Discurso durante a 162ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Reflexões acerca do processo eleitoral e preocupação com as falhas ocorridas nas pesquisas eleitorais em todo o país.

Autor
Geraldo Mesquita Júnior (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AC)
Nome completo: Geraldo Gurgel de Mesquita Júnior
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES.:
  • Reflexões acerca do processo eleitoral e preocupação com as falhas ocorridas nas pesquisas eleitorais em todo o país.
Publicação
Publicação no DSF de 07/10/2010 - Página 46531
Assunto
Outros > ELEIÇÕES.
Indexação
  • ELOGIO, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, SERYS SLHESSARENKO, SENADOR.
  • DEMONSTRAÇÃO, PERDA, CONFIANÇA, INSTITUIÇÃO DE PESQUISA, SUPERIORIDADE, ERRO, ESTIMATIVA, VOTO, ELEIÇÕES, ELOGIO, ELEITOR, INDEPENDENCIA.
  • ANALISE, ELEIÇÕES, ESTADO DO ACRE (AC), RETIRADA, ORADOR, CANDIDATURA, REELEIÇÃO, BENEFICIO, ELEIÇÃO, SENADOR, OPOSIÇÃO, AVALIAÇÃO, DIFERENÇA, VOTO, VITORIA, CANDIDATO, GOVERNADOR.
  • CRITICA, IRREGULARIDADE, CONDUTA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, OFENSA, LEGISLAÇÃO ELEITORAL.
  • SAUDAÇÃO, OCORRENCIA, SEGUNDO TURNO, ELEIÇÕES, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, OPORTUNIDADE, AMPLIAÇÃO, DEBATE, DESENVOLVIMENTO NACIONAL, REPUDIO, CORRUPÇÃO, CONCLAMAÇÃO, BRASILEIROS, EXERCICIO, CIDADANIA.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. GERALDO MESQUITA JÚNIOR (PMDB - AC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Srª Senadora Serys, nossa companheira de luta aqui, durante quase oito anos já, a quem cabe aqui um registro de sua passagem pelo Senado. Trata-se de uma Senadora que honrou o povo que tão bem representou e representa aqui, nesta Casa. Sou testemunha disso. Acho que este registro deve ser feito para ficar nos Anais da Casa, porque, por vezes, uma Parlamentar como V. Exª, que tanto batalhou nesta Casa e, no final, recebeu tanta ingratidão - e não estou falando da boca para fora, falo com absoluta sinceridade -, acho que devemos contrapor tanta ingratidão com o registro de sua passagem, de sua presença nesta Casa, honrada, dedicada. Tenho certeza absoluta de que o povo da sua terra não se arrependeu um segundo de tê-la mandado para o Senado Federal.

            Srª Presidente, Srs. Senadores, queridos visitantes, jovens, estudantes de São Sebastião, vou começar minha fala pelo final da fala do Senador Roberto Cavalcanti e sendo até um pouco mais ácido. Acho que, depois de encerradas as urnas do primeiro turno deste processo eleitoral, não resta dúvida de que os institutos de pesquisa do nosso País restaram eu não diria desmoralizados, mas com a credibilidade muito comprometida e muito arranhada.

            Eu exemplifico, começando até pela minha terra. Lá, a impressão que se tinha agora é a de que os institutos faziam pesquisas nos diretórios do PT ou nos partidos aliados, tal era a margem e as diferenças, os índices assustadores que a população era obrigada a engolir. E, como já vem acontecendo nos últimos dois processos eleitorais, a população do meu Estado mostrou - e isso é um exemplo para o País, que também exercitou essa prática - que dá valor aos seus ouvidos, ou seja, não deu ouvidos, não se deixou influenciar por pesquisas tendenciosas, por pesquisas compradas e encomendadas tanto no Acre como no País inteiro.

            Então, eu não prego aqui punição nenhuma para os institutos, porque a população brasileira já os puniu, não dando qualquer valor ao trabalho deles. É claro que, nessa área, há profissionais honrados, capazes e eficientes, mas, de maneira geral, os institutos de pesquisa no nosso País sofreram... Acho que eles é que foram derrotados. E não há necessidade de punição para eles. Aliás, acho que eles ofereceram ao povo brasileiro algo que faltava nos processos eleitorais: a compreensão de que devemos ter muita atenção com esses números que são divulgados, muitas vezes de forma completamente irresponsável e com um propósito claro, com o intuito preciso de induzir o voto da população brasileira.

