Discurso durante a 168ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários a respeito do fórum da Comissão de Direitos Humanos da ONU, realizado de 11 a 15 do corrente, cujo tema foi a infância.

Autor
João Faustino (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/RN)
Nome completo: João Faustino Ferreira Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
EDUCAÇÃO.:
  • Comentários a respeito do fórum da Comissão de Direitos Humanos da ONU, realizado de 11 a 15 do corrente, cujo tema foi a infância.
Publicação
Publicação no DSF de 21/10/2010 - Página 48077
Assunto
Outros > EDUCAÇÃO.
Indexação
  • REGISTRO, ENCONTRO, COMISSÃO, DIREITOS HUMANOS, ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU), COMENTARIO, PRIORIDADE, DEBATE, IMPORTANCIA, ESTABELECIMENTO DE ENSINO, AUXILIO, MÃE, INTEGRALIDADE, FORMAÇÃO, CRIANÇA, RESPEITO, DIGNIDADE, LIBERDADE, DIREITOS, INGRESSO, MERCADO DE TRABALHO, DEFESA, ORADOR, NECESSIDADE, IMPLANTAÇÃO, TEMPO INTEGRAL, EDUCAÇÃO PRE-ESCOLAR, ENSINO FUNDAMENTAL, REALIZAÇÃO, ZONEAMENTO, GARANTIA, PROXIMIDADE, RESIDENCIA, PROFESSOR, LOCAL, TRABALHO, MELHORIA, REMUNERAÇÃO.
  • DEFESA, URGENCIA, MELHORIA, EDUCAÇÃO, EFETIVAÇÃO, DESENVOLVIMENTO NACIONAL, IMPORTANCIA, COMPROMISSO, ETICA, MORAL, AUXILIO, FAMILIA, APOIO, ORADOR, CANDIDATO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), PRESIDENCIA DA REPUBLICA, PROPOSTA, CONSOLIDAÇÃO, EDUCAÇÃO BASICA, ESCOLA PUBLICA.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. JOÃO FAUSTINO (PSDB - RN. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente Serys, Srªs e Srs. Senadores, há poucos dias, ocupei esta tribuna para provocar um debate sobre um tema que, ao longo da minha vida, se insere nas minhas reflexões como cidadão comprometido com a educação. Renovo aquela preocupação presente no cotidiano de uma Nação que deseja superar os seus desafios e as suas desigualdades. Ou enfrentamos com coragem, com firmeza o problema da educação dos nossos jovens, ou o Brasil continuará sendo um País destinado a beneficiar uma minoria de privilegiados.

            Hoje, nessa mesma perspectiva, dedico-me ao tema da criança brasileira. Não dá mais para esperar. O Brasil não suporta mais conviver com milhares e milhares de crianças sem creche, sem escola de qualidade e, na grande maioria, sem família.

            O processo rápido com que se deu a convocação da mulher para uma maior participação na força de trabalho gerou o afastamento da mãe educadora, criando uma lacuna inevitável na educação da nossa juventude. Quantas mulheres são obrigadas, diariamente, a se engajarem no mercado de trabalho, deixando os filhos com pessoas quase sempre despreparadas e descomprometidas com o processo assistemático da educação das crianças.

            De forma muito clara, Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, vejo a escola como a porta de entrada para solucionarmos tão grave problema, qual seja: o abandono infantil no nosso País.

            De 11 a 15 de outubro, o tema da infância ocupou o fórum da Comissão de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas. Lá estavam representantes de todos os Continentes, sobretudo da América Latina, da África e da Ásia.

            Os dados apresentados são alarmantes sobre a situação das crianças do nosso Planeta, e nos fazem refletir e questionar a nossa frágil e desumana humanidade.

            Não há como se assegurarem paz e conquistas nas nações enquanto perdurarem a omissão e a violência praticadas contra as nossas crianças.

            Por isso, volto a propor, para o caso brasileiro, uma escola infantil e fundamental de tempo integral, organizada a partir de um zoneamento circunscrito às proximidades das moradias de sua clientela, gerenciada por professores vocacionados, competentes, remunerados dignamente, habitando bairros próximos às escolas onde trabalham.

            A escola que vai resolver os problemas de nossas crianças não é aquela que funciona de três a quatro horas por dia, em que, terminado esse tempo mínimo, ficam os seus alunos entregues a sua própria sorte, sem ambiente de estudo em casa, sem orientação adequada.

            A escola que vai resolver os problemas das nossas crianças não é uma escola partidarizada, se transformando, em algumas ocasiões, em aparelho de um partido político. A escola que vai, efetivamente, oferecer respostas aos problemas educacionais das nossas crianças é a escola em tempo integral, com um currículo voltado para o ensino de linguagem e do raciocínio lógico-matemático, elementos fundamentais à compreensão de outros tantos e importantes conteúdos.

            A escola que queremos e defendemos é uma instituição onde os valores éticos, estéticos e humanos estejam intrinsecamente comprometidos com o seu cotidiano, onde seus membros possam conviver em harmonia e solidariedade, apoiando as famílias, particularmente as mães, na difícil tarefa de educar.

            Todos os especialistas presentes àquele importante fórum das Nações Unidas sobre a criança foram unânimes em considerar a escola como o local adequado para a formação integral da criança, onde, além dos conteúdos, da prática esportiva e cultural, existe um ambiente seguro para que as mulheres possam trabalhar com tranquilidade, onde os pais possam ter a certeza de que seus filhos estão sob a tutela de professores dignos e não entregues ao império das ruas, das drogas e das balas perdidas.

            A terceira Comissão da ONU, dedicada aos Direitos Humanos, tem visto o problema da criança como o maior de todos os desafios para que se obtenha o pleno respeito à dignidade, à liberdade e aos direitos da criatura humana. Para a ONU, a educação deve ser a prioridade das prioridades.

            Para o Brasil, este sentimento ainda não se incorporou à vida da Nação, lamentavelmente. O Governo da União, centralizador das riquezas nacionais, ainda está por fazer da educação a grande prioridade do Estado brasileiro.

            Todavia, agradam-nos as propostas do candidato do nosso Partido à Presidência da República, o ex-Governador José Serra, que tem reiterado sua preocupação com a educação básica e com o fortalecimento da escola pública, inclusive com a formação, em tempo integral, de nossas crianças.

            Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, mais uma vez, reafirmo: ou construímos rapidamente uma escola pública de qualidade ou ficaremos à margem do desenvolvimento pleno, e seremos sempre uma Nação constituída majoritariamente de cidadãos que vivem à margem do saber, da cultura e de uma vida digna.

            Era o que eu tinha a expressar, Srª Presidente, falando pela Liderança do PSDB.

            Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/10/2010 - Página 48077