Discurso durante a 217ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Relato de que, mesmo tendo um dos maiores investimentos per capita em saúde e educação, o Estado de Roraima não presta bons serviços nestas duas áreas.

Autor
Mozarildo Cavalcanti (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/RR)
Nome completo: Francisco Mozarildo de Melo Cavalcanti
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ESTADO DE RORAIMA (RR), GOVERNO ESTADUAL.:
  • Relato de que, mesmo tendo um dos maiores investimentos per capita em saúde e educação, o Estado de Roraima não presta bons serviços nestas duas áreas.
Aparteantes
Mão Santa.
Publicação
Publicação no DSF de 23/12/2010 - Página 60952
Assunto
Outros > ESTADO DE RORAIMA (RR), GOVERNO ESTADUAL.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, PRESENÇA, MEMBROS, FAMILIA.
  • DENUNCIA, CORRUPÇÃO, APLICAÇÃO DE RECURSOS, GOVERNO ESTADUAL, ESTADO DE RORAIMA (RR), AREA, EDUCAÇÃO, SAUDE, COMPARAÇÃO, ESTADOS, SUPERIORIDADE, GASTOS PUBLICOS, SETOR, INFERIORIDADE, RESULTADO, GRAVIDADE, SITUAÇÃO, CONCLAMAÇÃO, PROVIDENCIA, MINISTERIO PUBLICO ESTADUAL, MINISTERIO PUBLICO FEDERAL, TRIBUNAL DE CONTAS, TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (TCU), OPINIÃO, ORADOR, CRIME HEDIONDO, VITIMA, POVO, SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, DADOS.
  • APRESENTAÇÃO, VOTO, SAUDE, PAZ, FESTA NATALINA.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PTB - RR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Acir Gurgacz, que brilhantemente conduz os trabalhos nesta tarde, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, senhores telespectadores da TV Senado, ouvintes da Rádio Senado, quero, Sr. Presidente, nesta tarde, ao começar meu pronunciamento, graças à gentileza da Senadora Ideli, que permutou comigo a sua vez, dizer que ela me pediu que dissesse a todos, que ela estava deixando um abraço, juntamente com os votos de um bom Natal a todos, um bom Ano Novo, porque ela não pode, infelizmente, usar da palavra como desejava.

            Antes de entrar no assunto do meu pronunciamento, Senador Acir, eu quero registrar aqui a presença na tribuna de honra do Senado da D. Teresa, pessoa que estimo muito, avó do meu genro, que também está presente, Dr. Carlos Augusto, que é Procurador do Distrito Federal, do meu neto primogênito, Pedro Vítor Cavalcanti, que está aqui presente também, e dizer que é uma felicidade poder falar com eles aqui na tribuna de honra.

            Sr. Presidente, há dias eu fiz aqui um pronunciamento sobre a educação no meu Estado, e fiz uma comparação em face do ranking, isto é, da avaliação que foi feita nos Estados, em que o meu Estado está lá entre os últimos colocados. E comparei um dado interessante: o investimento, quer dizer, o dinheiro aplicado no setor no meu Estado só perdia para o Distrito Federal. Quer dizer, o Distrito Federal é o primeiro colocado, o meu Estado, o segundo colocado, em gastos, Senador Mão Santa.

            No resultado, o Distrito Federal é o primeiro colocado e o meu Estado, um dos últimos. Quer dizer, então ali só pode haver, claramente, a má aplicação dos recursos, o uso indevido, a corrupção com o dinheiro da educação.

            E hoje eu quero trazer aqui, Senador Mão Santa, um dado sobre saúde. Há poucos dias, o Secretário de Saúde e também o Governador do Estado disseram, querendo se defender em razão do estado calamitoso em que se encontra a saúde, que faltava dinheiro para a saúde no meu Estado, isto é, que havia pouco dinheiro para atender a demanda.

            Eu fui procurar ver, Senador Mão Santa, e descobri que em de 2007, 2008 e 2009, já que 2010 ainda está terminando, os recursos existentes, comparando apenas o meu Estado com mais três, com o Amazonas, que é vizinho a Roraima, com São Paulo, que é o maior Estado da Federação e com o Distrito Federal e, por incrível que pareça, Senador Mão Santa, em 2007 Roraima só gastou menos do que o Distrito Federal. Mas gastou mais, isto é, recebeu mais dinheiro do que São Paulo e do que o Amazonas. A mesma coisa se deu em 2008, e, pior ainda, em 2009: quase que o dinheiro disponível em Roraima, e quero deixar frisado aqui, se você dividir o dinheiro pelo número de habitantes, quer dizer, o valor per capita gasto no meu Estado só perdeu, vou repetir aqui, nas quatro unidades da Federação comparadas, Roraima, Amazonas, Distrito Federal e São Paulo, para o Distrito Federal. Ganhou do Amazonas e ganhou disparado de São Paulo.

