Discurso durante a 139ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Homenagem à Rede União de Rádio e Televisão - TV União.

Autor
Geraldo Mesquita Júnior (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AC)
Nome completo: Geraldo Gurgel de Mesquita Júnior
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. TELECOMUNICAÇÃO.:
  • Homenagem à Rede União de Rádio e Televisão - TV União.
Publicação
Publicação no DSF de 11/08/2010 - Página 40407
Assunto
Outros > HOMENAGEM. TELECOMUNICAÇÃO.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, PRESENÇA, SENADO, AUTORIDADE, SESSÃO, HOMENAGEM, EMPRESA DE RADIO E TELEVISÃO, SEDE, ESTADO DO CEARA (CE), DESCRIÇÃO, HISTORIA, FUNDAÇÃO, EMISSORA, CAPITAL DE ESTADO, ESTADO DO ACRE (AC), IMPORTANCIA, INCORPORAÇÃO, DIVERSIDADE, TECNOLOGIA, INTERNET, ESCOLHA, PUBLICO, PRIORIDADE, JUVENTUDE, ELOGIO, SUPERIORIDADE, ALCANCE, TRANSMISSÃO.
  • COMENTARIO, BIOGRAFIA, PRESIDENTE, FUNDADOR, VENDEDOR, BANCARIO, ELOGIO, BRAVURA, INVESTIMENTO, SETOR, COMUNICAÇÕES.
  • ANALISE, CONDUTA, MEIOS DE COMUNICAÇÃO, CRITICA, EXPOSIÇÃO, JUVENTUDE, PROPAGANDA COMERCIAL, BEBIDA ALCOOLICA, MANIFESTAÇÃO, FRUSTRAÇÃO, SUPERIORIDADE, LOBBY, PARALISAÇÃO, TRAMITAÇÃO, PROJETO DE LEI, AUTORIA, ORADOR, PROIBIÇÃO, PUBLICIDADE, ELOGIO, CAPACIDADE, OFERECIMENTO, INFORMAÇÃO, EDUCAÇÃO, POPULAÇÃO.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. GERALDO MESQUITA JÚNIOR (PMDB - AC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, ilustre amigo Senador Adelmir Santana, quero cumprimentar, com muito prazer, os integrantes da Mesa. Peço licença para homenageá-los a todos na pessoa do prezado amigo Bardawil, Presidente da Rede União de Rádio e Televisão, saudar os nossos visitantes e convidados, amigos e amigas da Rede União de Rádio e Televisão e, particularmente, familiares e amigos do Bardawil, e presentes.

            Peço ainda permissão aos telespectadores da TV Senado para estabelecermos um intervalo aqui nos nossos trabalhos e prestarmos esta homenagem a mais uma empresa no ramo de comunicação do País.

            Agradeço, sensibilizado, a presença dos colegas Senadores Roberto Cavalcanti, Alvaro Dias, Acir Gurgacz, Adelmir Santana.

            De fato, o Senado, mais uma vez, homenageia uma empresa do ramo de comunicação. Já fizemos isso em outras oportunidades, com outras redes, com outras empresas que cuidam da mesma questão.

            Por que a homenagem à Rede União de Rádio e TV?

            Primeiro, porque ela foi fundada na minha terra, no Acre, uma coisa inédita no País. Normalmente, as redes de comunicação são criadas e fundadas no Centro-Sul, mas essa, especialmente, foi fundada no meu querido Estado do Acre.

            Segundo, porque creio que é sempre uma oportunidade, num momento como este, em que nos referimos e homenageamos uma empresa do ramo de comunicação, para reabrirmos o debate sobre o papel das empresas de comunicação no nosso País. É extremamente importante o papel que elas cumprem: o papel da informação, o papel, eu poderia dizer também, da educação.

            Nesse mister, eu me habituei a ver o lado positivo e o lado negativo do papel exercido pelas empresas de comunicação.

            O lado negativo: propaganda de bebida alcoólica. Eu vou sair do Congresso Nacional triste e decepcionado com o fato de que aqui não conseguimos resolver essa questão.

            Eu tenho um projeto, que protocolei quando cheguei ao Senado, que proíbe - essa é uma expressão forte, mas, na verdade, é isso mesmo - a veiculação, no rádio e na televisão brasileira, de propaganda de bebida alcoólica; mas ele dorme nas gavetas do Senado desde que cheguei aqui. Há um lobby fortíssimo que faz com que o Senado não tenha a coragem sequer de desengavetar esse projeto e apreciá-lo, mesmo que seja para derrotá-lo. É uma coisa triste. Esse é o lado que eu considero negativo exercido pelas empresas de comunicação no nosso País.

