Discurso durante a 163ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração pela festa da democracia brasileira, demonstrada no último pleito de 3 de outubro. Cumprimentos ao Governador eleito de Mato Grosso, Sinval Barbosa, ressaltando desafios que deverá enfrentar em sua gestão. Comparação dos projetos políticos de FHC/Serra ao de Lula/Dilma, com destaque aos avanços nas políticas públicas alcançados pelo Governo Lula.

Autor
Serys Slhessarenko (PT - Partido dos Trabalhadores/MT)
Nome completo: Serys Marly Slhessarenko
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES.:
  • Comemoração pela festa da democracia brasileira, demonstrada no último pleito de 3 de outubro. Cumprimentos ao Governador eleito de Mato Grosso, Sinval Barbosa, ressaltando desafios que deverá enfrentar em sua gestão. Comparação dos projetos políticos de FHC/Serra ao de Lula/Dilma, com destaque aos avanços nas políticas públicas alcançados pelo Governo Lula.
Aparteantes
Eduardo Azeredo, João Faustino, Níura Demarchi.
Publicação
Publicação no DSF de 08/10/2010 - Página 46612
Assunto
Outros > ELEIÇÕES.
Indexação
  • COMEMORAÇÃO, PROCESSO ELEITORAL, CONSOLIDAÇÃO, DEMOCRACIA, SAUDAÇÃO, VITORIA, CANDIDATO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), GOVERNO ESTADUAL, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), RESPONSABILIDADE, MELHORIA, SEGURANÇA PUBLICA, INFRAESTRUTURA, TRANSPORTE, TURISMO, REALIZAÇÃO, CAMPEONATO MUNDIAL, FUTEBOL, CONGRATULAÇÕES, CANDIDATO ELEITO, SENADO.
  • COMPARAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO FEDERAL, PAIS, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), RELEVANCIA, ATUAÇÃO, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, GESTÃO, CASA CIVIL, DILMA ROUSSEFF, CANDIDATO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, EVOLUÇÃO, BRASIL, REDUÇÃO, DESIGUALDADE SOCIAL, GARANTIA, ESTABILIDADE, ECONOMIA, INVESTIMENTO, OBRAS, INFRAESTRUTURA, PROGRAMA NACIONAL, ACELERAÇÃO, CRESCIMENTO ECONOMICO, AMPLIAÇÃO, PROGRAMA, ELETRIFICAÇÃO RURAL, ENSINO PROFISSIONALIZANTE, CRIAÇÃO, INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIENCIA E TECNOLOGIA, UNIVERSIDADE FEDERAL, LEITURA, TRECHO, CARTA, GRUPO, REITOR, VALORIZAÇÃO, INICIATIVA.
  • ELOGIO, PROGRAMA DE GOVERNO, DILMA ROUSSEFF, CANDIDATO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, PRIORIDADE, EFETIVAÇÃO, CIDADANIA, ASSISTENCIA, FAMILIA, PROPOSTA, AMPLIAÇÃO, NUMERO, CRECHE, IMPLANTAÇÃO, PROGRAMA, ACOMPANHAMENTO, GESTANTE, RECEM NASCIDO, CONTINUAÇÃO, POLITICA SOCIAL, POLITICA SALARIAL.
  • ELOGIO, BRAVURA, COMPETENCIA, MARINA SILVA, SENADOR, CAMPANHA ELEITORAL, PRESIDENCIA DA REPUBLICA.
  • LEITURA, TRECHO, DECLARAÇÃO, DILMA ROUSSEFF, CANDIDATO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, IMPORTANCIA, DEFESA, VIDA HUMANA, LIBERDADE, RELIGIÃO.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, quero começar saudando essa moçada, esses jovens que estão aqui. Parabéns pela sua presença. Obrigada. É importante estarem presentes aqui no Senado da República. Obrigada.

            Sr. Presidente, mais uma vez, eu ocupo esta tribuna para comemorar a festa da democracia brasileira. Democracia essa sobre a qual eu digo sempre que nunca está acabada, nunca está pronta. A democracia precisa que sua construção seja permanente, para que ela nunca sofra retrocessos. Então, este momento que estamos vivendo é um momento forte da democracia brasileira.

