Discurso durante a Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Apoio ao pacote de ajuste fiscal anunciado, ontem, pelo Governo, ressaltando que os cortes orçamentários promovidos atingiriam despesas de custeio, mas não recairiam sobre investimentos e ações sociais.

Autor
Gleisi Hoffmann (PT - Partido dos Trabalhadores/PR)
Nome completo: Gleisi Helena Hoffmann
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.:
  • Apoio ao pacote de ajuste fiscal anunciado, ontem, pelo Governo, ressaltando que os cortes orçamentários promovidos atingiriam despesas de custeio, mas não recairiam sobre investimentos e ações sociais.
Publicação
Publicação no DSF de 11/02/2011 - Página 2623
Assunto
Outros > POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.
Indexação
  • COMENTARIO, APOIO, GOVERNO FEDERAL, ANUNCIO, CORTE, CONTENÇÃO, GASTOS PUBLICOS, OBJETIVO, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, PAIS.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. GLEISI HOFFMANN (Bloco/PT - PR. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o que me traz a esta tribuna hoje para fazer uma comunicação inadiável é justamente repercutir aqui a importante atitude que o Governo da Presidenta Dilma teve ontem ao anunciar uma série de medidas de contenção de gastos, o que estamos chamando de ajuste fiscal, por meio dos Ministros Guido Mantega e Miriam Belchior.

            O pacote do ajuste fiscal tem por objetivo uma contenção de gastos da ordem de 50 bilhões, recursos direcionados basicamente para despesas de custeio e que não recaem sobre os investimentos e sobre as ações sociais.

            É uma resposta firme ao momento econômico que nós estamos vivendo, um momento de superaquecimento da economia, quando a inflação começa a crescer de forma mais vigorosa e que precisa, por parte do Estado, uma ação firme para que a gente mantenha os ganhos do desenvolvimento econômico que tivemos até agora.

            Nós não podemos esquecer que esse aquecimento da economia é devido a grandes ações do Governo, de estímulos econômicos dados por volta da crise que vivemos nos anos de 2008 e 2009, a grande crise mundial, a qual o Brasil conseguiu, com altivez, superar e não deixar afetar as suas economias.

            É importante esclarecer que, naquele momento, nós tivemos várias medidas de desoneração tributária, de incentivo ao crédito, de redução dos juros, enfim, medidas para aumentar o consumo interno e garantir que o Brasil não entrasse numa rota de prejuízos econômicos. E ao final daquele período pudemos constatar que as medidas do Governo do Presidente Lula estavam absolutamente corretas. O Brasil cresceu, em 2010, quase 8% e tivemos a menor taxa de desemprego de toda a história deste País.

            Estamos hoje, Srs. Senadores e Srªs Senadoras, com um índice de desemprego muito baixo. O Brasil caminha para o pleno emprego. Essas conquistas não podem ser perdidas. Por isso a firmeza da Presidenta Dilma, da equipe econômica, de apresentar à Nação um pacote de medidas para assegurar as conquistas econômicas que nós tivemos.

            Tenho ouvido a Oposição falar que fizemos o estelionato eleitoral. Nós dissemos, sim, na eleição, que vivíamos um momento mágico e ainda vivemos um momento mágico. E é por esse momento mágico, para que ele continue existindo, que essas medidas são importantes. Quando tivemos a crise, o Estado entrou com recursos, com investimentos, fez gastos e garantiu que o Brasil não afundasse na crise. Agora é hora de uma medida anticíclica. Precisamos retirar do Estado e deixar para que a gente faça com que a economia vigore. E possamos cada vez mais controlar os nossos pressupostos macroeconômicos.

            Não podemos deixar que a inflação contamine o equilíbrio que temos hoje dos nossos juros. O aumento dos juros impacta negativamente o nosso orçamento e a economia.

            Uma medida como essa é uma medida que colabora para a gente conter o crescimento dos juros porque colabora para baixar a relação dívida X PIB. Aliás, é importante dizer aqui que, quando o Presidente Lula assumiu este País, nós tínhamos uma relação dívida X Produto Interno Bruto na casa de 60%; hoje essa relação está na casa de 40% e a projeção para 2011 é que nós tenhamos 36% de relação. E isso só é possível se tivermos medidas contundentes.

            E tenho certeza de que esta Casa, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, vai ajudar o Governo a implantar essas medidas. Tenho certeza da responsabilidade que nós temos perante o País e o futuro desta Nação.

            Ontem, ouvi alguns parlamentares falando sobre as emendas e dizendo que não achavam justo e que não era certo o corte de emendas para ajudar na contenção fiscal. Sei da importância que as emendas têm para os Municípios, Estados que as recebem e para nós, parlamentares, porque elas são um instrumento de política. Fazemos política por meio das emendas parlamentares, mas também sei que o que são investimentos estruturantes que mudam a vida das pessoas na ponta não são as emendas parlamentares, mas programas como Minha Casa Minha Vida, o Programa de Aceleração do Crescimento, que fizeram com que nós mudássemos a realidade econômica e social deste País.

            Por isso, esta Casa deve entender o momento que nós passamos e a necessidade de sedimentarmos o caminho do crescimento sustentável que começamos e oferecer, sim, à sociedade uma perspectiva positiva desse futuro.

            O sucesso deste ajuste não está só nas medidas do Poder Executivo - está, também, porque o Executivo vai fazer a contenção, vai cortar na carne -, mas nós precisamos também do Poder Legislativo, do Senado da República, da Câmara Federal, o mesmo empenho e a mesma firmeza nas ações, seja na gestão das nossas próprias despesas, seja no entendimento de que, neste momento, é importante sabermos que apesar de termos que abrir mão de parte das emendas que muitos apresentaram aqui ao Orçamento da União, vamos estar colaborando para que o País possa cuidar daquilo que é mais precioso e a maior conquista que tivemos nesses últimos oito anos: a nossa estabilidade econômica com inclusão social. E tenho certeza de que a meta e a perspectiva de crescimento de 5% ao ano, com equilíbrio da economia, vai ser conquistada e mais certeza ainda que esta Casa vai ser partícipe deste processo e nós, Senadores e Senadoras, estaremos ajudando o Brasil a se concretizar na sua história como uma Nação desenvolvida.

            Muito obrigada.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/02/2011 - Página 2623