Discurso durante a 205ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Relato de compromissos atendidos por S.Exa. a convites formulados pelas Forças Armadas do Brasil. Destaque para visita realizada à base brasileira Comandante Ferraz, na Antártica, e cumprimentos a todos os que lá trabalham.

Autor
Neuto de Conto (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/SC)
Nome completo: Neuto Fausto de Conto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
FORÇAS ARMADAS. HOMENAGEM.:
  • Relato de compromissos atendidos por S.Exa. a convites formulados pelas Forças Armadas do Brasil. Destaque para visita realizada à base brasileira Comandante Ferraz, na Antártica, e cumprimentos a todos os que lá trabalham.
Publicação
Publicação no DSF de 14/12/2010 - Página 58520
Assunto
Outros > FORÇAS ARMADAS. HOMENAGEM.
Indexação
  • BALANÇO, VISITA, ORADOR, PROGRAMA, FORÇAS ARMADAS, ESPECIFICAÇÃO, ATIVIDADES AEROESPACIAIS, CAMPO DE LANÇAMENTO DE FOGUETES DA BARREIRA DO INFERNO (CLFBI), CENTRO DE LANÇAMENTO DE ALCANTARA (CLA), SUBMARINO, BASE ALMIRANTE CASTRO E SILVA (BACS), PESQUISA, PROGRAMA ANTARTICO BRASILEIRO (PROANTAR), ELOGIO, ESFORÇO, TRABALHO, HOMENAGEM, DIA, MARINHEIRO.

            O SR. NEUTO DE CONTO (PMDB - SC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Mão Santa, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, realmente, é o livro Muito Além do Meu Sonho, que trata da trajetória da minha jornada. Foi com muita alegria que o fiz chegar às mãos de V. Exª.

            Hoje, assomo a esta tribuna para falar alguma coisa do que representam as nossas Forças Armadas.

            Um ditado diz que ver vale mais do que ler mil vezes. Outro, que também se faz presente, diz que só sabe mandar quem sabe fazer. De acordo com essas teses, procurei, neste mandato, atender a convites feitos há algum tempo.

            No ano passado, visitei o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno, local significativo e importante, que trata da área espacial, coleta de dados, pesquisa de desenvolvimento com a política nacional de desenvolvimento de atividades especiais.

            Estive também, nesse mesmo ano, no Centro de Lançamento de Alcântara, a convite da Força Aérea Brasileira, onde importante missão realiza um trabalho fantástico, principalmente na pesquisa de lançamento e dos fatos em que se avança.

            Neste ano, a convite da Marinha, visitamos a Base Almirante Castro e Silva, em Niterói, Rio de Janeiro, onde tivemos a oportunidade de embarcar em um submarino da classe Tupi. Durante seis horas e meia, ficamos submersos no mar, na costa do Rio de Janeiro, para conhecer essa atividade tão importante, principalmente neste momento em que o Brasil avança cada vez mais na conquista do pré-sal. O Governo e as Forças Armadas têm de nos dar não somente segurança, mas, principalmente, a proteção das nossas riquezas.

            A convite da Marinha do Brasil, participamos, na última semana, de um evento extraordinário, importante e significativo do Gabinete do Comandante da Marinha, que nos convidou para visitar a Antártica.

            Lá fomos com vários convidados, entre eles o General de Divisão Marco Aurélio, Diretor de Formação e Aperfeiçoamento; Tiago Falcão, Secretário de Gestão do Ministério do Planejamento; Josebel, assessor do Deputado Tadeu Filippelli; nosso comandante, Capitão de Fragata Flávio Costa; e o Capitão-Tenente Marcos Aurélio, Assessor Adjunto de Acordos Administrativos.

            É lógico que, nessa missão, foram algumas dezenas de pesquisadores, assessores e, principalmente, militares. Fomos conhecer, com profundidade, esse continente gelado, continente branco, um continente da Humanidade, o Continente da Antártica.

            O Programa Antártico Brasileiro, Proantar, vem desde 1982 ou 1983.

            É importante que o Brasil mantenha quase 60 pessoas na base brasileira Comandante Ferraz, na Antártica. Lá, elas atuam na pesquisa da fauna, da flora, dos mares, do gelo, e nos ofereceram, nesses 30 anos de ações, alguns avanços fantásticos. Lá, elas não está sós. Em vários pontos da Antártica, estão outros países, como Chile, Rússia, China e Argentina. Cada um desses países tem a sua base e os seus pesquisadores.

