O SR. JAYME CAMPOS (DEM - MT. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Senador Mão Santa. Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, na verdade, acho que estou dentro da ordem de inscrição falando como Líder, mas há mais tempo era para já ter feito a minha fala aqui. Todavia, quase retiro o meu apoio, Zambiasi, à candidatura de Vice-Presidente do Mão Santa, porque ele estava passando todo mundo na minha frente aqui. Mas volto a reafirmar o meu apoio a ele para ser o candidato a Vice-Presidente da chapa José Serra para Presidente da República. Mão Santa é a cara do povo brasileiro, é nordestino, tem todas as qualificações e virtudes para ser o Vice.

            A Senadora Lúcia Vânia dizia aqui, Senador Mão Santa, que, em Goiás, muitas pessoas pedem a ela que transmita ao senhor um abraço. A mesma coisa acontece no Mato Grosso.

            Eu estive, neste fim de semana, visitando seis cidades, lá na região do Arinos, e passei por Novo Horizonte, Tabaporã da Serra e Porto dos Gaúchos. Em todos os três Municípios, no sábado, de 30% a 40% da plateia existente lá, Senador Magno Malta, vinham me pedir: “Dê um abraço no Mão Santa. Em que dia o senhor vai trazê-lo para visitar a região? Etc, etc.”

            Esse é o Mão Santa que imagino que o Serra, se tiver um mínimo de inteligência, vai escolher para ser o Vice-Presidente na sua chapa.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PSC - PI) - Eu já andei lá com V. Exª num encontro de Vereadores.

            O SR. JAYME CAMPOS (DEM - MT) - É verdade.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PSC - PI) - Falta a Lúcia Vânia me convidar para andar com ela em Goiás, porque eu já andei com Jayme Campos num encontro de Vereadores.

            A Srª Lúcia Vânia (PSDB - GO) - Tenho certeza, Sr. Presidente, de que, se V. Exª andar comigo no Estado de Goiás, eu já começo passando na frente do Senador Demóstenes.

            O SR. JAYME CAMPOS (DEM - MT) - Isso é muito bom.

            Sr. Presidente, a história da evolução tecnológica da humanidade se confunde com a permanente busca de comodidade da lei e do menor esforço físico. Erroneamente, tomamos sedentarismo por conforto.

            A grande maioria dos avanços científicos procura ampliar as possibilidades funcionais das pessoas, limitando, contudo, a movimentação aeróbica de seus usuários. Aparelhos corriqueiros, como o controle remoto de televisão ou o telefone celular ou a escada rolante, criaram um cenário de extrema acomodação,

em que os gastos de energia se tornaram muito inferiores aos empreendidos pelos indivíduos duas ou três décadas passadas.

            Todo esse progresso está cobrando um alto preço da raça humana, principalmente em relação aos aspectos relativos à saúde. Recente levantamento efetuado pelo Governo Federal revela um crescimento vigoroso no número de obesos no País. Pelos dados do Ministério da Saúde, o índice de pessoas com sobrepeso em todo o território nacional saltou de 42,7% para 46.6% entre os anos de 2006 e 2009.

            Isso acarreta uma enorme sobrecarga no sistema de saúde brasileiro, pois a obesidade está associada a doenças como diabetes, hipertensão arterial, aumento de colesterol, hérnias, distúrbios cardíacos, problemas respiratórios e transtornos do sono. Para alguns especialistas, o aumento da massa corpórea dos indivíduos já se transformou numa epidemia, merecendo atenção redobrada das autoridades sanitárias mundiais.

            Para se ter ideia dessa assertiva, Senador Jefferson Praia, no Brasil, houve um acréscimo na prevalência do sobrepeso e da obesidade da ordem de 53% nos dias de hoje, se comparados aos Censos dos anos de 1975 a 1989. Na América Latina, de modo geral, o quadro não é diferente, pois são registradas anualmente 200 mil mortes na região em decorrência de complicações referentes a esse distúrbio, Senador Jorge Yanai, que é médico e conhece perfeitamente esse problema sério no Brasil.

            Mas, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, pelos cálculos do Ministério da Saúde na pesquisa Vigitel, 13,9% da população brasileira pode ser considerada obesa, ou seja, cerca de 28 milhões de compatriotas sofrem com os efeitos nocivos desse mal. E são vítimas das doenças associadas a ele.

