O SR. ADELMIR SANTANA (DEM - DF.Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Senador Gim Argello, signatário do requerimento que ocasionou esta sessão de homenagem aos corretores, quero saudar também o Presidente do Conselho Federal de Corretores de Imóveis, Sr. João Teodoro; o Presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Distrito Federal, Hermes Rodrigues de Alcântara Filho; o Presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Distrito Federal, Sr. Geraldo Francisco do Nascimento; o Presidente do Sindicato da Habitação - Secovi, Carlos Hiram, que acaba de tomar assento à mesa; saudar o Prefeito de Cristalina, o Exmº Luiz Carlos Attié; saudar também o Miguel Setembrino, que aqui está, Presidente da Fecomércio/DF; quero saudar o ex-Ministro de Estado, patrono dessa categoria, ex-Parlamentar Arnaldo Prieto, a quem essa categoria deve muito; saudar os membros do Conselho Federal de Corretores que aqui estão presentes, os membros do Sindicato dos Corretores, os membros do Conselho Regional. Enfim, saudar os senhores e senhoras corretores que aqui estão, senhoras e senhores convidados.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, convidados, esta é uma ocasião que merece reflexão de todos nós e análise sobre o processo de desenvolvimento que o Brasil experimenta hoje. Vivemos um momento muito auspicioso em vários setores da economia. E todo movimento desenvolvimentista requer investimento e crescimento setorial.

            A ideia de um Brasil grande, capaz de atender aos anseios de sua sociedade, composta por diversos matizes étnicos e estilos de vida diferenciados no que se refere ao consumo e à satisfação de suas necessidades, volta a estar presente nos debates políticos e econômicos que vivemos.

            Para que o Brasil se tornasse este admirável País, muitos trabalhadores e prestadores de serviços especializados atuaram decisivamente. Entre eles, estava e está o corretor de imóveis, Sr. Presidente.

            Quero, neste pronunciamento, destacar a dinâmica de duas cadeias produtivas vitais para o desenvolvimento de qualquer economia. São setores nos quais os corretores de imóveis atuam fortemente. São elas: a do turismo, entendendo por turismo pessoas em movimento, pois quando uma pessoa se desloca por qualquer meio de um local para outro leva consigo todas as suas necessidades de consumo, e isso significa que inúmeras outras cadeias produtivas atuam para viabilizar o movimento humano; e a outra é a cadeia produtiva da construção civil. Ela também é fundamental. Sem sua participação no processo, o consumo, por incrível que pareça, provavelmente não ocorreria, pois faltariam locais e ambientes adequados para que as pessoas se encontrassem e transacionassem serviços e mercadorias.

            À medida que a sociedade se desenvolve, Sr. Presidente, tende a acessar serviços e mercadorias, ampliando o nível de satisfação de suas necessidades básicas. E, atendendo às expectativas desse cidadão, aparece para prestar serviços que demanda um imóvel o corretor, esse profissional que é o elo entre o sonho de ter um imóvel por parte de um cidadão e as empresas que constroem e vendem. É um profissional indispensável porque, à medida que os hábitos e condições de vida mudam, o serviço prestado por esse profissional se especializa, tornando-o um consultor que ajuda o cliente a realizar um sonho, a ter um imóvel de acordo com as suas expectativas e condições.

            É um profissional que precisa estar permanentemente se atualizando, entendendo as mudanças nos hábitos de vida e condições de consumo que a sociedade brasileira experimenta. Tem que estar focado nas mudanças, tem que estar focado no futuro. Esta é uma necessidade premente na formação permanente dos corretores de imóveis.

            Em todas as transações que envolvem espaço físico, imóveis e as mais variadas propriedades, o corretor é chamado a participar não apenas como mero vendedor ou intermediador, mas como um consultor que bem entende a dinâmica intrínseca de cada setor de seu mercado, que apresenta peculiaridades bem específicas.

            Sou um Parlamentar que começou a vida como comerciante e tive, ao longo de todos esses anos, oportunidade de observar o trabalho desse profissional, pois fiz inúmeros negócios envolvendo sua participação, alugando lojas e ambientes. É um profissional nobre e importante para a dinamização da economia e a satisfação da clientela, fato que enriquece o relacionamento entre as pessoas.

            Sem dúvida, ajudar pessoas a realizar sonhos é muito bom. Creio que o corretor, em sua maioria, concorda com essa constatação e sente-se realizado ao observar o resultado do seu trabalho, pois contribui para o bem-estar social e a alegria do seu cliente. Esse é o lado bom, Sr. Presidente, do trabalho dos corretores, mas a realidade institucional não coincide com a importância social. Suas condições de trabalho nem sempre foram favoráveis. V. Exª mesmo disse aqui que muitas vezes inicia com uma única cadeira, uma única mesa e um telefone. Ainda enfrentam muitas dificuldades.

            Por isso, como Senador, propus recentemente uma emenda à Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, a Lei do Super Simples, a Lei Geral, para estender os seus benefícios aos prestadores de serviço de corretagem de imóveis, não aos corretores de grandes instituições, grandes imobiliárias, mas aos pequenos. Aprovada essa emenda, os corretores poderão usufruir das facilidades do Simples Nacional (Palmas), muito menos burocrático e mais justo com os contribuintes.

