Discurso durante a 196ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Elogios ao filme "Em teu nome", do diretor Paulo Nascimento. Satisfação pelo fato de o Grupo Sílvio Santos ter cedido temporariamente ao Teatro Oficina Uzynas Uzona, de José Celso Martinez Corrêa, o estacionamento da corporação, em Bela Vista, região central de São Paulo.

Autor
Eduardo Suplicy (PT - Partido dos Trabalhadores/SP)
Nome completo: Eduardo Matarazzo Suplicy
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA CULTURAL.:
  • Elogios ao filme "Em teu nome", do diretor Paulo Nascimento. Satisfação pelo fato de o Grupo Sílvio Santos ter cedido temporariamente ao Teatro Oficina Uzynas Uzona, de José Celso Martinez Corrêa, o estacionamento da corporação, em Bela Vista, região central de São Paulo.
Aparteantes
Pedro Simon.
Publicação
Publicação no DSF de 02/12/2010 - Página 54718
Assunto
Outros > POLITICA CULTURAL.
Indexação
  • ELOGIO, DIRETOR, ATOR, FILME NACIONAL, IMPORTANCIA, CONHECIMENTO, HISTORIA, DITADURA, BIOGRAFIA, CIDADÃO, VITIMA, TORTURA, EXILIO, REGIME MILITAR, RETORNO, BRASIL, DEFESA, DEMOCRACIA, CONTRIBUIÇÃO, GOVERNO ESTADUAL, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS), JUSTIÇA MILITAR.
  • LEITURA, CARTA, AUTORIA, DIRETOR, TEATRO, DESTINATARIO, EMPRESARIO, TELECOMUNICAÇÃO, SAUDAÇÃO, PAZ, LONGO PRAZO, CONFLITO, REALIZAÇÃO, ESPETACULO, ATIVIDADE ARTISTICA, SUPERIORIDADE, ACESSO, POPULAÇÃO, CAPITAL DE ESTADO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), CONGRATULAÇÕES, ORADOR, ENCONTRO, SOLUÇÃO, BENEFICIO, CULTURA.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, hoje quero saudar o entendimento feliz que está acontecendo entre José Celso Martinez Corrêa, Diretor do Teatro Oficina, e Silvio Santos, o responsável pelo Sistema Brasileiro de Televisão.

            Mas, antes de entrar neste assunto, quero aqui agradecer ao Senador Pedro Simon pelo convite que nos fez ontem. Eu tive a felicidade de aceitá-lo, e fui assistir ao filme “Em teu nome”, do diretor Paulo Nascimento, que conta a história tão bonita, tão difícil, tão sofrida de Bona Garcia, um jovem que, nos anos 60, 70, resolveu se indignar com o regime que, infelizmente, acabou sendo adotado no Brasil, um regime de exceção que se transformou numa ditadura militar com características das mais graves, como quando se resolveu perseguir jovens, prendê-los, sem o devido respeito pelos ditames da justiça, e houve abusos dos mais graves, desrespeito aos direitos humanos, torturas.

            Esse jovem, que foi um dos 70 prisioneiros trocados quando houve o sequestro do Embaixador norte-americano, em 1970, seguiu para o Chile, ficou ali exilado, até que veio o golpe contra o Presidente Salvador Allende. Precisou, então, escapulir de lá, onde estava já com a sua esposa - no Chile mesmo casou e teve dois filhos. Dali conseguiu escapulir para a Argentina e depois para a Argélia. Na Argélia, conviveu com o ex-Governador Miguel Arraes, que lhe deu um apoio muito significativo, que permitiu que ele, então, fosse à França, já então com dois ou três filhos, Senador Pedro Simon - acabaram sendo três, pois ali teve mais um -, e ali estudou Economia e depois Direito.

            Em 1979, conforme ressaltou ontem o Senador Pedro Simon em seu belo pronunciamento, “nas asas da anistia”, ele chegou a Porto Alegre e foi recebido de forma comovente por seus familiares e amigos.

