Discurso durante a 195ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro da realização amanhã do XII Congresso Brasileiro da Atividade Turística, que terá como tema principal "os impactos dos megaeventos esportivos para a indústria do turismo".

Autor
Papaléo Paes (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AP)
Nome completo: João Bosco Papaléo Paes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
TURISMO.:
  • Registro da realização amanhã do XII Congresso Brasileiro da Atividade Turística, que terá como tema principal "os impactos dos megaeventos esportivos para a indústria do turismo".
Publicação
Publicação no DSF de 01/12/2010 - Página 54593
Assunto
Outros > TURISMO.
Indexação
  • ANUNCIO, CONGRESSO BRASILEIRO, TURISMO, DEBATE, EFEITO, SETOR, REALIZAÇÃO, COMPETIÇÃO ESPORTIVA, ESPECIFICAÇÃO, AMBITO INTERNACIONAL, IMPORTANCIA, INGRESSO, DINHEIRO, TURISTA, CRIAÇÃO, EMPREGO, INFRAESTRUTURA, CIDADE, SEDE, EXIGENCIA, QUALIFICAÇÃO, MÃO DE OBRA, EXPECTATIVA, ESTADO DO AMAPA (AP), RECEBIMENTO, ESTRANGEIRO, BRASILEIROS, DIVULGAÇÃO, RECURSOS NATURAIS, DETALHAMENTO, PATRIMONIO TURISTICO.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, amanhã, dia 1º de dezembro, será realizado o XII Congresso Brasileiro da Atividade Turística. O evento acontece no Auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, e terá como tema principal “os impactos dos megaeventos esportivos para a indústria do turismo”

            Desde há muitos anos que os países dotados de belos recursos naturais e equivalentes obras do gênio humano sabem que a indústria do turismo lhes é uma das mais rentáveis fontes de recursos.

            E isso, pelas duas pontas: a entrada de divisas com os turistas externos, a geração de empregos para os nativos. Além disso, as áreas e cidades inseridas no circuito turístico beneficiam-se com a melhoria de sua infra-estrutura urbana, de transporte local e interurbano e do comércio local.

            Enfim, fazer turismo, ou melhor, produzir turismo é, hoje, um dos mais rentáveis negócios do mundo, com a vantagem adicional de ser um segmento fortemente gerador de emprego, por ser altamente demandador de mão-de-obra.

            Subsidiariamente, mas não menos importante, à medida que o turismo se organiza numa região, a mão-de-obra que ali trabalha é obrigada a se qualificar para atender ao crescente nível de exigência dos viajantes vindos de todo o mundo.

            No Brasil não é diferente, com a vantagem de que temos simultaneamente a natureza e a criação do homem como elementos abundantes para motivar turismo em todos os recantos do País.

            Mas hoje, Srªs e Srs. Senadores, eu quero, mais uma vez, ressaltar as qualidades e trunfos do meu Estado do Amapá como pólo turístico de forte potencial de atração.

            Mesmo não estando envolvido com grandes eventos esportivos como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, o Amapá espera receber um maior fluxo de turistas, brasileiros e estrangeiros, que queiram conhecer as nossas belezas e nossas particularidades.

            Situado nas bordas da Amazônia, junto ao oceano Atlântico; fronteiriço com países de línguas diversas, como o francês da Guiana francesa, ou o holandês, do Suriname, o Amapá reúne características privilegiadas para o desenvolvimento do turismo ecológico e do turismo de aventura.

            Nossa capital Macapá tem uma peculiaridade própria de poucas cidades no mundo: é a única capital de Estado brasileiro cortada pela linha do Equador.

            Além disso, Macapá preserva a memória de nossa história em bem conservados monumentos, que refletem a obra do homem na formação cultural de nosso Estado. Nesse conjunto destaca-se o Forte de São José, na entrada da cidade, marco da influência francesa na cultura regional e um dos monumentos militares mais bem preservados em todo o País.

            Muitos são os locais que representam a história do Estado do Amapá!

            A Igreja de São José de Macapá, de 1761, é o monumento mais antigo da cidade e guarda ainda os antigos traços coloniais.

            Na Casa do Artesão é possível comprar cerâmica revestida com pó de manganês e artesanato indígena, cuja beleza ganha destaque nos armamentos produzidos com madeiras nativas e a diversificada gama de utensílios e ornamentos confeccionados com dentes, ossos de animais, penas de pássaros, sementes e fibras vegetais.

