Discurso durante a 190ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Relato sobre a participação de S.Exa. na sétima Reunião da Federação Internacional dos Parlamentos Americanos (Fipa), realizada na cidade do México, no período de 16 a 19 do mês em curso. Críticas à corrupção que teria havido, segundo S.Exa., durante o último pleito eleitoral. (como Líder)

Autor
Mão Santa (PSC - Partido Social Cristão/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA EXTERNA. ELEIÇÕES.:
  • Relato sobre a participação de S.Exa. na sétima Reunião da Federação Internacional dos Parlamentos Americanos (Fipa), realizada na cidade do México, no período de 16 a 19 do mês em curso. Críticas à corrupção que teria havido, segundo S.Exa., durante o último pleito eleitoral. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 25/11/2010 - Página 52652
Assunto
Outros > POLITICA EXTERNA. ELEIÇÕES.
Indexação
  • REGISTRO, PARTICIPAÇÃO, REUNIÃO, FEDERAÇÃO, LEGISLATIVO, PAIS, AMERICA LATINA, REALIZAÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, MEXICO, COMENTARIO, MATERIA, SIMPOSIO, DEBATE, PRESENÇA, MULHER, POLITICA, ALTERAÇÃO, CLIMA, GRAVIDADE, CRIME ORGANIZADO, TRAFICO INTERNACIONAL, SAUDAÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO, PARLAMENTO, MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL), CONTRIBUIÇÃO, CONSOLIDAÇÃO, DEMOCRACIA, AMERICA DO SUL.
  • REPUDIO, CORRUPÇÃO, PROCESSO ELEITORAL, BRASIL, CRITICA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, ABUSO, CARGO PUBLICO, INFLUENCIA, POPULARIDADE, FAVORECIMENTO, DILMA ROUSSEFF, CANDIDATO ELEITO, DEFESA, ORADOR, IMPORTANCIA, PARTICIPAÇÃO, MULHER, POLITICA.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. MÃO SANTA (PSC - PI. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Senadora Serys Slhessarenko, que preside esta sessão de 24 de novembro, Parlamentares presentes na Casa, brasileiras e brasileiros aqui, no plenário do Senado da República, e que nos acompanham pelo sistema de comunicação do Senado.

            Senadora Serys, eu apenas, obediente ao Regimento da Casa, presto conta aqui de uma viagem que fizemos ao México, especificamente à capital, Cidade do México, representando o Senado da República, numa delegação presidida pelo Deputado Luiz Carlos Hauly, do PSDB do Estado do Paraná, o Deputado Maurício Rands, do Partido dos Trabalhadores, o Dr. Colbert Martins, Deputado pelo PMDB da Bahia, o José Nery, do PSOL, e nós.

            Nós estivemos presentes à sétima reunião do Fipa, a Federação Internacional dos Parlamentos Americanos. Seriam 35 países. Ela é necessária e a democracia só vai se fortalecer tendo a participação do povo, e o Parlamento é a voz do povo.

            Senadora, sente-se que essa federação parlamentar das Américas tem o boicote dos Estados Unidos da América, que não se fazem presentes. E os Estados Unidos da América, fortes como são, influenciam outros. Isso favorece muito, muito e muito mesmo aquele sonho de Simón Bolívar de unir a América do Sul.

            Justamente nós recordamos da nossa História do Brasil, quando Dom João VI, Serys, disse: “Filho, coloca a coroa antes que um aventureiro a tome.” Esse aventureiro seria Simón Bolívar, que estava derrubando os reis por aí; e San Martín também, na Argentina. Mas caíram, e o pai passou para o filho.

            Queremos dizer, então, que o Simón Bolívar, desde aí, sonhava com a América do Sul toda forte e unida.

            Então aí surgiu, com essas dificuldades comerciais, e temos que fazer justiça à história. Nós tivemos sempre um relacionamento, um país com o outro, a Argentina e o Brasil, Senador Antonio Carlos, que aqui preside e representa a Bahia de Rui Barbosa e de Antonio Carlos Magalhães, seu pai, e de Marta Rocha, que representa a beleza da mulher brasileira. Então, Antonio Carlos, o relacionamento Brasil e Argentina, que são os mais estreitos aqui geograficamente, era péssimo até surgirem esses dois extraordinários líderes: o Presidente Raul Alfonsín e o Presidente Sarney. Foi ele. Era um negócio intragável o relacionamento Brasil e Argentina. Foram esses dois homens, ímpares nessa destinação, que aproximaram, e quase nós não sentimos, porque o Governo do Presidente Sarney e de Alfonsín foi em 1985. Então, já vão 25 anos. Mas, antes disso, era uma beligerância total argentina e brasileira, e vocês imaginem o resto. E num passado mais triste ainda, quando o Brasil, na página mais negra de sua história, recebeu dinheiro da Inglaterra para fazermos juntos com o Uruguai e Argentina a guerra contra o Paraguai, mostrando que o poder político é falho, mas é bem melhor do que o poder econômico, que é perverso; por uma perversidade do poder econômico, nós tivemos a página mais feia, ô Jonson, da nossa história, quando recebemos dinheiro da Inglaterra.