            Lá, ele prosseguiu seus estudos de Direito e tornou-se uma pessoa de tamanho valor para a sociedade e um homem que passou a avaliar e valorizar de tal maneira a democracia que ele, então, passou a ter sentimentos e objetivos semelhantes aos daquele que foi eleito Governador do Rio Grande do Sul. Senador Mão Santa, V. Exª já pode imaginar quem o seja: exatamente o Senador Pedro Simon, que então o convidou para ser o seu Secretário de Justiça. E não apenas foi um excelente Secretário de Justiça - e por isso é um amigo próximo do Senador Pedro Simon -, mas, notem bem, aquele rapaz que teve toda essa vida como um jovem que sofreu tantas atribulações... O filme Em teu Nome mostra a realidade do que foi o seu sofrimento, quando ele, preso, foi torturado, vilipendiado, bem como os seus companheiros, inclusive as moças que estavam naquele grupo, que acabaram sendo objeto de abusos sexuais por parte daqueles que eram os responsáveis pela sua prisão. Eis que esse homem, então, se torna um juiz militar. Talvez seja um dos poucos casos nesse sentido.

         Quero aproveitar a oportunidade para dizer o quão belo foi o trabalho de Leonardo Machado, o ator que faz o papel de Bona Garcia; de Fernanda Mouro, que faz o papel da Célia, linda menina; Nelson Diniz, Cesar Troncoso, Silvia Buarque, Júlia Feldens, Marcos Vereza, Sirmar Antunes, Gilberto Perin. O filme contou com a participação especial de Marcos Paulo, Eduardo Barril, Vitor Ramil.

            Enfim, o que quero recomendar é que todos os que estejam nos assistindo, os Senadores, os servidores do Senado, o povo brasileiro, vão assistir esse filme onde estiver passando: Em teu Nome.

            Obrigado, Senador Pedro Simon, por haver me proporcionado a felicidade de me emocionar com o filme Em teu Nome.

            Concedo o aparte ao Senador Pedro Simon.

            O Sr. Pedro Simon (PMDB - RS) - Sou eu que agradeço a manifestação de V. Exª, trazendo para o Plenário do Senado suas impressões sobre o filme. Quero agradecer profundamente a V. Exª. Depois que nós saímos do debate que houve após o filme, fomos jantar com um grupo e V. Exª foi o centro dos debates. Eles ficaram entusiasmados com a presença de V. Exª e com o fato de V. Exª ter assistido a todo o filme e, depois, ter participado mais uma hora e tanto dos debates que se seguiram. Aí, fizemos questão de analisar e eu disse: “Este é o Senador Suplicy. Ele está em todas, em todas as questões referentes à liberdade, à democracia, aos direitos sociais, à soberania, à renda mínima, claro. Ele está presente, debatendo, discutindo e não importa...” Ali, era uma reunião em que havia poucos paulistas. Não importa qual o lugar, o local, a nacionalidade, todos ficaram muito impressionados com V. Exª. Realmente, esse é o estilo de V. Exª. O que é importante em nível social, em nível de nosso País, de nossa sociedade... Eu o conheço há tanto tempo, e V. Exª é cada vez mais... Não se cansou, nunca se cansa. Está hoje aqui; amanhã, na África; depois de amanhã, na Índia, sempre com os mesmos interesses. Eu acho que V. Exª tem razão, esse é um filme realmente muito importante. Em primeiro lugar, é um filme singelo, um filme feito praticamente sem dinheiro, um filme feito sem grandes patrocinadores, mas um filme que mostra a impressão e a competência de como no Brasil é o Governo dar um pouco mais de força, o Ministério da Cultura, e poderemos ter uma indústria cinematográfica de primeiríssima grandeza. Porque ali, com aquela meia dúzia de ingredientes que eles tiveram, fizeram um filme que ganhou no Festival de Gramado quatro primeiros prêmios, competindo com os melhores filmes do Brasil e de fora. O importante é a análise, querido Senador - e V. Exª salientou muito bem ontem -, mostrando que muita gente não se lembra mais daquilo. Meu filho de 16 anos estava lá, o Pedrinho. Ele olhava aquilo, olhou o filme meio de olhos arregalados. Claro que ele conhece, porque é meu filho, a gente vê, discute e debate. Eu estou sempre com filmes que abordam essa questão. Mas os amigos que estavam com ele, seis amigos do Colégio Marista, a rigor, nunca tinham ouvido falar daquilo. Ouviram, mas... Assistiram àquele filme e depois é que fui explicar para eles. Hoje de manhã, no almoço lá em casa, é que expliquei para eles: “Não, aquele baixinho é o que estava ali, foi ele que...” Os caras arregalaram os olhos. “Mas foi?” “Foi aquele ali. Aquilo aconteceu em Porto Alegre. Aquilo aconteceu assim. Aquela é a ditadura de que a gente fala. Quando a gente fala que houve a anistia, as Diretas Já, tudo aquilo aconteceu no Brasil.” Isso é importante analisar. Não no sentido... V. Exª foi um dos que disseram muito bem: nenhum de nós quer nem vindita, nem ódio, nem coisa assim, mas nós temos que conhecer as nossas origens, a nossa questão. Foi interessante salientar ontem, Senador, que V. Exª e eu estávamos ali representando quem ficou no Brasil, resistindo na parte da luta institucional democrática, dentro do nosso velho MDB, querendo restabelecer a democracia. E lá estavam eles que foram para a luta armada. É interessante o entendimento e o diálogo que nós tivemos nesse sentido e o respeito recíproco. V. Exª e eu recebemos com muito carinho aquela manifestação, aquilo que aconteceu, aquilo que eles fizeram, aquela luta fantástica que eles fizeram ao longo do tempo, aquela resistência, aquele desejo, aquela ânsia de mudar. Era luta armada, mas queriam mudar. E a nossa era em um terreno diferente. Não que faltasse a V. Exª ou a mim a coragem de poder fazer aquilo que eles estavam fazendo; apenas a gente, num estágio diferente, achava que aquilo era muito difícil, para não dizer impossível, chegar aonde se chegou. Então, reparem que naquela época, naquele momento, o debate era muito duro. Eu me lembro que quando eles estavam fazendo aquela caminhada, aquela resistência, nós, que defendíamos, que lutávamos para tirar aquela gente da cadeia, para evitar tanta tortura e violência, muitas vezes éramos agredidos inclusive, porque estávamos coonestando o regime, estávamos deixando que aquelas coisas acontecessem; e nós, com aquele debate de MDB de mentirinha, nunca conseguiríamos nada. No entanto, eu acho que os dois lados foram válidos - essa pergunta foi feita ontem no debate. Eu acho que a luta deles, é claro, foi válida, porque mostrou o outro lado, o povo sentiu aquilo. E a nossa luta também foi válida. Eu acho que foi a soma dos dois. Não há que se perguntar o que teria acontecido se eles não tivessem feito a tentativa de luta armada, ou o que teria acontecido se nós não tivéssemos feito a luta institucional que trouxe a democracia. Eu acho que os dois se ajudaram. O interessante nesse debate é exatamente isto: ver como o rapaz passou pelo que passou, a tortura por que ele passou, praticamente nasceu de novo, não sei como é que ele resistiu. Resistiu! Foi para o Chile, onde estava restabelecendo a vida dele. De repente, derrubam o Governo Allende e ele novamente entra... Aí tem que ir para a Argélia, onde o Arraes estava e o ajudou; da Argélia foi à França, depois voltou e estabeleceu a vida dele. Hoje é um cidadão de primeira grandeza, um magistrado aposentado, foi diretor de banco e hoje é uma pessoa extraordinária. Ele e aquela moça do filme, que é a esposa dele. Ele casou com ela e vive com ela há quase 40 anos, com a mesma esposa, com os filhos, e foi um daqueles que, graças a Deus, passou, sofreu. E repare quando ele dizia: “Eu não tenho mágoa,...”