            Foram derrotados. Não precisam de punição. A população brasileira já os puniu.

            Há uma constatação que surge disso tudo: a população está de olhos e ouvidos abertos agora. Não se deixará levar, não se deixará influenciar por pesquisas marotas, tendenciosas e mal-intencionadas, como a maioria oferecida à população brasileira.

            Em nosso País, há um ditado, pelo menos um ditado repetido com muita intensidade antigamente. Era desses ditados populares, mais ou menos assim: “Enquanto os políticos dormem, o Brasil cresce.” Era um ditado. Não o tenho ouvido amiúde ultimamente, mas era fácil de se ouvir mais outrora: “Enquanto os políticos dormem, o Brasil cresce.”

            Eu hoje estava pensando, Senadora Serys, nesse ditado popular. Acho que a gente precisa recuperá-lo nas reflexões que fazemos hoje acerca do processo eleitoral presente. Ele significa algumas coisas: por exemplo, que devemos ter claro e presente que quem de fato coloca este País para funcionar são os trabalhadores brasileiros, são os empresários brasileiros, são os homens e mulheres que têm responsabilidade com este País. Governo nenhum produz; quem produz é a sociedade, quem produz são os empresários, são os trabalhadores, são aqueles que estão no segmento de serviços. Eles é que fazem o Brasil avançar.

            Esse ditado popular traduz também aquilo que vai na alma do povo: é que, no máximo, os governos ajudam quando não atrapalham. Era por isso que se dizia: “quando os políticos estão dormindo, o Brasil está crescendo”. Era a forma de a população brasileira dizer: “Olha, esse povo que está aí no Executivo, no Judiciário, no Legislativo, em altos cargos, podia pelo menos não atrapalhar. Deixem com a gente que a gente cuida do País e produz!”

            Governo nenhum produz. A sociedade brasileira vem acumulando vitórias, ganhos, avanços, e tudo deve ser creditado a ela. O mérito é dela, o mérito é de quem trabalha neste País!

            Há governos que atrapalham menos do que outros, no sentido de não inventarem normas que punam a atividade produtiva. Na verdade, a constatação que devemos tirar é esta: há governos que atrapalham menos do que outros, porque governo nenhum produz.

            Aliás, há governos que produzem corrupção, bandalheira, safadeza, que deixam um órgão da importância de um Gabinete Civil, de uma Presidência da República, ser invadido por ratos! Às vezes, produzem isto: produzem mensalão, dão ensejo ao surgimento de pessoas que andam com dólar na cueca, e por aí vai. Mas o mérito dos avanços que, ao longo desses últimos anos, temos observado em relação ao Brasil é da sociedade brasileira. O povo brasileiro sabe disso, o povo brasileiro tem consciência disso, tem consciência da sua própria participação.

            A experiência eleitoral deste ano, no meu Estado, deu um susto em muita gente que se acha poderosa demais. Dizem até que alguns nem pisam no chão ao andar; levitam, tal é a sensação de poder que essas pessoas têm.

            Diziam que, em 2002, quando fui eleito... E negaram, até um dia desses, a minha participação na minha própria eleição, a participação do meu querido pai, já falecido, da minha família, dos nossos correligionários, negaram como se nada disso tivesse existido em determinado momento. E o raciocínio foi o seguinte: “Ora, se elegemos o Geraldo, que era um poste, podemos eleger para o Senado qualquer um!” E tentaram. Acredito até que com muita obstinação, numa tentativa fracassada, porque não se pode negar o mérito das pessoas, não se pode tripudiar tanto assim, impunemente, sobre as pessoas.

