O SR. GERSON CAMATA (PMDB - ES. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, como todo o Brasil, e o restante do mundo, o Espírito Santo viveu momentos difíceis em 2009, resultantes da crise econômica global. Mas, em parte graças ao bom direcionamento dos investimentos por parte do governo estadual, e também à crescente diversificação de sua economia, vem demonstrando sinais de rápida recuperação.

            A produção industrial do Estado cresceu 37,2 por cento em dezembro do ano passado, em comparação com o mesmo mês de 2008, segundo dados do IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. No mesmo período, a indústria extrativa, da qual faz parte a exploração do petróleo, experimentou um crescimento de 55,6 por cento.

            O petróleo deu início a um novo ciclo da economia capixaba, que já crescia acima da média nacional, devido ao desempenho de commodities como minério de ferro, aço e celulose. O processo de industrialização, embora tardio, inicialmente estimulou o surgimento de empresas de pequeno e médio porte, e mais tarde concentrou no Estado grandes plantas industriais.

            Em sua prestação anual de contas à Assembléia Legislativa, que fez esta semana, o governador Paulo Hartung destacou que o terceiro ciclo, sucessor da agricultura cafeeira e da indústria de base fabril-exportadora, resulta da evolução dos arranjos produtivos consolidados e da emergência do negócio do petróleo e gás.

            Alguns pontos da mensagem do governador permitem traçar um rápido panorama dessa nova economia. A exploração do pré-sal, no Brasil, começou pelo Espírito Santo, no Parque das Baleias, logo abaixo do Campo de Jubarte. Mais de 20 milhões de metros cúbicos de gás serão produzidos pelas unidades de tratamento de Cacimbas e do Sul. O Gasene, Gasoduto Sudeste-Nordeste, ligando Cacimbas, em Linhares, a Catu, na Bahia, e ao Rio de Janeiro, permitirá o escoamento da produção, com um ramal até o município de Cachoeiro de Itapemirim.

            Entre outras realizações, o governo estadual obteve da Petrobras a instalação de um porto de suprimentos de plataformas de exploração e produção em Ubu. Além disso, negocia a instalação de uma fábrica de fertilizantes em Linhares, e reivindica para o Estado a sede de um estaleiro que forneceria equipamentos e faria reparos nas plataformas destinadas à exploração do pré-sal.

            A atração de novos investimentos não foi paralisada pela crise econômica, como comprovam a ampliação da Prysmian, que produz cabos utilizados nas plataformas marítimas para exploração do petróleo, a instalação da Weg Motores em Linhares e do Estaleiro Jurong em Aracruz. Indústrias que há tempos exercem atividades no Espírito Santo têm projetos de ampliação. É o caso da Vale, que constrói sua oitava usina de pelotização, da Samarco, que deve construir a quarta usina, e da ArcelorMittal, que atualmente estuda a construção de uma unidade de laminação a frio em Tubarão.

            A produção de aço poderá ser ampliada caso se concretize uma usina no sul do Estado, empreendimento liderado pela Vale. No setor de logística, uma vez viabilizado o projeto da usina, será possível construir um novo porto de águas profundas, além do que está em projeto atualmente, e a Ferrovia Litorânea Sul, que interligará a Estrada de Ferro Vitória-Minas e a Região Metropolitana ao Porto de Ubu (Anchieta), chegando a Cachoeiro de Itapemirim, pólo regional do Sul do Estado. Além disso, a dragagem do porto e a ampliação do cais de Vitória, que permitirão um aumento de até 30 por cento na movimentação de cargas, estão em fase final de licitação.

            Em resumo, o início do terceiro ciclo econômico encontra uma economia bastante diversificada, em que convivem as grandes empresas voltadas para exportação, a indústria petrolífera e uma série de arranjos produtivos, que trabalham tanto para o mercado interno quanto o externo, como é o caso do moveleiro, metalmecânico, rochas ornamentais, vestuário, cafeicultura, fruticultura, agroturismo, entre outros.

            As potencialidades de desenvolvimento da economia capixaba continuam grandes, e foram afetadas em pequena medida pelo furacão que varreu o cenário econômico mundial. O momento da retomada chegou, e é hora de aproveitá-lo, para que não se perca a perspectiva concreta de crescimento acelerado que nos últimos anos tem caracterizado o Espírito Santo.

            Era o que tinha a dizer.

            Muito obrigado.