Discurso durante a 175ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro dos altos índices de crescimento econômico verificados no Brasil nos últimos quinze anos e das adequações e investimentos que o País precisará fazer com vistas a manter o ritmo de progresso, principalmente no setor agrícola.

Autor
Neuto de Conto (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/SC)
Nome completo: Neuto Fausto de Conto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE DESENVOLVIMENTO. POLITICA AGRICOLA.:
  • Registro dos altos índices de crescimento econômico verificados no Brasil nos últimos quinze anos e das adequações e investimentos que o País precisará fazer com vistas a manter o ritmo de progresso, principalmente no setor agrícola.
Publicação
Publicação no DSF de 05/11/2010 - Página 48863
Assunto
Outros > POLITICA DE DESENVOLVIMENTO. POLITICA AGRICOLA.
Indexação
  • REGISTRO, SUPERIORIDADE, CRESCIMENTO, ECONOMIA NACIONAL, PRESTIGIO, BRASIL, MERCADO INTERNACIONAL, IMPORTANCIA, IMPLANTAÇÃO, PLANO, REAL, EFETIVAÇÃO, PROCESSO, ANALISE, DADOS, PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB), NECESSIDADE, ATENÇÃO, CANDIDATO ELEITO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, INFRAESTRUTURA, DESENVOLVIMENTO, EDUCAÇÃO, SAUDE, SEGURANÇA PUBLICA.
  • RELEVANCIA, CONTRIBUIÇÃO, AGROPECUARIA, EXPORTAÇÃO, CRESCIMENTO ECONOMICO, PREVISÃO, ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A ALIMENTAÇÃO E AGRICULTURA (FAO), AMPLIAÇÃO, PARTICIPAÇÃO, BRASIL, FORNECIMENTO, ALIMENTOS, MERCADO INTERNACIONAL, APRESENTAÇÃO, ESTIMATIVA, PECUARIA, COMENTARIO, SUPERIORIDADE, TERRAS, PAIS, DISPOSIÇÃO, CULTIVO, ESPECIFICAÇÃO, REGIÃO CENTRO OESTE, NECESSIDADE, EFETIVAÇÃO, PRODUÇÃO, AUSENCIA, PREJUIZO, MEIO AMBIENTE.
  • REGISTRO, RESPONSABILIDADE, GOVERNO, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), INVESTIMENTO, AREA ESTRATEGICA, PRODUÇÃO, BRASIL, INSUMO, AGRICULTURA, SUBSTITUIÇÃO, IMPORTAÇÃO, ADUBO, FERTILIZANTE.

                          SENADO FEDERAL SF -

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            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. NEUTO DE CONTO (PMDB - SC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, saímos de uma jornada cívica onde o País se mobilizou para elegermos Deputados Estaduais, Deputados Federais, Senadores da República, Governadores e o Presidente e o Vice-Presidente da República. Foram noventa dias, uma jornada incansável, em que programas, propostas, ideologias, debates entraram, adentraram todas as casas da população brasileira. O sucesso de cada um dos eleitos é o sucesso da Pátria, o sucesso do País.

            Por isso, eu vejo que o País precisa, sim, de algumas reformas básicas e fundamentais para que haja a sustentação necessária para o crescimento projetado para a nossa Pátria, crescimento que vem principalmente desde 1994, depois de seis planos fracassados e depois de vivermos com uma inflação de 80% ao mês, 2,5% ao dia. A inflação não só corroia o salário, a vida, mas atingia o tecido social, e este País vivia num desacordo político permanente, numa turbulência social, num desencontro da classe dominante e, principalmente, numa turbulência perante a sociedade. Naquele ano, cortamos seis zeros da nossa moeda. Um milhão passou a valer um real. Tivemos quatro moedas diferentes: o cruzeiro, o cruzado, o cruzado novo e o real. Tivemos o início. Falo com conhecimento porque, como Deputado Federal, fomos o relator e o negociador, junto ao Governo, do Plano de Estabilização da Economia do Brasil. Nos longos trinta dias da matéria, ouvimos todos os segmentos da sociedade, para formar posição e criar critérios para elaborar um projeto de conversão que, aprovado na Comissão, no Congresso Nacional, hoje é o nosso real.

