Discurso durante a 207ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Balanço da atuação parlamentar de S.Exa. nos oito anos em que representou o Estado do Amapá no Senado Federal.

Autor
Papaléo Paes (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AP)
Nome completo: João Bosco Papaléo Paes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATUAÇÃO PARLAMENTAR.:
  • Balanço da atuação parlamentar de S.Exa. nos oito anos em que representou o Estado do Amapá no Senado Federal.
Aparteantes
Acir Gurgacz, Adelmir Santana, Alvaro Dias, Cícero Lucena, Eduardo Suplicy, Flexa Ribeiro, Geraldo Mesquita Júnior, Gilvam Borges, Heráclito Fortes, Jarbas Vasconcelos, João Tenório, Marco Maciel, Mozarildo Cavalcanti, Mão Santa, Paulo Paim, Renato Casagrande, Roberto Cavalcanti.
Publicação
Publicação no DSF de 15/12/2010 - Página 58644
Assunto
Outros > ATUAÇÃO PARLAMENTAR.
Indexação
  • DESPEDIDA, MANDATO ELETIVO, SENADO, APRESENTAÇÃO, PRESTAÇÃO DE CONTAS, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, CUMPRIMENTO, COMPROMISSO, REPRESENTAÇÃO, ESTADO DO AMAPA (AP), DEFESA, INTERESSE SOCIAL, SAUDE PUBLICA, DEMOCRACIA, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, BALANÇO, DISCURSO, MATERIA, TRAMITAÇÃO, TRABALHO, COMISSÃO, AGRADECIMENTO, APOIO, FAMILIA, SENADOR, SERVIDOR, CIDADÃO.

            O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Senador Marconi Perillo, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, antes de fazer meu pronunciamento, faço um agradecimento especial ao Senador Acir Gurgacz, que teve a gentileza de inverter comigo a ordem de inscrição, dando-me a oportunidade de ser o primeiro a fazer uso da tribuna como orador inscrito.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, estou na iminência de encerrar o capítulo mais importante da minha biografia política: os oito anos em que exerci nesta Casa o honroso mandato de Senador, representando o Estado do Amapá.

            Na ocasião do meu primeiro pronunciamento, nesta mesma tribuna, no dia 19 de março de 2003, fiz um breve relato de minha trajetória de vida até aquele momento.

            Destaquei, naquela ocasião, o meu engajamento na área da saúde, minha eleição para a Prefeitura de Macapá em 1992 e minha eleição para o Senado em 2002, quando fui o Senador mais votado do Estado do Amapá.

            Agora, no momento em que me despeço desta Casa, eu gostaria de apresentar um balanço de minha atuação parlamentar e, assim, prestar contas aos eleitores que a mim confiaram a missão de representá-los no Congresso Nacional.

            Sr. Presidente, o sentimento que experimento ao revisitar meus oito anos de dedicação a esta Casa é o do dever cumprido com honradez, honestidade e espírito público.

            Os mais de mil discursos que pronunciei desta tribuna são testemunho da transparência da minha atuação, da minha participação assídua nas atividades do Senado Federal e do meu comprometimento com a publicidade de minhas opiniões e de meus atos.

            Os principais eixos que conduziram a minha atuação nesta Casa são a defesa incondicional do Amapá, Estado que tenho a honra de representar; a defesa incondicional de todo cidadão brasileiro; a luta por melhorias na saúde pública; e a defesa da instituição Senado Federal como importante pilar de nossa democracia.

            Em meus pronunciamentos, tratei dos mais variados temas. Contudo, as questões que envolvem a saúde do brasileiro sempre foram uma das minhas maiores preocupações, mesmo porque foi à saúde e à medicina que decidi dedicar minha vida profissional.

            Dos 54 projetos de lei que apresentei nesta Casa ao longo do meu mandato, pelo menos uma dúzia relacionava-se diretamente à saúde. Ainda em 2003, meu primeiro ano no Senado, apresentei dois projetos na área, que são: Projeto de Lei do Senado nº 98, que dispõe sobre assistência farmacêutica aos portadores de hipertensão arterial, no âmbito do Sistema Único de Saúde; e o PLS nº 308, que regulamenta a promoção e a publicidade de medicamentos.

            Em 2004, foram mais dois projetos relacionados à saúde: o PLS nº 123, que trata da utilização de inseticidas em atividades de saúde pública; e o PLS nº 124, que torna obrigatória a manutenção, pelos serviços de saúde do País, de um Programa de Controle de Infecções na Assistência à Saúde. O primeiro foi aprovado no Senado e tramita na Câmara dos Deputados desde 2008; o segundo foi aprovado recentemente na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado Federal.

            No ano seguinte, destaco quatro projetos que apresentei com essa temática: o PLS nº 95, de 2005, que estabelece incentivos fiscais à produção de fármacos, dos seus insumos e de medicamentos; o PLS nº 103, de 2005, que estabelece o Estatuto do Enfermo; o PLS nº 119, do mesmo ano, que aumenta as sanções aplicáveis a agentes públicos que enriqueçam ilicitamente, nos casos que envolvam verbas públicas destinadas à saúde e à educação. Esse importante projeto foi aprovado no Senado e tramita na Câmara desde 2007.

            Finalmente, o PLS nº 124 tipifica a venda de esteróides ou peptídeos anabolizantes como crime punível com penas equivalentes às do tráfico ilícito de substância entorpecente, matéria que se encontra na Ordem do Dia deste plenário.

            Nos últimos três anos, destaco ainda dois projetos: o PLS nº 259, de 2008, que determina que o número do lote e das datas de fabricação e de validade dos medicamentos sejam impressos de modo a torná-los mais visíveis e mais nítidos; e o PLS nº 83, de 2010, que institui a Política Nacional de Medicamentos, projeto extremamente importante que foi aprovado na Comissão de Assuntos Sociais há poucos dias.

            Além dos projetos e das dezenas de pronunciamentos dedicados à saúde, apresentei várias emendas a projetos da Câmara e de outros Senadores e diversos requerimentos relativos ao tema.

            Destaco aqui o requerimento que resultou na criação, em 2003, da Subcomissão Temporária de Saúde, no âmbito da Comissão de Assuntos Sociais, que posteriormente foi convertida em Subcomissão Permanente de Promoção, Acompanhamento e Defesa da Saúde. Foi nessa Subcomissão que debatemos temas importantes e relevantes da saúde pública brasileira.

            Finalizando este balanço sobre minha atuação parlamentar na área da saúde, reforço minhas posições em relação a um assunto da maior importância. Fui um defensor permanente da regulamentação da Emenda Constitucional nº 29, uma fonte legítima de recursos permanentes para a saúde pública brasileira.