            Tentaram eleger Senador, em meu lugar, um cidadão de vários mandatos no meu Estado, atual Presidente da Assembleia Legislativa, e diziam: “Esse, sim, é um grande parceiro”. E ele não se elegeu. Aliás, teve uma votação muito abaixo da esperada. Foi eleito o atual Deputado Federal Petecão, filiado ao PMDB, mas eleito numa grande coligação que envolveu o meu Partido, o PMDB, o PSDB, o DEM, o PPS. Petecão teve uma votação avassaladora. O povo acriano concedeu-lhe uma das maiores votações no meu Estado. Por pouco - pouco mesmo! -, coisa de dois mil, três mil votos, ele não foi o Senador mais votado no meu Estado, um recado claro da população à empáfia de alguns, à arrogância de muitos. Um recado claro da população acriana.

            A minha contribuição, nesse processo, foi muito modesta. Se me perguntarem: “Qual foi, Senador Geraldo?” Direi sem pestanejar: o fato de que tive a grandeza de reconhecer que precisávamos eleger um Senador de oposição no nosso Estado, para manter, não digo dar continuidade, o trabalho que vinha fazendo este modesto Senador nesta Casa, um trabalho independente e altivo. Apesar das tentativas de me dobrarem, não conseguiram, e eu tive a humildade de, em determinado momento, compreender que, se mantivesse a minha candidatura, haveria um risco muito grande de pulverizarmos os nossos votos, e nem Petecão, nem eu, nem ninguém da Oposição seria eleito. E tive a humildade de retirar a minha candidatura. Muitos não reconhecerão isso. Não importa, não quero reconhecimento, quero só a minha consciência tranquila de que essa foi a minha maior contribuição ao processo eleitoral. Retirei minha candidatura para garantir que as oposições em torno do Petecão conseguissem eleger um Senador.

            Espero, peço a Deus que o atual Deputado Petecão, eleito Senador da minha terra, mantenha a independência, não se deixe ameaçar nem dobrar, não se renda, enfim.

            O processo eleitoral na minha terra, como eu disse no início, assustou muita gente. A população está cansada.

            As forças políticas que hoje estão no poder renovaram mais um mandato. Acredito que esse será o último, porque a diferença foi de alguns poucos votos dessa vez, como já havia sido na eleição para prefeito de Rio Branco, em 2008, como havia sido na eleição para governador, em 2006. A população deu um recado claro. Aliás, deu um recado claro principalmente para as oposições no meu Estado.

            Eu não cobro identidade ideológica porque isso, nos dias de hoje, está complicado, mas pelo menos afinidade política, unidade de propósito, unidade de participação num processo eleitoral. Esse foi o recado claro que a população do meu Estado passou principalmente para as forças de oposição. Para os da situação, o recado foi claro: o seu tempo está acabando, aproveitem mais esse mandato porque, talvez, não tenham a sorte de ter mais outro lá na frente.

            E com relação ao nosso País? Assim como os institutos de pesquisa saíram seriamente arranhados, nós nos deparamos com fatos também que nos deixam extremamente preocupados.

            O Presidente da República, por exemplo, essa pessoa que todo o País conhece, reconhece e, em grande parte, gosta muito dele, se comporta em certas horas da maneira mais inconveniente em relação a como deve se comportar um Presidente da República. Ainda agora, mal encerrado o processo eleitoral do primeiro turno e ainda não iniciado, oficialmente, o processo eleitoral do segundo turno, Sua Excelência usa o Palácio da Alvorada para fazer uma reunião política. Ou seja, iniciou a campanha eleitoral do segundo turno sem que o TSE tenha determinado e usou um próprio da União, o que é absolutamente proibido pela legislação eleitoral. Fez propaganda extemporânea, fora de época, porque o processo eleitoral se inicia amanhã, não se iniciou ontem, quando ele fez a reunião, e, com isso, ele dá um péssimo exemplo ao País inteiro, de desrespeito ao Judiciário eleitoral, ao Judiciário do nosso País, debocha da inteligência do povo brasileiro. Mas o povo brasileiro caminha mesmo assim, continua produzindo mesmo assim.