            Neste rico momento da vida nacional, quantos sonhos, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, estarão sendo embalados... Quantas esperanças serão depositadas nas ações do próximo governante? - eu pergunto. É o sonho da casa própria, o sonho por uma educação de qualidade na rede pública, o sonho da reforma agrária, do primeiro emprego, do pleno emprego, sonho da juventude sem drogas, sonho de um Brasil pacífico, sonho de um envelhecimento tranquilo e com saúde, sonho da boa universidade e tantos sonhos quantos sejam possíveis.

            Em meu Estado de Mato Grosso, saiu vitorioso para o Governo do Estado o meu amigo Silval Barbosa, do PMDB, que felicito com entusiasmo. Desejo que o Governador Silval Barbosa faça uma feliz gestão, cumprindo tantos compromissos que tem e que assumiu como candidato, já que essa é a grande expectativa de todos e todas do nosso Estado de Mato Grosso.

            Em Mato Grosso, senhoras e senhores, serão muitos os desafios, como, por exemplo, o resgate de uma boa escola pública e de qualidade que transfira aos alunos, de fato, o conhecimento, escola que prepare efetivamente nossos estudantes para os desafios do século 21.

            O Governador Silval Barbosa terá o compromisso de melhorar a segurança pública, principalmente em Cuiabá, que, infelizmente, já aparece com alto índice de criminalidade, entre outros Estados do País. Terá o desafio de realizar a Copa de 2014, capacitando mão de obra, construindo uma boa infraestrutura hoteleira, uma moderna infraestrutura de transporte, um bom e moderno aeroporto e o maior dos desafios: mostrar Mato Grosso como um Estado protetor do meio ambiente. Deverá mostrar Mato Grosso como porta de entrada dos mais belos e cultuados ecossistemas de nosso País e aí transformar o nosso Estado como destino turístico internacional após a Copa de 2014.

            O Governador Silval Barbosa terá a oportunidade de consolidar a imagem turística brasileira não somente atrelada às praias e ao litoral, como também mostrar ao mundo que possuímos paisagens deslumbrantes no interior do nosso gigantesco território mato-grossense, cujas características e diversidade nos diferenciam e nos distinguem de quaisquer outros ambientes naturais do planeta.

            Não tenho dúvida de que o Governador Silval Barbosa está preparado para enfrentar e vencer esses desafios. Parabéns pela vitória e muito sucesso em sua administração.

            Confio em Silval Barbosa, em sua competência e, especialmente, em seu compromisso político, não político-partidário, mas compromisso com a causa da maioria da população, especialmente os mais despossuídos do nosso Estado.

            Desejo ainda, como Senadora da República, aplaudir a eleição do ex-governador Blairo Maggi para Senador, e também a do nosso grande mato-grossense Pedro Taques, que, com certeza, juntamente com o Senador Jayme Campos, respaldarão a gestão de Silval Barbosa, ajudando a carrear condições para que se governe Mato Grosso como é preciso e necessário, especialmente em termos de recursos.

            Mas quero falar ainda e, principalmente, do segundo turno para Presidente da República. O Brasil, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, tem a oportunidade, neste segundo turno das eleições presidenciais, de escolher entre dois grandes projetos já bem conhecidos do povo brasileiro. Um dos projetos é o de FHC e de Serra, e o outro, mais recente, do Presidente Lula e Dilma Rousseff, de amplo conhecimento de todos. É essa a comparação que o povo brasileiro terá de fazer. Nós, da Base Aliada do Governo Lula, temos muito orgulho de nossas realizações.

            Penso que agora não será mais possível deixar de comparar, por exemplo, o Programa Luz para Todos, de Lula e Dilma, com o Programa Luz no Campo, de Serra e FHC. O Programa Luz para Todos é o maior programa de eletrificação rural do mundo, sendo totalmente gratuito; o beneficiário paga somente a partir do uso, paga apenas o consumo mensal de energia; no Programa Luz no Campo, até hoje há beneficiários endividados e inadimplentes por todo o Brasil.

            E viva o Luz para Todos!

            No Governo de Lula e Dilma, foram criadas e consolidadas novas universidades federais; foram construídos novos campi universitários pelo interior do País; e ocorreu a criação e a ampliação de escolas técnicas e institutos federais. Nesses quase oito anos de Governo Dilma e Lula, ocorreu a redução significativa da miséria e da pobreza.

            As políticas públicas implementadas pelo Governo Lula possibilitaram a inclusão social de milhões de brasileiros do campo e da cidade, sempre com a geração de emprego e renda.

