O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PSC - PI) - Eu recebi o Portal AZ. Esse portal é um dos mais importantes do Estado do Piauí, e pediram que eu o divulgasse: “Senadores do PSDB pedem que Mão Santa seja o vice de José Serra”. Isso é do Portal. Eles colocam uma fotografia. Vários Senadores ontem se pronunciaram.

Dois senadores do PSDB defenderam no plenário do Senado o nome do senador Mão Santa (PSC) para ocupar a vice na chapa do candidato tucano à presidência da República, José Serra. Mário Couto (PSDB-PA) e Papaléo Paes (PSDB-AP) entendem que o parlamentar pelo Piauí representa hoje a popularidade que falta a Serra no Norte e Nordeste do país.

“Continuo afirmando, por todo o Brasil, que o melhor candidato a Vice-Presidente deste País é vossa excelência. Vossa excelência teria o meu voto, e tenho certeza que também daquele um milhão e meio de eleitores que votaram no Mário Couto para o Senado, porque todos o admiram”, iniciou sua fala Mário Couto [Senador que representa o Pará].

“Vossa excelência é um homem popular, quiçá o mais popular Senador desta República. Isso ninguém pode dizer o contrário. Sério, honesto, direito, amigo; portanto, perfil não lhe falta para ser um grande candidato a Vice-Presidente da República. Por isso eu continuo a admirá-lo”, continuou [o Senador Mário Couto, do PSDB, que representa o Pará].

“Aproveito a oportunidade de pedir ao Senador Mário Couto que me permita subscrever as suas palavras, porque nós, que convivemos com vossa excelência, Senador Mão Santa, lhe devotamos o respeito e a admiração que vossa excelência merece de todos nós pela sua conduta nesta Casa”, posicionou-se [o Senador] Papaléo Paes.

“Pela sua altíssima frequência na Casa, pela sua cultura, pela forma que V. Exª conduz com seriedade o seu mandato. Por isso está de parabéns o povo do Piauí. Então, eu não quero ser repetitivo, mas quero subscrever as declarações do Senador Mário Couto, que fez colocações muito apropriadas para o momento”, pontuou. Os pronunciamentos foram feitos no início da sessão desta quarta-feira (23), que era presidida pelo Senador Mão Santa.

Depois, também, fizeram pronunciamentos se solidarizando e apoiando o Senador do Piauí, Lúcia Vânia, do PSDB; Jayme Campos, do DEM; Romeu Tuma, do PTB; e Mozarildo Cavalcanti.

            Agora, evidentemente, tenho que agradecer aos Senadores e ao Partido Social Cristão. Mas nós estamos cuidando da nossa candidatura para o Senado da República, e convido os piauienses, no dia 27, para a convenção do nosso Partido com as oposições coligadas - está ouvindo, Cristovam Buarque? -, o PSC, que é o Partido hoje que cresce mais no Brasil, desses novos, pela esperança de ressurgirem novos valores, novas filosofias, novas doutrinas, novos programas de Governo, novos modelos.

            Então, primeiro, temos que agradecer ao Partido Social Cristão. Em convenção feita no Rio de Janeiro, segunda-feira passada, dia 14 de junho, eles declararam apoio ao candidato José Serra, mas o seu colegiado no Rio de Janeiro indicava o nosso nome para Vice-Presidente da República.

            Mas aí tem, eu sei que tem, dezenas de nomes, e eu estou aqui para orientar o Presidente, o candidato a Presidente. Ele só tem uma saída. Não tem duas. Já que há dezenas, o DEM, eu vi dezenas; todos muito bons.

            Eu, pessoalmente, continuo achando que o melhor nome - “se há prazo não há pressa”, como disse Petrônio Portela - ainda é o do ex-Governador de Minas, Aécio. Não sendo ele, Minas, que sempre está em todos os movimentos, pode oferecer-nos Itamar Franco, que é também de um Partido muito decente, o PPS. Há candidatos em todos os Partidos.

            Eu tenho de agradecer ao Partido Social Cristão a indicação do nosso nome. Mas entendo, entendo bem - está ouvindo, Cristovam? -, primeiro, essas pesquisas não afetam nada, nada, nada. Não quer dizer nada esse negócio.

            O Dunga do Partido do Governo, que é o Luiz Inácio, nosso Presidente, o técnico, já escalou o time, já escalou todo mundo, já está em campanha, já treinou, já está fazendo gol. Tem de estar na frente! O outro, o das Oposições, está sozinho, não tem nem candidato a vice, não tem coligação. Ainda não começou nem a partida. Agora, o Dunga do Governo, que é o Presidente Luiz Inácio, já escalou, já jogou, já pegou com mão, já avançou. Tem de estar na frente! O Dunga é o Luiz Inácio aqui da nossa copa política. Todo mundo sabe. Tem de estar.

            Agora, entendo, entendo bem, e agradeço ao PSC, agradeço às dezenas de Senadores que se manifestaram, mesmo ligados a outros Partidos, ao PSDB, que quase totalmente apoiou o meu nome, ao PTB, que lançou também candidato.

            Isso, de qualquer jeito, é honroso para mim, porque sair de uma Santa Casa de Misericórdia lá do Piauí para cá é honroso, como V. Exª também participou já de um aperfeiçoamento democrático. Mas eu entendo que o Luiz Inácio, o Dunga, errou; ele devia ter buscado a candidatura dele nascer do povo, como o americano fez, e surgiu Barack Obama, com as primárias. Esse negócio de tirar do bolso eu acho que é um erro. Ele errou pela soberba, acha que pode tudo e ninguém pode tudo, não. O voto é do povo, ainda não começou o jogo, não está nem escalado o time da Oposição. Não está! Não tem nem companheiro de chapa. O outro, não; já está escalado, o Dunga, que é o Lula, já jogou, já fez gol de mão, gol de offside e está avançando.

