Pronunciamento de Neuto de Conto em 15/12/2010
Discurso durante a 210ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Recordação do início da vida política de S.Exa. e do trabalho desenvolvido como senador pelo Estado de Santa Catarina.
- Autor
- Neuto de Conto (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/SC)
- Nome completo: Neuto Fausto de Conto
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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ATUAÇÃO PARLAMENTAR.
POLITICA DE DESENVOLVIMENTO.:
- Recordação do início da vida política de S.Exa. e do trabalho desenvolvido como senador pelo Estado de Santa Catarina.
- Publicação
- Publicação no DSF de 16/12/2010 - Página 58953
- Assunto
- Outros > ATUAÇÃO PARLAMENTAR. POLITICA DE DESENVOLVIMENTO.
- Indexação
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- OPORTUNIDADE, DESPEDIDA, MANDATO, BALANÇO, VIDA PUBLICA, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, SENADO, PRESIDENTE, COMISSÃO DE AGRICULTURA, REFORMA AGRARIA, COMISSÃO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, TURISMO, PARTICIPAÇÃO, COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONOMICOS, COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO JUSTIÇA E CIDADANIA.
- RELEVANCIA, TRABALHO, ORADOR, DESENVOLVIMENTO AGROPECUARIO, BRASIL, APRESENTAÇÃO, DADOS, PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB), PARTICIPAÇÃO, SETOR, ECONOMIA NACIONAL, RELATORIO, ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A ALIMENTAÇÃO E AGRICULTURA (FAO), DIVULGAÇÃO, MINISTERIO DA AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO (MAPA), DEMONSTRAÇÃO, CRESCIMENTO, PAIS, MERCADO INTERNACIONAL, EXPECTATIVA, AMPLIAÇÃO, PROCESSO.
- COMENTARIO, VOCAÇÃO, BRASIL, TURISMO, NECESSIDADE, AMPLIAÇÃO, DESENVOLVIMENTO, SETOR, ELOGIO, PRESTIGIO, ECONOMIA NACIONAL, AMBITO INTERNACIONAL, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, PARLAMENTO, MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL), EXPECTATIVA, EVOLUÇÃO.
- DEPOIMENTO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, PLANO, ESTABILIZAÇÃO, ECONOMIA NACIONAL, IMPLANTAÇÃO, REAL, RELATOR, MATERIA, COMISSÃO ESPECIAL, APRESENTAÇÃO, DADOS, CRESCIMENTO ECONOMICO, BRASIL, DEFESA, REALIZAÇÃO, REFORMA POLITICA, REFORMULAÇÃO, PACTO, FEDERAÇÃO, OBJETIVO, GARANTIA, CONTINUAÇÃO, CRESCIMENTO.
- AGRADECIMENTO, APOIO, MANDATO, ORADOR, ASSESSORIA, CONFEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUARIA DO BRASIL (CNA), ENTIDADE, TURISMO, SERVIDOR, SENADO, SENADOR, IMPRENSA, ELEITOR, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC).
O SR. NEUTO DE CONTO (PMDB - SC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador José Sarney; Srªs Senadoras e Srs. Senadores, assomo a esta tribuna para também, como os demais Senadores que encerram seu mandato no próximo dia 31 de janeiro, fazer minha despedida desta tribuna e desta Casa. Eu o faço vivendo o passado, faço-o recordando meu início na vida política.
Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho de uma pequena comunidade, Jacarezinho, no interior do Município de Encantando, no Rio Grande do Sul, e, há mais de meio século, aportei em Santa Catarina. Nessa trajetória de vida, nessa jornada de trabalho, vivi numa pequena propriedade rural, que nos fornecia a sustentação familiar, e cheguei a ser produtor rural. De aluno, cheguei a professor; de operário, de empregado, a empregador.
Consequentemente, passando para a vida política, fui Vereador por três mandatos na minha querida São Miguel do Oeste, fui Deputado Estadual, exerci três mandatos como Deputado Federal e, portanto, agora, concluo nove mandatos legislativos. Foi uma trajetória que me gratificou muito, porque passei por todas as Casas legislativas do País: no Município, no Estado, na Câmara dos Deputados e no Senado da República. Ocupei também, Srªs e Srs. Senadores, quatro Secretarias de Estado diferentes: fui Secretário dos Negócios do Oeste, Secretário da Casa Civil, Secretário da Agricultura, Abastecimento e Irrigação e Secretário da Fazenda do meu Estado, Santa Catarina. Sou fundador do MDB, do PMDB; fui Presidente Municipal, Presidente Estadual e membro nacional.
Esses são os dados que eu gostaria de deixar registrados, para adentrar nas ações do meu mandato nesta Casa.
No meu mandato nesta Casa, ocupei a Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, em que fui Presidente, e a Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo, em que sou o Presidente atual. Fui membro da Comissão de Assuntos Econômicos e suplente na Comissão de Agricultura e na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania.
Em relação à agricultura, este, talvez, seja o fato mais importante que devo relatar aqui: por meio do trabalho, mas, principalmente, da observação e do acompanhamento desse setor fundamental da vida do Brasil, vejo que a agricultura tem mostrado dados fundamentais não só pela sua estabilização e pelo seu crescimento, mas, principalmente, pelo que representa para o futuro. Hoje, a agricultura representa 33% do PIB nacional, 34% das exportações, 37% dos empregos. Representa o abastecimento de 180 milhões de brasileiros e também contribui em 214 países com alimentos para os povos do mundo.
