Discurso durante a 97ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Destaque para a necessidade das entidades governamentais e da iniciativa privada persistirem no estímulo ao setor de investimentos em pesquisa e desenvolvimento, a fim de assegurar a competitividade da economia do País.

Autor
Gerson Camata (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/ES)
Nome completo: Gerson Camata
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA CIENTIFICA E TECNOLOGICA.:
  • Destaque para a necessidade das entidades governamentais e da iniciativa privada persistirem no estímulo ao setor de investimentos em pesquisa e desenvolvimento, a fim de assegurar a competitividade da economia do País.
Publicação
Publicação no DSF de 12/06/2010 - Página 28894
Assunto
Outros > POLITICA CIENTIFICA E TECNOLOGICA.
Indexação
  • DEFESA, NECESSIDADE, SETOR PUBLICO, SETOR PRIVADO, AMPLIAÇÃO, INVESTIMENTO, DESENVOLVIMENTO TECNOLOGICO, OBJETIVO, AUMENTO, PARTICIPAÇÃO, BRASIL, MERCADO INTERNACIONAL, COMENTARIO, CRESCIMENTO, DEMANDA, FINANCIADORA DE ESTUDOS E PROJETOS (FINEP), BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO ECONOMICO E SOCIAL (BNDES), FINANCIAMENTO, PROJETO, PESQUISA, SUPERIORIDADE, RECURSOS, MINISTERIO DA CIENCIA E TECNOLOGIA (MCT), LIBERAÇÃO, SETOR.
  • RELEVANCIA, LEGISLAÇÃO, INOVAÇÃO, CONCESSÃO, INCENTIVO FISCAL, EMPRESA, SETOR PRIVADO, FOMENTO, PESQUISA CIENTIFICA, REGISTRO, PARCERIA, FUNDAÇÃO, PESQUISA, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), COMPANHIA VALE DO RIO DOCE (CVRD), DESENVOLVIMENTO, TECNOLOGIA, MELHORIA, PROSPECÇÃO MINERAL, ACELERAÇÃO, RECUPERAÇÃO, FLORESTA, REDUÇÃO, IMPACTO AMBIENTAL, IMPORTANCIA, INICIATIVA, EMPRESA DE MINERAÇÃO, INVESTIMENTO, UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP), UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG), UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO (UFOP), REALIZAÇÃO, PESQUISA CIENTIFICA E TECNOLOGICA.
  • COMENTARIO, ESTUDO, CONSELHO, CIENCIAS, ENGENHARIA, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), CRESCIMENTO, PERCENTAGEM, BRASIL, INVESTIMENTO, PESQUISA CIENTIFICA E TECNOLOGICA, PUBLICAÇÃO, AMBITO INTERNACIONAL, ARTIGO DE IMPRENSA, OBRA CIENTIFICA, COMPARAÇÃO, AMERICA LATINA.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


           O SR. GERSON CAMATA (PMDB - ES. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é indiscutível a importância dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento para assegurar a competitividade da economia de qualquer país. Sem inovação tecnológica, sem uma cultura que estimule as empresas a dedicar uma parcela de seus recursos à atualização, aperfeiçoamento e à descoberta de novos produtos e processos, não há como inserir-se no mercado global, nos dias de hoje.

           Até algum tempo atrás, a situação brasileira não era muito alentadora. Atualmente, entretanto, o panorama mudou radicalmente. Iniciativas governamentais e privadas fizeram avançar a pesquisa e desenvolvimento no País, com índices impressionantes.

           Lançada em 2006 pela Finep, Financiadora de Estudos e Projetos, do Ministério da Ciência e Tecnologia, a concessão de recursos a fundo perdido, para empresas que desejam investir em inovação, encontrou uma demanda inesperada, e que não pára de crescer. Dos quase 9 mil projetos apresentados, 791 foram aprovados, recebendo 1 bilhão e 500 milhões de reais. Em 2010, serão liberados mais 600 milhões de reais.

           As operações de crédito para projetos inovadores, iniciativa da Finep e do BNDES, também vêm aumentando. A Finep desembolsou 117 milhões de reais em 2004 e 1 bilhão e 600 milhões de reais no ano passado. O crescimento foi expressivo também no BNDES, que concedeu 105 milhões de reais em 2006 e 1 bilhão e 300 milhões em 2008. Em outubro do ano passado, estava próximo da marca de 1 bilhão de reais.