            Com o mesmo empenho que dediquei à saúde, tratei de iniciativas voltadas para o desenvolvimento do Estado que represento no Senado Federal.

            Dentre os projetos que apresentei em prol do Amapá, gostaria de destacar seis. O PLS nº 484, de 2003, que propõe a criação da Escola Técnica Federal de Macapá, algo que deve se concretizar no curto prazo.

            O PLS nº 111, de 2005, que propõe a criação da Região Integrada de Desenvolvimento de Macapá e Santana e do Programa Especial de Desenvolvimento de Macapá e Santana.

            O PLS nº 348, também de 2005, que concede os mesmos incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus para os bens de informática e automação industrializados na Área de Livre Comércio de Macapá e Santana.

            O PLS nº 23, de 2006, que autoriza o Executivo a criar campi avançados da Universidade Federal do Amapá, a Unifap, nos Municípios de Santana, Oiapoque, Laranjal do Jari e Amapá.

            O PLS nº 341, de 2007, que propõe a criação da Escola Técnica Federal de Construção Naval no Município de Santana.

            Finalmente, o PLS nº 326, de 2008, que cria zona de processamento de exportação, ZPE, no Município de Serra do Navio.

            Também defendo, com muita alegria, dois projetos que apresentei em 2005, que dispõem sobre questões relativas ao meio-ambiente. O PLS nº 319, que determina que os valores arrecadados em pagamento de multas por infração ambiental sejam integralmente revertidos ao Fundo Nacional do Meio Ambiente, e o PLS nº 320, que altera a lei de criação desse mesmo fundo, para priorizar projetos que atuem em Municípios que possuam parte de suas áreas dentro de parques nacionais. Essas duas iniciativas foram propostas na tentativa de garantir recursos para os Estados que tenham grandes áreas preservadas, como é o caso do meu Estado do Amapá.

            Lamentavelmente, o Governo Federal nunca teve a preocupação de oferecer contrapartidas aos entes federados que preservam o meio-ambiente. Por isso, Sr. Presidente, as minhas várias investidas aqui nesta Casa para que o Senhor Presidente da República repassasse o que é de direito ao Estado do Amapá pela preservação da reserva do Parque das Montanhas do Tumucumaque.

            Sr. Presidente, tive a oportunidade de apresentar também quatro propostas de emenda à Constituição. Gostaria de destacar duas que considero mais relevantes neste momento.

            A primeira é a PEC nº 47, de 2004, que pleiteava a extinção do instituto da medida provisória. Minha intenção ao apresentar a PEC em questão era resgatar a função legislativa do Parlamento que, se ainda não está completamente perdida, está no mínimo bastante debilitada pela edição exacerbada de medidas provisórias pelo Poder Executivo. Embora a PEC 47 tenha sido declarada prejudicada e posteriormente arquivada, ela representa, no meu entendimento, a declaração inequívoca do meu compromisso com a democracia, a separação dos Poderes e a independência do Poder Legislativo e do Senado Federal.

            A segunda PEC que gostaria de destacar dentre as que apresentei é a de nº 8 deste ano, na qual proponho a criação de um tribunal regional do Trabalho em cada Estado da Federação. Trata-se de uma determinação que já existia originalmente na Constituição Federal, mas que foi retirada pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999. Julgamos que a presença de um tribunal regional do Trabalho em cada Estado, em particular no Estado do Amapá, é fundamental para fortalecer a Justiça trabalhista no Brasil, especialmente se considerarmos a importância desse ramo do ordenamento jurídico no combate a certas injustiças econômicas e sociais inerentes ao sistema capitalista.

            Srªs Senadoras, Srs. Senadores, tive a enorme satisfação de ver alguns dos projetos que apresentei sendo convertidos em normas jurídicas. Tornaram-se três leis proposições de minha autoria: o PLS nº 149, de 2003, que altera diretrizes para eleições do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, que tornou-se a Lei nº 11.179, de 2005; o PLS nº 149, de 2004, que institui o Dia Nacional da Língua Portuguesa, celebrado anualmente dia 5 de novembro, converteu-se na Lei nº 11.310, de 2006, e o PLS nº 20, de 2009, que institui o Dia Nacional da Cidadania, comemorado no dia 5 de outubro, tornou-se a Lei nº 12.267, de 2010.

            Sr. Presidente, outro ponto extremamente importante de minha atuação no Senado Federal refere-se à apresentação de emendas ao Orçamento Geral da União. Durante todo o meu mandato, procurei indicar emendas que beneficiassem todos os Municípios amapaenses, além do Governo do Estado. Também procurei destinar recursos para entidades ligadas à saúde do povo amapaense como o Hospital São Camilo, a Casa da Hospitalidade, a Apae Macapá e Laranjal do Jari, os Capuchinhos e uma unidade do Hospital Sarah Kubitschek que temos lá em Macapá. Lamentavelmente, algumas vezes os recursos que destinei foram perdidos pura e simplesmente pela falta de projetos e pela falta de interesse de alguns gestores públicos.

            Srs. Senadores, é claro que a atuação de um parlamentar não se dá apenas por intermédio da apresentação de proposições legislativas ou emendas ao Orçamento. Busquei, durante o meu mandato, participar ativamente do processo legislativo e viver o cotidiano do Senado Federal em todas as suas variadas situações. Tive oportunidade de aprender bastante sobre o funcionamento administrativo desta Casa, durante o tempo em que fui membro da Mesa Diretora, de 2005 a 2009. Vivi o dia a dia agitado estimulante das comissões e nelas aprendi muito sobre o processo de criação das leis. Fui membro titular e suplente de diversas comissões permanentes e temporárias. Em 2003 e 2004, exerci a vice-Presidência da Comissão de Assuntos Sociais. Fui Presidente da Subcomissão Temporária de Saúde de 2003 a 2005 e da Subcomissão de Promoção, Acompanhamento e Defesa da Saúde de 2005 a 2009. Atualmente, além da CAS e da Subcomissão de Saúde, sou membro titular das comissões da reforma do Código de Processo Penal, do Código de Processo Civil e do Regimento Interno do Senado Federal. Também participei de comissões parlamentares de inquéritos importantes como a CPI do Banestado e a CPI da Pedofilia, comandada pelo nobre Senador Magno Malta.

            Valorizo muito as lições aprendidas em outras atividades em que me envolvi, como as mais de 30 frentes parlamentares de que participei; as missões que cumpri no Brasil e no exterior, e a participação em conselhos, como o do Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz, entre 2003 e 2005.

