Discurso durante a 145ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Homenagem à Maçonaria brasileira pelo transcurso do Dia do Maçom.

Autor
Papaléo Paes (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AP)
Nome completo: João Bosco Papaléo Paes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem à Maçonaria brasileira pelo transcurso do Dia do Maçom.
Publicação
Publicação no DSF de 21/08/2010 - Página 43009
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA, MAÇONARIA, IMPORTANCIA, CONTRIBUIÇÃO, HISTORIA, BRASIL, DEFESA, ORADOR, DIVULGAÇÃO, DIRETRIZ, LIBERDADE, SOLIDARIEDADE, IGUALDADE, BENEFICIO, ETICA, PAZ, PROGRESSO, RESPEITO, DIREITOS HUMANOS, JUSTIÇA SOCIAL, SAUDAÇÃO, MEMBROS.

            O SR. papaléo paes (PSDB - AP. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, muitos indagam a razão pela qual, ao longo dos anos, prestamos várias homenagens à Maçonaria em nosso País. De forma didática, vários dos discursos realizados nessas oportunidades nos apontam a importância dos maçons em vários momentos cruciais da nossa história.

            Mais ainda, a Maçonaria está profundamente imbricada nos grandes movimentos formadores da sociedade atual, marcos fundamentais da história da humanidade.

            Como gosta de lembrar nosso colega Senador Mozarildo Cavalcanti, de secreta a Maçonaria não tem nada. Por acaso a Revolução Francesa ou as independências nas Américas foram secretas? O caráter discreto da ação maçônica, motivado por séculos de perseguição a seus membros, nunca encobriu os maravilhosos resultados de suas ações, nem os profundos princípios éticos e morais que as orientaram.

            E nesses tempos nos quais vivemos, de aparente relatividade de princípios, por vezes subjugados a finalidades escusas, não tenho a menor dúvida de que se deva propagar as virtudes maçônicas, por reconhecer nelas caráter universal. Mais do que isso, são padrões de comportamento necessários para a vida em sociedade, para a redução dos conflitos, para nosso progresso como seres humanos.

            Acima dos partidos e ideologias políticas, acima dos confrontos entre diferentes fundamentalismos religiosos, acima da pobreza ideológica de base racial ou xenófoba, o maçom professa a ideia de fraternidade universal entre os homens, que são iguais em sua dignidade e, fundamentalmente, livres.

            Tolerância, como expressão de respeito ao próximo, é um conceito que devia perpassar todas as ideologias políticas, especialmente as manifestadas em espaços como o Congresso Nacional.

            Prática da caridade; não para aliviar consciências pesadas, mas para resgatar a dignidade humana do outro. Valorização das realizações, não só na caridade, mas em todas as obras voltadas ao engrandecimento da humanidade. Fidelidade, honestidade, virtude, todos os sentimentos positivos, enfim, são exigidos do maçom.

            Que mensagem melhor para nossa juventude? Que ideal mais nobre para nós cidadãos?

            A trajetória da maçonaria em nosso País se confunde com o alvorecer da nossa pátria. A referência ao dia de hoje, 20 de agosto, como Dia do Maçom vem do fato de, no dia 20 de agosto de 1822, em sessão do Grande Oriente, sob a presidência de Gonçalves Ledo, Dom Pedro ter sido aclamado Imperador do Brasil. Para os maçons, começa naquele momento a história do Brasil independente. A própria proclamação “Independência ou Morte”, já teria sido, então, combinada.

            Uma quantidade significativa de grandes figuras de nossa história, desde então, é associada às lojas maçônicas; uma lista extensa demais para ser lida em apenas uma sessão, mas que inclui o patrono do próprio Senado brasileiro, Rui Barbosa, além de vários Presidentes da República.

            Devemos honrar, entretanto, não apenas os grandes pais da pátria. Acredito que os milhares de maçons cujos nomes continuam desconhecidos do grande público são igualmente dignos das homenagens que fazemos no dia de hoje, não menos importantes do que Dom Pedro I ou os irmãos Andrada.

            A ação benéfica da maçonaria flui da dedicação de seus irmãos mesmo nos momentos mais opressivos da história contemporânea. Como amigos da liberdade, todas as formas de totalitarismo lhes foram contrárias, forçando períodos de retração e ação ainda mais discreta.

            Resistiu, sobreviveu e expandiu, entretanto, chegando ao século XXI fazendo cada vez mais jus ao lema do Grande Oriente do Brasil: “Nova, porém antiga”.

            Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, somos um País jovem e, ainda assim, são poucas as instituições com tal longevidade, mantendo a importância e, sobretudo, a vitalidade.

            Quero aproveitar a ocasião para saudar todos os maçons brasileiros, na certeza de sempre poder contar com seus inestimáveis serviços em favor do cidadão, da liberdade, da democracia, da igualdade e da fraternidade humana.

            De forma mais visível ou absolutamente discreta as instituições maçônicas continuarão a velar pela ampliação das nossas virtudes, combatendo nossas mazelas nacionais e alinhando-se sempre ao lado do bem.

            Para o cidadão brasileiro que nos ouve neste momento, sugiro que busquem conhecer melhor as grandes linhas da ação da maçonaria e exercer suas virtudes. Por certo vão encontrar lugar em suas vidas, independentes de religião, raça ou orientação política, para esses ideais. Ganhará o Brasil e ganhará a humanidade.

            Era o tinha a dizer, Sr. Presidente.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/08/2010 - Página 43009