Discurso durante a 210ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Anseio do povo paraibano por grandes obras estruturantes que permitirão alavancar sua economia e contribuir para a continuidade do crescimento da região e de todo o País. .

Autor
Roberto Cavalcanti (PRB - REPUBLICANOS/PB)
Nome completo: Roberto Cavalcanti Ribeiro
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • Anseio do povo paraibano por grandes obras estruturantes que permitirão alavancar sua economia e contribuir para a continuidade do crescimento da região e de todo o País. .
Publicação
Publicação no DSF de 16/12/2010 - Página 58821
Assunto
Outros > DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, CRESCIMENTO ECONOMICO, BRASIL, MELHORIA, QUALIDADE DE VIDA, EFETIVAÇÃO, INCLUSÃO SOCIAL, REDUÇÃO, DESIGUALDADE SOCIAL, REGISTRO, DESENVOLVIMENTO, REGIÃO NORDESTE, ESPECIFICAÇÃO, ESTADO DA PARAIBA (PB), CRIAÇÃO, EMPREGO, DESCENTRALIZAÇÃO, RENDA, CRESCIMENTO, TURISMO, AGROPECUARIA, EXPORTAÇÃO, MERCADO IMOBILIARIO, INDUSTRIA, SETOR, ENERGIA, MINERAÇÃO, PETROLEO.
  • DEFESA, MELHORIA, INFRAESTRUTURA, ESTADO DA PARAIBA (PB), GARANTIA, CONTINUAÇÃO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, COMENTARIO, DIVERSIDADE, OBRAS, REALIZAÇÃO, ESTADO DA BAHIA (BA), ESTADO DE ALAGOAS (AL), ESTADO DE PERNAMBUCO (PE), ESTADO DO CEARA (CE), ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (RN), NECESSIDADE, INVESTIMENTO, ESTRUTURAÇÃO, RODOVIA, APARELHAMENTO, PORTO, AEROPORTO, QUALIDADE, EDUCAÇÃO, DIFUSÃO, TECNOLOGIA, SAUDAÇÃO, AUMENTO, DEMANDA, CURSO DE GRADUAÇÃO, ENGENHARIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA (UFPB), REGISTRO, PESQUISA, CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDUSTRIA (CNI), INSUFICIENCIA, ENGENHEIRO, MERCADO DE TRABALHO.
  • DEFESA, INSTALAÇÃO, POLO PETROQUIMICO, ESTADO DA PARAIBA (PB), COMENTARIO, REALIZAÇÃO, CONVENIO, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), DESENVOLVIMENTO, Biodiesel, ETANOL, VOCAÇÃO, REGIÃO, PRODUÇÃO, FERTILIZANTE, NECESSIDADE, INVESTIMENTO, PORTO, ALTERAÇÃO, TRECHO, FERROVIA.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PSC - PI) - Pela ordem, tinha pedido e está inscrito aqui o Senador Roberto Cavalcanti.

            Antonio Carlos Junior, V. Exª está como orador inscrito e também como líder. Estamos à disposição para ouvi-lo.

            Roberto Cavalcanti, se quiser, em seguida...

            O Senador Roberto Cavalcanti está na tribuna. Ele é do PRB da Paraíba.

            O SR. ROBERTO CAVALCANTI (Bloco/PRB - PB) - Se for da conveniência e do prazer do Senador ACM Júnior, eu cedo esse meu tempo.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PSC - PI) - Não, é depois de V. Exª. Pode usar da palavra.

            O SR. ROBERTO CAVALCANTI (Bloco/PRB - PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, por diversas vezes, tenho ocupado esta tribuna para festejar os resultados do nosso crescimento econômico, a solidez da nossa economia e a projeção do nosso País no cenário internacional.

            Também tenho festejado, como consequência desse desempenho, a melhoria das condições de vida e a inclusão social de milhões de brasileiros, mercê, aliás, não só do crescimento econômico, mas também das políticas públicas voltadas para a redução das desigualdades.

            O Brasil vive hoje um momento de grande otimismo, que pode ser constatado pelo humor das pessoas e pela elevação do consumo, mas também, de forma muito clara, pela confiança dos empreendedores nacionais e pelo aumento dos investimentos estrangeiros em diversos segmentos de negócios.

            A Paraíba e todo o Nordeste, Srªs e Srs. Senadores, são beneficiários desse crescimento econômico e do fortalecimento do mercado interno.

            Já comentei, aqui mesmo, neste egrégio plenário, o êxito das políticas públicas dos últimos anos, que reduziram de 50 milhões para 30 milhões o número de brasileiros muito pobres.

            Na Paraíba, a concentração de renda reduziu-se em cerca de 7% em apenas uma década, e, a ter continuidade o modelo econômico que adotamos, a geração de empregos e a distribuição da renda mudarão as perspectivas de vida de uma população que se julgava condenada ao atraso.

            No que concerne aos investimentos nacionais e estrangeiros no Nordeste, os setores mais demandados são o mercado imobiliário, o turismo, o agronegócio, a área de confecções e as atividades ligadas à infraestrutura - indústria, energia, mineração e petróleo.

            O setor imobiliário vive um verdadeiro boom, bastando lembrar que o Brasil só perde em investimentos nessa área, entre os emergentes, para a China.

            Os voos que agora partem das capitais nordestinas para os Estados Unidos e a Europa - antes, uma exclusividade da Região Sudeste - são um indicativo de como o Nordeste atraiu investidores e turistas e de como sua própria população demanda uma prestação de serviços mais sofisticada.