           O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - É verdade.

           O Sr. Pedro Simon (PMDB - RS) - “...não tenho ódio, não tenho ressentimento. Se passar pela rua e encontrar um torturador que tenha me torturado não vou atravessar a rua, mas também não vou negar um cumprimento, não vou olhar...”. A beleza de ver uma coisa dessas! A gente se pergunta: “O que eu faria se, de repente, eu, torturado, sofrendo horrores, encontro o torturador na frente?”. Foi realmente um momento muito bonito. Eu agradeço ao Senado pela recepção que fez, agradeço aos Senadores, mas de modo especial a V. Exª, pela presença e agora por esta manifestação que é muito do caráter e do estilo de V. Exª. Por isso sou cada vez mais fã de V. Exª. Claro que desta vez estou feliz porque é algo do Rio Grande do Sul, mas esse é o estilo de V. Exª, pode ser no Rio Grande, pode ser em Manaus, pode ser na África. Se o fato está dentro das características que determinam o seu mandato, a sua maneira de agir, em defesa do bem comum, V. Exª está presente na tribuna. Então, um carinho muito amistoso que lhe dou.

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Meus cumprimentos, Senador Pedro Simon. Muito obrigado por suas palavras. É importante que todos nós brasileiros vejamos esse filme, para que possamos ter noção clara dos fatos de nossa história.