            Mas só tem uma saída, hoje, para José Serra, que eu entendo e entendo bem, melhor do que muitos deles. Só tem uma: já que tem 19 candidatos, eu, para mim, acho o Aécio e acho o Itamar Franco os melhores vices que ele pode. Eu, pessoalmente.

            Mas ele deve fazer uma pesquisa. Não pode divorciar o povo. O povo é soberano; o povo é o poder, e tudo. Fazer lançar, hoje, candidatura, sem combinar com o povo, sem sentir o povo, é um erro. E nós estamos aqui, porque a história nos ensina. Ulysses disse: “Ouça a voz rouca das ruas”. Então, já que essas oposições coligadas têm tantos nomes valorosos e grandes, faça uma pesquisa do que deva ser.

            Mas são os nossos agradecimentos, e convido o Piauí para a nossa convenção das oposições coligadas, do PSDB, que vai indicar o candidato a Governador, que é o ex-Prefeito de Teresina, o vice, que é um empresário, R. Sá, e dois Senadores: um do DEM, que é o companheiro Heráclito Fortes; e o nosso nome aqui. O cidadão tem dois votos, não é! Eu vou votar em mim mesmo, primeiro, porque eu acredito em mim; e o outro é no companheiro Heráclito. Isso é natural.

            E essas são as nossas palavras. E eu convido todo o Piauí à nossa convenção. Nós, que vivemos no Piauí e no Brasil, naquilo que a democracia nos oferece: a esperança da alternância do poder. Nós fomos governados por um tripé: de muita mentira, de muita corrupção e muita incompetência. Então, a esperança... É um pecado perder a esperança. Nós vivemos nessa esperança de alternância do poder no Brasil e no Piauí.

            Dr. João Pedro, hoje é dia de homenagem ao João, São João Batista. Eu, que sou do Partido Social Cristão; ele, que veio antes de Cristo, anunciou a vinda de Cristo, batizou Cristo e disse com o Espírito Santo. E, no fim, depois de preso, pregar no deserto, sofrer, cortaram-lhe a cabeça e deram para os poderosos do dia, ao Herodes. Mas aí está a mensagem, e ele foi um dos evangelistas. Então, o nosso povo do Brasil, principalmente o Nordeste, temos um culto todo especial àquele evangelista João Batista. E aqui nós queremos homenagear o João Pedro. E o outro é o José Roberto. Aplaudi-los e abraçá-los pelas conquistas de ontem, do Senado, que responsavelmente votou o plano de carreira, uma recuperação salarial do corpo funcional do Senado.

            Mas é preciso entender, ô Cristovam, que eles entraram pela porta estreita do estudo, do saber e do esforço. E os outros funcionários também entraram. É tudo igual e se ajeita e quem entende sou eu mesmo aqui.

            Os outros, os comissionados, eles entraram aqui pela virtude da confiança nossa, dos Senadores - tem os assessores que são trazidos. A confiança é uma virtude essencial. E nós merecemos a confiança do povo do Brasil.

            Então, por isso é que esta é a instituição ímpar do Brasil. O Brasil só vai ter eleições, só tem democracia pelo Senado da República. Todas fraquejaram. Nós resistimos e oferecemos ao povo do Brasil as próximas eleições. E advertimos de que ela não vai ser feita pela OAB, Poder Judiciário, Ficha Limpa, Ficha Suja, Senado, Igreja, nada disso. Nós entendemos, e entendendo bem. É meu dever educar o País. Nós temos de ser os pais da Pátria. É o eleitor! Quem cuida da democracia é o eleitor. Nós temos de exigir do eleitor e da eleitora o mínimo. Isso tudo é demagogia, isso tudo é para aparecer, o importante é o eleitor. O eleitor é que é soberano. Eu, quando governei o Piauí, dizia: o povo é o poder.

            Então, temos de exigir o mínimo do eleitor: ele conhecer a história de vida de cada candidato. Pronto. É simples, mas é necessário. É obrigação, é dever, é civismo, é patriotismo. O eleitor tem de conhecer a história. O resto é demagogia, é jornal, é ficha. Não tem nada disso, não. É muito simples. Em quem você tem votado?

            Todos os candidatos nasceram numa cidade, tiveram uma posição. É saber a história, e é fácil. Então, isso a imprensa tem de educar; a Igreja tem de educar, o Senado também.

            É o eleitor o responsável pela democracia. Aqui não tem nenhum extraterrestre. Todos nós somos filhos do voto e da democracia.

            Então, a Igreja tem de ensinar isso. A OAB tem de ensinar isso. Aliás, o Senado é para isso. A imprensa tem de ensinar que cada eleitor tem de saber a história de vida da pessoa em que ele vai votar. É tão simples. Todo mundo nasceu numa cidade, trabalha num lugar, tem vida. Se cada eleitor cumprir...

            E eu digo isso porque, para aonde vamos, levamos nossa formação profissional. Eu sou médico. O médico dá valor à etiologia, não dá valor à febre... É a causa. A causa, então, de tudo, é o eleitor. Quem vai fazer essa democracia do Brasil a mais perfeita democracia é o eleitor.

            Então, o Senado da República, neste instante que eu presido, exige de cada eleitor do Brasil saber, antes de votar, a história de vida do seu candidato. Aí, sim, estaremos juntos, construindo a melhor democracia do mundo, que é o Governo do povo, pelo povo e para o povo.

            Está encerrada a sessão do Senado da República.