            Quer dizer, então foi mais dinheiro para gastar em Roraima, considerando a população, do que foi para São Paulo. E no entanto a saúde no meu Estado está na UTI, em estado terminal. E eu não poderia deixar de fazer esse registro, mesmo sendo o último dia da sessão legislativa, mesmo sendo a última sessão deste ano, porque eu lamento, como médico e como professor também que sou que a saúde e a educação no meu Estado estejam sendo o lugar onde a corrupção é praticada de maneira desavergonhada.

           Quero chamar atenção do Ministério Público Estadual, do Ministério Público Federal, já que há recursos federais lá nessa questão, quero chamar a atenção do Tribunal de Contas do Estado e também do Tribunal de Contas da União, porque não é possível que o povo do meu Estado pague até com a própria vida, porque aqui se trata de recursos da saúde, pelo descuro, pela corrupção num setor tão fundamental como é o da Saúde. O dom maior que o ser humano tem é a vida, mas vida sem saúde não é propriamente uma vida, mas uma subvida, se é que pode-se dizer assim.

            Quero, portanto, fazer este registro. Não vou me alongar. Eu poderia fazer mais comentários a respeito dessa questão, mas não vou fazer dado o avançado da hora, pois vários companheiros ainda querem se pronunciar. Mas eu não poderia encerrar este ano sem fazer este registro, lamentável para o meu Estado, de que existe corrupção desavergonhada em todos os setores do meu Estado, mas corrupção na Educação e na Saúde, eu diria, é um crime hediondo que se pratica contra o meu povo, contra a minha gente, e eu não posso aceitar que esse comando do Governo de Roraima hoje trate as pessoas do meu Estado dessa forma.

            Então, deixo aqui o registro, pedindo, inclusive, Senador Acir, que sejam transcritos estes dados que trago aqui para análise, porque eu não faço denúncia leviana, eu não faço acusação por não gostar disso ou daquilo; eu só falo aquilo que eu vejo com dados ou quando tenho testemunhas. E eu não posso aceitar que isso fique dessa forma. Tanto é que não só estou fazendo este registro como vou pedir providência dos órgãos de fiscalização que mencionei.

            Mas eu queria encerrar o meu pronunciamento de maneira mais descontraída. Quero desejar a todos os brasileiros e brasileiras, a todos os funcionários do Senado, a todos os Senadores, à minha família um bom Natal, um Ano-Novo cheio de saúde, de paz, de prosperidade e de muita felicidade. Eu espero realmente que todos os brasileiros possam ter um ano de 2011 muito melhor.

            E quero aqui fazer também um registro, Senador Acir, que me é muito caro. Nós encerramos os trabalhos hoje e amanhã eu completo 42 anos de casado. Somando-se aos oito anos de namoro, são cinquenta anos de amor a uma mesma mulher, com a qual eu tenho três filhos, que me deram cinco netos.

            Então, eu me sinto um homem muito feliz, porque a política nunca conseguiu perturbar o amor à minha família, a dedicação à minha mulher, a meus filhos, a meus netos, que eu sempre tenho como prioridade.

            O Sr. Mão Santa (PSC - PI) - Senador Mozarildo.

            O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PTB - RR) - Senador Mão Santa, com muito prazer.

            O Sr. Mão Santa (PSC - PI) - Senador Mozarildo, como é o nome da sua Adalgisinha?

            O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PTB - RR) - Geilda.

            O Sr. Mão Santa (PSC - PI) - Então, eu venho, em nome do amor... Deus é amor, a instituição família é uma instituição divina, Deus abençoou quando mandou seu filho numa família, a Sagrada Família, Maria, José e Jesus. Então, eu quero convidá-la... Como é o nome da esposa?

            O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PTB - RR) - Geilda.

            O Sr. Mão Santa (PSC - PI) - Convido-os a passarem uma nova lua-de-mel no Piauí, lá no Delta: “verdes mares bravios, brancas dunas, ventos que nos acariciam, sol que nos tosta, rio que nos abraça, muitas lagoas”. Eu e a Adalgisa também vamos fazer 42 anos. Diz-se que Santo Antonio é o santo do amor, mas é São Sebastião, de janeiro. Então, V. Exª está perdendo porque nós temos quatro filhos e oito netos. V. Exª vai com a Geilda lá empatar o jogo. Lá no Piauí.

            O Sr. Mozarildo Cavalcanti (PTB - RR) - Agradeço, Senador Mão Santa, a gentileza das suas palavras. Quero dizer que, por sinal, passei minha lua-de-mel próximo de lá, em São Luís do Maranhão. Quem sabe se, quando completarmos o próximo aniversário de casamento, vamos passar no Piauí.

            Muito obrigado, Senador Acir e reitero o pedido de transcrição da matéria que li.

 

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR MOZARILDO CAVALCANTI EM SEU PRONUNCIAMENTO

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno)

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Matéria referida:

“Recursos para a função saúde 2007 - 2009


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/12/2010 - Página 60952