            A dívida começou quando D. João VI, com medo de Napoleão Bonaparte invadir Portugal, já a trouxera para cá, e desde aí vem aumentando. Por isso, essa vergonhosa Guerra do Paraguai, em que recebemos dinheiro para acabar com o parque industrial do Paraguai, que não tinha analfabetos, que estava se industrializando e que concorria com a Inglaterra nas vendas. Todos nós sabemos que nossos avós vestiam o tropical inglês, a casimira inglesa, o linho.

            Graças ao surgimento, depois, do sonho de Simon Bolívar e San Martín, do Presidente Alfonsín e do Presidente José Sarney, as coisas melhoraram. Implantou-se o mercado. Até para comercializar era muito difícil. O Mercosul surgiu.

            Sem dúvida alguma, nós somos dependentes culturalmente da civilização europeia, não temos muito a ver com a cultura do Oriente, simbolizada por Alá, por Maomé, pelos muçulmanos. A nossa cultura, Antonio Carlos, é cristã, vinda da Europa. Recentemente, o Parlamento Europeu surgiu e deu certo. É a nossa cultura. Deu certo! Quem visitou a Europa antes do Parlamento sabe o quanto complicado, como era difícil - e geograficamente, os países são pequenos - transladar de um para o outro. Era a moeda, era o idioma, eram as dificuldades alfandegárias e policiais. Surgiu o Parlamento Europeu, que acabou sobretudo com as guerras.

         Hoje, você vê mais lá, no Oriente Médio, a cada dia na Ásia, na África.

            Mas o Parlamento Europeu, vitorioso, conseguiu pacificar a Europa, conseguiu unificar a sua moeda. E eles melhoraram. E isso deve-se ao êxito do Parlamento Europeu. Da mesma maneira, nessa visão desses estadistas Alfonsín, ex-Presidente da Argentina, e o Presidente Sarney, quando presidiu o nosso Brasil e hoje preside, para satisfação nossa, esta Casa, o Mercosul, que hoje, transforma-se em Parlasul.

            A tentativa da Federação Interamericana é boicotada pelos Estados Unidos. Isso fortalece a oportunidade, a pujança de se fixar o Parlasul, o Parlamento da América do Sul. Isso é o sonho de Simon Bolívar, passado por Alfonsín, por Sarney. O Brasil não teve uma grande participação ainda, Senador Antonio Carlos, não teve, porque não há exclusividade. E a sabedoria popular diz, é clara, é lógica: quem toca o sino não pode acompanhar a procissão. E jamais entende o mundo civilizado, a nossa civilização europeia, que, como lá, não pode acumular. Você não pode ser do Parlamento Europeu e Deputado da França, Deputado da Alemanha, Deputado da Espanha, de Portugal. Da mesma forma, essa é a tendência, no Brasil, que, atendendo a um sonho de Simon Bolívar, da América única, que passa por Alfonsín, que passa por Sarney e chega nesse passo, as coisas são assim.

            Ô Antonio Carlos, a maior conquista do Parlamento foi a liberdade dos escravos. Ela não foi de chofre. Ela teve, antes, Senadores, congressistas que fizeram a Lei do Ventre Livre, a Lei Sexagenária e, depois, a Lei Áurea.

            A mesma coisa será uma evolução do Parlasul. Evidentemente, há uma resolução que dava poderes ao Congressista acumular, mas essa resolução acaba agora em dezembro. É como a CPMF. Por que não votamos nela? Porque acabou. Ela acabou, tinha que ter uma decisão provisória. A mesma coisa acaba.

