Discurso durante a Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem ao Partido dos Trabalhadores pela passagem de seus 31 anos de fundação.

Autor
Wellington Dias (PT - Partido dos Trabalhadores/PI)
Nome completo: José Wellington Barroso de Araujo Dias
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem ao Partido dos Trabalhadores pela passagem de seus 31 anos de fundação.
Aparteantes
Ana Rita.
Publicação
Publicação no DSF de 11/02/2011 - Página 2628
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT).
  • ENCAMINHAMENTO, PRESIDENCIA, SENADO, NOTA, CONTEUDO, INFORMAÇÃO, RESULTADO, AUDIENCIA PUBLICA, ASSUNTO, PARTICIPAÇÃO, CODIGO DE ENDEREÇAMENTO POSTAL (CEP), SOCIEDADE, BANCO PARTICULAR.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. WELLINGTON DIAS (Bloco/PT - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Parlamentares, quero dizer que é um prazer muito grande, neste dia 10 de fevereiro, participar desta sessão, podendo, primeiro, registrar as minhas homenagens pelo aniversário de fundação do Partido dos Trabalhadores, o que destacava aqui a nossa Senadora Ana Rita há pouco tempo.

            Sei da importância do Partido dos Trabalhadores para a democracia do nosso País; sei que temos aqueles que já de longas datas atuam como aliados, outros como oposição, mas tenho certeza de que os brasileiros compreendem a importância dessa iniciativa. Em 1980, a partir de um conjunto de movimentos sociais, um conjunto de lideranças que atuavam em diferentes setores, a partir de um manifesto - o manifesto da fundação -, promoveu a fundação desse partido, liderados já na época pelo nosso querido Luiz Inácio Lula da Silva, então dirigente sindical.

            De lá para cá, uma longa história - uma história na vida da classe trabalhadora brasileira, uma história importantíssima na organização social deste País, vinculada aos movimentos populares, ao movimento estudantil, enfim - em que lideranças com vários pensamentos ideológicos no campo da esquerda, como costumamos classificar, organizaram um conjunto de metas para este País.

            E é maravilhoso poder dizer que ali, já no nascedouro, eu aprendia com o Partido dos Trabalhadores, o único Partido da minha vida. No meu Estado, o Piauí, eu ainda um jovem, muito jovem, chegava a Teresina e via a efervescência, a luta contra a ditadura, a luta por democracia; tudo aquilo que representou as primeiras e principais bandeiras do nosso Partido. Nós queríamos um País democratizado, com eleições diretas; um País que pudesse garantir as condições de organização dos trabalhadores, do setor produtivo; mais do que isso, liberdade de imprensa e um conjunto de outras liberdades; a luta pela igualdade; a luta contra a fome; uma relação com um conjunto de outros países que precisam e somam problemas da mesma forma que o nosso País.

            Olhamos para trás e vemos muitas dessas bandeiras, não apenas pelo esforço do Partido dos Trabalhadores - e destaco aqui, meu querido ex-Presidente Senador Itamar Franco, a luta do MDB, do PMDB e de tantos outros partidos, como PCdoB, PSB, PDT, enfim - mas um conjunto de lideranças importantes, que marcaram, e movimentos importantes no nosso País que, com isso, asseguraram esses avanços consideráveis que a minha geração é capaz de usufruir. E tenho certeza de que a geração dos nossos filhos e netos vai poder usufruir muito mais.

            Por essa razão, hoje, quando aqui na capital do nosso País recebemos lideranças de todo o Brasil, homenageio os fundadores do Brasil inteiro, repito, na figura desse grande líder que hoje não é apenas um líder do Partido dos Trabalhadores, um líder do movimento sindical ou apenas um líder do nosso País, mas um líder respeitado mundialmente, que é Luiz Inácio Lula da Silva. Em nome dele, quero aqui render as minhas homenagens a tantos brasileiros e brasileiras, alguns que já não podem em vida comemorar tantos avanços e ver que, eu diria, a quase totalidade daquelas bandeiras que trabalhávamos lá atrás se tornam conquista no nosso País.

