O SR. ALFREDO COTAIT (DEM - SP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Exmº Sr. Presidente, Senador José Sarney, Srªs e Srs. Senadores, gostaria de trazer aqui um assunto muito especial para o nosso País. Existem três grandes eventos internacionais que alavancam o desenvolvimento: um deles é a Copa do Mundo, que será realizada no Brasil em 2014; o outro são as Olimpíadas, que serão realizadas no Rio de Janeiro em 2016. Mas há ainda mais um: as Exposições Universais, e falta ao Brasil sediar uma Exposição Universal.

            São Paulo está querendo se candidatar, e o nosso trabalho é para 2020. Em decorrência disso, a Prefeitura da cidade de São Paulo anunciou a disposição de trabalhar pela candidatura da cidade a sede da Exposição Universal de 2020. Firmou para isso um protocolo de intenções com a Associação Brasileira da Indústria de Base (Abdib), já que o apoio da iniciativa privada será fundamental para uma iniciativa tão ambiciosa.

            O próprio Governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, pronunciou-se a favor da candidatura de São Paulo, uma cidade brasileira com grande vocação para abrigar o terceiro maior dos eventos internacionais, uma grandiosa mostra do conhecimento humano e dos avanços científicos e tecnológicos para os novos tempos. O Prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, também se manifestou totalmente favorável a que a cidade de São Paulo sedie esse evento.

            A Exposição Universal em São Paulo, em 2020, completará, portanto, uma década crucial para a ascensão do Brasil ao clube das maiores potências. Conquistar o direito de sediar uma Exposição Universal, por sinal, decerto muito acelerará esse processo.

            A candidatura a sede de uma Exposição Universal não pertence às cidades postulantes, mas sim a seus Estados nacionais. A pretensão de São Paulo precisa, assim, do aval do Planalto para se tornar realidade, que é o anseio de todo o povo paulistano, paulista e brasileiro.

            A moção, que já tem o apoio declarado do nosso Itamaraty e de outros setores do Governo, como o Ministério do Turismo e o Ministério do Desenvolvimento, encontra-se sobre a mesa do nosso Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para que ele ratifique a indicação da cidade de São Paulo. Estamos aguardando essa ratificação para começarmos a preparar a nossa candidatura. E precisamos que isso seja feito o mais rápido possível, pois temos um calendário a cumprir.

            O órgão que regulamenta e governa as exposições universais é o Bureau Internacional de Exposições (BIE), instituição supranacional sediada em Paris, onde 150 países elegerão, por meio de seus representantes diplomáticos, provavelmente em meados de 2013, a cidade com o privilégio e a responsabilidade de sediar a Exposição Universal de 2020. Até lá, uma campanha vigorosa e árdua ocorrerá entre as diferentes candidaturas.

            No último dia 23 de novembro, a Secretaria Municipal de Relações Internacionais da cidade de São Paulo, participou como observadora da 148ª Assembleia Geral do Bureau Internacional de Exposições (BIE), na companhia da delegada brasileira, a diplomata Bertha Gadelha, de representantes da Abdid e de consultores responsáveis pela candidatura vitoriosa da cidade de Milão, que será a sede para a Expo de 2015. O nosso objetivo era se familiarizar com o modus operandi do órgão, conhecer seu funcionamento.

            Quando a candidatura estiver oficializada, uma estratégia comum deverá congregar Governo Federal, Governo do Estado, Prefeitura da cidade de São Paulo e, obviamente, a iniciativa privada em torno da acirrada corrida para que essa escolha recaia sobre nossa cidade. A condução será do Ministério das Relações Exteriores.

            Na Assembleia, reuniam-se os representantes dos países-membros, em torno das questões orgânicas do Bureau, além daquelas ligadas ao evento recém-terminado em Xangai, bem como aos próximos, em Yeousu, na Coréia, em 2012, e em Milão, em 2015.

            Embora ainda oficioso, o pleito de São Paulo já inspira boa vontade palpável entre os participantes e uma expectativa de confirmação que, pouco a pouco, começa a reverberar.

            Na véspera, São Paulo se avistara em reunião privada com o Secretário-Geral do Bureau, o espanhol Vicente Loscertales, que se manifestou de forma entusiasta por uma possível candidatura latino-americana e pela perspectiva da realização da primeira Exposição Universal no Hemisfério Sul em toda a sua história.

            Loscertales destacou que, após uma tentativa frustrada do México, já há anos, é São Paulo a cidade de fato que reúne reais condições de trazer o evento para o continente. Ele lembrou ainda que caberá à embaixada do Brasil em Paris papel fundamental durante toda a campanha.

            O período para a apresentação oficial de candidaturas se abre em 1º de janeiro de 2011. Quando a primeira candidatura for depositada, as demais cidades terão um máximo de seis meses para suas proposituras, já com temas, datas e locais de exposição definidos. Portanto, estamos muito atrasados!

            Segundo o Secretário-Geral Loscertales, são potenciais rivais de São Paulo as cidades de Ismir, na Turquia, além de candidaturas vindas da Tailândia, dos Emirados Árabes Unidos e do Catar.

            Sempre simpático à aspiração de São Paulo, Loscertales concordou em fazer uma primeira visita a São Paulo em fevereiro do próximo ano, desde que nossa candidatura seja oficializada.

            Portanto, este, o pleito e o pedido para que o Palácio do Planalto defina rapidamente a indicação de São Paulo, um anseio de toda uma cidade, de todo um Estado e de todo um País, para trazer esse evento muito importante para o nosso País.

            Sr. Presidente, essas são as minhas considerações e as minhas informações, agradecendo a sua generosidade, permitindo que eu usasse esta tribuna para dar essa informação.

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