            Recentemente, o Senado aprovou um projeto que restringe a demissão, por justa causa, de empregados considerados alcoólatras. Por que o Senado tomou essa decisão? A propósito, o Correio Braziliense de ontem tem um editorial sobre a questão: “Depender de álcool é doença”. Acho que o Senado agiu certo no sentido de disciplinar essa questão. Eles precisam sobretudo de tratamento, mas a gente, não só o Congresso Nacional como a sociedade brasileira, precisa se compenetrar e se conscientizar de que isso é uma praga no nosso País.

            Não quero ser piegas, nem hipócrita. Já tomei a minha cerveja, mas acho uma hipocrisia conviver com uma situação como essa da maciça propaganda das cervejarias, no rádio e na televisão, atraindo principalmente os nossos jovens. Acho uma hipocrisia a gente conviver com uma situação como essa. Quem quiser beber que beba, mas acho uma covardia o rádio e a televisão, instrumentos públicos no nosso País, mesmo que através de concessão, veicularem propaganda de bebida alcoólica, e o Poder Público permitir isso. É uma covardia com a juventude brasileira, covardia, inclusive, com a rede de saúde brasileira, que acolhe milhares e milhares de pessoas que sofrem de todos os males decorrentes da ingestão de bebida alcoólica.

            Esse é o lado negativo que eu observo de parte das empresas de comunicação do nosso País.

            Dizem alguns que proibir é cercear o direito à livre expressão. Eu acho que a gente pode conviver com o exercício da livre expressão em nosso Brasil de forma responsável e ter responsabilidade muito maior ainda com a saúde pública brasileira.

            Agora, claro, há o lado positivo: o papel informativo, educativo.

            Eu acompanho, nesses últimos dias, nesses últimos tempos, uma inovação nos telejornais brasileiros, que têm grandes índices de audiência. Acompanhei, com muita satisfação, por exemplo, na Band, uma reportagem sobre sexo na juventude e pela juventude. Na semana inteira, a Ticiana entrevistou jovens sobre virgindade, sobre camisinha, sobre sexo, numa reportagem muito bonita, informativa, educativa, interativa, participativa, num telejornal brasileiro de uma emissora das maiores.

            A própria Band, depois, inaugurou uma série de reportagens, durante uma semana, sobre Adoniran Barbosa, dentro de um telejornal, dentro daquele horário nobre. Eu achei isso fantástico.

            Por falar em fantástico, a própria Globo inaugurou também uma série de reportagens especiais, dentro do Jornal Nacional - o que é inusitado -, sobre, por exemplo, a atuação das Forças Armadas na Amazônia. Uma segunda reportagem, também uma série de reportagens durante a semana inteira, sobre os cuidados que as pessoas têm que ter para adquirirem o primeiro imóvel, ou um imóvel. Isso é informação, isso é educação. Isso é o papel de uma empresa de comunicação no nosso País. Elas cuidam da comunicação de massa, e, por isso, quanto mais a gente tender para a informação robusta, responsável, voltada para a educação, que uma televisão deve ter como compromisso, mais o povo brasileiro ganha.

            Mas voltemos aqui à homenagem à Rede União.

            Eu falei aqui do pioneirismo: fundada no meu Estado, no Acre, um fato inédito. Na Amazônia, nós temos outra rede de fundamental importância, a Rede Amazônica de Televisão, que precedeu a Rede União naquela região. Recentemente, acho que no ano passado, também foi aqui homenageada, com justa razão, e eu não poderia, nesta ocasião, deixar de me referir ao papel que ela exerce e cumpre em toda a região Amazônica e já transbordando a região Amazônica. Eu quero também fazer um registro da importância de emissoras locais no meu Estado: TV Gazeta, por exemplo; TV Rio Branco. Mas são emissoras restritas ao território do meu Estado, que exercem também um papel importante na comunicação para e entre os acrianos.

            Uma coisa que me chama a atenção e que me provocou a iniciativa de propor esta homenagem à Rede União de Rádio e Televisão foi o perfil dessa emissora, dessa rede. Ela se vale de todos os recursos, utiliza essa parafernália toda tecnológica a serviço das comunicações. A Rede União incorporou satélite, Internet, SMS, Orkut, Blog, Twitter, enfim, uma parafernália tecnológica a serviço da comunicação. Ela a incorporou e atrai a sua clientela. Oferece a mais variada gama de meios de acesso à Rede União de Rádio e Televisão, para que seu público esteja cada vez mais bem servido. Informação, jornalismo, entretenimento e uma coisa muito interessante: a Rede União elegeu, como público preferencial, a juventude brasileira. E introduziu algo na sua relação com seu público: a interatividade. É uma inovação, e os resultados têm sido muito favoráveis e muito interessantes.

