Discurso durante a 153ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Importância da educação, destacando aspectos relevantes da formação de técnicos e apelando ao governo federal para que instale, no interior do País, mais unidades de Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia - INFETs no interior do país.

Autor
Roberto Cavalcanti (PRB - REPUBLICANOS/PB)
Nome completo: Roberto Cavalcanti Ribeiro
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ENSINO PROFISSIONALIZANTE.:
  • Importância da educação, destacando aspectos relevantes da formação de técnicos e apelando ao governo federal para que instale, no interior do País, mais unidades de Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia - INFETs no interior do país.
Publicação
Publicação no DSF de 02/09/2010 - Página 44283
Assunto
Outros > ENSINO PROFISSIONALIZANTE.
Indexação
  • COMENTARIO, IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIENCIA E TECNOLOGIA, SUCESSÃO, ESCOLA TECNICA FEDERAL, CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLOGICA (CEFET), CONTRIBUIÇÃO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, ESPECIFICAÇÃO, ESTADO DA PARAIBA (PB), REGISTRO, DADOS, CURSO TECNICO, SOLICITAÇÃO, AMPLIAÇÃO, ENSINO SUPERIOR, ENSINO PROFISSIONALIZANTE, INTERIOR, PREVENÇÃO, MIGRAÇÃO.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. ROBERTO CAVALCANTI (Bloco/PRB - PB. Fora do microfone.) - Ele está na frente?

            O SR. PRESIDENTE (José Bezerra. DEM - RN) - Não, o senhor está na frente, em seguida, é o Senador Jefferson Praia. Falou pela Liderança do PSDB o Senador Alvaro Dias. Agora é um orador, que é o senhor.

            O SR. ROBERTO CAVALCANTI (Bloco/PRB - PB) - Eu cometi um equívoco, pensando que era o Senador Dornelles pela ordem de inscrição.

            O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB - CE) - Como orador, V. Exª pode ceder para ele.

            O SR. PRESIDENTE (José Bezerra. DEM - RN) - Pode ceder e vai para o lugar de último da fila.

            O SR. ROBERTO CAVALCANTI (Bloco/PRB - PB) - Para o último da fila? Perdoe-me, eu cederia se fosse só uma inversão.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, não é preciso argumentar neste plenário acerca da importância da educação para toda cidadã ou para todo cidadão brasileiro. Sabemos que um povo somente consegue se erguer do reino da pura necessidade para a autonomia quando é educado, quando a capacitação lhe permite bater com mais autoridade à porta do futuro.

            Avaliem então, nobres colegas, o quanto essa minha afirmativa não será ainda mais verdadeira e ainda mais decisiva lá, onde a necessidade é maior: no Nordeste do Brasil, para o nordestino e, em especial, para os meus concidadãos da Paraíba.

            Em meu Estado, como tipificou o grande paraibano Celso Furtado, a severidade das condições naturais e os descaminhos da história brasileira colaboraram para formar um contexto excepcionalmente duro para o homem. Um contexto que exige uma continuada e especial atenção dos formuladores das políticas públicas governamentais, com ênfase principalmente no campo da educação.

            A educação de caráter técnico, na Paraíba, está a cargo do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, Ifet - herdeiro e curador das tradições do Cefet-Paraíba, instituição que ao longo de um século (desde 1909) tem sido o eixo de toda a educação tecnológica da região.

            Vizinho de uma dessas instituições, à época, Escola Técnica Federal, por toda a minha infância, recordo ainda hoje a admiração,de todos da minha família, pelo formidável trabalho que ali se desenvolvia.

            Mantenho, por isso, ainda hoje, um significativo elo afetivo com os Cefets, crente que sou no grande potencial educacional que eles guardam em benefício da nossa juventude estudantil.

            Em fase final de seu processo de instauração, o Ifet-Paraíba oferece, no conjunto, 14 cursos superiores e 11 técnicos, e não resume suas atividades à capital, mas mantém unidades avançadas situadas no interior do Estado.

            Temos, assim, dois cursos superiores ministrados na Unidade de Cajazeiras (Tecnologia em Automação Industrial e Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas) e um na de Campina Grande (Tecnologia em Telemática).

            Quanto aos tecnológicos, dois são oferecidos em Campina Grande (Técnico em Instalação e Manutenção de Equipamentos de Informática e Redes e Técnico em Mineração) e mais dois, em Cajazeiras (Técnico em Edificações e Técnico em Eletromecânica).

            Há, ainda, os 11 cursos Técnicos Integrados, que se distribuem quase que igualmente entre João Pessoa e essas duas cidades interioranas.

            Todo esse esforço constitui, como é fácil verificar, um precioso e diferenciado ativo educacional, estabelecido pelo poder estatal em prol do desenvolvimento paraibano.

            Precioso, decerto; mas, ainda assim - e é preciso que se diga! -, esforço absolutamente insuficiente.

            Não se trata, evidentemente, de um problema de qualidade, mas de quantidade, de alcance.

            Penso ser imperativo que o ensino superior, em geral, e o tecnológico, em particular, se interiorizem cada vez mais, levando as oportunidades lá onde está o cidadão.

            De fato, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, há um conjunto relativamente complexo de causas a impedir o adequado desenvolvimento das áreas mais pobres do Brasil.

            Entre eles, com toda certeza, figura a drenagem de talentos que se faz em função da indisponibilidade das oportunidades de ensino no interior.

            Essa deficiência provoca, num primeiro nível - e cito aqui o exemplo da Paraíba -, o deslocamento para a capital João Pessoa ou para Campina Grande, cidade que no meu Estado funciona quase como uma segunda capital.

            Demanda-se lá, além dos cursos oferecidos pelo Ifet/Cefet, aqueles outros ministrados pelas Universidades Federais da Paraíba, em João Pessoa, e a de Campina Grande, no interior - instituições essas, aliás, que merecem nosso melhor aplauso pelas importantes iniciativas que mantêm na linha da regionalização do ensino.

            Mas o ensino tecnológico tem um valor diferenciado para a capacitação, na fronteira do desenvolvimento regional.

            Sua importância é enorme para a interiorização do progresso, e ele não tem substitutivos à altura, quando falta.

            Na verdade, Sr. Presidente, quando se fala em interiorização, fala-se em evitar a migração de cidades do interior, do campo, para as grandes cidades. Na Paraíba,temos uma situação atípica, na qual essa população está consideravelmente bem distribuída em cidades do porte de Campina Grande, Patos, Souza, Cajazeiras, Monteiro, Guarabira e outras, que servem de freio para que a capital João Pessoa, diferencialmente de outras capitais do Nordeste, não tenha se agigantado em suas populações e, com isso, criado todos os tipos de obstáculos à concretização e materialização de suas infraestruturas.

            Fica, então, registrado este meu apelo em prol da intensificação da presença, no interior do Estado da Paraíba - e, por que não, no interior de todo o Brasil dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, os Ifets, organizações públicas que reputo importantíssimas para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil.

            Principalmente, Sr. Presidente, quando se trata das regiões brasileiras que se ressentem, mais que as outras, de não se posicionarem na vanguarda do desenvolvimento nacional.

            É importantíssimo que tenhamos a distribuição do ensino superior, principalmente do ensino técnico, nas regiões e nas cidades do interior, para que evitemos essa invasão de talentos migrando para as capitais do Brasil, como é o caso de muitos Estados brasileiros.

            Era este o apelo ao Governo para que, na verdade, na sua boa política de instalação dos Ifets em todo Brasil, priorize a instalação deles nas cidades do interior do nosso País.

            Muito obrigado.


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