O SR. JEFFERSON PRAIA (PDT - AM. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Srª Presidente Serys Slhessarenko. Eu não poderia, Srª Presidente, deixar passar em branco o desabamento parcial, no domingo último, do Porto de Chibatão, em Manaus, numa área de 300 metros.

            Desde terça-feira, Srª Presidente, o Corpo de Bombeiros utiliza um guindaste para remover carretas e contêineres que foram soterrados ou jogados à água a fim de encontrar dois trabalhadores ainda desaparecidos.

            Além desse óbvio drama humano, há também um impacto negativo para a indústria e o comércio, no momento em que empresários da minha terra se mobilizam para fazer frente às encomendas de Natal.

            Para que possamos aquilatar a importância econômica de Chibatão, basta lembrar aquele movimento entre 60% e 70% de toda a carga que chega e sai de Manaus. São centenas de carretas por dia. Segundo os Presidentes da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Amazonas, Ralph Assayag, e do Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares, Wilson Périco, centenas de carretas são movimentadas.

            Os líderes empresariais, Srª Presidente, neste momento, mobilizam-se para que seja liberada uma rampa não utilizada na parte do Porto conhecida como Chibatão I.

            Conforme adverte o Presidente Assayag, a rampa precisa ser liberada o quanto antes, “porque Chibatão não vai aguentar a demanda do Natal”. Mas acrescenta: “Se os responsáveis técnicos autorizarem um ajuste de modo a que o porto vá se organizando, a preocupação diminui bastante”.

            Srª Presidente, ao mesmo tempo em que faço votos para que essas medidas emergenciais sejam tomadas rapidamente, chamo atenção para as precárias condições logísticas de boa parte do sistema portuário de Manaus, que, decididamente, não está à altura do dinamismo industrial e da sofisticação empresarial da capital amazonense. Para superar tamanha defasagem, mais do que nunca é necessário que autoridades públicas e setor privado formem uma sólida parceria. Só assim, Srªs e Srs. Senadores, com muita competência e responsabilidades compartilhadas, será possível resolver os atuais problemas técnicos, gerenciais, ambientais e de segurança do trabalho. Sem isso, novos e significativos prejuízos materiais e perdas de preciosas vidas humanas serão invitáveis.

            Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ocupo também esta tribuna para tratar brevemente de mais alguns pontos, todos eles ligados à atualidade amazonense.

            Em primeiro lugar, quero prestar minha solidariedade ao povo dos Municípios afetados pela seca prolongada que hoje ocorre no meu Estado do Amazonas, em especial, ao Município de Anori, localizado na calha do Médio Solimões, e chamar a atenção das autoridades do Governo Federal para a dolorosa situação de centenas de famílias de sua zona rural, isoladas pela seca, à míngua de alimentos e água potável.

            As consequências da prolongada seca deste ano já levaram a Prefeita de Anori, Sansuray Xavier, a decretar emergência e recorrer à defesa civil do Estado do Amazonas.

            Segundo cálculos da Prefeitura, nas zonas rural e urbana, cerca de três mil famílias estão sendo direta ou indiretamente atingidas pela estiagem.

            O povo de Anori precisa de cesta básica, água potável e remédios, e não há como chegar de barco àquelas comunidades rurais. Entre as mais afetadas, estão Jerusalém, São Matias, Rosa de Saron, São Jorge, Ressaca de São Tomé, Paraná do São Tomé, Maracanã, São João do Paracuúba e Mureru.

            Com o Rio Solimões muito abaixo do esperado para este período, Srª Presidente, as pessoas precisam caminhar quilômetros da sede do Município até o Porto para tomar os chamados barcos de linha.

            Outra consequência muito grave da seca em Anori é a morte do gado e o alastramento da diarreia e do vômito, sobretudo entre idosos e crianças, por ingestão de água contaminada.

            O drama se repete nos Municípios vizinhos de Anamã, Coari e outros, para os quais também apelo a atenção do Governo Federal de modo a reforçar as medidas emergenciais da defesa civil do Estado do Amazonas. Na mesma situação, encontra-se o Município de Maraã.

