Discurso durante a 185ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Defende a colocação de um telão na sessão do Senado de amanhã, para divulgar graves ocorrências de discriminação no Brasil.

Autor
Magno Malta (PR - Partido Liberal/ES)
Nome completo: Magno Pereira Malta
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SENADO.:
  • Defende a colocação de um telão na sessão do Senado de amanhã, para divulgar graves ocorrências de discriminação no Brasil.
Publicação
Publicação no DSF de 19/11/2010 - Página 51124
Assunto
Outros > SENADO.
Indexação
  • QUESTIONAMENTO, DECISÃO, SECRETARIA GERAL DA MESA, CONTRADIÇÃO, AUTORIZAÇÃO, PRESIDENTE, SENADO, INSTALAÇÃO, EQUIPAMENTOS, OBJETIVO, DIVULGAÇÃO, PERIODO, SESSÃO, DENUNCIA, OCORRENCIA, DISCRIMINAÇÃO, MINORIA, BRASIL.

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco/PR - ES. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Pela ordem, Sr. Presidente.

            Sr. Presidente, quero fazer um registro que oficiei ao Presidente da Casa com relação ao caso do atentado que tentaram programar e ainda estão ensaiando, num comportamento racista, nojento, discriminador contra V. Exª e contra tantos outros que são minorias neste País.

            Falei com o Sr. Presidente José Sarney. A princípio, falei com a Srª Cláudia Lyra, que disse que não podia. Eu não sei o que Senador pode, se a gente tem que pedir a bênção para a Secretária da Mesa. Eu fui ao Presidente. Nós precisamos colocar amanhã um telão aqui, para poder mostrar as ações que não foram tomadas preventivamente quando denunciadas, para que esse tipo de coisa não acontecesse. E mostraremos amanhã.

            Quero reafirmar que, enquanto Senador da República eleito pelo meu Estado, eu tenho um dever com o eleitor do Brasil e do meu Estado. Não vou obedecer a Secretária de Mesa. Tratei com o Presidente da Casa, o Presidente Sarney.

            Agora, você imagine a que ponto chegamos: para se colocar um telão aqui, ou você beija a mão da Secretária da Mesa, ou ela diz que não o atende. Que brincadeira é essa? Que brincadeira é essa? Que piada é essa? Não estou entendendo. Não estou entendendo. A ordem está dada pelo Sr. Presidente. Sou Senador da República, V. Exª é.

            Amanhã as pessoas que estarão aqui na sessão são pessoas discriminadas de todas as ordens e vítimas por essa discriminação nociva e criminosa. V. Exª, que é um combatente, é um negro, vítima. E essa quadrilha, apanhada no Rio Grande do Sul, de nazistas, denunciados desde 2007, sem que nenhuma providência fosse tomada...

            Tratei com o Presidente da Casa e disse-lhe que a Polícia do Senado, juntamente com a Polícia Federal, precisa tomar providências rapidamente com relação à integridade física de V. Exª e de sua família. Oficiei ao Presidente da Casa e recebi aqui - está em minhas mãos - um comunicado da Mesa que diz que não pode. O que pode? Eu tenho de perguntar à Secretária da Mesa se, como Senador, eu posso, num pronunciamento meu, mostrar essa barbaridade numa sessão solene?

            Como Senador desta Casa, gostaria de reafirmar o meu desejo de que amanhã, na sessão, o telão esteja aqui, para que a sociedade brasileira tome conhecimento de que a Google ainda é devedora e não tem cumprido o termo de ajuste de conduta que assinou conosco - essa denúncia é de 2007, a descoberta. Houve protocolo feito ao Ministério Público Federal de São Paulo, mas nenhum procedimento foi instaurado. Precisamos saber de tudo.

            Agora, se, para resolver uma questão como essa, um Senador da República tiver de fazer um ofício à Secretária da Mesa para que ela defira, aí nós não precisamos mais disputar eleição.

            Obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/11/2010 - Página 51124