            Essas ponderações, Sr. Presidente, embasam uma das bandeiras da minha atividade nesta Casa, que é a necessidade de dotarmos a região Nordeste - particularmente a Paraíba, que tenho a honra de representar neste colegiado - de uma infraestrutura sólida e diversificada, capaz de sustentar a exploração de todo esse imenso potencial de riquezas.

            Não poderia dizer, absolutamente, que o Nordeste tem ficado à margem dos investimentos em infraestrutura. Isso não é verdade.

            Temos acompanhado as políticas públicas que vêm modificando a paisagem regional e acenado para um período de grande prosperidade, como, por exemplo, a da Ferrovia Transnordestina.

            Esse é um exemplo, Sr. Presidente, de obra que terá grande impacto na economia nordestina, integrando-a à economia de outras regiões. A economia regional será também integrada pela complementaridade de outras obras, como o polo petroquímico de Camaçari, na Bahia, o polo cloroquímico, em Alagoas, e os complexos de construção naval e de refino de petróleo, em Pernambuco, ou ainda as atividades de siderurgia no Ceará e a produção de gás no Rio Grande do Norte, cada um à sua época.

            Entretanto, as reivindicações nunca serão demasiadas para um Estado que sofre com diversas carências, como a Paraíba, e que agora vislumbra uma perspectiva de significativo desenvolvimento.

            Para que essas melhorias sociais, econômicas e culturais que ora se projetam tenham continuidade e para que logremos uma situação de efetivo desenvolvimento sustentável, temos que insistir nos investimentos estruturantes e no desenvolvimento tecnológico.

            Ao lado das inversões em produção de energia, abertura de estradas, aparelhamento de portos e aeroportos e melhoria do saneamento, precisamos investir na educação de todo o povo, com ênfase nos jovens e na disseminação da tecnologia. A propósito, é gratificante observar a alta demanda pelos cursos de Engenharia da Universidade Federal da Paraíba, conforme noticiou recentemente a mídia local.

            Hoje, com a retomada do crescimento do País e o mercado cada vez mais aquecido [informou um periódico], aumenta a procura pelos cursos de Engenharia na Paraíba.

            Setores como o da construção civil, telecomunicações, metalurgia, siderurgia, petroquímico, entre outros, são os que mais padecem com a falta desses profissionais.

            De acordo com o estudo realizado pela Confederação Nacional da Indústria, a CNI, o Brasil tem seis engenheiros para cada grupo de 100 mil pessoas, quando deveria ter pelo menos 25 para atender todas as vagas. As perspectivas para a Paraíba são muitas e muito promissoras. Entretanto, a presença da Petrobras em nosso Estado é mínima, quase invisível, enquanto muitos são os nichos para que essa presença se afirmasse e ganhasse visibilidade.

            A produção de biocombustíveis, por exemplo, é uma delas. A Petrobras Biocombustível, que pretende ampliar sua presença nos mercados de etanol e biodiesel, já firmou convênios para facilitar os investimentos de 60 mil produtores de mamona, soja e girassol em vários Estados nordestinos, entre eles a Paraíba.

            Mas ainda é pouco, Sr. Presidente, para o que necessitamos e pretendemos. Os paraibanos poderiam ser beneficiados também, e essa é uma sugestão para a qual solicitamos especial atenção de nossas autoridades, com instalação de um polo petroquímico em seu território, aproveitando o potencial da bacia sedimentar Pernambuco-Paraíba.

            Embora não seja tão promissora para a prospecção e a exploração de hidrocarbonetos, tem grande importância para a produção de fosfato e calcário.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Brasil, como se sabe, importa mais de 60% dos fertilizantes fosfatados.

            A exploração da bacia sedimentar Pernambuco-Paraíba, portanto, pode trazer dividendos não somente para a economia regional, mas também para o incremento da produção agrícola nacional e da nossa pauta de exportações.

            Nesse ponto, não há como ignorarmos a conveniência de se investir no Porto de Águas Profundas, originalmente pensado para Lucena e agora remanejado, após estudos técnicos, para Mataraca, voltado a atender os interesses de grandes navios cargueiros, bem como na modificação da Ferrovia Transnordestina, para se inserir uma alça no ramal até o citado porto.

            Sr. Presidente, para finalizar, quando todo o Brasil antevê um tempo de grandes melhorias, em razão de sua economia consolidada e agora das perspectivas trazidas pelas novas reservas petrolíferas, a Paraíba não pode ficar assistindo ao progresso dos demais Estados federalizados.

            E a Petrobras precisa ser sensível a essa demanda!

            A Paraíba não reclama privilégios, mas não pode ser ignorada num processo de desenvolvimento que se pretende democrático e que deve trazer benefícios para todos. O povo paraibano, neste momento, espera continuar recebendo das autoridades nacionais o justo tratamento que vem merecendo até aqui e anseia pelas grandes obras estruturantes, que permitirão alavancar sua economia e contribuir para a continuidade do crescimento da região e de todo o País.

            Era este clamor, esta solicitação que faço neste momento desta tribuna para que haja sensibilização federal no tocante a despertar vocações natas paraibanas no sentido de estruturar o Estado economicamente em termos de polos autossustentáveis, polos efetivamente estruturantes de desenvolvimento.

            Era isso, Sr. Presidente. Muito obrigado pelo tempo e pela cessão da oportunidade de estar aqui, nesta tribuna.

 

            


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/12/2010 - Página 58821