            Srª Presidente, todos os anos, temos secas e cheias no nosso Estado. Na minha avaliação, nós devemos atuar de forma preventiva, já sabendo o que sempre acontece, os problemas que sempre ocorrem. Deveríamos estar sempre preparados para essas situações, para que o povo do nosso Estado, do Estado do Amazonas, não sofresse tanto nos momentos difíceis de cheias prolongadas ou cheias que causam danos ao nosso povo e secas prolongadas.

            Em segundo lugar, Srª Presidente, em nome do meu partido e de toda a minha equipe de bravos companheiros de campanha, quero aqui agradecer de coração aos cidadãos e cidadãs dos Municípios do meu Estado, principalmente do Município de Apuí, localizado no sul do Amazonas. Lá, Srª Presidente, fui o candidato mais votado ao Senado, tendo recebido 24,53% dos votos. Agradeço aqui ao Prefeito do Município, o Marquinhos, e a todos os companheiros daquele Município, que se empenharam de forma voluntária na minha campanha.

            Em terceiro lugar, Srª Presidente, minhas senhoras e meus senhores, quero, do alto desta tribuna, enviar o meu abraço e a minha gratidão à colunista Baby Rizatto, do jornal A Crítica, de Manaus. Na edição de 9 de outubro último, fui alvo destas suas estimulantes palavras:

De votação falando, cumprimento daqui o Jefferson Praia, que, sem grana, sem padrinho, com a cara, a coragem e um posicionamento que repetiu sua atuação no Senado, deu exemplo de campanha correta. Jefferson Péres sabia das coisas, não? Se o escolheu...

            Meu agradecimento a Baby e a todos os seus colegas, profissionais do jornalismo e da comunicação social de diferentes veículos, que, com seu profissionalismo e espírito público, acompanham minha atuação durante esses dois anos e alguns meses, Srª Presidente, em que estou aqui no Senado, servindo ao povo do Amazonas e ao meu povo, ciente, é claro, da minha responsabilidade de suceder, sem jamais substituir, o meu mestre, líder e amigo Jefferson Péres.

            Para concluir, Srª Presidente, quero agradecer também, em especial, ao Conselho Regional de Economia do Amazonas pela moção de congratulações a mim encaminhada:

Prezado economista,

O Conselho Regional de Economia da 13ª Região do Amazonas vem mui respeitosamente à presença de V. Sª manifestar os nossos votos de congratulações por sua participação neste processo eleitoral de 2010.

Por intermédio de seu Presidente, o Economista Erivaldo Lopes do Vale, e seus conselheiros, muito nos honra ter neste processo eleitoral um Economista a disputar um cargo no Senado Federal.

Sabemos que, mesmo com pouca estrutura, sua marca de votos foi expressiva, por isso, reconhecemos o seu empenho e dedicação durante a campanha, parabenizando-o pela coragem, determinação e pelo esforço despendido.

As nossas mais sinceras e cordiais saudações.

            Quem assina este documento é o Economista Erivaldo Lopes do Vale, Presidente da Corecon-AM.

            Srª. Presidente, agradeço ao povo do Amazonas, mais uma vez, pela oportunidade que tive, ao longo desse período de campanha eleitoral, de encontrar todos.

            Srª Presidente, imagine o que é estar frente a frente ao povo do nosso Estado, no interior dos mais diversos Municípios; em Manaus, na caminhada. O mais gratificante foram os voluntários, as pessoas que vieram atrás do nosso material de campanha, que ligaram para nos apoiar, percebendo que estamos aqui para defender o Estado do Amazonas e defender o Brasil.

            Muito obrigado a todos que, ao longo dessa caminhada, contribuíram para o nosso desempenho. E, muito embora não ganhando a eleição, ganhamos perdendo, por termos tido, na minha avaliação, uma boa votação no Estado do Amazonas.

            Muito obrigado, Srª Presidente.

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