            Eu acho os provérbios importantes. Sem dúvida nenhuma, todos nós sabemos que a sabedoria está ali nos provérbios. Não deixa de ter. Aqui está o Alfredo Cotait e para o céu foi Romeu Tuma. Se aquele homem não foi para o céu, nós estamos todos perdidos, porque um homem de firmeza, dignidade, exemplo de família, um dos mais belos. Sem dúvida nenhuma, o que - Alfredo Cotait, diga lá - Rui Barbosa significa para nós, Romeu Tuma significa para a Polícia Federal. Isso aí eles devem agora, urgente, amanhã mesmo, convidar todo o Brasil para ter um busto de reconhecimento e de gratidão pelo exemplo de Romeu Tuma nessa instituição a que tão bem serviu.

            Então, o Brasil não dispensa essa gratidão que a Polícia Federal deve ter ao seu ícone.

            Mas então deverá passar o momento do Parlasul em que vai, acredito, porque aí está um problema: Itaipu. Só para resolver isso, sejamos justos com o Paraguai, que já o maltratamos na Guerra do Paraguai, vergonhosa, não é?

            Aí está o problema da violência, do tráfico, de fronteira, de drogas, de armas. Aí está o problema dos mais graves, Antonio Carlos. E aqui eu aprendi. Está na minha mesa, veio uma determinação para legalizarmos todos os estudantes de Cuba. Eu pedi porque o direito é igual para todos. Ô Alfredo Cotait, por que não da Argentina, não do Uruguai, não do Paraguai? Só porque o Luiz Inácio e o José Dirceu foram lá e choraram no ombro, dava direito a todos que estudaram estarem legalizados? E eu aprendi, porque eu acho que esse direito deve ser igual para todos, o direito é igual para todos. Milhares de brasileiros se formaram por aí, na Argentina, no Uruguai, no Equador, na Venezuela, inclusive Cuba. Não estou contra, mas o direito é igual para todos. Muitos se formam no Brasil e querem exercer num desses países. Nós temos problemas até com a nossa Pátria mãe, Portugal, e com a América do Sul.

            Então, acho que é oportuno e nós representamos aqui o País. O México está bem, isso é conversa, não tem nada de violência. A Cidade do México é uma São Paulo, ô Alfredo Cutait. Dizem que a maior cidade do mundo é os EUA, Tóquio. A terceira é o México, a quarta eu acho que seja Paris, e a quinta, São Paulo. Então, se parece muito em quantidade de gente e trânsito complicado, muitos carros e tudo. Mas naquele país a democracia está mais forte, o congresso lá é mais forte, mais respeitado do que aqui. É isso que ele está dizendo. Somos todos nós.

            É a conclusão a que chegamos, nós que fizemos parte do Fipa. É a conclusão do Presidente, Deputado Luiz Carlos Hauly, do PSDB, do Deputado Maurício Rand, do PT, do Colbert Martins, do PMDB, do Mão Santa, do PSC, e do José Nery, do PSOL. O Congresso - está ouvindo, Antonio Carlos? - é mais forte, é mais respeitado. Eles se valorizam mais. O Executivo não os humilha tanto. Então, eles têm uma democracia. Assisti a isso.

            Temos de ver o seguinte. O encontro, que foi nos dias 16, 17, 18 e 19 passados, tinha como um dos painéis, Senador Alfredo Cotait, a mulher na política. Nisso aí, evidentemente, o Brasil avançou muito. O Brasil teve a coragem, a clarividência, a independência de eleger uma mulher - em quem eu não votei. Eu votei foi no José Serra mesmo, pelas minhas crenças, pelas minhas convicções. Mas eu me curvo à democracia, que é a maioria. Mas também esse curvar é uma advertência, pois nunca vi, nos meus 66 anos de idade, Alfredo Cotait, uma eleição mais imoral do que a que tivemos no Brasil. Nunca, nunca, nunca, nunca houve!

            O Presidente da República se tornou um camisa 10. É o Pelé. Quando ele se compara que é o Pelé, ele foi o Pelé mesmo. Ele entrou em campo, fez gol com mão! A corrupção, eu nunca vi tão grande. Antes, Ulysses - ele está encantado no fundo do mar - disse que a corrupção é o cupim que corrói a democracia. Nunca se viu tanta corrupção. Olha, mandaram para o Piauí um tal de Alexandre Padilha. Aquilo é chefe da maior quadrilha que existe. Nunca se viu outra. “Alexandre Quadrilha”. Rapaz, eu estava conversando ali... Mas nunca se viu. Tem um candidatinho que arrumaram para o Senado, ele comprava os quatro lados. Tem políticos - e nós conhecemos, fazemos política - que há 30 anos eram inimigos, na cidade Piripiri: Dr. Luiz Menezes e Dr. Pinto. Rapaz, ali nem Deus uniu. Deus! Deus, que significa amor. Puff! Os dois voltaram. Tinha lugar que havia quatro, os quatro grupos. Tem uns que estão se digladiando na Justiça, um cassando o outro. Tem lá em Luís Correia, um cassando o outro. O Prefeito cassando, e o que perdeu está cassando, nesses dias. Os dois voltaram.