Há pouco tempo, li, em relatório fornecido pela FAO e divulgado pelo Ministério da Agricultura, que o Brasil será responsável por 21% do consumo da carne suína no mundo, por 60% do consumo da carne bovina e por 90% do consumo da carne de frango. Apresento esses dados, para que se tenha ideia do desenvolvimento e do crescimento desse setor no País.
Não tenho dúvida de que, se internarmos o processo produtivo nos 90 milhões de hectares do Centro-Oeste e do Nordeste, sem agredir o meio ambiente com desmatamento, se internarmos os 30 milhões de hectares que estão degradados nas fazendas e se pudermos - e podemos - ainda consorciar agricultura com pastagem, mais 30 milhões de hectares poderão ser internados, e vamos quadruplicar a habitual produção do País.
Hoje, data em que me despeço, eu gostaria também de adentrar um pouco na Comissão do Desenvolvimento Regional e Turismo, que presidimos e em que há um espaço extraordinário de crescimento, com tecnologia moderna. Com tudo o que se apresenta para a máquina substituir o homem, não temos dúvida de que o serviço será o grande caminho para o emprego no futuro. E esse caminho está tão aberto e tão potente quanto os dados técnicos que se apresentam.
Nós somos, hoje, a oitava economia do mundo e deveremos, ainda nesta década, chegar a ser a quinta economia do mundo, mas, no turismo, o WTTC, Conselho Mundial de Viagem e Turismo, nos diz, em uma pesquisa envolvendo 181 países, que somos o décimo terceiro. Ora, se somos a quinta economia e o décimo terceiro no segmento, é claro que temos um espaço fantástico para buscar o crescimento. Por outro lado, estamos distantes e somos o 41º destino turístico internacional e, também, somos o 39º em entrada de divisas.
Eu gostaria de citar outro número, Sr. Presidente, que nos dá uma dimensão mais clara: o turismo hoje, no Brasil, já é o quinto segmento em entrada de divisas; só perde para o minério de ferro, para a venda do petróleo, para a soja em grãos, que exportamos, e, principalmente, para a carne de frango. Depois, vem o turismo, como grande instrumento da nossa economia.
Não temos dúvida alguma de que esses dados nos dão uma visão clara, aberta e muito farta para dizer a esta Casa e ao Brasil que, no turismo, temos um espaço muito grande para o crescimento. E, na agricultura, deveremos crescer muito para o que se apresenta na economia mundial.
Eu gostaria, também, de deixar uma mensagem sobre o Mercosul, de cujo Parlamento faço parte. Avançamos bastante, mas precisamos avançar muito mais para que o nosso País possa, com a sua liderança dentro desse mercado, encontrar todos os espaços para o engrandecimento e para o desenvolvimento dessa economia.
Para encerrar, eu não poderia deixar de registrar que, após nove mandatos legislativos, meu caro Senador e futuro Governador Raimundo Colombo, talvez a maior obra que produzimos tenha ocorrido em 1994, quando fui Relator do Plano de Estabilização da Economia do País: o nosso Plano Real. Quando a inflação representava 80% ao mês e 2,5% ao dia, tivemos um projeto de conversão com 53 alterações. A Comissão especial pôde oferecer, naquela oportunidade, ao Plenário do Congresso Nacional, uma proposta fundamentada para que pudéssemos sair daquele quadro tão difícil e complicado.
Sem dúvida alguma, o plano de estabilização nos deu alguns números extraordinários. Em 1994, o nosso PIB era de 359,2 bilhões e fechamos o ano de 2009 em 3,1 trilhões, com um crescimento, em 15 anos, de 900 vezes E, se quisermos alcançar o patamar de quinta economia do mundo, teremos de dobrar o nosso PIB, e certamente o faremos, pela força do trabalho, pelas leis constituídas e, principalmente, pela força de trabalho da nossa sociedade.
Vamos deixar alguns espaços em que deixamos de progredir.
Não precisamos de uma reforma tributária; precisamos de uma reforma política, partidária e eleitoral; e precisamos, como nunca, de uma reforma profunda do pacto federativo, para que esse crescimento extraordinário possa encontrar, nas legislações, a força, a vontade e, principalmente, os meios legais para esse crescimento.
Por isso encerro, Sr. Presidente, primeiramente agradecendo a todos os segmentos: à CNA, pelo trabalho com que nos ajudou na agricultura; ao trade turístico, pelo trabalho com que nos tem assessorado e nos proporcionado, em todos os caminhos, para o turismo do Brasil e o desenvolvimento regional; às assessorias legislativas desta Casa, que se têm colocado à disposição e nos ajudado muito; aos funcionários do Senado da República; aos funcionários do meu gabinete, o gabinete nº 14, da nossa ala de trabalho.
Quero agradecer ao departamento médico por tudo que tem feito em todas as vezes que dele precisamos; ao secretário e à secretária das Comissões, que nos auxiliaram para que pudéssemos exercer um trabalho profundo; quero agradecer à imprensa, por tudo quanto tem proporcionado na divulgação dos nossos trabalhos no Senado da República, a serviço de Santa Catarina e à disposição do nosso Governador Luiz Henrique da Silveira e do nosso Vice-Governador Leonel Arcanjo Pavan.
Eu gostaria de falar da minha disposição e agradecer pela oportunidade de estar aqui, mas também agradecer aos catarinenses por tudo que têm feito, principalmente nas urnas, pela confiança no trabalho e pela oportunidade que me deram para representá-los.
Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, desço desta tribuna gratificado. Saio desta Casa agradecido pela oportunidade e, principalmente, pelos colegas, pelo trabalho de companheirismo, pelas ações desenvolvidas e pelo trabalho executado em favor de Santa Catarina e em defesa dos interesses do Brasil.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
Muito obrigado, Srªs e Srs. Senadores.