançou, no ano passado, o programa “SENAC na Copa, Minas no Mundo”, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) anunciou a extensão desse programa, agora denominado “Programa Nacional de Educação Profissional: SENAC na Copa 2014”.

            Antes de mais nada, a preparação para a Copa do Mundo e para as Olimpíadas são grandes desafios de gestão. Do ponto de vista de uma instituição como o SENAC, trata-se não apenas de identificação de demandas de mercado, mas da busca de parcerias estratégicas, otimização de recursos, alinhamento de ações, chegando mesmo à questão da requalificação profissional dos docentes e gestores dos programas de educação presencial e a distância que serão criados para os eventos.

            As doze cidades escolhidas para sediar os jogos serão diretamente beneficiadas. Não duvido, entretanto, que o programa impactará as ações do SENAC em todo o País, aumentando o seu papel de peça chave na formação de quadros especializados para o comércio, os serviços e o turismo.

            No meu querido Estado do Amapá, o SENAC faz-se presente nas duas principais cidades, Macapá e Santana, mantendo, no momento, vinte turmas simultâneas, com um total de 722 alunos aprendizes. Sem dúvida nenhuma, isso contribui muito para gerar oportunidades de trabalho para a juventude amapaense.

            Gostaria de destacar que o Departamento Regional do Amapá iniciou, agora em 2010, turma para portadores de necessidades educativas especiais, provando que é possível a colocação desses brasileiros de forma produtiva no mercado de trabalho, mesmo em estados menores como o meu. Confirma-se, assim, uma das grandes diretrizes do próprio SENAC, que é o de propiciar educação inclusiva.

            Somam-se a tudo isso as oportunidades de qualificação geradas pela existência dos programas de educação a distância do Senac, com enorme potencial de crescimento, acompanhando o avanço da tecnologia e dos meios de comunicação em nosso País. Se o Governo Federal cumprir sua promessa de universalização da internet de banda larga, multiplicará muito a capacidade de atendimento do sistema de educação profissional liderado pelo SENAC.

            Senhor Presidente, Senhoras Senadoras e Senhores Senadores,

            Devemos aproveitar essa oportunidade não apenas para registrar o papel que o SENAC tem na educação profissional do brasileiro, mas também para refletirmos sobre essa modalidade de educação em si mesma.

            A educação profissional tem um longo histórico de ser o filhote enjeitado, o primo pobre do sistema educacional brasileiro. É tratada quase que como um paliativo para a ausência de educação formal, para a qual se canaliza a quase totalidade dos recursos da União, dos Estados e dos Municípios.

            Já passou da hora de abandonarmos essa posição preconceituosa contra a educação profissional. Dentro do espaço das relações de trabalho existe lugar para profissionais de todos os níveis, igualmente importantes dentro da economia.

            É necessário que pensemos na readequação dos recursos da educação, para que não se esgote todo o esforço pensando apenas no nível superior como único lócus profissional digno.

            O profissional médico não atua sem o apoio dos técnicos em enfermagem, em radiologia, o pessoal de laboratório, atendentes e todos os demais componentes do setor de saúde. O engenheiro não atua sem os técnicos de eletricidade, de telecomunicações, de construção civil, de estradas, entre outras enormes carências de profissionais que temos no Brasil.

            E nos setores em constante expansão do comércio, dos serviços, do turismo, chegando às áreas meio da administração pública ou privada, identificaremos uma imensa gama de funções necessárias e profissionalmente dignas. Devemos propiciar ao brasileiro mais essa oportunidade de emprego. Esses setores, como quase todos os outros da moderna economia, também exigem profissionais preparados. E é desse celeiro que brotam, ademais, o maior parte das pequenas empresas, maiores geradoras de emprego e renda em nosso País.

            Luto por mais verbas para a educação profissional em todos os níveis, maior valorização do profissional não universitário e mais planejamento de médio e longo prazo nas ações educacionais em nosso País.

            E, constatando que o setor público ainda não consegue dar a necessária atenção e agilidade às ações voltadas à formação de mais técnicos para o País, louvemos o SENAC por sua marcante atuação.

            Muito obrigado!


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/06/2010 - Página 28698