Discurso durante a 178ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem ao Cardeal Dom Eugênio Sales, Arcebispo Emérito do Rio de Janeiro, pelos seus 90 anos de vida.

Autor
Marco Maciel (DEM - Democratas/PE)
Nome completo: Marco Antônio de Oliveira Maciel
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem ao Cardeal Dom Eugênio Sales, Arcebispo Emérito do Rio de Janeiro, pelos seus 90 anos de vida.
Publicação
Publicação no DSF de 10/11/2010 - Página 49240
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, PRESENÇA, AUTORIDADE RELIGIOSA, HOMENAGEM, ANIVERSARIO, CARDEAL, ARCEBISPO, ATUAÇÃO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), ESTADO DA BAHIA (BA), ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (RN), ELOGIO, ENGAJAMENTO, PROMOÇÃO, JUSTIÇA SOCIAL, ETICA, POLITICA, LEITURA, COMENTARIO, TEXTO, IMPORTANCIA, MISSÃO, IGREJA CATOLICA.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. MARCO MACIEL (DEM - PE. Pronuncia o seguinte discurso. Com revisão do orador.) - Exmo. Sr. Presidente do Senado Federal, Senador José Sarney, que preside a presente sessão; Exmo. Sr. Senador João Faustino, primeiro signatário do requerimento para realização da presente homenagem; Sua Eminência Núncio Apostólico do Brasil, Reverendíssimo Dom Lorenzo Baldisseri; Exmo. Sr. Arcebispo Emérito de Natal, Reverendíssimo Dom Heitor de Araújo Sales, representando o Arcebispo Emérito do Rio de Janeiro, Reverendíssimo Cardeal Dom Eugênio Sales, seu irmão; Exmo. Sr. Arcebispo Emérito de Brasília, Reverendíssimo Cardeal Dom José Freire Falcão; Exmo. Sr. Ministro Carlos Matias, Reitor da Unilegis, senhoras e senhores, autoridades presentes, desejaria, em breves palavras, expressar nosso contentamento em ver Dom Eugênio Sales celebrar o nonagenário depois de haver realizado um notável trabalho a serviço de Deus e da Igreja, como lembrou o Presidente José Sarney, e, ao longo de sua vida sacerdotal, desempenhado um papel extremamente importante na divulgação do Evangelho de Cristo.

            Dom Eugênio Sales, como sabemos e aqui foi lembrado, nasceu em Acari em 1920 e sua obra não se limitou apenas às suas atividades em Natal. Exerceu, a seguir postos importantes a serviço da Igreja.

            Frequentemente vestido de preto, com um crucifixo de prata no pescoço, fazia questão de estar sempre a serviço da sua comunidade. Aliás, procurava receber as pessoas que o procuravam, sobretudo aquelas necessitando de assistência eclesial ou mesmo de algum ensinamento que pudesse ampliar a sua doação à Igreja de Cristo.

            Dom Eugênio é citado também como um grande empreendedor. Ao assumir a Arquidiocese do Rio de Janeiro, na década de 1970, mandou construir nos fundos do Palácio São Joaquim um prédio de dez andares para reunir, num só lugar, serviços da Igreja espalhados pela cidade. Criou dezenas de pastorais, entre elas a Pastoral Penal, a das Favelas e a do Menor, e mais a Pastoral do Turismo, que organiza visitas guiadas e concertos em igrejas históricas. Sem contar que foi graças à sua ajuda que pela primeira vez, nos anos setenta, moradores de favela tiveram o seu direito a casa garantido judicialmente.

            Por ocasião da passagem dos seus 90 anos de vida e da notável atuação em diferentes dioceses, inclusive a de Salvador, na Bahia, Dom Eugênio Sales realizou um trabalho muito positivo no diagnóstico das questões relativas à infância no sertão nordestino. Sua vocação o levou a realizar uma série de ações sociais que ainda hoje repercutem.

            Gostaria de aproveitar a ocasião para dizer que Dom Eugênio Sales estava frequentemente se valendo dos veículos de comunicação social para divulgar o Evangelho de Cristo. É algo semelhante ao que Dom José Freire Falcão fazia e faz na imprensa do Distrito Federal, por meio de artigos no Correio Braziliense.

            Leitor das crônicas escritas por Dom Eugênio de Araújo Sales, desejo lembrar uma, datada de 1998, na qual diz:

            A expressão “política” se aplica a dois setores de atividade, conexas, mas distintas. O primeiro visa ao bem comum e para isso trata das grandes linhas que orientam adequadamente a sociedade.

            Ocupa-se da boa ordem temporal e os leigos agindo, neste terreno, “consagram a Deus o próprio mundo”, conforme o Concílio Vaticano II (Lumen Gentium nº 34), nessa área cabe à Igreja uma significativa missão: a defesa e a proposição de valores éticos na vida pública. O segundo, a política partidária, de grupos que se organizam, ainda que de inspiração cristã não podem se arrogar o direito de se proclamarem os únicos que representam o Evangelho. Esse é o espaço próprio dos leigos, nos diz o Vaticano II (Gaudium et Spes nº 43).

            Por isso não podemos deixar de reconhecer que Dom Eugênio Sales, além do mundo a que ele se consagrou na Igreja, esteve sempre atento às diferentes vertentes de sua atividade pastoral. Portanto, no momento em que comemora os seus 90 anos, não podemos deixar de ressaltar o trabalho que realiza, não somente em favor da difusão do Evangelho, como também no campo social em diferentes Estados da Federação brasileira, mormente naqueles em que esteve diretamente envolvido no cumprimento de seus deveres eclesiásticos.

            Encerro as minhas palavras dizendo do reconhecimento que sei que é de todo o País, pela notável obra de Dom Eugênio Sales em favor da Igreja e do povo de Deus, com o qual ele interage positiva e frequentemente nas suas ações, não apenas religiosas, mas no campo social e cultural.

            Muito obrigado.

            (Palmas.)


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/11/2010 - Página 49240