            Quero aqui, Sr. Presidente, ler, então, a carta “Ió! SÍLVIO SANTOS, Ió! POVO DO BIXIGA de SAMPÃ E DO BRASIL”, de José Celso Martinez Corrêa a Sílvio Santos:

Lutamos 30 anos por estes dias, contracenando com nosso PÚBLICO e com você SÍLVIO SANTOS, a Musa de nosso crescimento Social e Estético, jogando sempre no papel de nosso Antagonista com a mesma elegância, virtude, com que hoje assume pessoalmente todas as dívidas de seu banco, dispondo de todas as suas empresas, apoiado delicada e publicamente pelas suas Quatro Míticas Filhas e Esposa.

Queremos realizar estas DIONIZÍACAS em SAMPÃ, dedicando-a a você PÚBLICO de SAMPÃ, especialmente a você, do BAIRRO DO BIXIGA e a você SÍLVIO SANTOS, como nosso CORÉGA. Assim chamavam os gregos, os que recebiam a honraria de Patrocinar os COROS DA TRAGÉDIA GREGA. O Cidadão era escolhido entre os mais ilustres e ricos das cidades. Desejamos não seu dinheiro, SÍLVIO SANTOS, mas que coroemos juntos o final destes 30 anos de Guerra, dando início à uma Paz duradoura, fazendo acontecer numa ESTRUTURA DE TEATRO DE ESTÁDIO PROVISÓRIA, construída no EX-ESTACIONAMENTO DO BAÚ DA FELICIDADE por 3 semanas, as DIONIZÍACAS de SAMPÃ.

O entorno do Oficina, não poderá ter outro destino de compra ou venda, por seu TOMBAMENTO FEDERAL. No espólio de seu GRUPO, este lugar terá este destino, mas isso virá num processo mais complexo, que pressupõe o tempo das negociações jurídicas, burocráticas, e de construção deste Complexo Cultural.

Queremos é aproveitar agora esta oportunidade histórica, de ter a RUA CANUDOS OFICINA ABERTA e o seu Espaço emprestado para darmos uma Mostra Concreta da grandiosidade do Projeto que ambicionamos para este CHACRA DE SAMPÃ, O BIXIGA.

O PÚBLICO entraria para esta MAQUETE DE ESTÁDIO DE TEATO para 2.000 pessoas, pela RUA OFICINA CANUDOS - projetada há 30 anos por um dos maiores "arquitetos" do século XX, Lina Bo Bardi - a própria PISTA DO TEATO OFICINA.

O Inicio do 1º Rito Espetáculo: TANIKO, um Nô Japonês, que recriamos como NÔ BOSSA NOVA TRANS-ZEN-IKO homenageando os 102 anos da Imigração Japonesa para o Brasil, nossa primeira peça para crianças de todas as idades, é a ABERTURA DO BECO SEM SAÍDA no final da PISTA-RUA DO TEATO OFICINA. O arquiteto Edson Elito, que concluiu a 1ª Parte da obra de Lina Bardi, prepara-se para fazer a engenharia desta abertura com o carinho e a delicadeza Zen do Rito Espetáculo que a inaugura.

SÍLVIO SANTOS, você e sua FAMÍLIA, o POVO do BIXIGA, e de SAMPÃ, são os CONVIDADOS ESPECIAIS dos ARTISTAS DE TODAS AS MÍDIAS E PROCEDÊNCIAS que participarem deste RITO e especialmente dos ARTISTAS do OFICINA UZYNA UZONA, a inaugurarem esta RUA e O ESTÁDIO PROVISÓRIO, que depois de três semanas, será desmontado.

Este acontecimento se iniciará com uma SEMANA DE OFICINAS UZYNAS UZONAS MULTIMÍDIAS, e ocuparia o EX-ESTACIONAMENTO DO BAÚ por 3 semanas, para a construção das estruturas provisórias, ensaios das 4 peças e apresentação das mesmas.

Tudo deve acontecer entre a última semana deste mês de Novembro até as semanas que terminam no dia 13 de Dezembro.

Hoje o quarteirão do TEATO OFICINA está cercado pelas demolições, até a Padaria da esquina, a JAVA, entrou em obras.

A Paisagem não é nada bela.

Que grande Alegria despertaria no BIXIGA, na Cidade de SAMPÃ, no BRASIL e no MUNDO este fim de ano com esta EPIFANIA, acontecida no glorioso final do Governo Internacionalista de Lula e do início do Governo da Primeira Presidente Brasileira eleita democraticamente, Dilma Rousseff, em que uma Crise num Grupo Financeiro determina uma Saída, numa área de entendimento de todos os Contrários: a ARTE, A CULTURA.