            Essa categoria ainda precisa de apoio, pois não tem ajuda de custo para plantonistas de imobiliárias e construtoras - existe o custo de alimentação e de transportes - e tem de cumprir a obrigatoriedade da presença de gestores e corretores credenciados em qualquer transação imobiliária, o que foi uma conquista também dessa categoria no Parlamento brasileiro. Precisam também de maior agilidade no processo de abertura de imobiliárias.

            É necessário diminuir a burocracia do Estado brasileiro, para ajudá-los a produzir mais e a crescer profissionalmente.

            Tenho como preocupação também legislativa propor a ampliação de cursos de tecnólogos com ênfase na área imobiliária, uma vez que nesse setor da economia a demanda por profissionais qualificados será maior na medida em que o País cresce, e a sociedade merece um atendimento especializado.

            Nesses cursos que proponho, com duração de dois ou três anos, os profissionais formados já sairão preparados para o mercado de trabalho. Aqui mesmo já tivemos algumas reuniões com a direção do setor. Nós estamos já em vias de implantação de um curso de tecnólogo, na faculdade Senac, que criamos aqui, em Brasília, para dar uma melhor formação aos agentes imobiliários no futuro. E creio que, brevemente - não é, Sr. Presidente Miguel Setembrino? -, isso estará evidenciado, porque nós já estamos fazendo todos os entendimentos com o Ministério da Educação para o registro desse curso de tecnólogo para os agentes imobiliários.

            A lógica desse processo de formação tecnológica está no fato de permitir ao profissional crescer numa carreira, podendo, após a formação acadêmica, solicitar ao Conselho Regional a alteração de sua categoria, ascendendo profissionalmente.

            O mercado para o profissional da área imobiliária é diversificado e exige conhecimento e capacitação. Isso significa que é uma das mais promissoras profissões nessa década, que apenas está começando. Eu acho que é uma categoria que tende a ter uma ascensão profissional cada vez mais marcante.

            Sr. Presidente, a luta pela profissionalização da profissão de corretor de imóveis começou na década de 1930. Desde então, a categoria vem enfrentando e vencendo obstáculos políticos e institucionais, ao mesmo tempo em que presta relevantes serviços à Nação.

            Essa trajetória vitoriosa denota o brio, a perseverança e a vontade de participar mais intensamente da economia, de gerar riqueza e contribuir para o bem-estar social. Esses são valores culturais dessa categoria profissional tão importante para as transações imobiliárias. E aqui temos homens e mulheres que têm verdadeiras marcas dessa luta aqui no Distrito Federal e no País.

            Brasília, a nossa querida capital, deve muito aos corretores de imóveis, pois foi a partir de sua iniciativa e contribuição diária que milhões de brasileiros puderam habitar esta cidade. E há uma passagem que já foi muitas vezes aqui, em sessões de homenagem, lembrada, de que Juscelino Kubitscheck acreditou nos agentes imobiliários, nos corretores de imóveis para a implantação do País. Em Brasília, ele até é o patrono dos corretores de imóveis.

            Sua ação intensa e sempre discreta, até invisível a olhos desatentos, reverbera, refletindo desejos de pessoas que querem adquirir, trocar, alugar, vender, transacionar imóveis.

            Seu trabalho gera riqueza significativa tanto no aspecto financeiro como no aspecto emocional, uma vez que ajuda pessoas a realizarem sonhos. No nosso País, o sonho do imóvel próprio é algo indescritível, e ele só se realiza depois de muitos outros requisitos, com a participação do corretor, porque essa foi uma conquista dos corretores, através de legislação aprovada no País.

            Hoje celebramos mais um Dia do Corretor de Imóveis. Nesta sessão solene, reverencio a todos os profissionais dessa honrada categoria, conclamando-os para um momento de grande responsabilidade cívica e vital para o futuro de nossa cidade, que são as eleições de outubro próximo. Está na hora de todos nós nos envolvermos com isso. Não vamos deixar a política como sendo coisa secundária. Não é. É primária. A política é muito importante para não ter o envolvimento de uma categoria que tem tanto contato com as pessoas e com a sociedade, e a importância que ela exerce sobre todos nós.

            Portanto, desejo aqui também conclamar os senhores. Envolvam-se, procurem saber quem são os candidatos que estão disputando, analisem os candidatos, participem, falem com seus amigos e com seus clientes da importância da política. O Brasil fez a opção pela política representativa. Não adianta. Vamos ter vereadores, prefeitos, deputados, senadores, presidente. De nada adianta a omissão, porque, cada vez que nós nos omitimos, esses espaços são ocupados mais facilmente por aqueles que, muitas vezes, não nos representam, não têm perfil e não têm capacitação para o exercício da vida pública. Muitas vezes, usam a vida pública para outras intenções e não para representar bem a população dos seus Estados e do nosso País.

            Portanto, quero concluir, Sr. Presidente.

            Naquele momento, todos os corretores poderão dar mais uma grande contribuição para a nossa cidade - naquele momento, eu me refiro à eleição - e para a democracia, escolhendo representantes políticos que tenham interesse real em melhorar a nossa capital, trabalhar para gerar mais empregos, diminuir os impostos e investir na qualificação profissional, para que tenhamos mais oportunidades de crescimento e geração de riqueza e, consequentemente, uma vida melhor para todos nós brasileiros.

            Salvem os corretores de imóveis! E até 3 de outubro!

            Um grande abraço e muito obrigado. (Palmas.)