            Essa, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é a síntese dos oito anos em que representei o povo do Amapá no Senado Federal. Recorri a números e datas, na vã esperança de transmitir uma vaga ideia do que a passagem por esta Casa representou para mim em termos de experiência de vida e de crescimento pessoal. Serei eternamente grato a Deus e ao povo amapaense pela oportunidade de participar, de forma tão intensa, do exercício da democracia.

            Gostaria, neste momento, de fazer também um agradecimento muito especial a toda a minha família, que acompanhou meu mandato sem nenhum tipo de interferência, optando sempre por palavras de incentivo e compreensão. Agradeço a minha esposa Josélia e minhas filhas Jacyra e Juliana, pelo amor, carinho e paciência com que lidaram com as minhas obrigações parlamentares. Agradeço a meus irmãos Alberto, Miguel e minha irmã Fátima, pelas palavras de incentivo, principalmente nos momentos mais difíceis da minha vida.

            Voltando meus olhos para o céu, agradeço a minha mãe Jacyra, a meu pai Zacarias e a meu irmão José Maria, que se encontram junto a Deus, nosso Pai. A eles o meu agradecimento eterno, pelos valores que me foram passados ainda jovem e que levarei comigo por toda a minha vida.

            Sr. Presidente, acumulei também uma dívida impagável com todos aqueles que, de alguma forma, me auxiliaram nesses oito anos de caminhada.

            Meus suplentes, Sebastião Magalhães e Uílton José Tavares, dois amigos que escolhi pela confiança e amizade para me acompanharem como os meus companheiros de chapa. Muito obrigado a vocês!

            Aos meus nobres colegas Senadores, sejam eles do meu Partido, PSDB, que realmente é um ninho tucano de amigos, de pessoas que me trataram como filho, como irmão, como pai - seja lá de que forma foi -, onde recebi sempre muito carinho, atenção e compreensão; sejam de outras agremiações partidárias - graças a Deus, consegui me relacionar, com respeito absoluto, com esses companheiros de que levarei com muita saudade; sejam...

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Permite-me V. Exª, Senador Papaléo Paes?

            O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - pois não, Senador Suplicy.

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Quero cumprimentar V. Exª, Senador Papaléo Paes e agradecer-lhe a relação de respeito, de construção que tivemos ao longo desses anos em que V. Exª aqui representou o Estado do Amapá. Quero inclusive agradecer a V. Exª a atenção por ocasião de minha visita recente a Macapá, quando V. Exª fez questão de me saudar, ainda durante a eleição. Gostaria aqui de registrar que se houve momentos em que tivemos divergências, elas foram objeto de um diálogo muito respeitoso e construtivo. Ainda hoje de manhã eu precisei solicitar vista de um projeto de autoria de V. Exª. Isso é próprio da democracia. Senti a responsabilidade de fazê-lo, atendendo observações da Secretaria da Receita Federal, mas eu disse que se a Receita tiver um entendimento no sentido de aperfeiçoar o projeto de V. Exª - o Senador Roberto Cavalcanti foi testemunha -, eu me comprometo inclusive a reapresentar o projeto, informando que se trata de uma iniciativa de V. Exª. Então quero aqui cumprimentá-lo, manifestar-lhe o meu respeito e desejar-lhe um bom caminho a V. Exª no prosseguimento de sua vida pública.

            O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Muito obrigado, Senador Suplicy. Quero dizer também que foi um prazer muito grande conviver com V. Exª e agradecer os ensinamentos que V. Exª, de uma forma ou de outra, repassou à minha vida.

            Senador Mozarildo Cavalcanti.

            O Sr. Mozarildo Cavalcanti (PTB - RR) - Senador Papaléo, quero dizer a V. Exª, testemunhando de perto o trabalho de V. Exª na Comissão de Assuntos Sociais, notadamente, na área de saúde, inclusive presidindo a Subcomissão de Saúde, mas não é só na saúde, pois V. Exª citou, muito bem, diversas iniciativas que tomou na área de saúde, que desejo ressaltar aqui a sua luta pela regulamentação da Emenda Constitucional nº 29. É bom que se diga que essa regulamentação já foi aprovada aqui no Senado e está na Câmara. Ela, por si só, resolveria essa questão da tão falada falta de recursos para a área de saúde. Mas não se aprova, porque não se quer amarrar em lei o dever de cada ente federado; quer dizer, o Governo Federal, os Estados e os Municípios, no que tange à manutenção da saúde. Mais cômodo é pedir a volta da CPMF. Eu diria que o trabalho de V. Exª, inclusive o de fiscalizar a aplicação de recursos, tem sido muito importante. No que tange ao apoio para o desenvolvimento do seu Estado, foi um Senador diligente, presente, atuante. Quero só dizer uma frase que, acredito, vale para V. Exª de maneira muito especial: não desanime por causa do insucesso - não digo derrota, mas insucesso - nesta eleição. Não desanime e não deixe de continuar na política, porque se os bons desanimarem da política estarão colaborando, abrindo caminho, abrindo espaço para que os maus predominem como predominam em certos setores da atividade pública.

            O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Muito obrigado, Senador Mozarildo. Minha gratidão a V. Exª pelo companheirismo e pela maneira como V. Exª se conduz nesta Casa.

            Incorporo suas palavras ao meu pronunciamento.

            Senador Roberto Cavalcanti.

            O Sr. Roberto Cavalcanti (Bloco/PRB - PB) - Senador Papaléo Paes, no pronunciamento de V. Exª identifiquei que na vida de V. Exª há outro Roberto, um irmão chamado Roberto.

            O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Alberto.

            O Sr. Roberto Cavalcanti (Bloco/PRB - PB) - Alberto, perfeito. Na verdade, nós dois tivemos um companheirismo muito grande, tivemos uma convivência baseada em muita transpiração, mas também em muito humor. V. Exª tem dentro de si uma característica múltipla: V. Exª tem o talento unido à transpiração. Eu não acredito em talento sozinho. Talento sozinho, o neurônio sozinho, por si só, não faz a hora. V. Exª tem feito a hora no Senado Federal, nas Comissões, no plenário, presente, diligente, como disse o nosso querido Mozarildo. Utilizei até dois adjetivos: presente e atuante, porque também não basta a presença, é presença atuante. No Nordeste há um ditado de que se Deus quisesse dava asas à cobra. Na verdade, eu diria que V. Exª é um Parlamentar, uma cobra com asa. Parabéns pelo talento! Parabéns pela transpiração! Parabéns pelo coleguismo! Antes de tudo, V. Exª no plenário, nas Comissões sempre tinha uma brincadeira, um humor, um sentimento de fraternidade. Não vamos nos distanciar. Nossos caminhos ainda se cruzarão pela vida pessoal ou política. Faço questão de, no Amapá e na Paraíba, nós termos essas duas raízes fincadas. Parabéns! Parabéns! Parabéns!

