Discurso durante a 176ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Balanço do resultado das eleições, relatando a trajetória política de S.Exa., assim como sua participação durante todo o processo eleitoral. Agradecimentos aos que contribuíram para a campanha de S.Exa. e ao povo gaúcho pelo expressivo número de votos recebidos.

Autor
Paulo Paim (PT - Partido dos Trabalhadores/RS)
Nome completo: Paulo Renato Paim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES.:
  • Balanço do resultado das eleições, relatando a trajetória política de S.Exa., assim como sua participação durante todo o processo eleitoral. Agradecimentos aos que contribuíram para a campanha de S.Exa. e ao povo gaúcho pelo expressivo número de votos recebidos.
Aparteantes
Marco Maciel.
Publicação
Publicação no DSF de 06/11/2010 - Página 48996
Assunto
Outros > ELEIÇÕES.
Indexação
  • COMENTARIO, VIDA PUBLICA, BALANÇO, CAMPANHA ELEITORAL, DETALHAMENTO, VISITA, MUNICIPIOS, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS), AGRADECIMENTO, APOIO, ELEITOR, VITORIA, REELEIÇÃO, ORADOR, TARSO GENRO, CANDIDATO ELEITO, GOVERNO ESTADUAL, PREFEITO, VEREADOR, SENADOR, DEPUTADO FEDERAL, DIVERSIDADE, PARTIDO POLITICO, CONTRIBUIÇÃO, EX GOVERNADOR, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, DILMA ROUSSEFF, CANDIDATO, GANHADOR, ELEIÇÃO.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Acir, é uma alegria estar neste momento aqui, nesta tribuna, com V. Exª presidindo e poder, nesta sexta-feira, terminar aquilo que eu chamo de um pequeno balanço ainda do processo eleitoral, mas já dizendo a todos que tivemos uma reunião nesta semana com o Senador Gim Argello para discutir a questão do orçamento, a questão dos aposentados e do salário mínimo, e teremos outra já na semana que vem com a participação do Executivo.

            Sr. Presidente, eu tinha preparado três pronunciamentos na linha do processo eleitoral, fazendo um balanço final, claro que não detalhado porque uma campanha de meses e meses não se consegue retratar aqui da tribuna durante 20 ou 30 ou 40 minutos, mas eu tentarei aqui sintetizar as minhas anotações.

            Primeiro quero dizer, Sr. Presidente, que, no meu entendimento, o resultado do processo eleitoral não é, não pode e não deveria ser fruto somente de seis ou sete ou quatro meses de campanha. Do meu ponto de vista, deveria ser o resultado de toda uma história, uma história de vida dos candidatos e dos partidos. Esse é o olhar que eu gostaria.

            Durante a campanha, tive essa preocupação. Durante o espaço que tive no rádio e na televisão, fiz questão de contar ao nosso povo, ao meu querido povo gaúcho um pouco mais da minha vida, da minha história. Falei da caminhada de um menino pobre, negro, que começou a aprender a ganhar a vida aos oito anos de idade. Passamos pelo Senai, com 12 anos; com 14, passei já pela vida política estudantil, assumindo a presidência do Ginásio Noturno para Trabalhadores, em Caxias do Sul, e do Ginásio Estadual Santa Catarina; depois, metalúrgico, enveredei pela área sindical, assumindo a Presidência do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas e, depois, a Presidência da única central que unificava todo o povo gaúcho, que era a Central Estadual de Trabalhadores. Ajudei a formar as centrais sindicais em nível nacional, como a CUT, a Força, a CGTB, a CGT e tantas outras, e depois fui participando dos movimentos sociais e fazendo a opção, ali na frente, pelo Partido dos Trabalhadores.

            Deixei claro, Sr. Presidente, que sempre fui um defensor da democracia e dos direitos humanos. Sou de uma geração que lutou, peleou contra a ditadura. Participei da criação das centrais sindicais, do movimento das Diretas Já, e fui constituinte, junto com Mário Covas, Ulysses Guimarães, Olívio Dutra, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, só para lembrar alguns.

            Vivi a agonia e votei, naquele momento histórico, mas triste, quando este País aprovou o impeachment de um Presidente da República.

            Convivi, nesses anos todos, aqui no Parlamento - já são 24 anos -, com os jovens “caras pintadas”, na época do impeachment, e com homens e mulheres de caras enrugadas na luta permanente pela melhoria da qualidade de vida dos idosos e dos aposentados.

            Senti, ao longo dos anos, na própria pele, os preconceitos.

            Acompanhei a saga dos sem-teto, dos sem-terra, dos desempregados e dos assalariados da área pública e da área privada.

            Participei e ajudei a eleger e reeleger Presidente da República, pela primeira vez na história deste País, um operário, chamado Luiz Inácio Lula da Silva. Esse operário quebra mais um tabu: indicou e foi fundamental para eleger a sua sucessora, a primeira mulher Presidenta da República do nosso querido Brasil, Dilma Rousseff.

