O SR. TIÃO VIANA (Bloco/PT - AC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Senador Mão Santa, Srs. Senadores, eu trago uma manifestação de apreço, de aplauso ao Governador do Estado, Binho Marques, por uma excepcional conquista do meu Estado no dia de ontem que foi a assinatura, numa reunião interministerial, da autorização para a criação da Zona de Processamento de Exportação no Estado do Acre.

            Trata-se de uma matéria considerada prioritária em termos estratégicos para o Brasil. Com relação ao Acre, está envolvido agora no novo desenho da geografia da América do Sul porque, além do canal do Panamá, nós estamos abrindo, em mais de 500 anos de existência, uma via de integração entre os oceanos Atlântico e Pacífico, passando pelo nosso País e pelo país dos irmãos peruanos a chamada Rodovia Bioceânica. Nós vamos ter uma nova relação econômica, política e cultural com os povos andinos. Temos ali mais de 30 milhões de cidadãos que estavam de costas para a Amazônia brasileira e que agora terão uma vida de integração entre o Peru e a Bolívia. E estaremos de frente para o mercado asiático também como um mercado cuja rota de integração reduzirá em 12 dias o transporte marítimo, se tivermos que escoar produtos pelo Canal do Panamá.

            No mais, o Peru é um país que basicamente tem suas compras de insumo, as necessidades comuns de seu dia a dia e as necessidades estratégicas oriundas do Canadá, da costa mexicana e da costa oeste americana; e nós, agora, poderemos entrar nesse mercado estratégico de incentivo aos produtos industrializados, além da integração social, econômica, cultural e política.

            A Zona de Processamento de Exportação vai permitir que entremos na era da incorporação da tecnologia industrial dentro da nossa região, fortalecendo o acesso à mão de obra com qualidade, melhores salários para a juventude, melhores oportunidades de renda para a nossa comunidade.

            Itens oriundos da atividade madeireira, como a madeira manejada com sustentabilidade, obedecendo aos mais rigorosos preceitos de uso sustentável da floresta e de preservação ambiental associados a itens como as frutas tropicais e a castanha, por exemplo - o Acre é o maior produtor brasileiro de castanha, e há um mercado sedento desses produtos na Ásia e nas regiões andinas - , as carnes que temos a oferecer também - a carne suína, a carne bovina, o pescado, o frango - são produtos que podem constituir uma nova e extraordinária frente de escoamento de produtos que tenham que ser incrementados neste momento no nosso Estado.

            Os produtos da biodiversidade da Floresta Amazônica também. Os óleos, as essências, os fitoterápicos são todos itens que nos apontam uma oportunidade de futuro extraordinária.

            A reunião dos cinco Ministros, conduzida pelo Ministro Miguel Jorge, do Desenvolvimento Indústria e Comércio, abre um novo horizonte na história econômica, estratégica da Amazônia brasileira, sobretudo no Estado do Acre.

            Agora nós vamos aguardar a assinatura do decreto do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi quem incentivou esse tipo de alternativa para o Brasil, entendendo, por sua visão de estadista, o que Deng Xiaoping fez na Ásia brasileira, quando olhou destacadamente para as Zonas Especiais de Exportação como uma grande saída para as relações comerciais e com tecnologia incorporada do mercado chinês para o mundo. Eu tive oportunidade de visitar regiões especificas da China envolvidas com esses itens e fiquei muito impressionado com o significado da qualidade de vida, fortalecimento comercial, renda per capita e desenvolvimento humano para as regiões beneficiadas pelas Zonas Especiais de Exportação daquele país.

            Então, trago aqui o agradecimento sincero do povo acreano ao Presidente da República por estar incentivando essa atividade. Faça-se justiça: é uma lei que teve como autor o Presidente do Senado José Sarney; lei que tramitou nesta Casa, foi aprovada após longos anos de luta. É uma nova oportunidade para os povos da Amazônia, de outras regiões do Brasil, e nós temos hoje a oportunidade de ver o Acre inserido numa outra etapa do seu desenvolvimento estratégico, socioeconômico e cultural. Ou seja, abrimos os portais de integração com a Ásia e com a América andina, Sr. Presidente.

            Então, Trago o agradecimento e os cumprimentos ao Governador Binho Marques por ter levado o Governo do Estado tratando com prioridade essa questão, envolvendo Federação das Indústrias do Estado, Federação de Comércio, Federação da Agricultura do nosso Estado. Então, o meu cumprimento sincero. 

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PSC - PI) - Senador Tião Viana, vamos aqui para o debate qualificado. Isso é que melhorou o Senado da República: o debate qualificado e essas modernidade de todos participarem, inclusive o Presidente. Esse era um erro do passado e estamos inovando para melhorar.

            Atentai bem, V. Exª falou em caju. Quero lhe dizer que um dos meus orgulhos quando governei o Piauí tendo essa visão, eu com o Secretário da Agricultura, que é o Deputado Federal Marcelo Castro, plantamos 20 milhões de pés de caju. Quero lhe perguntar se vocês lá têm kow-how de um melhor refrigerante que a cajuína.

            O SR. TIÃO VIANA (Bloco/PT - AC) - A cajuína é maravilhosa e é feita artesanalmente.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PSC - PI) - Pois é. Quero dizer a riqueza: o suco de caju, os doces do caju são as maiores riquezas. Então, me orgulho de ter plantado esses 20.... Aliás, eu não, o povo do Piauí, eu era o Governador e foi até Secretário de Agricultura, Dr. Marcelo Castro, que é Deputado Federal. Para você ter uma idéia, cada menino que nascia ganhava uma planta do caju, uma muda, durante a época. Implantamos 27 fábricas de castanha, porque ela saiu toda para o Ceará, que era industrializada, uma a Eurocastanha. E eu vi o valor daquilo em dólar na Europa. Então, é uma riqueza. Eu queria convidá-lo, V. Exª que já, já, será o governador, a ver hoje uma das maiores riquezas do Piauí: o caju. Além disso, o valor da castanha que vi na Europa, em uma das 27, uma multinacional, a Eurocastanha, da Espanha, de Barcelona, eu e vi o valor em dólar e era exportado e outras nativas. Inclusive em Picos, que é a nossa São Paulo do Piauí, a cidade industrial, teve um mecânico, nato, nativo, um técnico, que fez uma máquina para essas fábricas de castanha.

            Eu queria convidá-lo a ver o enriquecimento do Piauí com a produção de castanha, o suco, o doce e tudo.

            O SR. TIÃO VIANA (Bloco/PT - AC) - Agradeço, muito sensibilizado, a V. Exª e o convido para uma visita quando estivermos inaugurando a Zona de Processamento de Exportação do Acre, para levar as idéias de um homem experiente na vida pública, um empreendedor e que tem amor pela força de trabalho do povo nordestino e do povo da Amazônia brasileira.

            Muito obrigado.

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