A SRª FÁTIMA CLEIDE (Bloco/PT - RO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, antes de iniciar o meu pronunciamento desta tribuna, nesta tarde, gostaria de agradecer ao Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Pernambuco, que me homenageou, na sexta-feira, pela autoria da Lei 2.014, que muda com certeza a estrutura da educação brasileira a partir do reconhecimento dos funcionários de escola como profissionais. Quero agradecer a homenagem recebida do Sindicato e dizer que a nossa luta pela valorização profissional dos trabalhadores em educação continuará em qualquer lugar que estejamos.

            Quero também registrar, antes de iniciar o meu pronunciamento, a presença hoje, aqui nesta Casa, do Vice-Governador eleito pelo Estado de Rondônia, pelo PDT, Sr. Airton Gurgacz, que se encontra no cafezinho juntamente com o Senador Acir Gurgacz. Quero também me congratular com o Dr. Confúcio Moura pela eleição como Governador pelo PMDB. Tenho, assim como a população do Estado de Rondônia, grande confiança de que o nosso Estado terá novos rumos com este novo Governo. Desejo a eles um bom e proveitoso Governo para o povo do Estado de Rondônia.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero falar sobre a importância da eleição da nossa companheira Dilma Rousseff.

            Ao ser eleita a nova presidente do Brasil, com mais de 55 milhões de votos, a companheira Dilma Rousseff se junta a outras 17 mulheres que são líderes em 16 países - a Finlândia tem uma presidente e uma primeira-ministra -, de um total de 192 nações representadas na ONU. É um seleto grupo, Sr. Presidente, um grupo que, sem dúvida, tem demonstrado determinação e capacidade.

            A eleição de Dilma significa muito para a democracia brasileira, que tem o desafio de promover mais igualdade entre os gêneros, possibilitando que mais mulheres assumam o poder.

            Apenas nos países escandinavos, onde prospera uma cultura de igualdade, cerca de metade dos gabinetes é formado por mulheres. Em nosso País, a sub-representação da mulher na política é uma das piores do mundo.

            Agora mesmo, quando elegemos Dilma, apenas 45 deputadas federais foram eleitas, o mesmo número da legislatura que ora termina. Isso representa somente 8,7% do total de 513 assentos na Câmara Federal.

            Certamente não é pelo fato de ser mulher ou homem que alguém deve postular cargo importante na esfera pública, submetendo-se à avaliação do eleitorado. É preciso ser capaz, reunir condições políticas e pessoais para atingir o objetivo.

            É evidente que a mulher precisa de mais oportunidades, pois isso significa promover a democracia, trazer igualdade de participação, o que possibilita mudanças na condução da política.

            Michelle Bachelet, até pouco tempo presidenta do Chile, costuma dizer que “quando uma mulher entra na política, transforma-se a mulher; quando muitas mulheres entram na política, transforma-se a política”. Eu acredito nisso.

            O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva muito orgulha a todas nós, mulheres, e certamente ao povo brasileiro, por ter oferecido oportunidades às mulheres. Ele produziu, em todo o seu Governo, ações e iniciativas que respaldam nossa luta antiga pelo protagonismo político, e programas de Governo há muito reivindicados, como o combate à violência doméstica.

            Lula nomeou várias mulheres para cargos importantes no Executivo. Lula escolheu Dilma para ser Ministra de Minas e Energia e depois para chefiar a Casa Civil.

            O nosso Presidente foi ainda o patrono político de Dilma para sucedê-lo na Presidência da República. Mas a companheira Dilma Rousseff tem uma história, combateu a ditadura e construiu a sua carreira na administração pública com muita dignidade e competência.

            A revista Forbes - e é a isso que quero me reportar -, publicação americana focada em negócios e economia, divulgou o ranking anual de personalidades importantes, apontando Dilma como a 16ª pessoa mais poderosa do mundo. Steve Jobs, da Apple, ficou em 17º lugar. E não apenas ele ficou atrás da nossa Presidenta eleita, Sr. Presidente: Nicolas Sarkozy, Presidente da França, ficou em 19º lugar; a Secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton ficou em 20º lugar; o magnata das comunicações, o mexicano Carlos Slim, ficou em 21º; os cofundadores do Google ficaram em 22º lugar; e o Prefeito de Nova York também é considerado menos poderoso que Dilma Rousseff na lista da Forbes.