            Eu poderia dizer que a nossa geração é uma geração vencedora. Eu, quando os anos passarem - queira Deus que com mais cabelos brancos, sinal de que vivi mais anos -, contarei aos meus netos e bisnetos e àqueles com quem eu puder continuar falando, que eu estive lá, eu ajudei, eu fiz parte dessa geração.

            Sr. Presidente, fui eleito quatro vezes Deputado Federal. Estou indo agora, graças à grandeza do povo gaúcho, para o meu segundo mandato como Senador. Aprendi, ao longo desses anos, que temos que fazer, todos os dias e todas as horas, uma política de prestação de contas ao nosso povo. O povo tem que saber o que fizemos no passado, o que estamos fazendo no presente e o que pretendemos fazer no futuro. A nossa vida pública tem, sim, que ser um livro aberto à população. Por isso luto tanto aqui, no Congresso Nacional, para acabar com o voto secreto em todas as situações, conforme prevê a PEC nº 50, de 2006, de nossa autoria, que já aprovei na CCJ e está pronta para ser votada no plenário do Senado.

            Enfim, meus amigos e minhas amigas, minha trajetória rumo a essa reeleição teve uma simbologia no dia 9 de julho, lá na capital Porto Alegre, onde lancei, com humildade, mas com muita confiança, o que seria a minha campanha, com peças publicitárias, cartazes, no caso, o jingle, página na Internet, vídeos, três bonecos com a minha imagem e com a apresentação do slogan da campanha. O slogan foi: “Sou Rio Grande, sou Paim, 131”. Aí a moçada mesma criou: “Sou Inter, sou Paim”, “Sou Grêmio, sou Paim”, “Sou Caxias, sou Paim”, “Sou estudante, sou Paim”, “Sou idoso, sou Paim”. Enfim, multiplicaram-se os slogans.

            O meu jingle dizia:

Quem conhece o nosso Rio Grande sabe a força que a gente tem, a coragem que faz história, o trabalho de um povo de bem. Nosso voto é com coerência, é no compromisso de coração, é Paulo Paim no Senado de novo. Ele é a nossa voz nessa eleição.

            Aí dizia:

131, nosso voto é assim. Sou Rio Grande, sou Paulo Paim. Sua luta é pelo cidadão, dos idosos aos jovens de toda Nação. Fez nosso Rio Grande ainda mais importante. Vamos com Paim, juntos adiante. Por um Brasil mais justo é preciso rebeldia e simplicidade, para ouvir o que a gente precisa, lutar por nossas necessidades.

            Assim foi. E nosso jingle pegou. Eu me lembro, Senador Acir, que eu saí de uma lancheria onde tomava um café e uma menina com dois ou três anos dizia: “Mãe, mãe, é o Paim! É o Paim! É o Paim!”. E a mãe dizia: “Para com isso, filha. Que Paim coisa nenhuma”. Depois ela olha e diz: “Mas é o Paim mesmo”. Isto por causa do jingle e do espaço na tevê.

            Enfim, no dia em que eu lancei o jingle, que deu certo - agradeço àqueles que o compuseram -, eu somente discorri, nas palavras principais, eu exigi que no jingle tivesse as palavras coragem, coerência, rebeldia, jovem e idoso, pois nesse dia eu reuni, em Porto Alegre, no Café Chalub, localizado no Bairro Navegantes, em torno de 500 lideranças, lideranças estaduais e muitas nacionais. Lá estavam representantes de todas as centrais sindicais em nível nacional e também da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas, além de políticos, empresários, sindicalistas, gente de todas as religiões e, naturalmente, meus familiares, amigos e militantes que sempre estiveram comigo na estrada.

            Lá, lancei uma história em quadrinhos da minha vida, que foi ilustrada pelo jovem Maurício, que conheci num bairro, numa caminhada. Ele fez um desenho da minha caminhada no meio do bairro. Daí, eu perguntei para o Maurício, que deve ter uns 16 ou 17 anos, se ele não queria escrever. E então ele fez uma bela história em quadrinhos. E hoje o Maurício trabalha na minha equipe. Esse contato com o nosso povo é que faz com que a gente vá aprendendo muito.

            Mas quero aqui também agradecer, pela dedicação integral e emocionada, ao meu diretor de TV, Saturnino, e a toda a sua equipe. Como eles diziam, eles se apaixonaram pela campanha e querem fazer agora um documentário dessa história. Agradeço também a toda a equipe de rádio pela forma como traduziram, para aqueles que ouviam a nossa mensagem, a importância do nosso trabalho no Senado.

            Tive a honra, Sr. Presidente, de ter ao meu lado, prestigiando essa caminhada, o candidato ao Palácio Piratini pela coligação Unidade Popular pelo Rio Grande, que era composta pelo PT, PSB, PCdoB e PR, o eleito Governador de todos os gaúchos, ex-ministro, e agora Governador eleito Tarso Genro, que vai tomar posse, naturalmente, no ano que vem.