            O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Muito obrigado, Senador Roberto. Também obrigado por seu carinho comigo, sua atenção permanente e também por sua participação ativa junto conosco nas Comissões e aqui no plenário.

            O Sr. Paulo Paim (Bloco/PT - RS) - Senador...

            O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Senador Paulo Paim.

            O Sr. Paulo Paim (Bloco/PT - RS) - Agradeço a V. Exª, Senador. Acho que fui o primeiro a levantar meu microfone quando V. Exª chegou à tribuna. Eu não queria deixar de dizer alguma coisa nem que fosse para dizer-lhe muito obrigado pelos momentos de que participamos juntos ao longo desses oito anos. Nas vigílias em defesa dos aposentados e dos trabalhadores, na caminhada pelo fim do fator previdenciário, enfim, em todos os temas. Eu queria dizer que V. Exª não foi somente um Parlamentar que atuou num tema fundamental, que é a saúde. V. Exª, nesta semana, falava de inúmeros projetos daqueles trabalhadores que exercem sua função à noite. Lembro-me - falei sobre isso no meu programa de televisão no Estado - do momento em que estávamos para votar aqui o empréstimo do Rio Grande do Sul. V. Exª tinha orientação no sentido de que nada fosse votado naquele dia. Fiz um apelo a V. Exª, que me pôs em contato com o Senador Arthur Virgílio e liberou a votação para o Estado do Rio Grande do Sul. Muito obrigado. Sou daqueles que podem dizer, ao longo da minha vida, que tive a alegria de conhecê-lo e que sou seu amigo. Muito obrigado.

            O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Muito obrigado, Senador Paulo Paim. É uma honra muito grande para mim ouvir essas palavras suas. Também o admiro muito, sou seu amigo e o tenho no coração. Obrigado.

            Senador Jarbas Vasconcelos.

            O Sr. Renato Casagrande (Bloco/PSB - ES) - Depois, o senhor me inscreva também.

            O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Em seguida, o Senador Renato Casagrande.

            O Sr. Jarbas Vasconcelos (PMDB - PE. Com revisão do aparteante.) - Meu caro Senador Papaléo, quero apenas dar o meu testemunho das características que marcaram a sua presença, a sua atuação aqui no Plenário, nas Comissões e nos corredores desta Casa. A primeira marca de V. Exª é a da seriedade, da presença. É um dos mais assíduos aqui no Senado da República, educado, civilizado com todos nesta Casa, sem exceções. V. Exª fará muita falta. Nos momentos de dificuldade do Parlamento, V. Exª era uma das vozes que sempre se levantava para o cumprimento, a cordialidade, o diálogo. Isso é muito importante. V. Exª teve uma atuação marcante, uma presença constante e um cavalheirismo com toda a Casa, inclusive com os servidores. De forma que quero deixar registrado, nessa sua despedida do Senado, o meu testemunho e os meus votos para que V. Exª, fora do Parlamento, tenha o mesmo sucesso que teve aqui, sendo sempre um homem leal e correto. Muito obrigado.

            O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Agradeço a V. Exª, Senador Jarbas Vasconcelos. Suas palavras são também incorporadas ao meu discurso para tê-las como relíquia para o resto de minha vida. Muito obrigado.

            Senador Renato Casagrande.

            O Sr. Renato Casagrande (Bloco/PSB - ES) - Obrigado, Senador Papaléo. Primeiramente, agradeço a V. Exª pelo convívio fraterno, amistoso e parceiro que tivemos aqui no Senado, nesses quase quatro anos. Eu também estou me ausentado do Senado - depois de V. Exª, vou também fazer o meu pronunciamento de despedida -, mas quero fazer este agradecimento a V. Exª. V. Exª viveu, conviveu, buscou construir importantes amizades aqui nesses anos em que esteve e está presente no Senado e se dedicou muito a temas como já relatados por V. Exª nos pronunciamentos, especialmente na área de Saúde. V. Exª volta para o Amapá, volta com a cabeça erguida, volta com o sentimento de dever cumprido e, consequentemente, naturalmente, permanecerá na militância política. Nós temos que aprender a fazer...

(Interrupção do som.)

            O Sr. Renato Casagrande (Bloco/PSB - ES) - ... Nós temos que aprender a fazer política com mandato ou sem mandato, porque quem gosta da política, quem vive a política e sabe da importância da política tem que fazer política independentemente de ter mandato. Eu tenho mandato, já fiquei sem mandato, e nós, que militamos politicamente, temos que fazer isso. Eu tenho certeza de que V. Exª vai fazê-lo. Vai cuidar da sua vida profissional, mas também vai cuidar da sua vida política. Muito obrigado por tudo e pelo apoio em todos os projetos e ações que desenvolvemos aqui no Senado. Um abraço.

            O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Muito obrigado, Senador Casagrande. Muito obrigado pelas suas palavras. Que Deus abençoe seu futuro governo lá no Espírito Santo, porque o Espírito Santo jogou todas as suas apostas positivas no seu nome, e, logicamente, V. Exª, que tem a confiança de todos nós, fará um bom governo no Espírito Santo. Muito obrigado.

            Senador Alvaro Dias.

            O Sr. Alvaro Dias (PSDB - PR) - Senador Papaléo, certamente, nos damos conta do tamanho da perda quando ela se consuma. É o que, certamente, vamos conferir com a sua ausência no plenário do Senado todos os dias. A presença do amigo, do companheiro, da lealdade absoluta às causas que defende, do seu Estado e do País, sempre foi importante. Certamente, vamos sentir a sua ausência, sim. Obviamente, a população do Amapá perde muito com a sua ausência no Senado Federal. Que volte logo, que esteja sempre conosco, que os seus caminhos sejam sempre iluminados e que seus passos seguros possam levá-lo aos seus objetivos maiores. Parabéns pela conduta aqui, pelo exemplo de ser humano que nos ofereceu. Um abraço e felicidades, Senador Papaléo.

            O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Permita-me, Senador Alvaro Dias, dizer que vou guardar suas palavras como as de um irmão. Eu o admiro muito. Sempre vi V. Exª como um modelo muito importante para a política brasileira. Por isso, quero registrar aqui suas palavras como se fossem de um irmão, de um companheiro de Partido. Realmente, sua amizade muito me honra. Muito obrigado.

            Senador Heráclito Fortes.

