O SR. FLÁVIO ARNS (PSDB - PR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, esta semana este Plenário prestou homenagem ao 88º. [octogésimo oitavo] Dia internacional do Cooperativismo e aos 40 anos da Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB. Cooperativismo é um assunto que muito me agrada, porque me é bastante familiar. Venho de um Estado eminentemente agrícola, marcado positivamente por essa modalidade econômica, que se fundamenta na sociedade de pessoas que se reunem pela determinação de impulsionar a vida de muitas famílias e de muitos trabalhadores. Desse modo se criaram cooperativas rurais, cooperativas de saúde, cooperativas de ensino, entre outras.

            Admiro o cooperativismo, porque congrega gente disposta a levar adiante o projeto de distribuir as riquezas ou partilhar os bens produzidos da forma mais equânime possível.

            Algumas vezes nesta tribuna já disse o quanto o Paraná é agradecido aos seus imigrantes. Um razão é, sem dúvida, terem, nas suas comunidades, lançado a estrutura e fundado o sistema cooperativista. Organizaram-se para suprir suas necessidades de consumo, comprando em comum e assim procedendo em situações de venda; organizaram-se para obter condições mínimas de viver no campo (e aí lembro a eletrificação rural) e, dada a atividade do plantio, organizaram-se para desfrutar de crédito bancário. Enfim, aderindo às cooperativas, muitos agricultores garantiram o sustento e um futuro para suas famílias.

            Contudo, as fronteiras agrícolas foram apenas o ponto de partida; o cooperativismo adentrou as cidades e nelas agregou os serviços nas áreas da saúde, do trabalho, da habitação, da educação. Vemos hoje no Paraná o cooperativismo impulsionar o turismo e, com ele, o crescimento econômico de todo o Estado.

            Seguramente mais de 2 milhões de paranaenses participam efetivamente de Cooperativas, sendo que na parte de agropecuária são responsáveis por mais de 50% da economia agrícola do Paraná. E o maior bem, senhor presidente, está no fato de o cooperado ter papel ativo nas ações sociais da sua comunidade.

            Hoje as cooperativas desempenham ainda outro papel: o de difundir tecnologias e de implementar políticas desenvolvimentistas. No Paraná, são grandes geradoras de receita e tornaram-se sinônimo de empregabilidade (só as cooperativas agrícolas garantem cerca de 800 mil postos de trabalho!). Atendem cerca de 1/3 da população rural do Estado e promovem a ligação entre o produtor rural e o governo.

            Dessa integração dos produtores em cooperativas, atingiu-se maior eficiência dos mecanismos de arrecadação tributária do Estado, e elas se transformaram em importantes instrumentos na execução da política fiscal do governo.

            Para ilustrar esse trabalho pujante e de relevo na economia local e estadual, cito a COOPAVEL, Cooperativa Agroindustrial de Cascavel, que promove anualmente o Show Rural COOPAVEL. Uma feira de difusão de tecnologias para o aumento da produtividade de pequenas, médias e grandes propriedades rurais, que leva aos produtores as inovações em equipamentos e técnicas. Uma referência mundial no setor! Uma confirmação de que a união faz a força. A COOPAVEL está em 17 municípios paranaenses. Os associados somam pelo menos 3 mil famílias.

            Vejam os senhores que as cooperativas são um modelo de responsabilidade social! Preocupar-se com a coletividade - com o seu bem-estar -, com a qualidade de vida dos associados, dos funcionários e dos consumidores está na raiz da cultura do cooperativismo.

            As cooperativas hoje - cada vez mais consolidados o capitalismo e a globalização - são impelidas ao crescimento, o que reforça a necessidade de mais união e visão de conjunto por parte de seus dirigentes e associados. Nesse sentido, órgãos como a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e, no Paraná, como o Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado (Ocepar) surgem para proteger sua sustentabilidade. Por meio da Ocepar, agradeço a todas as cooperativas paranaenses pelo crescimento que trouxeram ao Paraná. Com certeza, muitos dos que aludem à qualidade de vida do Estado, vinculam nosso progresso ao cooperativismo!

            Por certo, muitas cooperativas nasceram da união de esforços em momentos de grande insatisfação social com medidas políticas adotadas ou na falta delas. Os trabalhadores encontram nessa estrutura um espaço democrático que, bem encaminhado - com lideranças amadurecidas - poderá ser permanente e edificar um líder, uma marca, uma sigla, enfim, um ícone de orgulho a nação.

            As cooperativas devem sempre buscar o ideal de corresponderem ao clamor de uma comunidade, aumentando sua capacidade de organização e seu nível de consciência da cidadania.

            Parabéns à Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e a todos os participantes dessas iniciativas responsáveis e de compromisso social. Uma sociedade civilmente organizada é sinônimo de política de qualidade em todas as instâncias.

            Muito obrigado.