            Agradeço, cumprimentando-o, também ao Vice, Beto Grill, do PSB, brilhante figura. Sabem aquela figura do bem? Quem está me ouvindo, nas suas casas, sabe que, em época de campanha, leva-se até cotovelada para aparecer na foto. Sabem como é que é, todo mundo quer aparecer na foto. O que o Beto dizia: “Paim, vai para a frente, pois você é candidato. Eu sou candidato a Vice, eu estou eleito com o Tarso. Você é que tem de aparecer”.

            Grande Beto Grill, uma figura do bem, médico, que já foi Prefeito, Deputado; é daqueles homens que têm grandeza política, humildade, coerência, mas firmeza e convicção naquilo que quer.

            O Sr. Marco Maciel (DEM - PE) - Nobre Senador Paulo Paim, V. Exª me concede um aparte?

            O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS) - Pois não, Senador Marco Maciel, com alegria. V. Exª sabe o respeito que tenho por V. Exª.

            O Sr. Marco Maciel (DEM - PE. Com revisão do aparteante.) - A recíproca é verdadeira com relação a V. Exª, ao trabalho que realiza nesta Casa. Quero aproveitar a ocasião para cumprimentá-lo pelo excelente desempenho nas eleições deste ano. V. Exª, mais uma vez, foi consagrado pelo povo do Rio Grande do Sul com uma magnífica votação. Portanto, desejo felicita-lo sobretudo pelo reconhecimento de seus co-estaduanos por seu trabalho no Senado da República. Devo aproveitar por oportuna a ocasião para desejar a V.Exª continuado êxito na sua vida pública, dando sua contribuição no aperfeiçoamento das instituições e das questões sociais brasileiras. Formulo a V.Exª votos de muito êxito no seu novo mandato, representando o bravo povo do Rio Grande do Sul.

            O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS) - Senador Marco Maciel, sabe V. Exª o carinho que tenho por V. Exª, mas veja que no meu pronunciamento eu cito aqui que recebi inclusive votos do DEM e do PSDB do Rio Grande do Sul e não omito os fatos, pois são votos verdadeiros, e sempre falo a verdade.

            Permita que eu diga a V. Exª que V. Exª teve uma vida pública que orgulha muito o povo brasileiro no seu Estado e vai continuar tendo. V. Exª, neste momento, não retorna, mas eu sei que vai continuar contribuindo para o bem deste País.

            E permita que eu faça aqui uma confissão pública de que V. Exª nunca falou: V. Exª, quando era Presidente da República, foi um Presidente que sempre me ligou nos meus aniversários. Eu não era nem Deputado Federal, não sei como V. Exª conseguia. Eu era Presidente da Central Estadual dos Trabalhadores. E, na sua vida pública e depois, como Presidente, V. Exª sempre me ligava para dizer: feliz aniversário, Paulo Paim. Sei que hoje, 15 de março - e sou de 50, tenho 60 aninhos... V. Exª me ligou no mínimo uma dezena de vezes ou mais, em cada aniversário.

            Então, meus cumprimentos a V. Exª. Eu espero que a gente continue sempre com esta amizade, com esta liberdade de nos falar aqui em público o que falamos aí no tête-à-tête, quando estamos sentados na nossa bancada.

            Parabéns a V. Exª. V. Exª é um grande homem público.

            O SR. PRESIDENTE (Acir Gurgacz. PDT - RO) - Senador Paulo Paim, se me permite por um minutinho interromper o seu pronunciamento...

            O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS) - Pois não.

            O SR. PRESIDENTE (Acir Gurgacz. PDT - RO) - Só para dar as boas-vindas aos alunos da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP de Ribeirão Preto, São Paulo.

            Sejam todos bem-vindos aqui na nossa Casa.

            O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS) - Muito obrigado, Senador.

            Parabéns. (Palmas.)

            Obrigado, Presidente.

            Eu falava do meu Vice-Governador eleito, Beto Grill, e quero também falar da candidata ao Senado Abigail Pereira pelo trabalho que fez. Nós sabíamos que eu estava muito forte no primeiro voto, mas eu tinha um prejuízo quando entrava no segundo voto, e Abigail Pereira, a nosso convite, concorreu como segundo nome e fez 1,5 milhão de votos. Eu fiquei em torno de quatro milhões, e ela fez 1,5 milhão.

            Parabéns, Abigail, você foi uma grande guerreira, uma lutadora.

            E, mais do que justo, agora o Governador eleito, Tarso Genro, a escolhe para ser Secretária de Turismo do nosso Estado.

            Quero agradecer também à minha 1ª Suplente, Veridiana Tonini - que fez um belíssimo trabalho durante toda a campanha, como também o 2º Suplente, o Gilberto Corazza. Obrigado a todos.

            Meus amigos, meu primeiro discurso dessa campanha foi lá em Palmeira das Missões. Eu estava acompanhado do Prefeito da cidade, Lourenço Ardenghi Filho; do ex-Governador Olívio Dutra; do Deputado Federal, agora eleito, Dionísio Marcon; e do Deputado Estadual, agora eleito, Edegar Pretto, filho do inesquecível Deputado Federal Adão Pretto.