            Foram eleitas 68 pessoas pela Forbes, entre lideranças políticas, empresariais e religiosas. Para líderes políticos, a revista destaca a população do país e seu PIB. Considerada a maior economia da América Latina, o Brasil, lembrou a revista, será moldado a partir do ano que vem pela personalidade de uma mulher.

            Eu a parabenizo pelo ranking da revista e a parabenizo também pela bela vitória obtida no dia 31 de outubro.

            A tenacidade e disciplina da companheira Dilma, talvez forjadas nos duros anos de prisão, quando muito jovem sofreu torturas inimagináveis - já conhecidas por nós -, superaram a ardilosa campanha adversária que levou para o embate temas que jamais deveriam ter pautado as eleições.

            Dilma terá o desafio de não apenas dar continuidade a uma política que elevou a autoestima do Brasil e o colocou na rota do crescimento econômico. Será um desafio também demonstrar que a longa trajetória de busca pelos direitos civis e políticos por parte dos movimentos organizados de mulheres não foi em vão.

            Tenho a convicção de que Dilma fará uma excelente gestão, mantendo o compromisso de inclusão social e avanço em programas que contemplem a maioria do eleitorado brasileiro, que são as bravas e altivas mulheres de todas as regiões deste grandioso País.

            Queria dizer, Sr. Presidente, que, neste final de semana, tive acesso a um texto publicado por Fernanda Estima, que é companheira, jornalista, militante do movimento feminista, cujo título é “Se muda o Brasil, muda a vida das mulheres brasileiras”. Quero citar aqui trechos desse texto e pedir que seja também anexado ao meu pronunciamento.

O governo federal [do Presidente Lula] se empenhou para promover mais autonomia e mais cidadania para as brasileiras, transformando demandas históricas dos movimentos feministas e de mulheres em políticas públicas, e para mudar o vergonhoso panorama da violência sexista em nosso país.

Uma das mais importantes ações foi o destaque dado à promoção da igualdade de gênero, raça e etnia no Plano Plurianual 2008-2011, através do enunciado do seu quarto objetivo estratégico: “Fortalecer a democracia, com igualdade de gênero, raça e etnia, e a cidadania com transparência, diálogo social e garantia dos direitos humanos”.

Implementar políticas que se chocam, cotidianamente, com a cultura dominante não é tarefa fácil e muito menos para ser enfrentada de maneira exclusiva por qualquer das esferas governamentais e de poder. É necessária a participação articulada e permanente de todos os atores sociais envolvidos.

            E ela conclui, dizendo aquilo com que tenho também concordância.

Um governo bom é aquele que se volta para os principais interesses de sua população, globalmente.

            No caso das mulheres, será fundamental manter a continuidade da evolução das conquistas que alcançamos com o Governo Lula, e ainda podemos ter o gostinho delicioso da superação do preconceito elegendo uma mulher, Dilma Rousseff, como nossa presidenta.

            Eu queria, Sr. Presidente, para finalizar, repetir o que disse antes: acredito que a Presidenta Dilma não apenas será digna para fazer avançar o Brasil, hoje a sétima economia do mundo, mas também cumprirá aquilo que é o desejo de milhares de mulheres brasileiras, que é ver uma mulher na Presidência da República fazendo política para as mulheres.

            E, como estou aqui ressaltando o papel das mulheres poderosas no mundo, entre elas, a nossa Presidenta eleita, quero aproveitar a oportunidade também Sr. Presidente, para parabenizar as mulheres premiadas com a 15ª edição do Prêmio Cláudia, realizado neste ano de 2010. A festa de entrega do prêmio foi na sexta-feira, dia 5, e agora se consagra como uma importante referência de reconhecimento ao trabalho das indicadas.

            Neste ano, as vencedoras foram: Luislinda Valois (Políticas Públicas); Eneida Agra Maracajá (Cultura); Themis da Silveira (Ciências); Vitória da Riva Carvalho (Negócios), e Diza Gonzaga (Trabalho Social).

            Sr. Presidente, era o que tinha a dizer para registrar a minha alegria, a minha satisfação e a minha esperança no sentido de que a vida das mulheres brasileiras vai melhorar ainda mais com a eleição da minha querida companheira, a ex-Ministra Dilma Rousseff, hoje primeira presidenta do Brasil.

            Muito obrigada, Sr. Presidente.

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE A SRª SENADORA FÁTIMA CLEIDE EM SEU PRONUNCIAMENTO

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e parágrafo 2º, do Regimento Interno)

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Matéria referida:

- Se muda o Brasil, muda a vida das mulheres brasileiras - Fernanda Estima

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