            O Sr. Heráclito Fortes (DEM - PI) - Meu caro Senador Papaléo, V. Exª se vai. É o destino. Mas vai deixar uma digital marcada pelos corredores desta Casa e pelo plenário que vai perdurar por muito, muito tempo. Aliás, sou testemunha, e deste depoimento não abro mão: ao longo deste período, principalmente durante o meu mandato de 1º Secretário, V. Exª se caracterizou como defensor de uma causa nobre que foi a dos servidores menos protegidos, mais desassistidos da Casa. Em todos os momentos da reforma, V. Exª sempre me procurou para defender os que não tinham vez, que não tinham voz. Essa é uma parte da sua personalidade, do seu perfil. Faço questão deste registro, porque V. Exª não foi um defensor dos fortes, dos poderosos. Pelo contrário, defendeu aqui, de maneira determinada e com convicção, aqueles que não tinham a quem se valer numa hora como essa. Essa é uma das suas marcas. A outra marca sua é a da solidariedade, da amizade e, acima de tudo, da presença ao lado dos companheiros em todos os momentos, em todas as circunstâncias. A terceira é a determinação. Eu o vi aqui, durante todo esse período, estar sempre ao lado do interesse público. Esta é a grande imagem que levo desse companheiro que, com certeza, fará falta a esta Casa, fará falta ao Brasil e fará falta ao Amapá. Muito obrigado.

            O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Obrigado, Senador Heráclito. Muito obrigado.

            Senador Mão Santa.

            O Sr. Mão Santa (PSC - PI) - Senador Papaléo Paes, nós estamos ligados antes de nos conhecermos. Temos em comum termos gastado os melhores anos de nossa vida em busca de ciência, para, com ciência e com consciência, servirmos, através da Medicina, a nossa gente. E ambos tornamos a Medicina a mais humana das ciências. Através dela, somos defensores da humanidade. Esse reconhecimento nos levou à política, que é comum numa sociedade em que a Organização Mundial de Saúde reza que saúde não é apenas a ausência de doença, enfermidade, mas o mais completo bem-estar físico, mental e social. Temos que combater a miséria, a fome, o pauperismo, e aí estamos sendo médicos na política. Essa admiração é extraordinária. V. Exª é um nome de que a classe médica tem orgulho. Não só o Amapá, mas o Brasil todo se orgulha do médico Papaléo Paes, do cardiologista Papaléo Paes. Mas aqui estamos num mundo político. Isso é comum à classe médica. Darei o nome de Juscelino Kubitschek como exemplo maior que pulou, como nós, da Medicina para a política. Mas, Papaléo, vendo assim o seu valor como político, como médico nota dez, como político também fui buscar V. Exª ser julgado por um dos melhores pensadores da política. Sem dúvida nenhuma, foi Richelieu, que, na França, mãe da democracia, mandou, durante o governo de Luís XIII, que era um pouco débil, ainda fez o Cardeal Mazzarino Primeiro Ministro, foram 35 anos de mando... Então, ele buscava nas pessoas, para cumprirem a missão política, os cinco itens. Você tiraria dez também na escola de Richelieu. Seriam: coragem - V. Exª é um homem de coragem; nós vimos aqui que nunca titubeou, firme pelo Amapá; competência - V. Exª é um homem competente; honestidade - a corrupção é o cupim que corrói a democracia, e você sempre apontou medicamentos contra esses cupins que estão na política; espírito público - sempre colocou a grandeza do Amapá...

(Interrupção do som.)

            O Sr. Mão Santa (PSC - PI) - E lealdade. Então, V. Exª também tira nota dez como político. Olha, saudade é aquele amor que fica. E todos nós vamos ter saudade da convivência quase que diária, da figura cheia de virtudes e agradável que V. Exª é.

            O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Muito obrigado, meu querido amigo Mão Santa. Muito obrigado, querido.

            Senador Geraldo Mesquita.

            O Sr. Geraldo Mesquita Júnior (PMDB - AC) - Caríssimo amigo Senador Papaléo, no momento em que V. Exª se despede desta Casa, dos seus amigos, dos seus colegas, dos seus auxiliares, lanço aqui um desafio: pago para ver alguém que tenha, no coração, o desejo de expressar algum descontentamento com V. Exª nesta Casa. Eu pago para ver. Entre seus colegas, entre os servidores desta Casa, seus auxiliares, tenho certeza absoluta de que não há, entre todos nós, ninguém que guarde algum ressentimento, que guarde alguma contrariedade com relação a V. Exª. Isso é o que a gente leva de bom na vida, sabia? O humanista que V. Exª é, o companheiro alegre e brincalhão, mas também aquele que leva absolutamente a sério as suas responsabilidades, que externa, com amor enorme, a ligação que tem com o seu Estado, com o seu País. A vida é isso, Senador Papaléo. Como dizem na rua, o mundo gira, a fila anda, mas o que é importante de fato é a gente passar por uma instituição como esta e ser querido, ser admirado e ser amado como V. Exª. Eu levo-o entre as minhas melhores lembranças. Digo isto com absoluta sinceridade: levo, como uma das minhas melhores lembranças, o convívio que tive aqui com V. Exª, o abraço carinhoso que V. Exª sempre tem conosco, em qualquer momento, em qualquer circunstância. Esse abraço, vou sempre me lembrar dele. Nos momentos bons e ruins, lembrar do Senador Papaléo Paes, homem digno, homem honrado, que representou com grandeza o seu Estado, a população do seu Estado, que ele tanto ama. Quero desejar a V. Exª tranquilidade, felicidade, para V. Exª, para a sua família, para o seu irmão; desejar que, seja qual for o caminho que V. Exª trilhe, a partir de agora, que ele seja pleno de sucesso, de realização. Desejo isso, de coração, para V. Exª e sua família.

            O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Meu amigo, eu quero repassar minha emoção para você como gratidão pelas suas palavras, pela nossa boa convivência. Muito obrigado, Geraldo, Senador.

            Senador Cícero Lucena.

            O Sr. Cícero Lucena (PSDB - PB) - Senador Papaléo, o seu Estado e o Brasil são testemunhas da sua atuação nesta Casa, do seu compromisso, da sua responsabilidade, da forma com que tratou a coisa pública, com a responsabilidade que lhe é peculiar. Permita-me falar um pouco em nome também de um Estado com que V. Exª tem afinidade, com o qual convive e onde tem muitos amigos, que é a Paraíba. Aqui já foi dito muito, muitos ainda vão dizer mais, mas eu gostaria apenas de registrar algo que poderia resumir a forma com que V. Exª se relaciona com seus amigos, com seus companheiros de trabalho, com aqueles que o assessoram, com a Casa de modo geral. Não é à toa que...

(Interrupção do som.)