            No dia 11, estarei na Feira do Livro em Porto Alegre participando, pela nossa ligação, da sessão de autógrafos, que vai começar às 15 horas. A primeira sessão vai ser sobre a história de Sepé Tiaraju, já que eu fui o Relator no Congresso para que ele entrasse no Livro dos Heróis da Pátria e o Deputado Marco Maia, que é Vice-Presidente do Congresso e, consequentemente, da Câmara, foi o autor do projeto. Estaremos lá participando da sessão de autógrafos, que se iniciará às 15 horas e se estenderá pela noite adentro, com esses dois livros.

            Lá eu dizia, no meu primeiro discurso, a seguinte frase: “quem fizer campanha solo vai quebrar a cara, porque nós vamos nos eleger Senador, Tarso será Governador, e Dilma será Presidente do Brasil, e o Presidente Lula entrará para a história como aquele operário que se elegeu, reelegeu e quebrou mais um tabu, contribuindo para eleger, pelo voto direto, uma mulher Presidente da República. Hoje, já podemos dizer, foi eleita Dilma Rousseff. Então, no meu primeiro discurso, já em julho, eu tinha consciência de que iríamos eleger o Tarso e a Dilma e de que nós voltaríamos para o Senado.

            A partir desse comício histórico em Palmeiras, dei início a uma série de agendas e compromissos com nossa chapa majoritária e nossos candidatos a Deputado Estadual e Federal. Preocupei-me em mostrar o que fiz no Senado Federal, elevando as propostas da nossa coligação, da candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff, e naturalmente do Governador Tarso Genro.

            Da mesma forma e com ânimo, demos sempre uma atenção especial, tivemos como foco não somente o nosso trabalho no Senado, mas também o que fez o Presidente Lula pelo Estado do Rio Grande do Sul. Só como exemplo: a Rodovia do PAC, o PAC 1, o PAC 2, o Minha Casa Minha Vida, o Luz Para Todos, o Bolsa Família, o fato de ter tirado da miséria 30 milhões de brasileiros, a criação da Universidade Federal do Pampa e de 214 novas escolas técnicas - lembro-me aqui da de Canoas -, com um investimento de mais de R$15 bilhões na nossa metade sul do Rio Grande, que era considerado o primo pobre, fortalecendo principalmente o polo naval daquele Estado.

            Percorri, Sr. Presidente, todo o meu Estado, como já disse da tribuna, numa espécie de romaria cívica, uma cruzada estadual. Fiz palestras e participei de todos os debates. Não houve um debate de que eu tenha deixado de participar. Talvez eu tenha sido o único candidato que participou de todos os debates. Atendi sempre à imprensa, estive reunido com os sindicalistas, os movimentos sociais e os empresários. Estive nas portas das fábricas, em caminhadas pelas ruas e nos comícios. Com chuva ou sol, caminhei por ruas e praças, participei de carreatas, gravei programas eleitorais para televisão e rádio, dei abraços e apertos de mão e recebi o carinho do aguerrido e querido povo gaúcho.

            Falei, sim, sobre o Estatuto do Idoso, de minha autoria, hoje uma lei federal que beneficia cerca de 30 milhões de pessoas. Também abordei estatutos de minha lavra, como o Estatuto da Pessoa com Deficiência; o dos motoristas e o da igualdade racial.

            No dia 20 de julho, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, no Palácio do Itamaraty, e eu estive lá, o Estatuto da Igualdade Racial, uma conquista histórica para todo povo brasileiro.

            Falei muito, sim, sobre o salário mínimo, que, antes do Governo Lula, ficava em torno de US$60, no máximo US$70. Até fiz greve de fome para que chegássemos a um valor próximo de US$100. Hoje ele está em US$300. Falei sempre dos 14 milhões de empregos com carteira assinada, quase 15 milhões no último ano deste Governo. Falei do Bolsa Permanência, projeto de minha autoria para o estudante, e também da PEC da Juventude, que aprovamos aqui no Senado e já foi promulgada. Falei do Estatuto da Juventude e do Plano Nacional de Políticas para a Juventude.

            Por diversas vezes, Sr. Presidente, fui indagado pela população sobre os projetos relativos ao ensino técnico, como foi o caso do Fundep, Fundo Nacional do Ensino Técnico Profissionalizante, de minha autoria, que, uma vez aprovado, poderá gerar em torno de R$9 bilhões em investimento nessa área, sem criar nenhum novo tributo. O dinheiro sairá do FAT, que nós criamos.

            Foram três Parlamentares que, à época, criaram o FAT e o Seguro Desemprego: Jorge Uequed, José Serra e este Parlamentar.

            Falei do meu projeto, Quilombos do Amanhã, para que nas comunidades quilombolas a gente tenha centros de educação e desporto. Falei, senhores e senhoras, sobre o reajuste para aposentados e pensionistas, dos 7,72% que conquistamos este ano, e do reajuste que estamos trabalhando para janeiro do ano que entra, 2011. Falei da minha luta e do apoio que tive aqui no Senado; aprovei, por unanimidade, o fim do fator. Entendo que em 2011 deveria ser uma questão de honra da Câmara dos Deputados acabar com o fator previdenciário, que confisca 50% do salário da trabalhadora e do trabalhador no ato da aposentadoria. E só na aposentadoria dos mais pobres, daqueles que atingem o teto de, no máximo, R$3.500,00, porque, para o teto do Executivo e do Legislativo, que pode chegar a até R$30 mil, não tem fator previdenciário.

