Pronunciamento de Marconi Perillo em 08/12/2010
Discurso durante a 202ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Defesa de mudança de atitude da sociedade para garantir acessibilidade ampla a todos os portadores de necessidades especiais, conferindo a esse grupo de pessoas os direitos de todos os cidadãos.
- Autor
- Marconi Perillo (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/GO)
- Nome completo: Marconi Ferreira Perillo Júnior
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
POLITICA SOCIAL.:
- Defesa de mudança de atitude da sociedade para garantir acessibilidade ampla a todos os portadores de necessidades especiais, conferindo a esse grupo de pessoas os direitos de todos os cidadãos.
- Publicação
- Publicação no DSF de 09/12/2010 - Página 57765
- Assunto
- Outros > POLITICA SOCIAL.
- Indexação
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- CONCLAMAÇÃO, CONSCIENTIZAÇÃO, SOCIEDADE, GARANTIA, DIREITOS, PESSOA PORTADORA DE DEFICIENCIA, ESPECIFICAÇÃO, AMBITO, LOCOMOÇÃO, VISÃO, COMENTARIO, DESCUMPRIMENTO, SENADO, CAMARA DOS DEPUTADOS, LEGISLAÇÃO, ADAPTAÇÃO, EDIFICIO SEDE.
SENADO FEDERAL SF -
SECRETARIA-GERAL DA MESA SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA |
O SR. MARCONI PERILLO (PSDB - GO. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, um dos maiores desafios de uma sociedade é rever valores e mudar atitudes do cotidiano, para superar comportamentos enraizados ao longo de décadas.
Para nós, a garantia da acessibilidade aos portadores de necessidades especiais, em particular os que têm algumas dificuldade de locomoção ou deficiência visual, é fazer mudar a mentalidade não só das autoridades públicas, mas também das pessoas em geral.
Para quem se locomove sem nenhuma dificuldade, é muito difícil entender como um pequeno ressalto num meio-fio, que precisava ser adequadamente rebaixado, representa um obstáculo para um cadeirante.
Da mesma forma, para quem enxerga sem dificuldades, é um desafio compreender a importância de informações em braile e de acervo bibliográfico adequado aos deficientes visuais.
Ser solidário ao portador de necessidades especiais é uma coisa, garantir-lhe efetivamente os direitos de cidadão no mais amplo sentido demanda conscientização e mudança de mentalidade.
Aqui mesmo no Parlamento, conforme noticiado pelos meios de comunicação, alguns deputados eleitos para a legislatura que se inicia são cadeirantes, mas terão de falar do Plenário, porque não foi ainda construída, na Câmara dos Deputados, uma rampa que possibilite o acesso desses parlamentares à Tribuna.
Na Casa de Rui Barbosa, lamentavelmente a realidade nos parece a mesma.
Se nós, que somos os responsáveis pelas edições das leis, não adequamos o espaço interno do Parlamento aos portadores de necessidades especiais, pode-se imaginar o que ocorre no cotidiano desses cidadãos ao transitarem pelas ruas e avenidas das cidades brasileiras.
Nós temos uma legislação que protege as pessoas com necessidades especiais e garante a acessibilidade ao transporte público e aos logradouros, com rampas, equipamentos adequados e sinalização em braile.
Mas a verdade crua e dolorida é que a letra fria da lei não supera a mudança de atitude, tampouco o preconceito, sobretudo quando este é velado, escamoteado.
Assim é que os portadores de necessidades especiais enfrentam uma verdadeira guerra cotidiana, para vencer obstáculos e exercer a cidadania.
Embora já tenhamos evoluído para o conceito de arquitetura e planejamento universais, a concepção da maioria das cidades é antiga e carente de adaptações adequadas, o que retira do portador de necessidades especiais um dos mais sagrados direitos, o de ir vir.
Os obstáculos estão em todas as partes. Calçadas sem rebaixamento, valetas, rampas com inclinação inadequada, pisos escorregadios ou intransitáveis para as cadeiras de rodas, e ausência de sinalização em braile são apenas alguns exemplos.
Mas, na Sessão dedicada à abertura da VI Semana do Senado Federal de Acessibilidade e valorização da Pessoa com Deficiência, gostaria de externar nossa preocupação específica com as crianças portadoras de necessidades especiais.
Se não nos desenvolvermos em atitudes e ações para resguardar os nossos pequeninos especiais, não superaremos o círculo vicioso que afasta esses futuros cidadãos do desenvolvimento de suas potencialidades.
Para nós, a sociedade brasileira precisa transitar da teoria e das diretrizes do texto legal, para a prática cotidiana.
Assim, aprenderemos a cuidar não só de nossos cadeirantes e portadores de necessidades especiais, mas também de nossos idosos, jovens e crianças.
Nós estamos carentes de um choque de fraternidade e solidariedade no sentido objetivo da palavra, que se revela pela superação efetiva de mentalidades antigas e passivas diante da inércia do Poder Público.
Nosso desafio é atitudinal!
Muito obrigado!
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