A DEMOCRACIA não é uma palavra vã nesta área em que a LIBERDADE CRIADORA está além dos Partidos, das Religiões, das Ideologias, e onde o que era antes CONTRÁRIO, PODE VIRAR SACRÁRIO.

As apresentações de 'TANIKO', 'ESTRELA BRAZYLEIRA A VAGAR CACILDA!!' [relembrando Cacilda Becker] 'BACANTES' e ‘O BANQUETE', patrocinadas pelo MINC, de GRAÇA em estruturas de TEATRO DE ESTÁDIO, para MULTIDÕES, em 7 capitais do Brasil, assim como as Oficinas Uzynas Uzonas que as precedem, realizadas com artistas de cada cidade, acontecerão também aqui em SAMPÃ. Estas serão realizadas com certeza, no TERREIRO ELETRÔNICO DA RUA JACEGUAY 520, e as DIONIZÍACAS, é nosso desejo, que aconteçam no TERRENO DO EX-ESTACIONAMENTO DO BAÚ DA FELICIDADE em estruturas provisórias de TEATO DE ESTÁDIO como foram as das 7 capitais percorridas. Será o Embrião deste Complexo Cultural que tem no próprio nome o desejo de associação com a entidade criada por sua pessoa, o ANHANGABAÚ DA FELIZ CIDADE.

Estamos convidando Artistas de todas as Mídias, q amam a Antropofagia, a vir conosco das 7 capitais onde já oficinuzynamos e daqui de nossa cidade, para juntos criarmos as DIONIZÍACAS em SAMPÃ, a 8ª BRASILEIRA, em Oficinas Uzynas Uzonas, um RITO DE PASSAGEM transportador para um além das indecisões finais do Teatro Dramático, do de Câmera, do dos Monólogos, para o SALTO PROFISSIONAL mortal-imortal, ao TEATRO DE ESTÁDIO DA OPERA DE CARNAVAL DA TRAGYCOMÉDIORGYA, Futebol das Emoções da Metrópole, no ‘ANHANGABAÚ DA FELIZ CIDADE’.

No TOMBAMENTO FEDERAL DO TEATO OFICINA, a parecerista que o apresentou, Jurema Machado, membro do Conselho do IPHAN e COORDENADORA DO SETOR CULTURAL DA UNESCO no Brasil, no final do seu documento oficial, propõe que o MINISTRO DA CULTURA DO BRASIL [hoje o Ministro Juca Ferreira, que tem dado tanto apoio ao Teatro Oficina], os SECRETÁRIOS DE CULTURA DO ESTADO E DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, unam esforços para comprar ou desapropriar o entorno do TEATRO OFICINA, para a realização do projeto do TEATRO DE ESTÁDIO, da UNIVERSIDADE ANTROPÓFOGA, e da OFICINA DE FLORESTAS, do verdejar que se espalhará por todo BIXIGA.

Estudamos nas 7 capitais com os ARTISTAS e PÚBLICO de cada Cidade, esta Arte do Brasil de hoje, o dos BRICS, países desequilibradores do Monopólio Global de um só Império. A Arte do Teat(r)o, vinda do momento mais forte desta Arte como ARTE PÚBLICA, no Mundo: A Tragédia Grega. Exatamente o Teatro de ÁGORA, que o morador da Rua Ricardo Batista do BIXIGA, OSWALD DE ANDRADE, em 1943, no seu Manifesto pelo Teatro de Estádio, no livro ‘PONTA DE LANÇA’, no texto: ‘Do Teatro que é Bom’, anunciou como o que mais em se plantando, daria na ‘Grécia Carnavalesca do Brasil’.

A Prática deste Teat(r)o, tornada pública agora nas Oficinas Uzynas Uzonas de SAMPÃ, no BIXIGA, visam a RE-EXISTÊNCIA deste BAIRRO COMO CENTRO-PERIFÉRICO DE ENCONTRO DE TODOS OS GUETOS DESTA METRÓPOLE, COMO HOJE É A LAPA NO RIO DE JANEIRO.

Este é o nosso DESEJO EXPOSTO PUBLICAMENTE NESTE DOCUMENTO.

É PEGAR OU LARGAR.

Se você, SILVIO SANTOS, não quiser realizar agora este SONHO de PAZ de 30 anos, ele não acaba. O SONHO estará presente com toda a sua explosão cardíaca de entusiasmo, nos RITOS-ESPETÁCULOS que então realizar-se-ão no próprio TEATRO OFICINA.