            Em cada pago, em cada estância que eu chegava, tinha a honra e o prazer de dizer que havia, no mínimo, em cada cidade do Rio Grande, uma emenda de nossa autoria. Todos, todos os 496 Municípios gaúchos foram beneficiados durante o meu mandato. Todos serão beneficiados novamente durante este segundo mandato, independentemente do número de votos que eu tenha feito nessa ou naquela cidade. Claro que fiz votos em todas as cidades. Hoje, são 497, porque há um novo Município chamado Pinto Bandeira. Também ele será contemplado a partir do novo mandato. Fiz votos e ganhei na maioria dos Municípios. Na ampla maioria eu ganhei. Mas, mesmo naqueles em que não ganhei, pois entendo que o dinheiro do orçamento não é uma peça de troca de votos; o dinheiro do orçamento é do povo, não é peça de troca de votos. Dinheiro do orçamento é do povo brasileiro, é da nossa gente. Eu nunca discriminei - e não vou discriminar - nenhum Município, mesmo que lá eu não tivesse feito um voto sequer. Todo o Rio Grande sabe disso. Fui coerente no primeiro mandato, e agora, para o segundo mandato, eu travarei o mesmo debate, adotando a mesma prática.

            Aqui, no Congresso Nacional, apresentei mais de mil proposições. Fiz dezenas, para não dizer centenas, de audiências públicas. Esta Casa quebrou diversos tabus de temas que aqui antes não eram discutidos, como, por exemplo, a questão dos ciganos. Muitos tentam mostrar que não existe a questão cigana, ela existe sim, e nós realizamos aqui, sim, duas audiências públicas para discutir a questão dos ciganos em nosso País; como fizemos com os índios, com os negros, com os brancos, com os sem-teto, com os sem-terra; como fizemos com todos os setores; como fizemos com os empresários, independente da sua posição ideológica, sempre abrindo espaço para o bom debate, como foi a questão do dumping do calçado em relação ao que vinha da China, e conseguimos cobrar US$3.05 a mais por par de calçado da China, gerando 80 mil novos empregos aqui, no Brasil, só como exemplo; como foi o setor metalúrgico; como foi o de máquinas pesadas.

            Enfim, Sr. Presidente, vou-me encaminhando para o final do meu pronunciamento. Antes, porém, eu gostaria de dizer que o que eu mais ouvi da população durante essa campanha foi que estavam votando em mim pelo trabalho realizado aqui no Senado, e só me faziam um pedido, somente um pedido: “Não mude, continue o mesmo: humildade, sinceridade, sem ‘salto alto’, e da forma como o senhor tem agido até hoje”.

            Este compromisso está assumido, porque é a minha maneira de ser.

            Sr. Presidente, quero dizer também que foram muitos momentos de emoção. Houve muitos momentos que eu teria de retratá-los, mas aí eu falaria aqui dois, três dias, e não vou fazer isso. Lembro-me de uma atividade na Vila Cruzeiro, em Porto Alegre, quando recebi de uma menina, a Natali, de uns seis anos, uma rosa vermelha e uma carta. É aquele simples gesto, claro, toca a gente. A menina entregou-me uma rosa e uma carta. E o que dizia a carta? Eles apenas pediam ajuda para que não fossem retirados daquela área em que moravam, já que ali escreveram, de sua forma, suas vidas e suas histórias; ali estudaram, ali casaram, ali namoraram, enfim, ali era o berço de suas vidas, e que, devido à Copa do Mundo, poderia uma BR atravessar aquela parte da cidade, deslocando-os do seu espaço, espaço em que viveram durante todas as suas vidas. Falei com o Prefeito Fortunati sobre essa questão.

            Lembro-me também que, lá em Caiçara, na linha Dalmolin, onde conheci uma agroindústria familiar que produz álcool e açúcar, o coordenador do projeto, Roberto Lazzarotto, disse-me que a intenção das 14 famílias que trabalhavam, em caráter cooperativista, era produzir alimentos para a comunidade.

            Posso dizer que essa também foi uma das belas páginas da campanha por tudo que vi lá, da multiplicação da produção, principalmente na linha dos alimentos de primeira necessidade. E ali identifiquei uma síntese do que é o nosso País e vi o quanto é importante avançarmos no crescimento econômico e social, com o olhar carinhoso e respeitoso, principalmente para os agricultores. Lá, no fundo de um rincão gaúcho, estava vendo que ali estávamos gerando emprego e renda.

            Sr. Presidente, esse é um destaque que eu gostaria muito de dar. Num momento duro da campanha, recebi a família do ex-Presidente João Goulart. Entregaram-me, em mão, um manifesto em apoio à minha reeleição.