            Para a educação, quero relatar o manifesto dos reitores das universidades públicas sobre o Governo Lula. Diz o manifesto:

Este período do Governo Lula ficará registrado na história como aquele em que mais se investiu em educação pública: foram criadas e consolidadas 14 novas universidades federais; instituiu-se a Universidade Aberta do Brasil; foram construídos mais de 100 campi universitários pelo interior do País; e ocorreu a criação e ampliação, sem precedentes históricos, de escolas técnicas e institutos federais. Através do ProUni, possibilitou-se o acesso ao ensino superior a mais de 700 mil jovens. [...] Com a implantação do Reuni, estamos recuperando nossas universidades federais de norte a sul e de leste a oeste. No geral, estamos dobrando de tamanho nossas instituições e criando milhares de novos cursos, com investimentos crescentes em infraestrutura e contratação, por concurso público, de profissionais qualificados. Essas políticas devem continuar para consolidar os programas atuais e, inclusive, serem ampliadas no plano federal, exigindo-se que os Estados e Municípios também cumpram com as suas responsabilidades sociais e constitucionais, colocando a educação como uma prioridade central de seus governos.

            O Sr. Eduardo Azeredo (PSDB - MG) - Senadora...

            A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT - MT) - Pois não, Senador Eduardo.

            O Sr. Eduardo Azeredo (PSDB - MG) - Senadora Serys Slhessarenko, eu me acostumei aqui a conviver, com muito prazer, com V. Exª, uma pessoa inteligente, uma pessoa dedicada. Então, eu quero apelar exatamente para essa inteligência para que V. Exª reconheça que nada disso teria sido possível se não tivesse havido o Plano Real. O Bolsa Família não seria possível se nós não tivéssemos reorganizado a economia brasileira. A gente planta uma árvore para chegar até o fruto, e, quando a gente colhe o fruto, tem que se lembrar de plantar outra árvore. Isto é o que o PSDB quer fazer: quer plantar outras árvores, porque nós estamos agora colhendo os frutos.

            A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT - MT) - Obrigada, Senador Eduardo.

            Eu diria, Senador, que, diante de tudo que afirmamos, inclusive do que o senhor reafirmou, o Brasil precisa seguir mudando. E eu tenho a convicção de que o Governo do Presidente Lula com Dilma Rousseff vai seguir mudando a passos céleres.

            Precisamos seguir gerando emprego, precisamos fortalecer ainda mais nossa infraestrutura e nosso parque produtivo, e o que é mais importante: seguir gerando renda e reduzindo o abismo social que ainda separa grandemente os diversos segmentos de nossa população. “Precisamos fazer com que o Brasil continue a criar as condições necessárias para que o ciclo de desenvolvimento econômico e social vivido nos últimos anos seja sustentado”.

            Sinceramente, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, isso só será possível com a eleição da continuidade do Governo do Presidente Lula e se tivermos inclusive a coragem de colocar a primeira mulher no cargo máximo desta grande Nação. Precisa coragem, com certeza, mas eu acredito que as brasileiras e os brasileiros têm coragem.

            A população brasileira sabe que vivemos nesses oitos anos um período de segurança econômica. Por causa das políticas implementadas por Dilma e Lula, hoje o Brasil está com as contas públicas equilibradas. Não negamos, Senador Eduardo, o passado de jeito nenhum, mas temos convicção de que é pelo Governo Lula, auxiliado por Dilma, como então Ministra, que o Brasil está total e economicamente equilibrado, possuindo reservas internacionais em dólares como jamais tivemos - cerca de US$300 bilhões.

            O Brasil de Dilma é aquele que ampliou os investimentos em obras, que integra o Programa de Aceleração do Crescimento - PAC -, que investiu e continuará investindo em saneamento básico, que continuará combatendo o déficit habitacional com o programa Minha Casa Minha Vida, o qual, aliás, já beneficiou milhares de famílias em todo o Brasil.

            Agora o Brasil seguirá avançando, e nossa candidata Dilma priorizou, em seu programa de governo, a assistência às famílias - quero chamar a atenção aqui para a assistência às famílias -, sinalizando para a construção de mais de seis mil novas creches no Brasil. Eu visualizo, eu acompanho, senhoras e senhores, lá no meu Mato Grosso, o quanto se pedem creches, creches e creches. Muitas já foram feitas, mas se precisa de muito mais. E aí o programa da nossa companheira Dilma Rousseff, que prevê a construção de mais seis mil creches, é de extrema relevância para a proteção das nossas crianças.