Mas a NOSSA LUTA de 30 anos criará um GRAN FINALE, UMA VITÓRIA INICIADORA DE UMA OUTRA ERA PARA O TEATRO E A CULTURA DO BRASIL.

A Grandeza que atingiu a dimensão Trans-humana do SER BRASILEIRO NESTES TEMPOS, está presente em Atos e Atitudes de humanos com a sua força, com a do POVO BRASILEIRO, COM A DO NOSSO PRESIDENTE, COM A NOSSA DE PODEROSOS HUMANOS DO OFICINA UZYNA UZONA, QUE INSPIRARÁ DILMA ROUSSEFF E A CONTINUIDADE NO MINISTÉRIO DE QUEM PROPICIOU ESTE SALTO, ESTE SONHO: O MINISTRO DA CULTURA JUCA FERREIRA.

José Celso Martinez Corrêa.

Autor, Músico, Compositor, Cantor, Ator, diretor, Palhaço do TEATRO OFICINA UZYNA UZONA.

SAMPÃ, 23 de Novembro de 2010 - 03:31.

AMOR LIBERDADE E PROGRESSO EM NOSSA BANDEIRA

OU COMO QUERIA DARCY RIBEIRO

SOMENTE AMOR

O RESTO VIRÁ POR SI”.

            Presidente José Sarney, essa é a carta publicada no jornal O Estado de S. Paulo, na última sexta-feira, no Caderno de Cultura, que levou Sílvio Santos a conversar, pessoalmente, por telefone, com José Celso Martinez Corrêa.

            E quero dizer que eu próprio, em 2004, certo dia, convidei Sílvio Santos para fazer uma visita ao Teatro Oficina e, pela primeira vez, então, ele foi ali, na Rua Jaceguay.

            Aqui está a foto do encontro dele com José Celso Martinez Corrêa, que aqui estava como Antonio Conselheiro de “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, a fantástica peça que o Teatro Oficina apresentou em todo o Brasil, inclusive na terra de Antonio Conselheiro, assim como também em Canudos.

            Por isso desejo cumprimentar, saudar Sílvio Santos por ter se disposto a dialogar com José Celso Martinez Corrêa, ter se sentido mexido, comovido e ter dito a José Celso Martinez Corrêa: “Sim, nós vamos, eu vou emprestar o estacionamento para que você possa neste mês, nestes trinta dias agora utilizar o estacionamento que era do Baú da Felicidade”.

            E está aqui a noticia publicada em a Folha de ontem:

Sílvio Santos empresta terreno ao Teatro Oficina. O Grupo Sílvio Santos cedeu por trinta dias ao Teatro Oficina Uzynas Uzona, de José Celso Martinez Corrêa, a utilização do terreno em que funciona um estacionamento da corporação, ao lado da sede da companhia, na Bela Vista (região central de São Paulo).

De 17 a 20/12, o grupo realizará ali o Festival Dionizíacas, com a apresentação de quatro peças de seu repertório, sob uma tenda para 2.000 pessoas: O Rito do Mar, Estrela Brazyleira a vagar - Cacilda!!, As Bacantes, e O Banquete.

            Eu quero dizer que assisti a uma dessas peças duas semanas atrás, lá na Praça Onze, no Rio de Janeiro, perante mais de duas mil pessoas.

            Quero cumprimentar o Ministro da Cultura, Juca Ferreira, que tem dado apoio necessário para que essas manifestações culturais do Teatro Oficina possam ser realizadas.

            Assim, Sr. Presidente, quero saudar Sílvio Santos pela decisão e pelo comportamento. Mesmo diante das dificuldades ocorridas com o Banco PanAmericano, Sílvio Santos resolveu agora compartilhar uma solução importante para São Paulo, para a cultura brasileira.

            Quero também cumprimentar o Governador Alberto Goldman, o Secretário Andrea Matarazzo e o prefeito, que é o Secretário de Cultura do Estado de São Paulo, assim como o Prefeito Gilberto Kassab pela boa vontade de seu Secretário de Cultura para com a realização daquilo que poderá se tornar para o Bixiga um marco histórico tão importante quanto tem sido. Aqui relembro o extraordinário Adoniran Barbosa que completaria 100 anos neste ano e que possamos homenagear mais e mais pessoas do Bixiga como Oswald de Andrade, Adoniran Barbosa e todos aqueles que trabalham no Teatro Oficina e trabalharam ali pessoas como os mais importantes dramaturgos da História brasileira.

            Meus parabéns a José Celso e a Sílvio Santos por esse bom entendimento!


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 02/12/2010 - Página 54718