            O Sr. Cícero Lucena (PSDB - PB) - Não é à toa que V. Exª escolheu, na profissão tão nobre do médico, cuidar exatamente de um órgão que simboliza o respeito, o carinho e o amor ao próximo. O fato de ser especialista em cardiologia eu acho que simboliza, de uma forma natural, quem é V. Exª no seu trato e nos seus relacionamentos. Então, eu que, ao chegar aqui, tive o seu acolhimento, como se nós fôssemos amigos de velhos tempos, pois sempre estivemos juntos, debatendo, discutindo, um convencendo o outro, nós só temos a dizer que esperamos que seja uma breve despedida e, mais do que isso, que todos nós estejamos guardando no nosso coração toda a sua prática de cidadão. Então, que Deus o proteja. Quero lhe dizer que fiquei e ficarei mais feliz ainda se nós pudermos ampliar, cada vez mais, a nossa amizade. Que Deus o proteja.

            O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Muito obrigado, Senador Cícero. Quero aqui, ao registrar o seu aparte, reconhecer, nos meus companheiros de PSDB, mais uma vez - aqui estão presentes o Senador Marconi, o Senador Cícero Lucena, o Senador João Tenório e o Senador Flexa Ribeiro -, reconhecer realmente a amizade e a paciência que tiveram comigo nos momentos difíceis até, de certos posicionamentos que eu tomei por motivos suprapartidários, da compreensão, da manutenção e do reforço dessa compreensão por meio da amizade que tivemos e que temos entre nós.

            Muito obrigado, Senador Cícero.

            Senador João Tenório.

            O Sr. João Tenório (PSDB - AL) - O Senador Mão Santa, com a capacidade de expressar as ideias e as opiniões, praticamente disse tudo acerca de V. Exª. Só faltou dizer um pouco sobre a convivência no Partido, porque, de fato, ele não teve a sorte que nós tivemos desta convivência magnífica que foram estes anos com o Partido como um todo e, particularmente, com V. Exª. Então, aqui registro isto que o Senador Cícero disse há pouco: V. Exª foi, durante todo este tempo, pelo menos durante o período em que aqui estive, alguém que trouxe muito equilíbrio às suas posições no Partido. V. Exª cita aí um fato que eu acompanhei de perto, até porque, anteriormente a V. Exª, também havia passado por uma situação parecida como essa, mas V. Exª foi de um equilíbrio muito grande e de uma dignidade muito grande no trato daquele assunto. V. Exª não se negou a colocar para o Partido as suas questões de ordem pessoal e supervenientes, e o fez de maneira muito digna e muito aberta para o Partido. E outro ponto que o Senador Mão Santa esqueceu-se de referir e que é uma marca magnânima da sua personalidade, imensa da sua personalidade e que, digamos assim, contribui muito para esse carinho que todo mundo tem com V. Exª, é a sua humildade. Você é um homem humilde, e isso faz com que todos que convivem com V. Exª manifestem um carinho todo especial, como retribuição a essa humildade com que V. Exª trata todos nós. Parabéns pelo seu trabalho nesta Casa e felicidades pelos dias que advirão!

            O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Muito obrigado, Senador João Tenório.

            Permita-me, Senador, reconhecer V. Exª. O senhor disse que eu tenho humildade, mas o senhor é o exemplo da humildade. O senhor é o exemplo da humildade porque, se V. Exª está aqui nesta Casa, defendendo a democracia, defendendo seus pensamentos, seus ideais, é porque V. Exª é um cidadão que esta Casa tem que reconhecer como muito importante para o Congresso Nacional.

            Digo isso porque V. Exª, assim como poderia citar também o Senador Tasso Jereissati, não tem outro motivo para estar aqui a não ser o motivo de lutar por esta parte da democracia que é sempre muito enxovalhada, este Poder da democracia que é sempre mal olhado - e há os motivos, pelos outros Poderes, de nos olharem assim -, que é o Congresso Nacional, o Legislativo. Por isso, tenho uma admiração muito grande por V. Exª, pela sua dedicação. V. Exª é cumpridor dos seus deveres e deixa para todos nós um bom exemplo, que é o exemplo de um cidadão em quem devemos nos espelhar para que realmente as pessoas de bem tenham a aptidão de ingressar na política partidária para compor um quadro político digno de que o Brasil tanto precisa.

            Ouço o Senador Acir.

            O Sr. Acir Gurgacz (PDT - RO) - Senador Papaléo, todos aqui já falaram da sua capacidade, da sua competência, da sua humildade em tratar os colegas, e eu quero aqui fazer um agradecimento a V. Exª, pela maneira cordial e atenciosa com que V. Exª me recebeu aqui no Senado. Estou aqui há um ano e alguns dias, e, dada minha pouca experiência, sempre V. Exª procurou me auxiliar, atender sempre aos meus pedidos e me aconselhar. Eu quero fazer esse agradecimento não só pela sua atuação aqui no Senado, mas porque tive o prazer e o privilégio de vê-lo atuando na Prefeitura Municipal de Macapá, como Prefeito Municipal. Lembro-me daqueles dias em que nós estivemos lá, desfilando com uma frota de ônibus novos naquela cidade. Eu, dirigindo; V. Exª, depois, pediu um tempinho para poder também dirigir o ônibus, e tive a satisfação e o privilégio de auxiliá-lo na condução daqueles veículos. Portanto, sou um grande admirador de V. Exª, pela sua atuação na vida pública e pelo seu compromisso com a população do Amapá, especialmente a população da capital, Macapá. Então, quero cumprimentá-lo pela sua atuação política ao longo da sua vida e da sua carreira pública. Tenho certeza de que nós aqui sentiremos muito, muito a sua falta. E tenho certeza de que o senhor estará bem em Macapá, no seu Amapá, defendendo os interesses do Estado e os interesses da Amazônia, assim com o senhor faz aqui no Senado. Portanto, desejo sucesso a V. Exª e tenho certeza de que estaremos juntos a qualquer momento, a qualquer instante, assim como o futuro nos reservou essa agradável surpresa de nos reencontrarmos aqui no Senado. Portanto, um abraço a V. Exª. Sucesso, seja sempre assim, homem alegre, feliz e comprometido com a população do Amapá. Muito obrigado, Senador.

            O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Muito obrigado, Senador Acir. Também quero registrar a satisfação de ter lhe encontrado aqui e desejar a V. Exª - jovem e que realmente está na política partidária por ideal - um feliz mandato. Vou lhe assistir sempre pelo canal da TV Senado. Digo a V. Exª que também estou à disposição lá no Amapá, que tão bem recebeu V. Exª, que foi fazer um investimento no meu Estado. Por isso, somos gratos a V. Exª.