            Para termos uma ideia do desenvolvimento nesses 15 anos, partimos de um PIB de R$349 bilhões, em 1994, para um PIB de R$3,1 trilhões, ao final de 2009. Srªs e Srs. Senadores, crescemos, em 15 anos, novecentas vezes e somos hoje a oitava economia do mundo. Segundo as previsões dos analistas, seremos a quinta na próxima década. Certamente, teremos que duplicar o que tivemos nesses 15 anos. Mas, para isso, teremos que trabalhar muito. Certamente, a nossa Presidenta terá que buscar principalmente as mudanças estruturais na área política, na área econômica e na área social. Terá, sim, que investir pesado na educação, na saúde e na segurança, mas principalmente, junto com essas causas, na infraestrutura, pois, do contrário, será um crescimento sem bases sólidas.

            Para referendar com mais precisão, hoje o setor que mais representa a economia do Brasil é a agricultura, a agropecuária, o agronegócio. A agricultura representa 33% do PIB, 34% das exportações, 37% dos empregos e é responsável pelo total do superávit da balança comercial nos últimos cinco anos.

            Essa agricultura, em razões muito abertas, muito claras, pela falta de terras agricultáveis no mundo e pelo aumento de consumo, principalmente na África e na Ásia, considerando ainda a urbanização e a elevação do ganho da sociedade, nos diz a FAO, em publicação do Ministério da Agricultura do Brasil, será, em dez anos, responsável não só por alimentar os 190 milhões de brasileiros, mas também por participar com 21% da carne suína do mundo, 61% da carne bovina e 90% da carne de frango. Isso é aumentar em quatro vezes a produção atual.

            Esses dados fantásticos nos dizem ainda que essa agricultura ocupa somente 7,3% do nosso território para a lavoura e para as florestas plantadas e que teremos que avançar, sem agredir o meio ambiente e sem provocar o desmatamento, buscando, sim, novos solos. Temos à disposição 90 milhões de hectares só nos cerrados do Centro-Oeste e Nordeste. Poderemos recuperar mais de 30 milhões de hectares de terras degradadas nas fazendas, podemos também consorciar pecuária com lavoura nesses praticamente 180 milhões de hectares que usamos na pecuária.

            Aqui, poderíamos nos aprofundar, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, em muitos pontos diferentes, mas vou buscar um só, para o qual o Governo terá que buscar solução. Se a Petrobras é estratégica para o País, como de fato é, ela, que tem a responsabilidade da exploração, da extração e do comércio deste bem fantástico e extraordinário que o País tem, poderá buscar, sim, terá que buscar a mesma estratégia para os insumos agrícolas.

            Toda essa potencialidade que aqui relatamos, que advém não só do nosso solo, mas da nossa água, do nosso sol, da nossa chuva, da nossa tecnologia e da nossa gente, também precisa de insumos. E hoje 75% dos insumos são importados. Temos, no Brasil, jazidas suficientes para nossas produções e nossas ampliações. Precisamos, de todas as maneiras, fazer com que o Governo entenda, de uma vez por todas, que produzir...

(Interrupção do som.)

            O SR. PRESIDENTE (Gilvam Borges. PMDB - AP) - Senador Neuto, consulto V. Exª quanto à necessidade de tempo.

            O SR. NEUTO DE CONTO (PMDB - SC) - Um minuto para encerrar, Sr. Presidente.

            O SR. PRESIDENTE (Gilvam Borges. PMDB - AP) - V. Exª dispõe de cinco minutos.

            O SR. NEUTO DE CONTO (PMDB - SC) - Entendo que o Governo terá a responsabilidade das estruturas e, principalmente, da estratégia para este bem fantástico, extraordinário, que deverá alcançar 50% do PIB nacional também nesses dez anos. E, para que ele alcance com a estrutura necessária e como um bem de extrema importância para a Nação, teremos que buscar, trabalhar e conquistar as nossas usinas, as nossas jazidas, transformá-las em adubos e participar com esse extraordinário desenvolvimento que o Brasil espera.

            Era isso, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, que queríamos deixar registrado neste dia, como ponto fundamental para o desenvolvimento e o crescimento: a produção de alimentos para o Brasil e para o mundo. Temos todas as condições. O Brasil tem todos os meios e caminhos. O que nós precisamos, sim, é de interesse em buscar as estruturas e, principalmente, a estratégia dos insumos, para que possamos alcançar os objetivos e sermos, ainda nesta década, a quinta maior economia do mundo.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


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