            O programa de Dilma inclui também a implantação da Rede Cegonha, que prevê o tratamento à mulher desde a gravidez, passa pela maternidade e chega ao atendimento ao bebê. No futuro governo Dilma, esse atendimento será dado nas clínicas especializadas em saúde feminina, ligadas às Unidades Básicas de Saúde.

            Haverá ainda o atendimento especial às gestações de alto e de baixo riscos, que são diferentes e precisam de estruturas diferentes e de UTI neonatal -Unidades de Tratamento Intensivo para os nossos bebês -, porque a criança corre risco de morte até os 28 dias de vida. Por isso o programa terá uma articulação com o Samu Cegonha - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência -, para que essas mulheres não fiquem por aí tendo filhos, em muitos momentos, antes de chegarem no próprio recurso, que são as nossas maternidades. Além disso, o Samu Cegonha terá dentro dele uma mini UTI bebê, para que aquelas crianças que estejam correndo risco possam ser transportadas com segurança.

            Lembro que, no governo de Dilma e Lula, fez-se a elevação do número de beneficiados com o programa Bolsa Família e possibilitou-se o aumento do salário mínimo acima da inflação.

            O Sr. João Faustino (PSDB - RN) - V. Exª me permite um aparte, Senadora Serys?

            A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT - MT) - Pois não, Senador.

            O Sr. João Faustino (PSDB - RN) - Senadora, com muito brilhantismo, V. Exª ocupa esta tribuna - aliás, uma característica da sua presença nesta Casa, sempre com muito brilho, com muita espontaneidade, com muita firmeza e com muita convicção. V. Exª, com todos os méritos e por todos os motivos, faz uma apologia e uma defesa do governo do partido de V. Exª. Eu gostaria de ressaltar um aspecto: da mesma forma como V. Exª se orgulha do governo que o PT realiza, eu diria a V. Exª que também é motivo de muito orgulho para nós do PSDB ter realizado o governo durante o período em que Fernando Henrique Cardoso foi Presidente da República. Nós não podemos esquecer que, hoje, o que deu ao país a capacidade de investimento, o que ofereceu à classe média, à classe mais humilde a capacidade de compra, o que deu ao País a capacidade de exportar e vender mais foi indiscutivelmente a moeda forte que se introduziu no Brasil. Se nós não tivéssemos o real, nós não teríamos nada do que está existindo aí. Mas o real não foi o simples ato de criar uma moeda: O real exigiu uma postura de Governo, exigiu uma posição de Estado. Para que existisse o real, foi preciso que se fizesse uma Lei de Responsabilidade Fiscal, que não contou com a aprovação do PT na hora em que foi aprovada pelo Congresso. Exigiu-se a consolidação da dívida pública, porque, sem ela, nós não teríamos nem o real nem uma moeda forte. Também foi aprovada sem o apoio do Partido de V. Exª. Eu não estou aqui querendo diminuir nem exaltar ninguém, estou apenas querendo fazer justiça. O Governo do Presidente Lula empreende grandes iniciativas em favor do social, em favor do País, mas não podemos negar que tudo isso decorre de um passado firme, seguro, eficiente, que deu condições para que o Governo fizesse o que está fazendo hoje. É importante que se ressalte isso. Parabenizo V. Exª pelo pronunciamento.

            A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT - MT) - Obrigada, Senador. E eu reafirmo aqui que não estou negando, não nego as suas colocações, mas o Brasil precisa seguir mudando. E eu, é óbvio, é claro, acredito que será com as políticas que o nosso Presidente Lula vem fazendo, é nessa direção que o Brasil precisa seguir mudando.

            O Brasil de Dilma e Lula fez a descoberta do petróleo do pré-sal, que transformará a vida dos brasileiros. Tivemos, nesse governo Dilma e Lula, avanços na integração do Mercosul com os demais países da América do Sul, assim como a conquista do direito de realizar a Copa do Mundo de Futebol, em 2014, e os Jogos Olímpicos, em 2016.

            Finalizo, senhoras e senhores, Srªs Senadoras...

            A Srª Níura Demarchi (PSDB - SC) - Senadora, um aparte, por favor.