            Sr. Presidente, vou encerrar e conceder um aparte ao Senador Flexa e ao Senador Adelmir Santana.

            Eu estava falando das minhas dívidas impagáveis. Já relacionei o meu Partido e quero relacionar os funcionários do meu gabinete, que, diariamente, me forneceram o apoio sem o qual o meu mandato simplesmente não existiria. Relaciono, também, os servidores da Casa: da Secretária-Geral da Mesa, da Diretoria-Geral, da Consultoria Legislativa e da Consultoria de Orçamentos, da Advocacia do Senado Federal, do Prodasen, da Gráfica, da Secretaria de Comunicação, da Secretaria de Assistência Médica, das Comunicações; analistas, técnicos e demais funcionários; os nossos queridos taquígrafos e queridas taquígrafas, que formam um dos corpos funcionais mais competentes e preparados do serviço público brasileiro. A todos vocês, meus mais sinceros e emocionados agradecimentos.

            Agradeço, acima de tudo, aos cidadãos do meu Estado e espero ter correspondido às expectativas do povo do Amapá, que confiou em minha capacidade de representá-lo dignamente nesta Casa histórica, com muito trabalho e muita seriedade. A todos vocês posso reafirmar que cumpri rigorosamente com minhas obrigações como Parlamentar, com honra, honestidade, seriedade e dignidade.

            Sr. Presidente, quero, mais uma vez, agradecer a todos os companheiros Senadores e companheiras Senadoras pelos ensinamentos que me proporcionaram, fazendo a minha vida ser mais competente e mais feliz, e dizer que a convivência aqui nesta Casa, realmente, ficou marcada como um dos momentos ou anos de minha vida mais importantes, porque V. Exªs só repassam para nós que convivemos aqui qualidade e honestidade de propósitos.

            Sr. Presidente, permita-me ouvir o Senador Flexa Ribeiro e o Senador Adelmir Santana.

            O Sr. Flexa Ribeiro (PSDB - PA) - Nobre Senador Papaléo Paes, V. Exª usa da tribuna hoje não para fazer um pronunciamento de despedida, mas, eu diria, um pronunciamento de até breve. Tenho certeza absoluta de que V. Exª continuará lutando pelos interesses do seu Estado do Amapá, e isso não deixará a liderança que V. Exª possui naquele Estado e no Partido da Social Democracia Brasileira. Da minha parte, Senador Papaléo, tenho a honra de ser amigo de V. Exª desde bem antes das nossas atividades na política. V. Exª é paraense...

(Interrupção do som.)

            O Sr. Flexa Ribeiro (PSDB - PA) - V. Exª é paraense de nascimento, mas, depois de formado pela Escola de Medicina do Pará, transferiu-se para o Amapá e, lá, fez a carreira profissional com brilhantismo, com competência, com reconhecimento de toda sociedade, e a carreira política. Já foi dito aqui que V. Exª foi Prefeito de Macapá e fez um excelente governo, que o levou ao Senado Federal. Os percalços das últimas eleições, tenho certeza absoluta, não tirarão a determinação e a fibra que V. Exª demonstrou ao longo do seu mandato, aqui, de oito anos, em que esteve - todos presenciamos - sempre atento na defesa dos interesses do Brasil, do Amapá e, principalmente, daqueles mais necessitados. Conte com o seu amigo e com o gabinete do seu amigo como sendo seu na próxima Legislatura. Nós estaremos juntos e tenho certeza absoluta que Deus vai iluminar e abençoar os passos que V. Exª dará a partir de 1º de fevereiro, na certeza de que, como eu disse, continuará lutando pelo seu Estado do Amapá e pelo Brasil. Parabéns! Que Deus o abençoe e o traga de volta o mais breve possível.

            O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Muito obrigado, meu companheiro. Desejo a V. Exª um outro mandato tão feliz quanto este que estamos encerrando, outra Legislatura. Também quero reconhecer minha amizade por V. Exª e agradecer o seu gabinete, que, logicamente, será muito ocupado quando for necessário.

            Senador Adelmir Santana.

            O Sr. Adelmir Santana (DEM - DF) - Senador Papaléo, as despedidas que V. Exª faz aqui certamente são apenas uma despedida protocolar, porque, do ponto de vista pessoal, nós haveremos de continuar mantendo essas relações de amizade que foram feitas no decorrer destes últimos anos, sempre com muita simpatia - como foi destacado aqui pelos meus antecessores -, com muita lealdade, com muita alegria, que é o seu comportamento no dia a dia aqui, entre nós. Eu queria me associar às palavras dos que o apartearam antes de mim. Eu estava ouvindo o discurso de V. Exª, e quero lhe dizer que aprendi, com o decorrer do tempo, a admirá-lo, pela forma como V. Exª conduz seu o dia a dia, sem nenhum momento de trauma ou tristeza, sempre com muita seriedade, mas com muita alegria e simpatia entre todos nós. A eleição, o sistema democrático, é isto mesmo: em alguns momentos, estamos numa situação; noutros momentos, noutra situação, às vezes, como é o caso agora, sem o mandato. Mas isso, certamente, não o tirará da vida pública, porque a medicina fez com que o senhor entendesse as necessidades políticas e o fez disputar eleições. Certamente, isso não vai acabar nesses próximos anos. Já teremos uma eleição daqui a dois anos, outra daqui a mais dois anos. Isso vai sempre mexer - tenho certeza - com o sentimento de V. Exª. Então, eu queria lhe dizer que foi uma convivência extremamente útil para mim o contato que tivemos nos últimos anos e, do mesmo modo como diz Flexa Ribeiro, o gabinete em Brasília estará à sua disposição, eu sou residente nesta cidade há 48 anos, queira, portanto, ter seu amigo Adelmir Santana, aqui e fora daqui, mas nesta cidade, à sua disposição sempre naquilo de que precisar. Estou às suas ordens e me congratulo com V. Exª pela sua despedida.

            O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Muito obrigado, Senador Adelmir. Também V. Exª tem minha amizade. E ao seu gabinete, igualmente, muito obrigado.

            Quando fui visitá-lo, pela primeira vez aqui, no Senado, no gabinete, entrei sem me anunciar, e V. Exª estava exatamente escrevendo um cartão de cumprimentos para mim. Dali em diante, realmente, a nossa amizade foi selada. Muito obrigado, Senador.

            Senador Gilvam Borges, com muita honra, concedo-lhe um aparte.

            O Sr. Gilvam Borges (PMDB - AP) - Senador Papaléo, sem dúvida, para nós, amapaenses, é uma honra e uma satisfação ter em V. Exª uma representação que fez com um mandato extremamente profícuo, sem máculas. V. Exª desenvolveu o seu papel, atribuído pelo nosso povo, pelo nosso Estado, com uma reconhecida votação, como Prefeito da capital. Um homem que tem realmente uma personalidade espraiada em todo o Estado do Amapá e do Brasil.