           Entramos, enfim, na corrida pela pesquisa competitiva, o que abre novas perspectivas para a economia brasileira. Em 11 anos, de acordo com dados do Ministério da Ciência e Tecnologia, os recursos para ciência e tecnologia tiveram um crescimento de 506 por cento, sem incluir gastos com pessoal. Foram de 5 bilhões e 600 milhões de reais em 2009 e atingirão 7 bilhões e 200 milhões de reais este ano.

           Apesar de nossa média de recursos ser menor, em termos de percentual do Produto Interno Bruto, que a dos países integrantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, de 2 por cento do PIB - chegamos a 1,13 por cento em 2008 -, a evolução é constante e não experimenta retrocessos. Isto se deve, em grande parte, à aprovação, no atual governo, da Lei de Inovação, que encoraja o campo da pesquisa científica a se integrar com o setor privado, e da chamada “Lei do Bem”, que instituiu incentivos fiscais para as empresas que aplicam em pesquisa e desenvolvimento.

           Boas notícias no setor não faltam. No mês passado, a multinacional General Electric anunciou que montará seu quinto centro mundial de pesquisa e desenvolvimento tecnológico no Brasil. A empresa contratará cientistas brasileiros e transferirá para cá tecnologia desenvolvida em outros países, além de aplicar no País parte dos 6 bilhões de dólares que destina anualmente aos centros de pesquisa já existentes nos Estados Unidos, Alemanha, Índia e China.

           A Fapesp, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, por sua vez, firmou um acordo de cooperação com a Vale que permitirá a participação da comunidade científica em temas de pesquisa que interessam à empresa. Eles incluem a busca de métodos de prospecção mineral por sensoriamento remoto, novos meios de obtenção de biocombustíveis com o uso de algas e resíduos florestais, aceleração da recuperação de ambientes degradados e redução de danos ambientais.

           Nos próximos quatro anos, a Vale e a Fapesp investirão 40 milhões de reais nos projetos, que prestarão uma significativa contribuição ao avanço do conhecimento em áreas importantes como métodos mais eficientes de mineração e preservação do ambiente. Não é a única parceria da empresa com universidades e pesquisadores. Em 2008, ela investiu 38 milhões de dólares em convênios com a Universidade de São Paulo e as universidades federais de Minas Gerais e de Ouro Preto. No total, a Vale aplicou 1 bilhão e 130 milhões de dólares em pesquisa e desenvolvimento em 2008. A Fapesp também mantém convênios com empresas como Microsoft e Braskem.

           Em relatório divulgado no mês passado, o Conselho de Ciência e Engenharia dos Estados Unidos incluiu o Brasil entre os países em que o investimento em pesquisa e desenvolvimento mais cresce em todo o mundo, com um índice de 10 por cento ao ano. Nosso desempenho também é positivo no número de publicações de artigos em revistas acadêmicas internacionais. Formamos 10 mil doutores por ano e publicamos cerca de 20 mil artigos científicos, 10 vezes mais do que em 1981. É a maior taxa de crescimento da América Latina entre os países que produzem mais de mil artigos por ano.

           Brasil e Índia, segundo o relatório do Conselho, estão entre os 15 maiores países que mais investem em pesquisa e desenvolvimento. E os investimentos em pesquisa recebidos de multinacionais americanas em nosso país superam as aplicações feitas por essas empresas na Índia, em mais de 250 milhões de dólares.

           Governo e empresariado finalmente compreenderam o quanto são vitais os investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Colheremos muito em breve os frutos dessa combinação de aplicações de recursos públicos e privados, pois a expansão está sendo rápida, e os resultados não demorarão a aparecer. Felizmente, o desenvolvimento da ciência e tecnologia deixou de ser privilégio das nações desenvolvidas, e o Brasil tem um potencial imenso a ser explorado na área. Cabe às entidades governamentais e à iniciativa privada persistir no estímulo a um setor que ganha relevância maior a cada dia.

           Era o que tinha a dizer.

           Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/06/2010 - Página 28894