            A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT - MT) - Pois não, Senadora. Concedo o aparte.

            A Srª Níura Demarchi (PSDB - SC) - Primeiramente, quero cumprimentá-la pelo que a senhora representa no Senado Federal: essa grande mulher que aprendi a admirar um pouco mais além do que eu já admirava, aqui na sua presença, nesses poucos dias em que estou presente no Senado Federal. Realmente, tenho a certeza - e a levo no meu coração e na minha mente - da sua coragem de se posicionar, de fazer evoluir cada vez mais as características mais importantes do seu Estado, o Mato Grosso, que deveria, na minha opinião, tê-la honrado com um novo mandato, porque V. Exª é merecedora, pelo que representa, profundamente. E quero aqui colocar, Senadora, que, da mesma forma como a senhora se posiciona a favor do legado do Presidente Lula, nós também temos uma resposta muito interessante que veio das urnas nesse dia 3 de outubro, uma resposta de um provável e importante novo legado, que vem trazer a junção de um novo projeto, a junção do projeto da estabilidade econômica, implantado pelo governo Fernando Henrique Cardoso, com todos os programas sociais iniciados, como o Bolsa Família, o programa Saúde da Família, as privatizações - muitas delas hoje enumeradas como as grandes estrelas, de grande eficiência, deste País, com um retorno espetacular à receita, inclusive da União -, a rede social desta Nação, que deu a todas as pessoas, especialmente na área de telecomunicações, o direito de ir e vir, de se situar no mundo a partir do poder de se comunicar por meio da telefonia deste País, e tantos e tantos outros benefícios. O combate à Aids foi feito com tanta propriedade e tanta força neste Governo. Enfim, acho que temos um legado extraordinário. De outra forma, há outro legado extraordinário que a senhora coloca muito bem, que é a questão do desenvolvimento social a partir de toda essa estabilidade, a partir dessa base tão bem fundada num momento brasileiro tão difícil, o momento da estabilidade econômica. A partir disso, passou a haver um exercício deste Governo também para priorizar, com certeza, a possibilidade de o mais pobre ter uma vida mais digna. Isso é fundamental, isso é um trabalho social extraordinário. Mas chegou o momento, Senadora Serys, de aqui fazer o mesmo posicionamento o qual a senhora faz com toda a garra, com toda a força de mulher brasileira, no sentido de que as urnas, com seus mais de 52% dos votos válidos, disseram que deveria haver agora uma inflexão política e que o recado foi muito bem dado. Temos duas pessoas, José Serra e Marina Silva, que ficaram na situação de apresentar esse novo momento político para o Brasil. A urna foi muito verdadeira, foi muito forte. Tenho certeza de que esses dois legados, deixado por Fernando Henrique Cardoso e também deixado pelo Governo Lula, estarão agora num desenvolvimento de sustentabilidade, numa nova ordem mundial, diríamos assim, numa nova ordem brasileira de que vem aí um posicionamento muito forte, saudável, muito livre, de uma posição nova, entre essas duas figuras políticas, Marina Silva e José Serra, para o novo comportamento do projeto brasileiro. Parabenizo V. Exª pela sua posição e pela sua garra. Aqui fica também o meu registro no mesmo sentido da evolução de seu pensamento, naquilo que nos posicionamos. Muito obrigada.

            A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT - MT) - Obrigada, Senadora.

            Eu diria que a nossa amiga, companheira, mulher de tantas lutas e de tanta garra, Marina Silva, mulher que o Brasil inteiro reconhece, pela sua determinação, pela sua força de vontade, pelo trabalho que ajudou o nosso Governo a fazer por determinado tempo, que levou praticamente 20 milhões de votos de brasileiros e brasileiras, mostra-nos que tem uma liderança inconteste. Com Marina Silva, mulher guerreira, mulher de luta, mulher que, até há pouco tempo, foi de nosso Partido, temos muitas e muitas pautas semelhantes e até iguais. Temos certeza de que Marina Silva é uma liderança grande em nosso País e de que, como mulher, estará trazendo uma grande contribuição por ocasião do nosso segundo turno. Com certeza, Marina e Dilma têm muito em comum, mas muito mesmo. E eu tenho convicção de que esse potencial de força política de Marina Silva vai contribuir de forma significativa para que a gente consiga ter uma mulher na Presidência da República.