            Digo ainda da homenagem que faço aqui também a piauienses. Já no primeiro momento, nove Estados brasileiros participaram da organização do Partido dos Trabalhadores, e o Piauí foi um desses, a partir de membros da luta camponesa. Destaco aqui a figura de Luiz Edwirges, José Pereira, Ribamar Santos e tantos outros líderes lá no nosso Estado, do movimento sindical e intelectuais. E aqui quero citar o nome de Antonio José Medeiros, que até há pouco tempo era Deputado Federal neste Parlamento, foi Secretário de Educação pelo Piauí, apaixonado pela educação, e hoje está na equipe do Ministro Fernando Haddad. Enfim, em nome dessas lideranças, quero homenagear todas as pessoas do meu querido Estado do Piauí com quem convivemos, como filiados, como simpatizantes ou como lideranças, seja como aliados, seja como oposição, nos ajudam nessa construção democrática.

            Registro ainda a importância do Partido para abrir espaço para pessoas simples da nossa sociedade, desde trabalhadores rurais, desde pessoas com histórias como a minha, desde empregadas domésticas, taxistas, enfim, pessoas que muitas vezes tinham dificuldade de partilhar da vida política do nosso País. E digo, felizmente, hoje, não só pelo Partido dos Trabalhadores mas por outros partidos também, mas digo do papel importante que teve o Partido nessa direção.

            Então, como um filiado, desde o nascedouro do Partido dos Trabalhadores, falo como alguém que teve, a partir daí, esse Partido como uma grande escola. A partir do Centro Piauiense de Apoio Cultural, Cajamar e tantas outras das escolas de formação, mesmo no regime militar, abriram-me a possibilidade de ler textos naquela época proibidos e incentivaram-me a abrir a cabeça e perceber que o mundo era muito maior que o Vale do Fidalgo, onde nasci; perceber que era possível construir uma nação livre, soberana, que pudesse garantir o respeito a todos os seus cidadãos.

            Sei que ainda temos muitos passos a dar, mas tenho a convicção de que, neste momento em que comemoramos mais um aniversário do Partido dos Trabalhadores, não podemos nos esquecer da nossa responsabilidade. Minha querida Ana Rita, tenho chamado atenção para a necessidade de se construir uma nova geração, preparada para os desafios da democracia brasileira, ou seja, a necessidade hoje, com o fundo partidário, com um conjunto de outras possibilidades de parcerias com universidades, enfim, com muito mais condições, de prepararmos, nesta década que agora começamos, novas gerações. Que, pelo movimento estudantil, popular, empresarial, enfim, a todas as classes se possam garantir as condições de um conhecimento amplo daquilo que é princípio e que defendemos.

            Devo ainda registrar a importância nesse trabalho de membros dessa nova direção. Encontra-se para participar deste ato Fábio Novo, que é o presidente do meu Partido, hoje Deputado estadual, um jovem também já da safra mais recente. Aqui nós temos o nosso querido Lindbergh também participando, que é tão jovem, e tantos outros membros. Cito-o pelas suas origens no movimento estudantil e que partilha conosco essa construção partidária.

            Enfim, quero homenagear cada um daqueles, homens e mulheres, que se colocam na ação diária, não apenas em cargos públicos, não apenas como Vereador, Prefeito, Deputado Estadual ou Federal, Secretário de Governo, Ministro, Governador, Vice-Governador ou Presidente, enfim, pessoas que atuam de forma mais simples, mais singela, em cada canto deste País, em cada comunidade. Somos um partido que tem mais de um milhão de filiados espalhados por toda a Nação brasileira e que, com certeza, com essa pluralidade de pensamentos, de ideias, que muitas vezes somos mal-entendidos pelas chamadas brigas internas, como se diz, quando, na verdade, são disputas de ideias que, eu creio, alimentam e realimentam o nosso partido para, cada vez mais, querer mais... É essa efervescência que eu acho fundamental.

            A Srª Ana Rita (Bloco/PT - ES) - Só um aparte?

            O SR. WELLINGTON DIAS (Bloco/PT - PI) - Com o maior prazer, Senadora Ana Rita.