            São tempos bons, não tanto como se apregoa. Parece a história dos institutos de pesquisa. Eu tiro pelo meu Estado. O que tem de gente vivendo ainda em absoluta miséria no meu Estado não está no gibi, como a gente diz aí pela rua. Tenho visitado outros Estados de meu País e me deparado com situações que traduzem o abandono de grandes parcelas da população brasileira. Os hospitais públicos no nosso País são uma coisa vergonhosa, uma coisa que dá pena. Ai de alguém que precise da saúde pública brasileira!

            A educação no nosso País. Às vezes, fico pensando que tem gente puxando as rédeas mesmo, para que a gente não avance no processo educacional, para que a gente não tire levas e levas de brasileiros do escaninho do analfabetismo. Milhões de brasileiros ainda se encontram analfabetos no nosso País.

            Pode um país no século XXI, um país grande como o Brasil conviver com uma situação como essa?

            Portanto, esse avanço todo, repetidamente, exaustivamente martelado na cabeça dos brasileiros não é essa “Brastemp” toda também não. É igual ao que acontece com os institutos de pesquisa, não todos, mas a grande maioria anuncia aquilo que não existe. E é aquilo que dizia Goebbels para o Hitler: “A mentira muitas vezes repetida acaba virando uma verdade”. No nosso País, temos muito disso: grandes mentiras que são repetidas exaustivamente acabam virando verdade, a gente acaba se habituando a elas. É como a corrupção, que o Presidente Lula disse uma vez que todo mundo faz, para nivelar tudo. Não é assim não, não é assim não.

            Eu vou dizer uma coisa: a gente pode, sim, manter o País crescendo, adotar políticas sérias e comprometidas na área da saúde, da educação, da segurança. A gente pode ter, sim, melhoria de vida de levas e levas do povo brasileiro sem ter que pagar o preço por isso. Aqui no Brasil a gente paga o pedágio por ter avançado um pouco. A gente pode ter governo sério, compenetrado. A gente não precisa pagar o preço da corrupção, da roubalheira, da rataria lá no gabinete civil da Presidência da República.

         Não precisa. A gente pode avançar, a gente pode produzir, o povo brasileiro pode conquistar vitórias, pode avançar mais ainda, sem precisar pagar esse preço cruel, ruim, nocivo, que os brasileiros vêm pagando até agora. Muita gente feliz, mas a que preço?

         Eu acho que foi bom partirmos agora para o segundo turno. Não sei o que vai acontecer. Mas, se eu fosse candidato, eu diria exatamente isso ao povo brasileiro: “Olhe, é inegável - e não só nesses últimos oito anos, não - é inegável que nesses últimos quinze, vinte anos, o Brasil vem avançando pari passu, às vezes lentamente, às vezes com mais intensidade, às vezes, mais rapidamente”.

         Todo Governo consegue dar a sua contribuição. O Governo Fernando Henrique, que é muito criticado, por exemplo, eu não o perdoo pelo Proer. O Proer, para mim, foi pagamento de campanha; o socorro aos bancos foi pagamento de campanha. Agora, o processo de privatização das comunicações foi um avanço para o País, foi um avanço para o País.

            Hoje existe mais celular no Brasil do que brasileiro. Em qualquer biboca, em qualquer esquina, em qualquer lugar tem um brasileiro, uma brasileira com celular no pé do ouvido, falando.

            Eu me lembro da época em que, pra gente falar com o exterior, tínhamos que recorrer à telefonista da Embratel. Hoje, você pega o telefone e liga diretamente para onde você quiser, sem intermediário. Foi um avanço. O Proer, não. O Proer foi um retrocesso.

            Todo Governo tem isso. Tem avanços e retrocessos. Exatamente aquilo que na percepção popular é claro: o Governo ajuda quando não atrapalha. O Proer atrapalhou o Brasil. A privatização das comunicações ajudou o Brasil. Isso precisa ser dito. E eu, se fosse candidato, diria ao povo brasileiro exatamente isso: “Senhoras e senhores, nós podemos continuar avançando; nós podemos continuar melhorando. Nós podemos continuar melhorando o nível de prestação de serviço público neste País, que, em determinados setores, é lastimável, é vergonhoso ainda”.