            O texto, numa das partes, dizia o seguinte:

Nós, membros da família do saudoso marido, pai e avô Presidente Jango, morto em holocausto no exílio por sua constante vida, obra e luta em defesa da causa dos trabalhadores brasileiros, viemos, a público no Rio Grande do Sul, nossa terra, nosso povo, pedir, em nome da história da causa trabalhista, o indispensável apoio ao companheiro Paim, árduo defensor dessa luta, ainda empreendida pelos Presidentes Vargas e João Goulart e que precisa ser mantida viva no Senado com tenaz intransigência e competência, como esse Senador do povo vem fazendo com dignidade e maestria.

            Não há como, Senador - e o Rio Grande do Sul tem uma marca muito forte de Pasqualini, de Getúlio, de Brizola e de João Goulart -, não dizer que esse manifesto foi também importante para a nossa volta. Não há como não dizer que, quando li o manifesto, não só eu, mas o público, no momento em que o apresentei, fomos às lágrimas.

            Tivemos certamente outras passagens durante toda a campanha, mas esses foram alguns exemplos que eu destaco.

            Portanto, ao citar tais fatos, faço também um reconhecimento e louvo todos os fatos e acontecimentos que ocorreram durante a minha campanha à reeleição ao Senado Federal.

            Houve um momento que não está aqui - permita-me, Senador Marco Maciel. Estava eu em Santa Maria e fazia uma palestra em território quilombola. Veio uma menina e disse-me: “Senador, a minha avó quer muito o conhecer”. Alguém me disse: “Mas a avó dela é cega”. Então, a menina disse-me: “Sim, ela é cega, mas ela quer conhecê-lo, porque ela o ouve pela TV Senado e tem uma visão de como o senhor é”. Eu tinha uma coletiva em Santa Maria. Mandei suspender a coletiva e fui para o interior da terra quilombola para conhecer a avó daquela menina. Chegando lá, ela tocou no meu rosto e disse-me: “O Senador é exatamente como eu imaginava. Você é meu filho”. É claro que aí a emoção toma conta. Ela, sentada, com cerca de 80 anos... Esse foi um gesto que, digo, não tem preço. São gestos como esse que fazem com que a gente participe, cada vez mais, da vida pública do nosso País, porque esse é o melhor prêmio. Não é o voto, é esse gesto de carinho.

            Por fim, Sr. Presidente, tenho consciência, e tudo isso está gravado e à disposição nos escaninhos do meu peito. Agradeço o apoio e o empenho de todos aqueles que trabalharam para que eu recebesse cerca de 4 milhões de votos, num universo de 6,2 milhões de votos válidos. Isso soma mais ou menos dois terços dos votos de todos os gaúchos.

            Agradeço aos meus coordenadores de campanha, como também agradeço aos 497 Prefeitos do Rio Grande, na figura do Prefeito Jairo Jorge, de Canoas, onde hoje é minha base sindical e de onde partiu a minha campanha; do Prefeito Ary Vanazzi, de São Leopoldo, que era o coordenador da campanha da Dilma no Estado, e do Prefeito Tarcísio Zimmermann, de Novo Hamburgo. Cito apenas três, porque foram eles - todos gostariam de gravar, tenho certeza - que participaram do meu programa eleitoral.

            Agradeço especialmente a quatro Senadores que se dispuseram e gravaram para o meu programa eleitoral de TV, pedindo ao povo gaúcho que votasse por eles naquele que eles entendiam que era o Senador do Brasil, e não apenas Senador do Rio Grande. Essas palavras foram ditas por quatro Senadores. Eu sei que, se eu procurasse outros aqui, outros gravariam. Tenho certeza disso, Senador Marco Maciel, independentemente da questão partidária, como eu gravei para diversos independentemente da questão partidária. Mas quatro gravaram

            Senador Cristovam Buarque. Obrigado, Cristovam, a sua declaração foi muito importante. Senador Marcelo Crivella, porque havia toda aquela questão do debate com relação à posição da comunidade evangélica, e o Crivella gravou para a TV e para o rádio, pedindo voto para este Senador. Senador Sérgio Zambiasi. Obrigado, Senador Zambiasi, que, no Rio Grande do Sul, não sendo candidato à reeleição, fez questão de dizer que era fundamental que eu continuasse aqui, em nome do social. Agradeço também ao Senador Magno Malta, que também gravou.

            Agradeço aos movimentos sociais, a todos os movimentos sociais, a todos os sindicalistas, a todas as centrais sindicais, a todas as confederações e federações e sindicatos de trabalhadores, a todas as entidades de aposentados na figura da Cobap (Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas). Agradeço à federação e a associações municipais de aposentados, ao Fórum Sindical dos Trabalhadores, ao movimento organizado por negros, por brancos, por índios, por ciganos, por intelectuais, por artistas, por todos aqueles que, de uma forma ou de outra, deram a sua contribuição.

            Senador Marco Maciel, eu digo com tranquilidade: foi um movimento suprapartidário que se estabeleceu no Rio Grande, e tenho a ousadia de dizer, em âmbito de País. Praticamente todos os Estados fizeram uma corrente com telegramas, com e-mails, pedindo aos gaúchos que a gente retornasse ao Senado.