            A Srª Ana Rita (Bloco/PT - ES) - Senador Wellington, é com muita alegria que o estamos ouvindo. Quero parabenizá-lo pela sua fala, pela homenagem, pelo reconhecimento da importância do Partido dos Trabalhadores na vida de todos os brasileiros, particularmente dos trabalhadores e das trabalhadoras. Enquanto o ouvia, lembrei-me de pessoas muito importantes que já tiveram uma história conosco, principalmente em nosso Estado - e aqui me recordo de um grande companheiro do nosso Município de Vila Velha, o companheiro Paulo Vinha, que foi assassinado pela sua luta em defesa da vida, em defesa da nossa cidade e, particularmente, em defesa do meio ambiente; ele era contra a extração ilegal de areia no nosso Município. Por isso, ele foi assassinado. Então, um grande companheiro. Assim como ele, muitos outros companheiros e companheiras deram suas vidas, ao longo desses anos, em defesa das causas do nosso povo brasileiro e, particularmente, do povo oprimido e explorado. Hoje, conquistamos dias melhores, fruto inclusive da nossa participação nos espaços de poder, nos espaços institucionais. Temos hoje a grande alegria de ter uma Presidenta, que está sucedendo o nosso Presidente Lula, contribuindo na construção de um Brasil melhor, de vida melhor para nosso povo. Então, quero agradecer o espaço e parabenizá-lo pela sua história e pela sua participação também na vida do Partido dos Trabalhadores.

            O SR. WELLINGTON DIAS (Bloco/PT - PI) - Sou eu que agradeço.

            Quero exatamente me referir, entre tantas e importantes portas e janelas abertas pelo Partido dos Trabalhadores, a esse olhar para a mulher. Para mim, é um orgulho muito grande ver hoje a presença, a participação firme da mulher em praticamente a totalidade dos segmentos do nosso País. Temos ainda que avançar, mas, olhando para trás, acho que é um marco importante. Acho que o culminar desse marco... Quero destacar aquela frase dita por aquela criança à nossa Presidente Dilma, durante a campanha, que perguntava se mulher podia ser Presidente e ela dizia que pode. O povo brasileiro demonstrou isso, e o resultado foi...

(Interrupção do som.)

            O SR. WELLINGTON DIAS (Bloco/PT - PI) - Agradeço ao meu Presidente. Fico muito honrado em ter, no meu pronunciamento, esse grande líder piauiense, de quem também temos muito orgulho, parceiro em muitas lutas, seja a partir da Câmara Federal, seja no dia a dia no Estado. Agora estamos lá também apoiando o Governador Wilson Martins, Senador Ciro Nogueira. É um prazer muito grande, neste momento, ter esta Casa e esta sessão a direção de V. Exª.

            O SR. PRESIDENTE (Ciro Nogueira. Bloco/PP - PI) - A honra é toda nossa.

            O SR. WELLINGTON DIAS (Bloco/PT - PI) - Eu quero finalizar, dizendo que aprendemos, durante esse período, a trabalhar uma ideia de um socialismo - e isso aprendi aqui com o meu professor Cristovam Buarque -, um socialismo que seja capaz de atender aos desejos que são necessidades do ser humano e, a partir do atendimento dos desejos que são necessidades do ser humano, todas as liberdades. Mas toda a sociedade com este compromisso: o desejo de conhecimento do que a humanidade domina, de poder comer todo dia, de poder ir e vir, de ter onde morar dignamente, de poder ter um emprego, o trabalho não apenas como uma questão de renda, mas o trabalho como algo que traz cidadania. Enfim, ver que essas coisas estão acontecendo; ver, talvez, no nosso País, a maior rede de proteção aos mais pobres da nossa história; ver a nossa economia crescendo com empreendimentos, com geração de emprego positivo; poder ver a economia crescendo, espalhada por todas as Regiões do Brasil, não apenas concentrada neste ou naquele Estado; poder ver a nossa relação autônoma com o mundo; um País soberano, um País que, hoje, é respeitado mundialmente pelas experiências, pela capacidade, e pela sensibilidade de muitas lideranças.

