Pronunciamento de Heráclito Fortes em 13/07/2010
Discurso durante a 128ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal
Registro da viagem de S.Exa. ao município de Piripiri - PI. Desalento com o desempenho dos alunos de ensino médio do Piauí na avaliação do Ideb. Tristeza pelo abandono das obras do Programa de Aceleração do Crescimento - PAC no Estado.
- Autor
- Heráclito Fortes (DEM - Democratas/PI)
- Nome completo: Heráclito de Sousa Fortes
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
EDUCAÇÃO.
ESTADO DO PIAUI (PI), GOVERNO ESTADUAL.
POLITICA DE DESENVOLVIMENTO.
POLITICA ENERGETICA.:
- Registro da viagem de S.Exa. ao município de Piripiri - PI. Desalento com o desempenho dos alunos de ensino médio do Piauí na avaliação do Ideb. Tristeza pelo abandono das obras do Programa de Aceleração do Crescimento - PAC no Estado.
- Publicação
- Publicação no DSF de 14/07/2010 - Página 35666
- Assunto
- Outros > EDUCAÇÃO. ESTADO DO PIAUI (PI), GOVERNO ESTADUAL. POLITICA DE DESENVOLVIMENTO. POLITICA ENERGETICA.
- Indexação
-
- REGISTRO, VISITA, ORADOR, MUNICIPIO, PIRIPIRI (PI), ESTADO DO PIAUI (PI), PARTICIPAÇÃO, ENCONTRO, LIDERANÇA, PRESENÇA, DEPUTADO ESTADUAL, DEPUTADO FEDERAL, ELOGIO, ADMINISTRAÇÃO, PREFEITO.
- FRUSTRAÇÃO, INFERIORIDADE, RESULTADO, AVALIAÇÃO, ENSINO MEDIO, ESTADO DO PIAUI (PI), EXAME, INDICE, DESENVOLVIMENTO, EDUCAÇÃO BASICA, MINISTERIO DA EDUCAÇÃO (MEC), CRITICA, EX GOVERNADOR, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), AUSENCIA, IMPLEMENTAÇÃO, MELHORIA, SETOR, REPUDIO, CONDUTA, UTILIZAÇÃO, SECRETARIA DE EDUCAÇÃO, ATENDIMENTO, INTERESSE, DISPUTA, CARGO PUBLICO, NEGLIGENCIA, QUALIDADE, ENSINO.
- FRUSTRAÇÃO, AUSENCIA, CONCLUSÃO, OBRA PUBLICA, PROGRAMA, ACELERAÇÃO, CRESCIMENTO ECONOMICO, ESTADO DO PIAUI (PI), ESPECIFICAÇÃO, RODOVIA, TERMINAL RODOVIARIO, AEROPORTO, USINA HIDROELETRICA, MELHORIA, INFRAESTRUTURA, URBANIZAÇÃO, REGISTRO, ESFORÇO, PREFEITO, MUNICIPIO, INTERIOR, TENTATIVA, REALIZAÇÃO, OBRAS, CRITICA, EX GOVERNADOR, MANIPULAÇÃO, INFORMAÇÃO, DESCUMPRIMENTO, COMPROMISSO, CAMPANHA.
- REGISTRO, GRAVIDADE, FALTA, ENERGIA ELETRICA, MUNICIPIO, URUÇUI (PI), ESTADO DO PIAUI (PI), COMENTARIO, PREJUIZO, INDUSTRIA DE ALIMENTAÇÃO, INSTALAÇÃO, REGIÃO, CRITICA, INICIATIVA, EX MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DE MINAS E ENERGIA (MME), IMPEDIMENTO, IMPLEMENTAÇÃO, PROJETO, GASODUTO, AUTORIZAÇÃO, SENADO, SUPRIMENTO, ENERGIA, AREA, PRODUÇÃO.
O SR. HERÁCLITO FORTES (DEM - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, eu tive a oportunidade, nesse fim de semana, mais uma vez, de ir à cidade de Piripiri, no norte do meu Estado, onde tradicionalmente se realiza um carnaval fora de época, chamado Pirifolia. Este ano, é verdade, tinha um significado todo especial, porque se comemorava os 100 anos daquela cidade.
E aí, meu caro Presidente ACM Júnior, eu tive o prazer de ver uma administração de personalidade, um administrador de garra, que já é Prefeito daquela cidade pela quarta vez, que é o Luiz Menezes. Aliás, começamos a vida pública praticamente juntos. Eu o acompanho e sou testemunha da sua luta e da sua garra. Hoje ele tem como seu sucessor o Deputado Estadual Marden Menezes, um dos mais atuantes da Assembleia Legislativa daquele Estado.