            Em Cuiabá, onde a sondagem também foi realizada, também 13,9% dos indivíduos estão acima do peso. Isso coloca a cidade no triste ranking das dez capitais com o maior número de pessoas com sobrepeso do nosso País. É desnecessário dizer que o já extenuado sistema de saúde pública mato-grossense se acha incapaz de atender a demanda ocasionada pelas doenças relacionadas à obesidade.

            Nesse sentido, Senador Mão Santa, encomendei a minha assessoria estudos com o objetivo de elaborar um projeto de lei incluindo no PSF, Programa Saúde da Família, equipes com profissionais de nutrição e de educação física. Está claro para especialistas da área médica que a obesidade decorre, principalmente, de maus hábitos alimentares e do sedentarismo da população.

            O combate à obesidade deve se converter numa política eficiente e de largo alcance, visto que ela também tem grande incidência sobre as camadas menos abastadas da população.

            Com um ritmo de vida cada vez mais dinâmico, pobres e ricos deixaram de fazer refeições em casa e preferem salgadinhos e lanches na rua. Isso tem causado uma mudança nos hábitos alimentares, e o brasileiro adotou uma comida mais gordurosa e calórica.

            Em direção oposta, com as facilidades tecnológicas, as pessoas se exercitam menos e não encontram tempo para as atividades esportivas.

            Os efeitos desta alteração de comportamento não poderiam ser outros, senão a obesidade e as doenças relacionadas a ela.

            É preciso, então, Senador Jorge Yanai, que a nossa população passe por um processo de reeducação, com investimentos em campanhas públicas, demonstrando ao povo a necessidade de se alimentar melhor e de se praticar mais atividade física.

            Neste caso, considero importante o acesso da população mais carente a orientação de nutricionistas e professores de educação física.

            Concedo um aparte ao Senador Jorge Yanai.

            O Sr. Jorge Yanai (DEM - MT) - Agradeço e cumprimento V. Exª, que sempre escolhe os assuntos a serem levados a plenário com muita inteligência e com muita competência. V. Exª levanta um assunto extremamente importante que versa sobre a saúde do cidadão brasileiro, em especial, do nosso Estado do Mato Grosso. A obesidade, o sobrepeso, realmente é uma das coisas que mais tem preocupado a classe médica, porque ela é causadora de doenças, diminui a capacidade de trabalho do cidadão brasileiro e também baixa a auto-estima. E nós, recentemente, Senador Jayme Campos, recebemos a CPI da Saúde no Estado de Mato Grosso. É uma situação muito triste, na qual 120 mil pessoas aguardavam em fila para fazer consultas, exames e cirurgias, causando uma tristeza e uma dor muito grande. Não existe uma coisa mais triste, não existe uma coisa mais arrasadora do que a doença dentro de uma família. No que tange à obesidade, ao sobrepeso, as escolas hoje, de forma muito inteligente, proíbam salgadinhos, que V. Exª citou aí, comidas dessa natureza, que provocam essas doenças. Então, cumprimento V. Exª pelo oportunismo de escolher um assunto tão importante nos dias de hoje. Parabéns, Senador.

            O SR. JAYME CAMPOS (DEM - MT) - Muito obrigado, Senador Jorge Yanai. Incorporo seu aparte ao meu discurso, até porque V. Exª é também um profissional de saúde, médico competente, há mais de 30 anos militando nessa área, e conhece perfeitamente este assunto, sobretudo a importância, a relevância que gera no contexto da saúde pública no Brasil.

            Digo isso porque, lamentavelmente, a maioria das escolas no Brasil ainda não tem nenhum professor de educação física. Conheço perfeitamente e posso até falar em relação ao meu Estado, porque percorro, praticamente todos os fins de semana, algumas cidades do interior, e ainda vejo que não há professor de educação física nessas cidades. Talvez o Estado tivesse até estrutura para contratá-lo, todavia, por ser distante da capital - muitas cidades, V. Exª conhece, fica mais de 1,5 mil km da capital -, às vezes não há profissional qualificado para essa prática. Todavia, acho que é muito importante termos essa prioridade em relação à obesidade no nosso País.

            Por isso, defendo a inclusão desses profissionais no Programa Saúde da Família. Até porque esse programa tem dado certo no Brasil. Tive a primazia, como Prefeito - que fui por três mandatos, durante 14 anos, na minha cidade -, de implementá-lo. Criei várias equipes, construí várias unidades de saúde, e melhorou sobremaneira a saúde daquela comunidade. Não só naturalmente desse trabalho, mas sobretudo a contratação de bons profissionais, como também não faltava naquela comunidade o medicamento. Não adianta você ter o posto de saúde e não ter o medicamento. E nós priorizamos isso lá. Chegamos a investir quase 20% da nossa receita na área da saúde.