            Confio nisso, confio porque acredito que o povo brasileiro, hoje, tem consciência de que o equilíbrio nas contas, o equilíbrio que a gente vivenciou e discutiu num passado mais distante ou menos distante, que os Srs. Senadores, há pouco, colocaram, é uma força extremamente relevante e que esse equilíbrio econômico, vamos dizer assim, foi muito bem construído e protegido pelo Governo do Presidente Lula.

            Eu não tenho dúvida de que quem quer que o Brasil siga mudando terá que vir com a continuidade das políticas públicas que o Presidente Lula vem levando e dizendo que o Brasil precisa seguir mudando na linha do que vem acontecendo nos últimos anos. E essa é realmente a linha da nossa companheira Dilma Rousseff.

            Finalizo alertando a Nação brasileira sobre tantas armadilhas que vêm acontecendo e sendo plantadas realmente contra a nossa candidata.

            Estão espalhando que nossa candidata é contra a vida. Não é verdade! Não podemos permitir em nosso País uma guerra santa. Não é de nossa tradição. Defendemos um Estado laico em que todos e todas possam manifestar livremente seus credos e religiões e que, sobretudo, crie as condições necessárias para uma melhor qualidade de vida do seu povo.

            Nossa candidata Dilma Rousseff defende a vida, sim, e repito aqui o que pensa sobre o assunto. Repito, senhores e senhoras, as palavras da nossa companheira e candidata Dilma Rousseff.

Não tenho o menor problema de tocar nessa questão religiosa. Eu considero muito importante afirmar que o meu projeto, que foca nas pessoas marginalizadas, é um projeto a favor da vida. Tenho certeza de que a minha proposta de tirar da pobreza e da miséria milhões e milhões de brasileiros tem tudo a ver com todas as religiões do Brasil. O Brasil é um País que tem uma força muito grande na religião cristã.

Eu, particularmente, sou de uma família católica. Se não, eu não tinha colocado a minha vida em risco. Só quem é a favor da vida tem condições e a generosidade suficientes que a gente deve ter em todas as circunstâncias, afirmando sempre a vida. Mas, sobretudo, eu tenho hoje muita felicidade de ter passado nesta campanha uma experiência pessoal muito forte: o nascimento do meu neto. Mais do que tudo, eu sou a favor da vida.

            Foi Dilma Rousseff quem pronunciou essas palavras que nós estamos repetindo aqui, nesta tribuna.

            Finalizando, quero dizer que tenho a convicção de que o processo democrático é rico, é importante, é construção permanente, como eu disse aqui, no meu discurso. Vamos jogar, vamos jogar com todas as cartas limpas, botando as cartas na mesa, limpas, comparativamente ou não. Comparativamente naquilo que for possível e não comparativamente colocando propostas reais para o povo brasileiro. Esta frase vai-se afirmar cada vez mais: “O Brasil precisa seguir mudando”. Seguir mudando com os programas que estão aí, que estão dando, até agora pelo menos, a vitória à Dilma Rousseff. Por mais que tenhamos ido para o segundo turno, é legítimo e é democrático, e a disputa faz parte do jogo democrático. Mas que o povo brasileiro tenha a clareza, homens e mulheres, de que o projeto que o Presidente Lula vem desenvolvendo em nosso País é o melhor para o Brasil e de que, ao dizermos que o Brasil precisa seguir mudando, nós estamos dizendo que o Brasil precisa seguir com Dilma Rousseff.

            Uma saudação muito especial aos jovens estudantes que estão nas galerias do nosso plenário do Senado da República e aos profissionais da educação, educadores e educadoras, que, com certeza, estão juntos com essa juventude.

            Eu sou professora, 26 anos como profissional da educação, professora da Universidade Federal do meu Estado de Mato Grosso. Hoje, estou Senadora, mas a minha profissão é professora. Por isso, eu valorizo, valorizo muito. Nós realmente precisamos continuar fazendo, aprofundando a questão da qualidade da educação. Educação para transformação, não aquela educação que diz que um mais um são dois. Não é só isso, não. Nós precisamos colocar com muita clareza aos nossos estudantes, quando estivermos ensinando multiplicação, divisão, soma, subtração, a favor de quem e contra quem isso funciona. Só quem conhece a realidade do seu entorno é capaz de compreendê-la e só quem compreende é capaz de participar da transformação.

            Muito obrigada.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/10/2010 - Página 46612