            Vejam bem o que eu vou dizer agora: agradeço ao PSOL, que tinha candidatura própria ao Governo do Estado e tinha duas candidaturas ao Senado. O PSOL pediu para que um dos seus candidatos ao Senado, o Professor Carlos Lucas, retirasse a sua candidatura para que eles pudessem pedir que os seus eleitores votassem no Senador Paulo Paim. Foi um gesto nobre do candidato ao Senado, Professor Luiz Carlos Lucas, como também do PSOL, do Senador José Nery, que, no meu entendimento, é um dos que trabalhou nesse sentido.

            Obrigado, Deputada Federal Luciana Genro, por esse gesto; obrigado, Pedro Ruas, que foi candidato ao Governo do Estado, por esse gesto. Obrigado, Roberto Robaina, Presidente do partido, também por esse gesto de retirar uma candidatura;

            Das duas, retiraram uma, para que o PSOL pudesse fazer campanha aberta a este candidato, sem que eles estivessem apoiando nem o candidato a Governador da nossa coligação, nem a candidata à Presidência da República da nossa coligação.

            Obrigado ao PT, ao PSB, ao PCdoB, ao PR, ao Pátria Livre, ao PDT, que não estava na nossa coligação, ao PRB, ao PTB, ao PV, a setores do PP, a setores do PMDB, inclusive a setores do PSDB e também do DEM que eu sei que, lá na base, trabalharam pela nossa candidatura.

            Eu recebi do Dante Ramon Ledesma, que é um cantor - e não há fronteira para músicas que falam sobre a liberdade e a grandeza dos povos - uma frase, Sr. Presidente, que fiz questão de trazer comigo: “A grandeza de quem luta e é vitorioso é ter a humildade de reconhecer a virtude...

 

            O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel. DEM - PE) - Senador Paulo Paim, eu gostaria de aproveitar a ocasião para registrar a presença aqui, nas galerias da Casa, dos alunos da 3ª série do ensino fundamental da Escola Classe nº 15 de Sobradinho, Distrito Federal.

            O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS) - Meus cumprimentos.

            (Manifestação das galerias.)

            O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS) - Eu dizia, Sr. Presidente, que, do Dante Ramon Ledesma, eu recebi uma mensagem que entreguei a todos aqueles que me apoiaram, em que ele dizia: “A grandeza de quem luta e é vitorioso é ter a humildade de reconhecer a virtude daqueles que caminharam com eles e se tornaram heróis anônimos”.

            Tchau moçada, um abraço a todos! Vocês serão os futuros Senadores, com certeza. E quem sabe não está aí um menino que será, no futuro, o nosso Presidente da República. Um abraço a todos. Muito estudo, muito trabalho!

            Agradeço aqui aos ex-Governadores Olívio Dutra e Alceu Collares. E vou também aqui fazer um depoimento sobre Pedro Simon. Pedro Simon disse uma vez aqui, na tribuna, que as galerias deveriam jogar pétalas de rosa quando o Senador Paulo Paim entrasse, pelo seu compromisso com o social.

            Eu usei essa frase do Simon na minha campanha, e o Simon liberou, nunca desautorizou que eu usasse essa frase sua dita na tribuna. Claro que não coloquei na TV, mas eu falava nos meus pronunciamentos e sei que grande parte da família do Senador Pedro Simon efetivamente votou, como segundo voto, já que o PMDB tinha somente um primeiro voto, neste Senador.

            Obrigado a todo o povo gaúcho.

            Eu estou terminando, Sr. Presidente, e queria só dizer que, com a nossa eleição e reeleição, eu creio mesmo - senhores e senhoras do Rio Grande e do Brasil - que o Rio Grande escreve mais uma página bonita da sua história. Lá de Sepé Tiaraju, que disse “essa terra tem dono”; dos lanceiros negros da Revolução Farroupilha; do João Cândido, almirante negro “das pedras pisadas no cais”; o Rio Grande do Sul, dos maragatos e dos chimangos; de Getúlio Vargas; de Alberto Pasqualini; de João Goulart; de Luiz Carlos Prestes; de Érico Veríssimo e de Mário Quintana; o Rio Grande do Sul das mulheres guerreiras, como Olmira Leal de Oliveira; da nossa Cabo Toco e mulheres da estirpe de Ana Terra e Bibiana Cambará. Sim, este é o meu Rio Grande do Sul, solo e sumo, que me reconduziu ao Senado com o dobro de votos de 8 anos atrás. Ninguém, ninguém jamais poderá dizer que o preconceito impede que um homem negro possa representar toda a sua gente aqui, no coração da democracia.

            Senador Magno Malta, devo ser o único Senador negro no mandato que passou e deste mandato que, se Deus quiser, vou concluir daqui a 8 anos. Fui eleito e reeleito pelo Rio Grande. Então, vamos devagar quando dizem que um Senador negro não poderia estar aqui com o voto que teve do povo gaúcho, onde 90% ou 85% não são negros. Rendo aqui a minha homenagem ao povo gaúcho, numa prova de que temos que lutar sempre contra todo tipo de preconceito.