            Por sinal , quando deixamos a cidade de Várzea Grande, que é uma cidade com quase 300 mil habitantes, e ninguém é eleito por três mandatos para prefeito se não tem um bom serviço prestado à comunidade, é fruto do investimento que fiz na educação e na saúde pública do município.

            Há algum tempo, apresentei nesta Casa um projeto que torna obrigatória a informação sobre a quantidade calórica nas garrafas de refrigerantes, preocupado com os jovens e as crianças que têm livre acesso a esses produtos, porque, segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, nos últimos 20 anos, Senador Magno Malta, V. Exª, que é preocupado com as crianças, a obesidade infantil cresceu 240% no País. Um aumento arrasador que assombra todos nós, e o Governo Federal tem que adotar urgentemente uma política pública.

            A obesidade é um distúrbio que pode se tornar no principal problema de saúde do século 21 e a primeira causa de doenças crônicas do mundo. Precisamos, portanto, lutar contra esse mal, para a futura geração de brasileiros não se transforme numa legião de incapacitados, pela omissão das autoridades públicas de nosso tempo, que fecharam os olhos para essa epidemia.

            Portanto, Senador Mão Santa, que é médico, sabe perfeitamente do avanço da obesidade, não só no Brasil como no mundo inteiro. Praticamente 40% da população americana é obesa.

            Quanto a esse meu projeto encaminhado, em relação aos refrigerantes, imagino que muitas indústrias fabricantes de refrigerante não vão gostar, porque sairá nas garrafas de guaraná, Pepsi, enfim, será obrigatório as indústrias colocarem as calorias para o cidadão saber o que está tomando, quanto aquilo vai representar em termos naturalmente de calorias, que pode ser pernicioso ao seu corpo.

            Portanto, Senador Mão Santa, reafirmo meu apoio a V. Exª. Estou torcendo aqui para que o candidato Serra escolha esse valoroso homem público, Senador Mão Santa, como seu vice, indicação do PCS, que é o Partido Social Cristão, que indiscutivelmente será o grande alavancador da sua candidatura para ser o nosso presidente da república em 2011.

            Obrigado, Sr. Presidente.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PSC - PI) - Vou ajudar mais o Serra, indicando V. Exª para ser ministro da agricultura.

            O SR. JAYME CAMPOS (DEM - MT) - É muita bondade de V. Exª.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PSC - PI) - V. Exª é um homem que veio da riqueza de Mato Grosso. Posso dizer como o I-Juca Pirama: meninos eu vi. Eu vi a pecuária que V. Exª desenvolveu, vi a crença que os agricultores e plantadores de soja tem em V. Exª.

            V. Exª reúne a competência administrativa. Três vezes prefeito, extraordinário prefeito, extraordinário governador do Estado. Sem dúvida nenhuma, a primeira colaboração que quero dar a José Serra é pensar no nome de V. Exª para alavancar a riqueza do campo em todo o Brasil.

            O SR. JAYME CAMPOS (DEM - MT) - Para concluir, Senador Mão Santa, na semana passada, me convidaram, o Presidente Sérgio Guerra do PSDB, e outras pessoas do partido, para eu ser um dos coordenadores de sua campanha em âmbito nacional, ou seja, para eu coordenar a região Centro-Oeste no Brasil todo. Eles praticamente me convocaram, pedi apenas um tempo para tentar naturalmente, não só acertar a parte em âmbito estadual, que estão apoiando o prefeito de Cuiabá, o ex-prefeito Nilson Santos, prefeito da capital, o ex-senador Antero, para ser novamente senador, eu pedi apenas um prazo, tendo em vista que acho que poderia dar muita colaboração, não só contribuindo com as informações precisas do agronegócio. Eu sou um pequeno produtor rural estadual, mas acho que, pelo conhecimento que temos, podemos contribuir muito dando opiniões, idéias, para que ele possa elaborar um plano de governo que certamente beneficie a agricultura brasileira que, lamentavelmente, está muito prejudicada, tendo em vista a falta de uma política agrícola decente, condizendo com a nossa realidade.

            Muito obrigado, Senador Mão Santa. Meu caro amigo, valoroso Senador, que novamente vai ser senador pelo seu Estado, Espírito Santo, grande homem público, Senador Magno Malta.

            Uma boa noite a todos.

            Muito obrigado.

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