Mas o que me chamou bem a atenção foi a organização. Era uma festa para mais de 30 mil pessoas, a tranquilidade e a paz reinando entre os foliões, sem um incidente, sem uma briga, sem um atrito sequer durante todo aquele período.
Lá tivemos oportunidade de reencontrar lideranças políticas não só de Piripiri, mas de toda a região. Sinto-me profundamente reconfortado e recompensado por ser reconhecido naquela cidade como o parlamentar com mais realizações ao longo da sua vida pública. Estava acompanhado do nosso candidato a governador, Sílvio Mendes, de vários deputados estaduais, de candidatos a deputado federal, e não poderia, de maneira nenhuma, deixar de fazer esse registro.
Mas, Sr. Presidente, outro assunto que me traz aqui é ainda a repercussão decepcionante para o Estado do Piauí, no que se diz respeito ao ensino fundamental, do último levantamento feito por órgão do Governo Federal, através do Ideb. O Piauí foi o pior Estado em avaliação.
Retificando, o ensino fundamental, de responsabilidade da Prefeitura, teve um avanço muito grande; ficamos entre as melhores colocações do Nordeste. Já a parte de responsabilidade do Governo do Estado, que é o ensino médio, foi um desastre total. Os índices são decepcionantes, são entristecedores e, acima de tudo, desestimulantes para quem mora e vive no nosso querido Estado do Piauí.
A causa principal disso é se transformar a Secretaria de Educação em trampolim político, em ancoradouro para quem quer disputar cargo público, porque se politizam as ações da educação e o objetivo termina sendo desviado.
Temos o ex-Secretário de Educação, que foi Deputado Estadual, Deputado Federal, super bem votado depois dos primeiros quatro anos na Secretaria, e agora disputa uma vaga no Senado. Ele vai bem, a sua candidatura nem tanto. Não sei! As urnas dirão. Agora, o ensino público no Piauí vai muito mal.
E é preciso - outra dia até debati isto aqui, com a presença do Senador Cristovam Buarque, que é um expert no assunto - que essa questão seja debatida de maneira mais profunda e que se criem mecanismos para se evitar que áreas fundamentais para o Estado, que áreas fundamentais para os Municípios, como as das Secretarias de Educação, Saúde e Segurança Pública, sejam usadas como trampolim para disputa de cargos públicos.
Quando faço um registro dessa natureza, não faço com nenhuma satisfação ou alegria. Faço-o com profunda tristeza, porque gostaria que os números do Estado do Piauí fossem todos favoráveis e que nós estivéssemos, aqui, comemorando vitórias e avanços. Infelizmente, não posso fazer isso em relação ao meu querido Piauí, nesses últimos sete anos e meio.
Mas quero também registrar o desastre que é, Senador Antonio Carlos Júnior, o PAC no Piauí. O PAC é uma obra de ficção. As obras não existem, são obras de prancheta. As poucas que se iniciaram estão por lá paralisadas.
Quero lembrar que a BR-020 é a única obra iniciada por Juscelino Kubitschek que ainda não foi concluída. Ela fica exatamente em nosso Estado e, para tristeza nossa, durante esses últimos anos, em todos os anos, o Governador anunciava recursos para a sua conclusão. E, até agora, nada!
Mas nós temos outras fotografias negativas do PAC, como a construção - que, na verdade, não é construção, é reforma - do Centro de Convenções de Teresina. Esse Centro de Convenções foi construído na gestão do Governador Dirceu Arcoverde - daí por que leva inclusive o seu nome -, e o Governador anunciou um centro moderníssimo, dizendo inclusive que tinha participação arquitetônica da família Ohtake.
Presidente, destruíram o que estava construído e não fizeram mais nada. Está lá um escombro, as obras paralisadas, porque a empreiteira encarregada de sua construção não recebeu sequer os recursos devidos. E Teresina, que tem uma vocação para fazer a recepção de grandes encontros, hoje está impossibilitada de realizá-los, porque perdeu o modesto e acanhado Centro de Convenções que possuía e não ganhou nada de novo.
Outra obra parada que é um cartão negativo para a cidade é o famoso Potycabana. Esse Potycabana, construído na segunda administração de Alberto Silva, tinha sido, depois, através de um convênio, encampado pelo Sesc/Senac. Mas, por capricho político, o Governador retirou aquela administração, que ia bem, e resolveu novamente que o Estado é que devia administrá-la. Aí, o caos total! As últimas enchentes do rio Poti invadiram uma área e a obra de reconstrução continua a passos lentos, paralisada. E um cartão de visitas, que foi orgulho de todos os teresinenses durante muito tempo, continua lá parado, sem nenhuma justificativa.