(Interrupção do som.)

            O Sr. Gilvam Borges (PMDB - AP) - Nós tivemos oportunidade de mostrar ao País o valor dos nossos Parlamentares. E V. Exª está no quadro, é um dos nossos companheiros que todos reverenciamos, aplaudimos pela excelente performance, com galhardia, um homem extremamente honesto, um homem que sai com uma grande quantidade de projetos apresentados, pronunciamentos, assíduo parlamentar aqui no Senado Federal. E, além da sua capacidade de trabalho, do seu profissionalismo como médico, V. Exª tem a verve da política e tem sido realmente uma referência, um valor grandioso para nós, Senador Papaléo. Então, para nós, não é aquela velha frase do até mais ou até logo ou apenas está começando. A vida de todos nós é feita de etapas, de batalhas, e nós vamos superando-as uma a uma, e V. Exª é um exemplo disso. Que bom que o Amapá pode ter V. Exª como um exemplo para todos nós. E pela espirituosidade de V. Exª, pela leveza do bom relacionamento, V. Exª ficará no corpo desta Casa como um homem extremamente amável, de relações humanas extremamente consideráveis. É a sua imagem, é a imagem do Amapá. Nós somos isso. Portanto, Senador Papaléo, não é um até mais, nós estaremos juntos em muitas oportunidades. ...

(Interrupção do som.)

            O Sr. Gilvam Borges (PMDB - AP) - ....seja aqui no Congresso Nacional, seja lá nas ruas de Macapá ou em qualquer ponto do nosso Estado. V. Exª sabe que terá um amigo e um admirador. Então, para nós, tê-lo no nosso Estado de volta não terá muito diferença porque V. Exª é um militante constante, um homem de ideias, um homem que terá muito ainda a contribuir com o Estado do Amapá. Portanto, quero desejar a V. Exª muito sucesso. Haveremos de nos ver muitas vezes e reiteradas vezes, acredito nisso. Se não for ainda neste plano - quem sabe, porque nós somos muito efêmeros; o homem é como galinha de granja, que a qualquer hora pode ser abatida -, no plano espiritual, mas haveremos de nos encontrar muitas vezes. Acredito, Senador Papaléo, que isso é grandioso. V. Exª é um homem público grandioso, e nós estaremos juntos lá no Amapá, como estivemos nesta eleição, juntos como companheiros, sofrendo, lutando, pelejando. O Amapá se sente feliz de podê-lo abraçar novamente mais de perto. V. Exª esteve aqui cumprindo uma missão e volta ao Estado do Amapá para cumprir outra missão. E assim prosseguiremos. Parabéns pelo excelente mandato que V. Exª exerceu nesta Casa!

            O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Senador Gilvam, muito me honra seu depoimento. Nós tivemos oportunidade, pela primeira vez, de participar de uma campanha política. Quero dizer que conheci muito mais das suas qualidades. Suas palavras agora me deixam muito feliz, porque são palavras de alguém que tem uma convivência conosco, que é do meu Estado. V. Exª me deu oportunidade para que eu possa agradecer o trabalho que fez pelo Estado do Amapá, como ex-Deputado Federal e Senador no segundo mandato, que vai ao terceiro mandato. Quero agradecer a V. Exª, que, junto com o Presidente Sarney, continuarão aqui no Senado Federal, lutando pelo Estado do Amapá.

            Desejo que o próximo mandato de V. Exª seja tão profícuo como foram tantos até hoje.

            E juntamente com o novo Senador, Senador Randolfe Rodrigues, que vai assumir a terceira cadeira no Senado Federal, possam ter paciência conosco pelas nossas cobranças e que possam ter, a cada dia, mais força, mais determinação para honrar o Estado do Amapá.

            Por isso, Senador Gilvam, saio daqui muito honrado em ter participado como Senador da República, junto com V. Exª, lutando pelo Estado do Amapá, e honrado também, com suas palavras, sua confiança em mim.

            Muito obrigado.

            Senador Marco Maciel.

            O Sr. Marco Maciel (DEM - PE. Com revisão do aparteante.) - Senador Papaléo Paes, gostaria de, em rápidas palavras, cumprimentá-lo pelo desempenho excepcional no Senado da República. V. Exª médico, profissional muito reputado no seu Estado, logo que aqui chegou rapidamente desempenhou com muito espírito público, com muita seriedade e assiduidade o mandato que o povo do Amapá lhe conferiu. Devo aproveitar a ocasião para dizer que V. Exª também revelou aqui suas qualidades de homem público. Quero dizer, consciente das suas responsabilidades em defender o interesse do seu Estado porque o Senado é a casa da Federação e os Senadores representam seus respectivos Estados e são, portanto, advogados dos seus Estados. Aliás, Rui Barbosa preconizou um Estado Federal brasileiro que, com a Constituição de 1891, passou a considerar os Estados como entes federativos e, consequentemente, isso contribuiu para que consolidássemos a nossa experiência republicana, bicameral e presidencialista. Nobre Senador Papaléo Paes, V. Exª tem a consciência do dever cumprido porque honrou a delegação do seu povo, soube interpretar os sentimentos de sua gente e, hoje, recebe o reconhecimento no momento em que se despede do Senado Federal. Mas sei, como V. Exª é um jovem político, certamente terá muitas outras oportunidades para servir ao País e a suas instituições. Muito obrigado a V. Exª.

            O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Obrigado, Senador Marco Maciel. V. Exª - tive a oportunidade de dizer- é um espelho para todo aquele cidadão que pretenda ou que queira se mirar num bom político. V. Exª tem a minha admiração como Senador, como homem necessário para este País, e uma das lamentações que tenho durante essas eleições é V. Exª não ter sido reconduzido para esta Casa, que tanto precisa de V. Exª. Saiba que suas palavras me enchem de satisfação.

            Primeiro, nunca pensei estar aqui nesta Casa junto de pessoas tão ilustres como as que estão aqui e muito menos pensei em ouvir o que acabei de ouvir dos meus companheiros Senadores e de V. Exª, que é um símbolo da democracia deste País. Muito obrigado, Senador.

            Com as suas palavras, quero, mais uma vez, agradecer a todos aqueles a quem já fiz referência e dizer, Sr. Presidente, que saio daqui, mais uma vez, repito, feliz por ter cumprido a minha obrigação que o povo me deu e feliz por estar satisfazendo a vontade popular.

            Muito obrigado. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/12/2010 - Página 58644