            Nós podemos continuar avançando sem ter que pagar o pedágio da corrupção do mensalão, da pouca vergonha que impera no Gabinete Civil da Presidência da República, sem ter que pagar esse preço. Porque, repito, muito do que é atribuído a algumas vestais deste País, algumas pessoas que se sentem, até por que os índices de popularidade são extremamente altos, muitas dessas pessoas que se sentem no Olimpo podem ajudar muito baixando o sapato alto, contribuindo para que a gente estirpe do nosso País essas práticas nocivas do toma lá dá cá, da bandidagem, da safadeza, da roubalheira, da corrupção.

            O povo brasileiro precisa saber disso. A gente pode conquistar, a gente pode avançar, a gente pode melhorar muito ainda a vida dos brasileiros sem ter que pagar esse preço. Esse era um recado que estava entalado na minha garganta, e eu gostaria de deixar hoje aqui registrado. É o povo brasileiro que trabalha, é o povo brasileiro que produz quando as instituições públicas não atrapalham, quando aqueles que têm obrigação de estabelecer parcerias sérias com a população não atrapalham, no sentido de ficar criando dificuldades para vender facilidades.

            O brasileiro não precisa pagar esse preço mais. Nada disso. A gente pode continuar tendo aí Bolsa Família, mas criar as condições para que inclusive os beneficiários do Bolsa Família, um dia, possam respirar, chegar em casa e dizer para a mulher ou para o marido: “Olha, consegui um trabalho, consegui um emprego. Não precisamos mais dessa bolsa.”

            Acho que precisamos pensar assim. Não podemos nos acostumar. Lá na minha terra, por exemplo, há dirigentes que festejam quando aumenta o número de Bolsas Família. Eu morro de vergonha com um negócio desses. Eu morro de vergonha.

            Acho que precisamos nos compenetrar de que podemos fazer tudo neste País. O Brasil é muito grande, muito generoso, o povo honesto, trabalhador. Se não atrapalharem, o povo brasileiro oferecerá ao País mais inúmeras vitórias, mais grandes avanços, porque isso é da índole do povo brasileiro.

            O povo brasileiro precisa perceber o seu próprio poder. Quem tem poder no País é o povo brasileiro, não é Fulano ou Beltrano que as pesquisas dizem que tem isso ou aquilo de popularidade. Quem tem poder neste País é o povo brasileiro. Tem poder, inclusive, para reverter um processo que parecia irreversível, da vitória sobre pau e pedra da candidata oficial deste País no primeiro turno. O povo brasileiro inverteu essa lógica. Isso é poder! O povo brasileiro tem esse poder de mudar o seu destino, de mudar o rumo das coisas. Não é ninguém em particular.

            Portanto, povo brasileiro, queridos irmãos, queridas irmãs, olhemos para nós mesmos, enxerguemos em nós o poder que temos de mudar este País, e não nos deixemos levar pela cantiga de grilo que mostra que uns são os salvadores da Pátria e que outros querem mesmo atrapalhar o rumo da trajetória. Isso não existe, não. Isso é conversa fiada.

            Nenhum brasileiro deseja o mal para o seu País. Nenhuma brasileira deseja que alguém seja malsucedido nisso ou naquilo para poder sorrir. Isso não existe, isso não existe! Todos nós queremos que as coisas aconteçam da melhor forma possível, mas é necessário que olhemos para nós e enxerguemos que nós é que temos a força, o poder. Instituto de pesquisa não tem força neste País! Pessoas isoladamente não têm força neste País! Força neste País tem o povo brasileiro, que, unido, já derrotou até uma ditadura; que, unido, já cassou um Presidente da República; que, unido, fez transformações neste País. É só a gente olhar a história. É só a gente se dar valor.

            Portanto, Presidente, hoje eu tirei da garganta. Eu estava entalado com tanta história da carochinha, com tanta conversa fiada. Eu estava com vontade de dizer exatamente o que acabei de dizer. Faço votos de que o povo brasileiro realize uma profunda reflexão acerca dos destinos e do futuro deste País e observe o que acabei de falar.

            Ninguém individualmente é tão poderoso a ponto de mudar o rumo deste País. Só quem pode mudar, alterar ou manter o rumo deste País chama-se povo brasileiro, Senadora Serys.

            Muito obrigado.


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