Discurso durante a 184ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Reverência à memória do ex-Senador Ramez Tebet, ao ensejo do transcurso, hoje, de 4 anos do seu falecimento.

Autor
Valter Pereira (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MS)
Nome completo: Valter Pereira de Oliveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Reverência à memória do ex-Senador Ramez Tebet, ao ensejo do transcurso, hoje, de 4 anos do seu falecimento.
Aparteantes
Augusto Botelho.
Publicação
Publicação no DSF de 18/11/2010 - Página 50905
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE MORTE, RAMEZ TEBET, EX SENADOR, EX PREFEITO, MUNICIPIO, TRES LAGOAS (MS), ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS), EX VICE GOVERNADOR, EX GOVERNADOR, EX MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL, SUPERINTENDENTE, SUPERINTENDENCIA DO DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO CENTRO OESTE (SUDECO), VITIMA, CANCER, ELOGIO, VIDA PUBLICA, COMENTARIO, AMIZADE, ORADOR, REGISTRO, RELACIONAMENTO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), ESPECIFICAÇÃO, PARCERIA, CANDIDATURA.

                          SENADO FEDERAL SF -

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            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. VALTER PEREIRA (PMDB - MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, Senadora Serys Slhessarenko, Srªs e Srs. Senadores, hoje, faz quatro anos que emudeceu uma das vozes mais abalizadas desta Casa. Depois de ter resistido por mais de vinte anos a um câncer abdominal, perdia a vida, no dia 17 de novembro de 2006, o extraordinário Senador Ramez Tebet. Quem privou de sua amizade e confiança, como eu, não poderia deixar de reverenciar sua memória, até porque foi um político exemplar sob todos os aspectos.

            Devotado à causa pública como poucos, Ramez Tebet deixou marcas profundas em todos os lugares onde exerceu alguma função. Foi assim como Prefeito de Três Lagoas, que ele tanto amava, como Constituinte Estadual, como Vice-Governador e, depois, como Governador do Estado de Mato Grosso do Sul, como Superintendente da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) e também na sua efêmera passagem pelo Ministério da Integração Nacional. Todavia, foi no mandato de Senador que seu talento ganhou maior dimensão. Assumiu a Presidência desta Casa em momento de grandes turbulências e conseguiu pacificá-la, mediante inesgotável diálogo e inquestionável determinação.

            Pelo menos em dois momentos da minha vida pública, tive oportunidade de influenciar na carreira daquele saudoso amigo e companheiro de Partido. O primeiro deles foi em 1982, na escolha do candidato a Vice-Governador na chapa encabeçada pelo ex-Governador Wilson Martins, quando meu Partido, o PMDB, enfrentou uma grande polêmica quanto ao nome que deveria ser indicado. As tratativas do PMDB e o projeto pessoal do Senador Ramez Tebet eram outros, completamente diferentes. Prosperou, entretanto, a visão estratégica daqueles que sustentavam a dobradinha Wilson/Ramez como a melhor solução para o meu Partido, o PMDB, naquela disputa. Eu era um deles.

            O segundo momento que daria projeção política inédita ao nosso grande amigo e companheiro deu-se em 1989. Ramez Tebet acompanhara figuras de proa do PMDB, como Wilson Martins e André Puccinelli, entre muitos outros, na maior migração ocorrida do meu Partido para o PSDB. Depois de pousar no ninho tucano, o grupo constatou que era inviável o sucesso de uma empreitada daquela ordem naquele momento para as eleições de 1990, sob o abrigo daquela nova legenda. Na condição de Presidente do Diretório Estadual do PMDB, não hesitei e abri as portas para as ovelhas desgarradas. Mais do que isso: garanti a Ramez a vaga de Senador, em detrimento de minha própria pretensão. O PMDB, então, ganhou o Governo, Ramez elegeu-se Senador e, nesta Casa, especialmente nesta tribuna, brilhou muitas e muitas vezes.

            Em 2002, depois de me instigar para disputar mais um mandato de Deputado Federal, foi o velho amigo quem abriu as portas do meu retorno para a vida pública, escolhendo-me como seu companheiro de chapa. Não tenho dúvida de que sua opção foi um reconhecimento pelas portas que lhe abri, e isso ele não escondia de ninguém. Aliás, o sentimento de gratidão, que é um dom privativo das criaturas magnânimas, está ficando cada vez mais escasso no universo político. A voracidade pelo poder e o oportunismo para alcançá-lo a qualquer preço têm sido mais fortes que as virtudes do caráter de cada um dos atores políticos. No entanto, sei que pesou também, na sua escolha, a convicção de que eu teria condições de bem representar meu Estado nesta Casa.

            Dotado de extraordinários atributos, como o respeito aos regramentos éticos, à palavra empenhada e à história política de cada companheiro, Ramez foi um político exemplar, e, por isso, sua memória é credora de todas as homenagens. Sei que esta Casa sente, até hoje, sua falta, pois sua presença sempre foi pontificada por uma atuação conciliadora.

            Portanto, Srª Presidente, era essa a homenagem que eu gostaria de prestar ao velho amigo e companheiro, o inesquecível Ramez Tebet.

            O Sr. Augusto Botelho (S/Partido - RR) - Senador Valter Pereira, permita-me um aparte?

            O SR. VALTER PEREIRA (PMDB - MS) - Honra-me, Senador Augusto Botelho, o seu aparte.

            O Sr. Augusto Botelho (S/Partido - RR) - Eu gostaria de aderir ao pronunciamento de V. Exª. Tive o prazer de conviver com o Senador Tebet aqui, aprendi muito com ele e o admirava bastante também. Antes de chegar aqui, eu já o admirava. Quando comecei a conviver com ele, acompanhei a luta dele contra a doença. Sei que ele o escolheu porque confiava em V. Exª, que tem representado bem seu Estado nesta Casa. Parabéns ao seu Estado pelo Senador que tinha e pelo Senador que mandou para cá, quando V. Exª veio!

            O SR. VALTER PEREIRA (PMDB - MS) - Muito obrigado, Senador Augusto Botelho.

            Muito obrigado, Srª Presidente.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/11/2010 - Página 50905