            Sr. Presidente, nessa terra gaúcha onde nasci e nasceram meus pais, avós e bisavós, eu encontrei o apoio das mais diversas etnias, procedências e credos, recebi o apoio de todos: das pessoas com deficiência, dos jovens, dos estudantes, dos idosos, dos aposentados, dos trabalhadores do campo e da cidade, dos empreendedores e, por que não lembrar aqui, de ex-Governadores, de Prefeitos de Vereadores e de Secretários. Senti-me acolhido e abraçado por todos nessa bela campanha.

            Um exemplo foi a grande votação que recebi na minha cidade natal, terra da uva, Caxias do Sul.

            Agradeço, Sr. Presidente, aos homens e às mulheres ligados à área da cultura que deram depoimentos sobre a nossa candidatura. Cito dois exemplos. Um deles é Francisco Alves, autor de uma música que considero quase um hino, “Sabe Moço”, que inclusive me autorizou a usar como eu bem entendesse. Agradeço também ao autor da canção “Que Homens São Esses”, Carlos Moacir. Muito obrigado, Carlos Moacir, que permitiu inclusive que eu usasse na minha campanha a música “Que Homens São Esses”. E de Francisco Alves, a música “Sabe Moço”.

            Sr. Presidente, houve uma verdadeira amplitude partidária liderada pela unidade popular. Isso, para mim, ficou bem claro. Os sul-rio-grandenses se uniram em torno de uma ideia comum.

            Fiquei alegre, muito alegre, ao ouvir da população, após o resultado final: “Nós vencemos”. Não foi o Senador que venceu. “Nós vencemos!” - essa frase virou símbolo da vitória.

            Ao concluir, há três nomes a quem eu gostaria de aqui, mais do que registrar, tecer uma pequena homenagem e externar publicamente meu total respeito pela amizade e companheirismo. Falo da minha companheira de chapa Abgail Pereira; do Vice-Governador eleito Beto Grill; e do Governador eleito Tarso Genro. Faço uma manifestação especial a dois homens e a uma mulher com os quais comecei a minha vida política.

            Obrigado, Olívio Dutra, ex-Governador, que foi o símbolo dessa vitória, foi o símbolo da garra da militância.

            Por isso tudo, Dilma, por sua história bonita de vida, é que você vai receber das mãos de Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 1º de janeiro, a maior homenagem que um filho pode receber da sua Pátria: a faixa de Presidente da República, pela grande votação que recebeu de todo o povo brasileiro.

            Para mim, esses nomes são exemplos a serem seguidos na política e faróis das presentes e futuras gerações. Eles ajudaram e ajudarão por muito tempo a escrever a história coletiva de nosso País com um mundo de trabalho e de muito mais amor.

            Quero, também, Sr. Presidente, como última frase, agradecer àquele que foi meu amigo durante anos e anos: o nosso Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sei que Lula não agrada a todos - porque ninguém pode agradar a todos -, mas ele sai desse mandato com uma aceitação de cerca de 85% da população. Lula, por tudo o que representou e representa para nós, entra para a história com o porte de homens como Gandhi e Nelson Mandela. Parabéns, Lula!

            Por fim, agradeço à Presidenta eleita, Dilma Rousseff, que conheço há mais de 30 anos. A história da nossa Presidenta orgulha todos os homens e mulheres que lutaram. Muitos até pelearam e morreram em defesa da liberdade. Dilma nunca dobrou a espinha, mesmo sob a tortura da ditadura. Sempre defendeu os princípios da democracia e dos direitos humanos.

            Vida longa a você, Dilma Rousseff, primeira mulher eleita Presidenta da República do nosso País! Sei que fará um grande mandato, para a alegria de todo o povo brasileiro.

            Era isso.

            Obrigado, Senador Marco Maciel, inclusive pela tolerância, por permitir que eu ficasse cerca de uma hora, aqui na tribuna, e V.Exª pacientemente presidindo.

            O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel. DEM - PE) - Eu gostaria de cumprimentar o Senador Paulo Paim pelo discurso que acaba de proferir.

            Está presente aqui no plenário e ouviu todo o seu pronunciamento a Senadora Níura Demarchi.

            Gostaria de me associar às palavras de V. Exª, Senador Paulo Paim.

            Não há mais oradores inscritos.

            O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS) - Permita-me agradecer a Senadora Níura Demarchi pela paciência de ouvir meu pronunciamento. Estive conversando com ela há pouco tempo, mas, permita-me a liberdade, fazia um depoimento afirmando que acha muito correto esse debate para que a gente altere o fator previdenciário. Permita-me dizer isso na tribuna para que o povo do seu Estado saiba que a senhora tem compromisso com essa luta que vai no eixo da defesa dos aposentados, dos pensionistas e de todos os trabalhadores. Parabéns a V. Exª.


Modelo1 5/17/244:51



Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/11/2010 - Página 48996