O SR. JAYME CAMPOS (DEM - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Mão Santa, Srªs e Srs. Senadores, toda eleição renova o sentido de autodeterminação de uma comunidade, reanimando a sua vitalidade ética, ao mesmo tempo em que reafirma a vocação democrática de sua gente. O voto resgata a confiança do povo e promove a sensação coletiva de esperança e bem-estar político.

            Contudo, o processo eleitoral se conclui com a contagem dos votos e a proclamação dos resultados. As disputas não podem atravessar a geografia do escrutínio, produzindo sequelas sociais e demandas intermináveis.

            Depois da apuração tem início uma nova etapa institucional, onde derrotados e vitoriosos começam a construir pontes de entendimento que levam ao território do diálogo e ao consequente estágio da governabilidade.

            Democracia é o regime que não tolera inimigos, apenas oponentes, já que todos bebem da mesma fonte da liberdade, comungam do mesmo pão da tolerância e se abrigam sob o manto das mesmas regras.

            Adversários leais podem e devem sentar-se à mesma mesa para discutir objetivos que atendam os interesses da coletividade.

            Para estender a mão ao oponentes não é necessário que ninguém se afaste de seus princípios; ao contrário, ao apoiar o adversário em causas meritórias ou nos momentos de dificuldades, quem o faz está confirmando a sua própria força política e ampliando o alcance do seu espírito soberano.

            Governar é um ato coletivo, Sr. Presidente, uma atitude proativa a favor da sociedade. É impossível gerir o bem público sem a confiança da maioria e o respeito da minoria. Quem se sagra vencedor de um pleito para o Executivo, leva na bagagem, contraditoriamente, expectativas e desconfianças: sonhos e decepções; promessas e rancores.

            Por isso, um governante deve ter a humildade e a sabedoria de um jardineiro, que cuida de seu canteiro com zelo, mas jamais se realiza com a virtude das flores ou desafia os desejos do tempo.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, na última eleição apoiamos o candidato do PSDB ao governo estadual, reproduzindo em Mato Grosso uma aliança nacional entre democratas e tucanos. Foi um embate difícil, árduo, uma luta muitas vezes desigual. Perdemos a disputa, mas não sucumbimos, em nossa dignidade ou nos compromissos políticos assumidos com os nossos parceiros. Fomos até o fim e, no primeiro e no segundo turnos, garantimos a vitória de José Serra na nossa região.

            Porém, é chegada a hora de arrefecer as tensões eleitorais e, unidos, sentarmos à mesma mesa para planejar o futuro de Mato Grosso. E, desde já, eu manifesto o meu apoio institucional à gestão do Governador Silval Barbosa, tanto pelo seu elevado grau de compromissos com as causas mato-grossenses, quanto pela maneira respeitosa como se dirige à classe política. Barbosa é um político e sabe tratar com os seus semelhantes: ele rompeu com o breve ciclo de gestores que se diziam avessos às práticas políticas e inaugurou um novo tempo de diálogo e entendimento com todos os setores democráticos de nossa sociedade.

            Quero deixar claro que falo por mim, este é meu posicionamento pessoal que, oportunamente, será levado, debatido com os demais integrantes do meu partido em Mato Grosso. O meu apoio se dará em torno de um projeto de governo que atenda aos reais interesses da população do meu Estado. Contudo, não me furtarei ao dever da crítica, quando ela se fizer necessária. Não busco nem pretendo qualquer vantagem, - é bom que se esclareça - com tal manifestação. Apenas cumpro com minha obrigação de trabalhar com isenção e independência pelos valores republicanos que me trouxeram até este Parlamento.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, aliás não queremos cargos; queremos sim, encargos, tarefas. Queremos dividir responsabilidades com o Governador Silval Barbosa aqui no Senado da República, ajudando a administração estadual a conseguir investimentos nas áreas de educação, saúde, segurança pública, geração de empregos e infraestrutura para nossa região.

            O Governador reeleito de meu Estado terá no Congresso Nacional, um aliado para lutar pela conclusão de programas importantes para Mato Grosso, tais como a duplicação da BR-364, no trecho entre Rondonópolis e Nobres; a implantação da hidrovia Teles Pires - Juruena - Tapajós; a federalização da MT-242; a construção do novo hospital universitário de Cuiabá; a implantação da Ferrovia Leste-Oeste e a extensão dos trilhos da Ferronorte até Cuiabá.

            Também auxiliarei na articulação da Bancada mato-grossense para garantir as obras necessárias para a realização da Copa do Mundo em Cuiabá.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, falo de solidariedade, de compromisso e de lealdade. A expressão “apoio” ficou desgastada no jargão político, pelo mau uso de seu conceito. Apoio não significa “toma lá, dá cá”. O apoio a que me refiro se conjuga com as palavras: justiça, isenção e espírito público.

            Para mim, Mato Grosso vem em primeiro lugar. Enquanto ocupar esta cadeira, meus atos se nortearão pelos irrestritos interesses da população de meu Estado, sempre pautado pela independência e pela dignidade que requer minha missão.

            Portanto, Sr. Presidente, estamos com toda a disposição de ajudar o Governador reeleito, Silval Barbosa, na medida em que uma das coisas que acho mais importante, uma de suas qualidades, de suas virtudes, é que ele respeita a classe política, até porque ele sabe da dificuldade do voto e, naturalmente do valor que tem um político sério e responsável diante do tratamento que ele tem nos oferecido, sobretudo estendido as mãos para o meu Partido e pessoalmente para mim. Nós temos toda a disposição de colaborar no sentido de sermos um grande parceiro na viabilização de investimento para o nosso Estado. V. Exª, que já esteve em nosso Estado, que nos deu o privilégio de nos visitar, de fazer uma bela fala para os nossos vereadores e demais autoridades de Mato Grosso, sabe o que é um Estado que depende muito de investimento, sobretudo pela sua dimensão continental - mais de 900 mil quilômetros quadrados. É um Estado que desponta como um grande celeiro da produção nacional. Todavia, temos ainda muita deficiência, principalmente na questão de logística, na questão da saúde, na questão da educação, na segurança pública, que hoje, lamentavelmente, é um dos problemas de caráter nacional, que tem mexido muito com as famílias brasileiras, em virtude do aumento da criminalidade, do narcotráfico. Mato Grosso faz divisa com a Bolívia, temos uma divisa seca de quase 700 quilômetros. Precisamos, com certeza, da presença mais efetiva do Governo Federal por intermédio das Forças Armadas, que poderão contribuir, colaborar na vigilância, no trabalho de repressão naturalmente àquelas pessoas que fazem mal a toda a sociedade.

            Portanto, acho que com o Governador Silval Barbosa, com as boas intenções que tem, poderemos colaborar muito, até porque desta feita fomos procurados por ele e destinamos todas a emendas nossas - as de Bancada, as individuais e as de remanejamento - para o Governo do Mato Grosso investir nas obras prioritárias, principalmente na região metropolitana da grande Cuiabá, que corresponde a Cuiabá, a Várzea Grande, Santo Antônio e outros Municípios, para recebermos o grande evento que será a Copa do Mundo de 2014.

            Portanto, Sr. Presidente, Senador Mão Santa, espero que o nosso Governador reeleito Silval Barbosa, que tomará posse no dia 1º de janeiro, faça um governo de avanços e de conquistas sociais, principalmente para melhorar as condições de vida do povo mato-grossense.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.

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