Discurso durante a 145ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Homenagem à Maçonaria brasileira pelo transcurso do Dia do Maçom.

Autor
Efraim Morais (DEM - Democratas/PB)
Nome completo: Efraim de Araújo Morais
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem à Maçonaria brasileira pelo transcurso do Dia do Maçom.
Publicação
Publicação no DSF de 21/08/2010 - Página 43013
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA, MAÇONARIA, ELOGIO, CONTRIBUIÇÃO, HISTORIA, BRASIL, PROCESSO, INDEPENDENCIA, ABOLIÇÃO, ESCRAVATURA, PROCLAMAÇÃO, REPUBLICA, IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, ATUALIDADE, ASSISTENCIA SOCIAL, CIDADANIA, CONGRATULAÇÕES, MEMBROS.

            O SR. EFRAIM MORAIS (DEM - PB. Sem apanhamento taquigráfico..) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a homenagem que esta Casa presta à instituição maçônica pelo transcurso do dia 20 de agosto, quando se comemora o Dia do Maçom, simboliza o justo reconhecimento devido, pelo Brasil e pelos brasileiros, ao belíssimo histórico de contribuições que deram eles - maçons e Maçonaria - à liberdade, à democracia e ao desenvolvimento de nossa Nação.

            Parabenizo, assim, o ilustre Senador Mozarildo Cavalcanti, pela apresentação do Requerimento nº 114, de 2010, por intermédio do qual ficou muito oportunamente estabelecida esta homenagem.

            Relembro, também, Sr. Presidente, a destacada participação da Maçonaria nos principais e mais críticos eventos da nossa história, entre os quais relaciono, inicialmente, os que redundaram em nossa independência.

            Personificam essa saga, de modo todo especial, alguns dos membros da loja “Comércio e Artes”, fundada em 1815, na cidade do Rio de Janeiro. Considerara a célula originária de uma das maiores agremiações maçônicas atuais, o Grande Oriente do Brasil, contava ela entre seus afiliados, por exemplo, a figura de José Bonifácio de Andrada e Silva. Primeiro Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil, foi ele possivelmente a personagem mais influente, entre todos os brasileiros nativos, pelo processo que culminaria, poucos anos depois, no Grito dado às margens do Ipiranga.

            Por influência de José Bonifácio, aliás, o próprio Pedro de Bragança, futuro Imperador, mas ainda ocupando a dignidade de Príncipe Regente, tornou-se ele mesmo maçom por volta dessa época - acontecimento cujas consequências, no que se refere ao destino de nosso País, hoje bem podemos avaliar.

            Há mais, entretanto! Foi também decisiva a participação dos maçons no movimento nacional que defendeu a abolição da escravatura, na segunda metade do século XIX. Advogando como princípio ideológico básico a crença dos ideais de Liberdade, de Igualdade e de Fraternidade, a Maçonaria legou ao movimento abolicionista alguns de seus mais destacados líderes, a exemplo do baiano Luis Gama, e do fluminense José do Patrocínio.

            Eram também maçons algumas das figuras mais direta e decisivamente envolvidas na Proclamação da República, a exemplo do pernambucano Saldanha Marinho, um dos autores da minuta da Constituição de 1891; do carioca Quintino Bocaiúva, que viria a ser o primeiro Ministro das Relações Exteriores da nascente República brasileira; e, como fecho dessa brevíssima, mas significativa relação, do vulto universal de Rui Barbosa, figura-símbolo deste Senado Federal.

            Mas falar da participação da Maçonaria na história do Brasil implica no risco de fazer esquecer a tremenda importância que ela tem, atualmente, para o dia-a-dia dos brasileiros, risco esse ainda mais agravado pela grande discrição que sempre envolveu os atos de benemerência e de oferenda cívica feita pelas potências maçônicas aos nossos concidadãos.

            Refiro-me, Sr. Presidente, às incontáveis instituições que elas sustentam, por todos os recantos do País, em benefício dos que mais precisam. São creches, abrigos, e escolas as mais diversas, desde as voltadas à aprendizagem profissional até aquelas destinadas ao atendimento de crianças e jovens com deficiência física e intelectual. Refiro-me, também, às organizações especializadas da distribuição de refeições às pessoas desprovidas de recursos e das dedicadas à prevenção de uso de entorpecentes e ao tratamento dos usuários de drogas, entre muitas outras mais.

            Originária das antigas corporações de ofício medievais envolvidas na construção das catedrais góticas européias, a Maçonaria sempre soube evoluir e se atualizar. Por isso, ocupa hoje, como antes ocupava, um papel absolutamente destacado na construção, filosófica e prática, de uma superior visão de cidadania, no Brasil e no resto do mundo.

            Finalizo, Srªs e Srs. Senadores, saudando, na ocasião do Dia do Maçom, toda a instituição maçônica brasileira, pela vibrante defesa daqueles ideais que a fazem eternamente digna de sua própria história. Que a fazem, embora muito relevante no passado, uma instituição ainda mais importante, viva e participativa no presente momento; na vida concreta das brasileiras e dos brasileiros que com ela têm a fortuna de interagir.

            Que o Grande Arquiteto do Universo continue a inspirar essa jornada de amor, de solidariedade e de busca da justiça, por muitos séculos, ainda.

            Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

            Obrigado a todos pela atenção.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/08/2010 - Página 43013