Se examinarmos, isso não ocorre só em Teresina. Se formos a Floriano, vamos ver uma estação rodoviária, que foi iniciada como promessa de campanha do primeiro governo do Sr. Wellington Dias, que teve a sua promessa refeita na sua reeleição, e que continua lá paralisada, sendo uma afronta e uma ofensa ao povo florianense.
Também é uma afronta e uma ofensa o estado em que se encontra o Aeroporto de Cangapara, na mesma cidade de Floriano. É um aeroporto da década de 40, que, até o final dos anos 70, serviu de aeroporto de apoio para linhas nacionais. Os velhos DC-3, depois os Avros, faziam a interligação de Teresina-Floriano, passando por Petrolina, às vezes Picos, chegando ao Rio de Janeiro e a São Paulo. O Governador resolveu fazer uma remodelação. Contratou uma empresa de fora e não pagou a empresa. A empresa, então, deteriorou toda a pista existente. Hoje, não temos nem o velho Aeroporto do Cangapara, nem sequer o atual, porque ele está totalmente deformado, ele foi totalmente deteriorado. Não conseguimos sequer descer naquela cidade.
Falo isso com muita tristeza, porque o povo de Floriano não merecia o tratamento que recebeu, nos últimos sete anos e meio, por parte do Governo do Estado, de completo desprezo, de completo abandono. Obras de infraestrutura urbana na cidade, inclusive. O Prefeito municipal tem sido um homem muito esforçado, mas viveu esses sete anos e meio à mercê das promessas do Governo do Estado, que não conseguiu cumpri-las, e hoje estamos vendo Floriano sem obras do Governo do Estado. O Prefeito Joel tem lutado, tem se esforçado, mas os convênios prometidos pelo Governo do Estado, como o do aeroporto, não passam de promessas vazias. Temos uma infinidade de estradas que foram iniciadas, estradas eleitoreiras, e que não são concluídas; e temos as famosas estradas Sonrisal, que não resistem às chuvas. Enfim, temos um caos estabelecido no nosso Estado, que é preciso que seja imediatamente reparado.
O Piauí sofreu muito. Sofreu muito vendo o Maranhão crescer, vendo o Maranhão ter investimentos de infraestrutura, o Ceará com investimentos de infraestrutura, e o Piauí a viver de promessas. Até um gasoduto que aprovamos aqui, no Senado, em 2003 para suprir a deficiência de abastecimento de energia nas zonas produtivas, principalmente dos cerrados, para atender à demanda, por exemplo, da Bunge, foi vetado pela então Ministra das Minas e Energia. E não temos como estimular o incremento de novas indústrias, porque, no caso da Bunge, por exemplo, na cidade de Uruçuí, às vezes existem quedas de energia onze vezes ao dia. Imagine V. Exª o prejuízo que isso acarreta para uma indústria!
De forma que lamento. Falo isso aqui com muita tristeza.
Hoje, abri um jornal e vi uma briga, uma polêmica, envolvendo os proprietários de bares na orla de Luís Correia, que é o nosso litoral. O Governo também teve a coragem e a audácia de prometer um grande parque turístico nessa orla, fazendo avenidas, bares... Um projeto bonito! Nas fotografias, é uma coisa realmente interessante. Só que não conclui as obras, e os que vivem daquela atividade para o seu sustento estão em desespero. Hoje, os jornais anunciam que vão, inclusive, processar o Governo do Estado por isso.
Mas, Sr. Presidente, lamento, porque a grande esperança que se tinha era de que o Piauí, tendo um governador do mesmo partido do Presidente da República, tivesse tido, ao longo desses anos, um tratamento melhor, obras estruturantes. Aliás, prometeram cinco hidroelétricas. Anunciaram, mostraram fotografias, e não fizeram nenhuma, nem sequer a da Barragem do Castelo, que é fundamental para a contenção das enchentes que ocorrem principalmente em Teresina e nas cidades próximas.
Vou encerrar por aqui este meu rosário de lágrimas, este meu rosário de tristeza, na certeza de que possa despertar, por parte do Governador interino, a determinação de reparar alguns desses desmandos, alguns dos abandonos, principalmente em cidades do interior, embora reconheça que ele tenha recebido uma herança maldita.
O Governador encontra-se, no meu modo de ver - pode ser que eu esteja enganado, o tempo dirá -, imobilizado administrativamente pelo desastroso governo que o PT implantou como um novo modelo durante os últimos sete anos e meio no Estado do Piauí.
É lamentável, mas é verdade, Sr. Presidente!
Muito obrigado.