Fala da Presidência durante a 191ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração do centenário da Associação Psicanalítica Internacional.

Autor
Mão Santa (PSC - Partido Social Cristão/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
HOMENAGEM. :
  • Comemoração do centenário da Associação Psicanalítica Internacional.
Publicação
Publicação no DSF de 26/11/2010 - Página 52877
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, CENTENARIO, ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL, PSICANALISE, ELOGIO, ATUAÇÃO, COMPETENCIA, MEDICO, CIENTISTA, FUNDADOR, PARADIGMA, IMPORTANCIA, ENTIDADE, GARANTIA, ETICA, EXERCICIO PROFISSIONAL, DIVULGAÇÃO, CONHECIMENTO, MELHORIA, QUALIDADE DE VIDA, SAUDE MENTAL.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PSC - PI) - O tempo dos oradores do Período do Expediente da presente sessão será dedicado a comemorar o centenário da Associação Psicanalítica Internacional, nos termos dos Requerimentos nºs 793 e 855, de 2010, da Senadora Marisa Serrano e outros Srs. Senadores e Srªs Senadoras.

            Convidamos para compor a Mesa, nesta fase inicial, em que vamos comemorar o centenário da Associação Psicanalítica Internacional, a primeira signatária, a Professora e Senadora Marisa Serrano - Senadora encantadora; o Presidente da Federação Brasileira de Psicanálise, Dr. Leonardo Francischelli; o ex-Presidente do Instituto da Associação Psicanalítica Internacional, de 2005 a 2009, Dr. Cláudio Laks Eizirik.

            Convidamos todos a ouvir, de pé, o Hino Nacional Brasileiro, cantado pelo Coral do Senado.

(Procede-se à execução do Hino Nacional Brasileiro.)

 

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PSC - PI) - É com muita emoção que presido esta sessão em homenagem a um médico, à ciência médica, à psicanálise internacional. E aqui está o Senador Mozarildo Cavalcanti que tem a mesma sensibilidade. Aos médicos nunca se prestam homenagens - festas, desfiles, medalhas. Ele é chamado justamente nas adversidades, no sofrimento, na dor, na calamidade. 

            O Senado da República, então, presta esta justa homenagem, principalmente àquele criador da Psicanálise, o médico Freud, que fez da medicina a mais humana das ciências e, através dela, tornou-se um benfeitor da humanidade. A ciência médica aqui é tão bem representada por dois companheiros Senadores, Papaléo Paes e Mozarildo Cavalcanti.

            Srªs Senadoras e Srs. Senadores, o Senado Federal tem a honra de dedicar o início do expediente de hoje para a comemoração do centenário de criação da Associação Psicanalítica Internacional (IPA), homenagem proposta por requerimento da Senadora Marisa Serrano, do PSDB do Mato Grosso do Sul, e outros apoiadores.

            Numa era de grande dinâmica histórica, caracterizada pela mudança acelerada de hábitos, saberes e relacionamentos, é bastante significativo identificarmos um centenário de qualquer instituição.

            Esses últimos cem anos foram marcados por duas guerras mundiais, dezenas de conflitos armados regionais, sucessivos confrontos políticos entre potências de expressão internacional e momentos alternados de autoritarismo e democracia, de consenso e de profundo dissenso entre as nações.

            A simples sobrevivência de uma organização internacional por cem anos, em meio a tudo isso, já seria motivo suficiente para o seu reconhecimento.

            Melhor ainda quando essa organização tem uma inequívoca vocação para o bem, no papel central que ocupa de mantenedora e multiplicadora do legado científico e intelectual de Sigmund Freud.

            Freud foi, ele próprio, um inovador, responsável pela confrontação de vários paradigmas estabelecidos, na sua época, no campo médico. O resultado de seu intenso trabalho e rigor científico se constituiu não apenas numa teoria da mente e do comportamento humano, mas em técnica terapêutica destinada a ajudar as pessoas afetadas por doenças tidas, até então, como incuráveis ou não tratáveis.

            Freud sabia também a importância do debate e da comunicação de suas descobertas para o avanço de seu próprio trabalho. Daí a origem da IPA se confundir com a dos congressos internacionais que a precederam. No início, pouco mais de 14 membros de um círculo de amizade ou identidade intelectual mais próximo ao fundador da psicanálise, acrescidos de menos de uma centena de praticantes.

            A preocupação central era manter a coerência do corpo de conhecimento em construção, ao mesmo tempo em que garantia a difusão da disciplina e seu avanço, pela troca de experiências.

            Freud tratou também de eliminar, logo na origem, duas questões que lhe afligiam. Afirmava a universalidade de seu corpo de conhecimento, ultrapassando os limites de Viena; daí ter influenciado na escolha de Zurique como primeira sede. Também buscava ampliar o circulo de colaboradores, caracterizados então pela ascendência judia, traço comum da maioria de seus primeiros interlocutores, vindo a escolher o suíço Carl Jung, a quem considerava seu provável sucessor, como primeiro Presidente da IPA.

            Da fundação, durante o II Congresso Internacional acontecido em Nuremberg, em 1910, até os dias de hoje, a Associação Psicanalítica Internacional concentrou seus esforços em facilitar a comunicação entre psicanalistas e organizações psicanalíticas por todo o mundo e educar psicanalistas e o grande público, promovendo a pesquisa, o estudo, publicações, congressos científicos e uma variedade de outros encontros, visando o desenvolvimento do conhecimento na área e a promoção da saúde mental.

            É sua missão estabelecer, ademais, os rígidos parâmetros éticos e profissionais necessários ao trabalho psicanalítico. Cuida da divulgação do conhecimento em todo o mundo, estabelecendo a psicanálise como meio de promoção e manutenção do bem-estar e da saúde individual e coletiva.

            Hoje, a IPA está presente em praticamente todos os cantos do globo, contando com mais de 12 mil psicanalistas associados, além de dezenas de sociedades espalhadas em 30 países de todos os continentes.

            Aproveitamos esta oportunidade para cumprimentar todos os profissionais da área, em especial os representantes das organizações brasileiras associadas à IPA, que nos acompanham nessa homenagem pelos primeiros 100 anos da instituição. Que seu trabalho continue frutificando, com a clareza de propósitos que sempre o caracterizou.

            Era o que tínhamos a dizer.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/11/2010 - Página 52877