Discurso durante a 177ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Destaque para o sucesso obtido pela Vale do Rio Doce após o processo de privatização, pontuando as realizações da empresa tanto no Brasil, quanto no exterior, salientando seu posicionamento favorável à descentralização e à privatização para reforma do Estado brasileiro, criticando, porém, o modelo de partilha para a exploração do pré-sal.

Autor
Francisco Dornelles (PP - Progressistas/RJ)
Nome completo: Francisco Oswaldo Neves Dornelles
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
PRIVATIZAÇÃO.:
  • Destaque para o sucesso obtido pela Vale do Rio Doce após o processo de privatização, pontuando as realizações da empresa tanto no Brasil, quanto no exterior, salientando seu posicionamento favorável à descentralização e à privatização para reforma do Estado brasileiro, criticando, porém, o modelo de partilha para a exploração do pré-sal.
Publicação
Publicação no DSF de 09/11/2010 - Página 49078
Assunto
Outros > PRIVATIZAÇÃO.
Indexação
  • ANALISE, IMPORTANCIA, PRIVATIZAÇÃO, DESCENTRALIZAÇÃO, CONTRIBUIÇÃO, DESENVOLVIMENTO NACIONAL, AVALIAÇÃO, NECESSIDADE, PRESERVAÇÃO, EMPRESA ESTATAL, BANCO DO BRASIL, CAIXA ECONOMICA FEDERAL (CEF), BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO ECONOMICO E SOCIAL (BNDES), PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), CRITICA, ERRO, POLITICA ENERGETICA, MODELO, PARTILHA, EXPLORAÇÃO, PETROLEO.
  • ELOGIO, PRIVATIZAÇÃO, COMPANHIA VALE DO RIO DOCE (CVRD), APRESENTAÇÃO, DADOS, CRESCIMENTO, LUCRO, RECEITA LIQUIDA, VALORIZAÇÃO, MERCADO FINANCEIRO, DIVERSIFICAÇÃO, PRODUÇÃO, ATUAÇÃO, NEGOCIAÇÃO, PREÇO, FERRO, CRIAÇÃO, EMPREGO, RENDA, REGISTRO, AMPLIAÇÃO, PRESTIGIO, INFLUENCIA, EMPRESA, MUNDO, CONGRATULAÇÕES, DIREÇÃO, EFICIENCIA, GESTÃO.

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            O SR. FRANCISCO DORNELLES (PP - RJ. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, eu entendo que descentralização e privatização são palavras básicas da reforma do Estado brasileiro.

            Eu entendo que aquilo que pode ser feito pelos Estados nunca devia ser feito pela União. O que pudesse ser feito pelos Municípios nunca devia ser feito nem pelos Estados nem pela União. E o que pudesse ser feito pelo setor privado não devia ser feito nem pelos Municípios, nem pelos Estados, nem pela União.

            Mas, se eu defendo uma posição de descentralização e privatização, eu não vou àquele extremo. Existe sempre um meio termo. Eu nunca defenderia a privatização do Banco do Brasil, da Caixa Econômica, do BNDES. Eu nunca defenderia a privatização da Petrobras, embora eu entenda que a introdução do modelo da partilha, substituindo o modelo da concessão, foi um equívoco muito grande de política energética que está se cometendo no Brasil.

            Mas o que eu quero falar hoje, Sr. Presidente, no momento em que se discute algumas privatizações feitas nos últimos anos, é sobre a privatização da Vale do Rio Doce, essa empresa que realmente teve um sucesso absoluto depois do seu sistema de privatização.

            Nos últimos dez anos, Sr. Presidente, a Vale passou por uma enorme transformação. A empresa pulou da posição de oitava mineradora do mundo para a de segunda maior mineradora diversificada e maior produtora de minério de ferro

            O valor de mercado da empresa em bolsa passou de R$16,7 bilhões no fim de 2000 para R$285 bilhões esta semana, um aumento de 1.607%. Isso coloca a Vale do Rio Doce como a 19ª maior empresa do mundo, de acordo com o ranking do Financial Times. A empresa se diversificou e hoje, além do minério de ferro, investe também em níquel, carvão, fertilizantes, cobre. A Vale está presente em 38 países, levando o nome do Brasil para lugares tão distantes quanto a Guiana e a Zâmbia, na África, Omã, no Oriente Médio, e a Nova Caledônia, na Oceania.

            De acordo com a consultoria do Boston Consulting Group, a Vale é uma das empresas que mais geraram valor para seus acionistas até 2008. Somando a valorização na bolsa com o pagamento de dividendos, quem aplicou R$10 mil em ações da Vale em 2000, hoje tem R$218,4 mil. Somente para 2010, a empresa anunciou o pagamento de cerca de US$3 bilhões de dividendos e juros sobre o capital próprio, comparados a US$256 milhões no ano de 2000.

            Os números que fizeram da Vale uma das maiores empresas do mundo impressionam muito. Em apenas uma década a empresa, multiplicou suas cifras de forma geométrica. Em receita líquida, a Vale passou de R$9 bilhões em 2000 para R$48 bilhões em 2009, sendo que chegou a faturar R$70 bilhões em 2008, antes da crise. Em termos de lucro, a Vale saltou de R$2 bilhões em 2000 para R$21 bilhões em 2008, o recorde até hoje, um crescimento de 914%. Neste período, a empresa conseguiu negociar vários aumentos para o preço do minério de ferro no Brasil, que custava US$20 a tonelada e hoje passa de US$140. E todo esse crescimento também resultou em mais empregos, Sr. Presidente. Antes de ser privatizada, a Vale empregava pouco mais 11 mil pessoas. Hoje, são 113 mil postos de trabalho.

            Enquanto o preço do minério de ferro se multiplicou por três, o valor da empresa se multiplicou por 30 nos últimos anos.

            Essa é a mais inconteste prova de que a gestão da Vale foi também a grande responsável por esse sucesso. O presidente e diretores da Vale souberam identificar e aproveitar o momento econômico para expandir os horizontes de uma empresa que se transformou em referência em todo o mundo. Um orgulho do Brasil aqui e no exterior.

            Eu queria, Sr. Presidente, fazer essa menção à Vale do Rio Doce em decorrência de notícias divulgadas pela imprensa sobre o sucesso da empresa que, em decorrência do processo eleitoral, não puderam ser repercutidas no Senado. A empresa é realmente orgulho do Brasil e também uma demonstração de que privatizar não significa alienação do Estado. O Estado é sócio oculto e privilegiado de todas as empresas que operam no Brasil. Por que sócio oculto privilegiado? Porque participa dos lucros sem participar dos prejuízos; porque uma parte do seu lucro vai para o Estado por meio do Imposto de Renda, sem o desgaste gerencial, sem os riscos que decorrem da atividade empresarial.

            Por isso quero dizer que a privatização da Vale foi da maior importância para o País, para o setor. Quero cumprimentar a Presidência e a Diretoria da Vale pelo sucesso administrativo da companhia nos últimos anos.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/11/2010 - Página 49078