            Essa região tão exótica é fantástica e empolgante, e nela nós encontramos, eminente Senador Gilvam Borges, 14 milhões de km² de gelo. A sua profundidade média é de 2.700 metros, variando de 2.200 metros a 4.400 metros, para se ver a espessura. No período do inverno, o gelo avança mil quilômetros ao seu redor, pelo mar, e congela também as águas marítimas, passando a haver mais 18 mil km² de áreas congeladas.

            Nesse quadro, encontram-se todas as dificuldades possíveis para se viver, pois o frio é intenso. Lá estivemos a 40 graus abaixo de zero, mas podem ser até 90. O vento, que estava a mais de 100 km/hora, chega a 200 km/hora. Não chove nem um dia por ano, por isso se mantém o gelo. Lá, busca-se toda a experiência num ambiente totalmente diferente do que a humanidade conhece e com que convive em todos os países do mundo.

            Foi muito importante conhecer esses dados, de tanta importância para a nossa cultura, mas o que me chamou muito a atenção foi conhecer os pesquisadores, pessoas voluntárias, treinadas para viver um ano sem sair, sem voltar, em um continente branco, gelado, um continente da humanidade, pois ele não tem nação do mundo; todos participam das pesquisas.

            Essa bióloga, que trabalha isoladamente em uma pequena barraca, onde aquece seu alimento e, sozinha, solitária, pesquisa as aves no seu dia a dia para o seu acompanhamento, trouxe-nos uma informação muito importante: a de que o pinguim tem gripe humana. E mais: encontrou-se pinguim com a influenza que matou milhares de pessoas no Brasil e no mundo. Nessas pesquisas poderão ser encontradas soluções técnicas, soluções verdadeiras para a medicina e, consequentemente, para o ser humano.

            Por isso, essa caminhada e essa jornada, em que esse pequeno grupo de convidados, acompanhado de técnicos e de pesquisadores das universidades e de militares que lá prestam seus serviços, deixaram-nos uma impressão fantástica de desprendimento, de expressão de vontade e também de buscar vencer em uma das áreas mais distantes, mais difíceis, mais íngremes que se possa admitir, e não somente para viver, mas para trabalhar e buscar a pesquisa para a humanidade.

            Por isso, eu quero homenageá-los, nesta tribuna, hoje, que é o Dia do Marinheiro, pois lá são eles que nos atendem.

            Para se ter uma ideia mais próxima, para chegarmos à Antártica, nós gastamos: do Rio de Janeiro a Pelotas (no Rio Grande do Sul) - local onde se recebe todo o fardamento para se viver naqueles locais -, três horas; seis horas, de Pelotas para chegarmos a Punta Arenas, no Chile; e mais três horas, do Chile -sempre de avião, um Hércules -, para chegarmos à base chilena, único aeroporto que há na Antártica. Foi nesse aeroporto, Presidente Eduardo Frei, que pousamos. Depois, precisamos de mais três horas, por meio de navio, para chegarmos à base brasileira. Consequentemente, as dificuldades são de tal ordem, de tal monta que, primeiramente, temos de ter muita compreensão, muita visão e certamente muita determinação para lá chegarmos.

            Neste Dia do Marinheiro, quero aplaudir, homenagear e cumprimentar a todos que trabalham no Continente Antártico, mas também dizer, a cada um com quem estivemos que recebam nossos aplausos, nosso reconhecimento e nossos cumprimentos por tudo o que fazem em nome do Brasil, quer sejam os pesquisadores, quer sejam os coordenadores, quer sejam aqueles da área militar, ou mesmo aqueles que, como eu, inclusive, vão para lá para aprender, para conhecer. Então, depois de conhecer e depois de ver, podemos aqui aplaudir, homenagear e cumprimentar aqueles que atuam em uma área tão difícil em defesa dos interesses do Brasil e da humanidade em um continente fantástico, em um continente onde não se pode chegar a não ser por essas missões oficiais, com toda a estrutura e o conhecimento para adentrar e para sair.

            Por isso, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, agradeço a oportunidade e novamente expresso meus aplausos a toda a comitiva, principalmente àqueles que lá trabalham.

            Muito obrigado.

 

            


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/12/2010 - Página 58520