O SR. HERÁCLITO FORTES (DEM - PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, V. Exª hoje, no final da manhã, fez um pronunciamento, e fiquei atento a algumas afirmações feitas por V. Exª no que diz respeito a emendas parlamentares destinadas, por parlamentares do Piauí, para determinadas rubricas. Eu, curioso, fui me aprofundar na matéria e vi que V. Exª, além de ter razão, foi modesto nos números.

            No ano de 2010, na rubrica “Divulgação de Turismo Interno”, que é exatamente onde existe esse veio que deriva para os carnavais fora de época e para essas festas completamente fora de propósito em se tratando de um Estado pobre como o nosso, o Governo liberou R$15,82 milhões, dos quais R$7 milhões já foram pagos. É um absurdo!

            Para o Programa Segundo Tempo, que é outro veio de corrupção, o Governo liberou R$3,5 milhões, dos quais já pagou R$1,2 milhão. O Pró-Jovem - e, aí, a coisa é mais escandalosa - beira a quase R$100 milhões.

            Sr. Presidente, é preciso que o Governo tome uma atitude com relação a isso. O Pró-Jovem seria muito bem-vindo ao Piauí se esses cursos realmente tivessem sido ministrados.

            O Senador Raimundo Colombo, futuro Governador de Santa Catarina, que presidiu, antes de mim, a CPI das ONGs, lembra-se que apareceu, em Santa Catarina e no Paraná, uma entidade que fazia, mais ou menos, esse mesmo tipo de trabalho. Era a Cotraf, salvo engano. Não é isso, Senador Colombo? Cotraf. Tentou-se, por todos os meios, apurar os fatos, não com o intuito de perseguição, mas apenas com o propósito de estancar esse sangradouro de verbas públicas.

A CPI não obteve sucesso porque a base do Governo não deixou que ela se reunisse e que ela apurasse. Os fatos estão vindo à tona...

            Esse carnaval fora de época no Estado do Piauí é muito grave, Sr. Presidente! Espero que o Ministério Público atue nesse caso. Espero que o Ministro Jorge Hage, que conheço há algum tempo e a quem tenho na conta de um homem altamente sério, apure esses fatos.

            Ontem, vi a indignação de S. Exª diante das informações que recebeu no que diz respeito ao comércio de OSCIPs. Isso é apenas a ponta do iceberg. É preciso, Sr. Presidente, que esses fatos sejam apurados.

            Eu tomei o cuidado, após ter visto o pronunciamento de V. Exª hoje pela manhã, de juntar esses dados, que são preliminares, mas comprometo-me a trazê-los ainda com mais detalhes, para que a Nação brasileira veja como é que um Estado pobre, como o Piauí, gasta em carnaval fora de época, com a contratação de bandas superfaturadas, como bem afirmou V. Exª, recursos que poderiam estar sendo destinados ao saneamento, à saúde, às necessidades vitais do nosso povo.

            Era o registro, Sr. Presidente.