            Ela é uma rede fundada no Acre, sim, mas hoje ela transpõe os limites do Acre. Entretanto, por horríveis razões, o Acre hoje não é cabeça de rede. Horríveis razões que acho que não vale nem a pena aqui a gente mencionar. Cabeça de rede hoje da Rede União é Fortaleza, Ceará, terra de nascimento do Bardawil. Mas lá permanecemos com a emissora, assim como aqui em Brasília. E a Rede União tem alcance, eu diria, nacional. O sinal da emissora é recebido via Internet, canal aberto, por assinatura, via satélite, em mais de 200 cidades do País: no Acre, na Bahia, no Ceará, no Distrito Federal, do Senador Adelmir, no Espírito Santo, em Goiás, no Maranhão, no Mato Grosso, no Mato Grosso do Sul, em Minas, no Paraná, do Senador Alvaro Dias, no Rio Grande do Norte, no Rio Grande do Sul, no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Santa Catarina e no Tocantins. É uma rede.

            Imaginem as senhoras e os senhores, em um mundo muito fechado, muito compacto, esse mundo nosso brasileiro das comunicações, alguém penetrar, alguém surgir e alguém crescer. Um grupo como esse. Difícil, difícil. Só muita obstinação, só muita determinação, só muita camaradagem com aqueles que fazem a Rede União.

            O Bardawil deve ser muito grato a seus companheiros e suas companheiras que, junto com ele, inauguraram e continuam nessa pisada, nessa caminhada para transformar a Rede União de Rádio e Televisão eu não diria na maior rede - isso não pode ser aspiração de ninguém -, mas numa rede que tenha um compromisso com o povo brasileiro: a responsabilidade de fazer a melhor comunicação possível. E, por isso, ele deve ser muito grato a quem o ajuda nessa pisada, nessa caminhada.

            E foi - agora falando um pouquinho dele - exatamente esse perfil dele

que me chamou e me chama a atenção.

            O Bardawil, que já fez de tudo um pouco - já foi bancário, já vendeu jóia -, colocou o pé na comunicação, no início até sem entender muito daquilo, tomou gosto, com responsabilidade, e hoje atrai um público imenso no País inteiro. E me disse ele que o sinal da TV União pode ser colhido inclusive fora do Brasil. Isso é uma coisa interessante.

            Portanto, no momento em que, com muito prazer e com muita responsabilidade, propus que o Senado homenageasse a Rede União de Rádio e Televisão, eu tinha plena consciência do que estava propondo e das consequências disso. Nós precisamos ressaltar aquilo de bom que aparece em nosso País, precisamos valorizar o esforço daqueles que, com responsabilidade, dão o coração, colocam a cabeça a serviço de uma causa, a causa da boa comunicação.

            Vejo, no esforço do Bardawil, da sua equipe, das suas colegas e dos seus colegas de trabalho, essa obstinação, essa determinação e, sobretudo, essa alegria de fazer as coisas. A alegria de ir colhendo os resultados aqui e acolá, a compreensão de receber as críticas - porque ninguém é perfeito. Mas eu saúdo, no universo da comunicação brasileira, a existência da Rede União. Saúdo, com muita satisfação, porque se trata de algo, como disse no início, de extrema importância em nosso País.

            O povo brasileiro incorporou em seus hábitos... Antigamente, era o rádio. Quando eu era menino, um dos hábitos que a gente havia incorporado era escovar os dentes, sair para estudar, almoçar e, à tarde, ligar o rádio. Hoje, o povo brasileiro incorporou o hábito de ver televisão: escova os dentes, sai para trabalhar, para estudar, almoça, liga a televisão; volta, faz alguma coisa, liga a televisão. É algo que une o povo brasileiro, é algo que estabelece a grande comunicação entre todos nós. Por isso, há responsabilidades. E a responsabilidade deve ser grande daqueles que têm a tarefa de colocar uma emissora no ar, de oferecer uma programação. Essa é uma responsabilidade muito grande.

            E eu parabenizo a Rede União, por, até agora, ter feito isso com dedicação, com amor e com extrema responsabilidade. Espero que, nessa caminhada, a Rede União colha mais e mais frutos, porque, em última instância, o beneficiário maior é o povo brasileiro. Quem ganhará certamente, com o aperfeiçoamento, com a dedicação, com uma programação cada vez melhor da Rede União e das outras emissoras, são os telespectadores, é o povo brasileiro.

            Parabéns à Rede União, sucesso e que, nessa caminhada, o trabalho de vocês seja sempre iluminado pela mão de Deus.

            Obrigado. (Palmas.)


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/08/2010 - Página 40407