            É por isso que Paulo Coelho, nosso grande escritor, diz lá no seu livro O Alquimista que “o dinheiro é mágico”. Só essa verdade vale. Ele diz lá: “o dinheiro é mágico, aproxima”. Agora, o dinheiro é bendito, quando vem do trabalho. Esse não, veio da roubalheira, dos assaltos aos cofres públicos.

            Essa eleição é perigo - viu Alfredo Cotait? Eu digo porque sei mesmo a história deste Brasil. O Getúlio Vargas perdeu uma, porque disse que foi o Governo que tomou dele, Washington Luís tomou a eleição. E o Getúlio Vargas, gaúcho macho, baixinho como Antonio Carlos, saiu lá do Rio Grande do Sul, veio e tomou o Governo, porque disse que havia corrupção eleitoral, que Washington Luís tinha tomado a eleição para o Júlio Prestes. E eu digo para o Brasil: nunca antes houve tanta corrupção, tanta imoralidade! Só está faltando um Getulinho, um macho. Ô eleição imoral! Nunca antes!

            Então, é o seguinte: o Getúlio disse. Mas eu estudei a vida de Getúlio, estudei tudo, João Pessoa. Não teve nada, o crime de João Pessoa, Alfredo Cotait... Aí o Getúlio conseguiu a opinião pública, porque assassinaram o João Pessoa. Aí disseram que era crime político. Mas não era, não. Era história de amor, de amante, de mulher. Mas entrou no rolo, e Getúlio tomou mesmo o poder e passou quinze anos, por uma corrupção eleitoral. Está ouvindo, Antonio Carlos? E esse é o perigo. Todos nós vimos. O Brasil viu. O Presidente da República rasgou a tradição de decência de um Presidente magistrado.

         Recentemente, nós vimos a beleza de o Presidente Sarney assumir e passar para o seu adversário da época, Collor, seu oposicionista, assumir. Fernando Henrique Cardoso, não ganhando a eleição. Juscelino Kubitschek podia continuar para o seu adversário, Jânio Quadros. E agora rasgou-se. Quem ganhou ganhou.

            Mas a história é cheia de coisa. E eu vi. Ô Antonio Carlos! A história é dura. O Fujimori fez isso tudinho, ganhou assim. E a história está aí. Nós poderemos ter um Fujimori daqui um tempo, com tanta corrupção plantada por aí.

            Queremos dizer, então, que os temas do FIPA foram, sem dúvida nenhuma, a mulher na política. Está aí, e eu peço que Deus abençoe a Presidente. Ela não teve culpa, não. Ela ganhou, ela concorreu. Ela é mulher e tem as virtudes da mulher. A mulher é sempre mais honesta e mais honrada do que os homens. Não é de agora da Dilma, não. Não tem um “nunca antes”, não. Teve a mulher de Pilatos, muito mais firme do que ele. Teve a Verônica, que enxugou o rosto... Teve as três Marias, teve as três... Não é nunca antes, não. A mulher, a minha mãe, a sua mãe, porque a mulher é virtuosa. A mãe do Antonio Carlos, a minha, Janete, e a de vocês. Não vem com esse negócio, não.

            Então, ela tem isso, essa história da grandeza da mulher. Em administrar, também não surpreende não. Não é “nunca antes”, não. Então, está cheio de histórias aí. A Rainha Vitória! Não é o nome, Vitória?

            Quer dizer, nunca antes houve tanta ignorância dita e falada e proclamada e aceita neste País! Nunca antes se falou tanta besteira neste País! Isso sim. Porque a mulher está aí, a Rainha Vitória. Casou, bem casada, ficou viúva, parece que governou, não sei, mas quase setenta anos, e bem, a Inglaterra. E outras, que não vamos citar, recentes. Aqui mesmo, quando Rui Barbosa faz a lei, elas sancionam e jogam flores. A Princesa Isabel!