            Situada em plena Amazônia, na beira do estuário do Amazonas, Macapá é lugar perfeito para se admirar a passagem das aves migratórias vindas de outras partes do mundo, ou os flamingos, tucanos, guarás, tartarugas marinhas e de rio, exemplares de jacaré-açu, peixe-boi, tamanduá-bandeira, tatu-canastra.

            Ali, de frente para a ilha de Marajó, os macapaenses vêem o Rio Amazonas ganhar ares de mar nas praias da Fazendinha e do Araxá, preparando-se para desaguar no oceano e produzir as deslumbrantes pororocas.

            Srªs e Srs. Senadores, o Estado do Amapá fez a opção de desenvolver o turismo sustentável, como forma de preservar a qualidade de vida da população e, ao mesmo tempo, alavancar a economia local. Hoje, essa atividade é um dos mais promissores setores da economia amapaense.

            O Parque Nacional do Tumucumaque é a maior unidade de conservação do mundo em área de floresta tropical. Supera, em extensão, o Parque Nacional Salonga, da República Democrática do Congo (antigo Zaire), que tem pouco mais de 3,6 milhões de hectares. Na América do Sul, a maior unidade de conservação era o Parque Nacional Kaalya, da Bolívia, com 3,4 milhões de hectares. No Brasil, o Parque Nacional do Jaú, no Amazonas, era, até então, o de maior extensão do País, com 2,3 milhões de hectares.

            O Parque do Tumucumaque é maior que os estados de Sergipe e Alagoas juntos. Abrange uma vasta região que se distribui pela fronteira norte do Brasil, no Estado do Amapá, além de uma pequena porção do Estado do Pará, na margem direita do rio Jari. É região de clima quente e úmido, dominada pela floresta tropical densa. Na porção centro-norte do parque a floresta é de alto porte e cobertura uniforme, com núcleos esparsos de árvores emergentes.

            Na região da Serra Lombarda, porção leste da área proposta, a floresta é exuberante e rica nas áreas de relevo residual, com porte alto e espécies emergentes. São características desta área os matamatás, breus, abioranas, cupiúba, jarana, acariquara e maçaranduba.

            No bloco oeste da área do parque, a floresta densa, com árvores emergentes, domina as porções mais movimentadas do relevo local (a serra do Tumucumaque).

            Nos morros do tipo "pão-de-açúcar" a vegetação é esparsa e com predominância de bromeliáceas e cactáceas. Tumucumaque tem uma fauna muito rica e pouco estudada, que vai desde espécies espetaculares de mamíferos, como os grandes carnívoros (a onça e a sussuarana) e primatas raros (cuxiu), cujas populações estão bastante reduzidas em outras regiões, até as araras, marianinhas, jacus, beija-flores multicoloridos, como o beija-flor-brilho-de-fogo e grandes pássaros frugívoros da copa da floresta, tais como o anambé-militar, o pássaro-boi e o gainambé.

            A região abriga as nascentes de todos os principais rios do Amapá, com destaque para o Oiapoque, o Jari, e o Araguari. O Oiapoque faz a fronteira do Brasil com a Guiana Francesa, tendo um traçado retilíneo, encaixado em extensa fratura tectônica. O rio Jari constitui a divisa entre os estados do Pará e Amapá e o rio Araguari é o principal curso d´água do Amapá, gerando energia e fornecendo água para abastecimento urbano.

            O Estado do Amapá apresenta uma baixa ocupação humana como um todo, que se concentra na região da Capital, o que propicia a observação do riquíssimo bioma que cobre o seu território praticamente intocado.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Amapá, desde o longínquo período em que foi disputado por potências européias como a França e a Holanda, que tentaram subtraí-lo ao domínio de Portugal, até sua lenta passagem de Território a Estado federado, mantém intacta sua vocação para o ecoturismo e o turismo de aventura. O aporte que esse segmento de atividade econômica trará para o desenvolvimento do Estado é inegável e já faz parte da consciência das autoridades estaduais e começa a se consolidar no ideário do povo. Esse é o caminho certo para que o turismo se torne uma dos principais meios de alavancagem do desenvolvimento sócio-econômico do nosso Estado.

            Por isso, convido meus nobres Pares que ainda não conhecem as belezas do Amapá, que venham visitar-nos e desfrutem de um dos mais belos pedaços da terra brasileira.

            Aos brasileiros e brasileiras de todos os cantos deste País, formulo o convite para virem conhecer e vivenciar as excepcionais experiências que o turismo de aventura ou o turismo na natureza podem propiciar.

            Era o que tinha a dizer.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/12/2010 - Página 54593