            E outra grande mulher, que entra aqui: está aqui a Rosalba! Rosalba, que é flor, que é rosa, é tudo. Quer dizer, não vamos dizer: nunca antes uma mulher... Teve antes e tem as do presente, tão bem simbolizadas por essa grande Senadora. Deus escreve por linhas tortas. Certo! Ela adentra aqui, significando, simbolizando a mulher que nós adoramos: a mulher mãe, a mulher esposa, a mulher amiga, a mulher médica, a mulher profissional, a mulher do Nordeste. Então, nós somos orgulhosos.

            Mas o primeiro painel foi a mulher na política. Tragédias ecológicas. E o mundo todo está, os tsunamis, os vendavais, os maremotos, e tudo. Crimes organizados internacionais: tráfico de drogas e armas. Cada vez mais, consolida-se isso.

            E que a democracia esteja como o exemplo que teve o Parlamento Europeu. É até um conjunto. O homem é hoje uma aldeia global, como se diz. Então, mais uma razão para fortalecer essas democracias e os parlamentos fortes. Daí defender o Parlasul.

            Os crimes organizados, internacionais e cidadania e democracia. E a democracia nós temos que salvaguardá-la, nós temos que preservá-la, porque foi a instituição, Alfredo Cotait, eu acho, a mais significativa da história da humanidade, criada pelo povo, quando gritou “liberdade, igualdade e fraternidade”.

            Então, essa é a minha prestação de contas com essa equipe que foi ao México. Demos as nossas contribuições para o fortalecimento da democracia, que hoje é o regime que predomina no mundo.

            E, para saudar a mulher, porque era o primeiro simpósio, e a gente aprende, teve o antes... Sem dúvida nenhuma, a gente tem grandes exemplos, mas Winston Churchill é o que mais marca, porque justamente, quando a gente fala da democracia, foi ele que conseguiu juntar até adversários: Estados Unidos, Franklin Delano Roosevelt, e Rússia, Stalin, adversários; pegou o nosso Getúlio, fez aliança; o Charles de Gaulle, derrotado, esmagado; e uniu, para se perpetuar a democracia. Então, ele deu um grande exemplo.

            E eu digo aqui que vamos acreditar na mulher, mas ela sempre foi acreditada. Não foi nada “nunca dantes”, não.

            Então, quando ele ganhou a guerra... Ô Raupp, ele, que foi o militar que participou de duas guerras, foi o jornalista, o líder político que aprendeu e ganhou, ele disse uma grande frase da política, Raupp, Antonio Carlos Júnior. Ele disse assim: “Política é como a guerra”. A diferença é que, na guerra, a gente só morre uma vez; e, na política, várias.

            Faço a minha saudação: que Deus abençoe a nossa Presidente da República; não foi a minha candidata, e acredito em to be or not to be, that´s the question. Ser ou não ser oposição, mas oposição de grandeza, não raivosa como foi apelidado pela ignorância. Oposição como Rui Barbosa fez nesta Casa: de 32 anos, ele passou o maior tempo na Oposição e merece o nosso respeito. Então, tem que ser to be or not to be. Só tem isso na democracia, é Governo ou Oposição. Nós só fizemos oposição a la Rui Barbosa.

            A ignorância é quem diz que ler uma página de um livro é uma besteira, dá uma canseira. Não, essa é audaciosa. A nossa posição foi igual à de Rui Barbosa. Nenhum milímetro a menos. O mesmo esforço, a mesma grandeza e com a mesma vocação e contribuição democrática.

            Essa foi a nossa, viu, Antonio Carlos? Igual. Sei que ele é baiano, mas com a mesma. Somos do Piauí e igualamos. Evandro Lins e Silva igualou-se a ele no mundo jurídico; e nós aqui, no mundo parlamentar, igualamos ao seu pai, Antonio Carlos Magalhães, um dos símbolos de vergonha e grandeza. E tão bom como Joaquim Nabuco, Paulo Brossard, Gilberto Freire.

            Mas ele disse o seguinte, fica esta mensagem. Os repórteres foram entrevistar Winston Churchill depois do Dia D, depois de enterrar o absolutismo de Hitler, de Mussolini, do Japão - viu, Raupp? Sabe o que ele respondeu? “Casei-me, e tudo foi fácil”. Isso é um estadista. Viu, Antonio Carlos? Respeito à mulher, respeito à família e à dignidade.

            Então, que essa mulher que vai dirigir o Brasil tenha esse apreço. Nada de “nunca antes” houve. Sempre o antes, o senhor homem respeitou a mulher.

            Essas são as minhas palavras.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/11/2010 - Página 52652