(Interrupção do som.)

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

            O SR. WELLINGTON DIAS (Bloco/PT - PI) - Concluo, Sr. Presidente.

            Então, com essas palavras, o que eu quero aqui é render homenagem ao Partido dos Trabalhadores.

            Sr. Presidente, nesta oportunidade, também quero dar como lido pronunciamento sobre um pedido que foi feito aqui de esclarecimento sobre a Caixa Econômica Federal; um funcionário da Caixa Econômica Federal, sobre essa situação do Panamericano.

            Na verdade, já tivemos uma sessão, no ano passado, na Câmara dos Deputados e aqui mesmo no Senado, na CCJ e na CAE, com a presença da competente Presidente Maria Fernanda e também do ex-Presidente do Banco Central, Dr. Meirelles, com certeza, sempre abertos aos esclarecimentos. Buscando informações, creio que não há nenhum fato novo necessário para novas audiências, mas, com certeza, a empresa, sempre transparente, está à disposição para qualquer esclarecimento.

            Muito obrigado.

 

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SEGUE, NA ÍNTEGRA, PRONUNCIAMENTO DO SR. SENADOR WELLINGTON DIAS

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            O SR. WELLINGTON DIAS (Bloco/PT - PI. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Senado Federal, no Plenário e em suas Comissões, recebe requerimentos dos Srs. Senadores e das Srªs Senadoras - o que faz parte de nossas atribuições legais, de acordo com o Regimento Interno do Senado e com a Constituição Federal - para que sejam realizadas audiências públicas a respeito de temas relevantes para o País.

            No entanto, Sr. presidente, algumas vezes observamos que temas já abordados e devidamente esclarecidos voltam à pauta, o que atrapalha o bom andamento dos trabalhos desta Casa, pois deixamos de discutir e deliberar sobre coisas atuais e mais importantes para voltar recorrentemente ao passado.

            Um exemplo disso é o requerimento apresentado pelo senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) nesta terça-feira, dia 8/2, aqui no Plenário, propondo a realização de mais uma audiência pública sobre a participação societária da Caixa Econômica Federal no Banco Panamericano.

            Sr. Presidente, o senador Nunes solicita que a audiência tenha a participação de uma série de autoridades para retomarmos um assunto que, creio eu, já foi totalmente esclarecido e esgotado em outras ocasiões aqui no Congresso.

            Gostaria de tecer algumas considerações a respeito deste requerimento, Sr. Presidente. Os questionamentos feitos pelo senador Nunes já foram respondidos integralmente pela presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda, e, na época, também pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, durante uma audiência pública realizada em 24/11/2010, como o próprio senador do PSDB tem conhecimento, pois mencionou isso em seu discurso de terça-feira.

            Então, Sr. Presidente, no fim do ano passado, esta Casa sediou uma audiência pública conjunta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, proposta pelo senador Antonio Carlos Magalhães Júnior, para dar os mesmos esclarecimentos solicitados pelo senador Nunes. E, à época, o tema foi totalmente esgotado, a partir dos questionamentos feitos pelas Srªs e Srs. Senadores devidamente respondidos pela presidente da Caixa e pelo presidente do BACEN.

            Creio, Sr. Presidente, que o assunto já foi elucidado, com a realização dessa audiência no Senado. A análise da transcrição da reunião, das consistentes respostas dadas por Maria Fernanda e por Meirelles aos questionamentos feitos durante a discussão mostram que as dúvidas do senador Aloisio Nunes já foram devidamente respondidas.

            Por isso, Sr. presidente, encaminho ao presidente do Senado, José Sarney, à vice-presidente, senadora Marta Suplicy, e aos líderes da Casa, uma nota contendo informações obtidas a partir da audiência pública e de nota técnica recebida por mim da Caixa Econômica Federal sobre o assunto e, assim, espero eu que possamos superar esse assunto de uma vez por todas.

            Nota aos senadores:

            Durante a audiência pública conjunta das Comissões de Constituição e Justiça e Constituição de Assuntos Econômicos no Senado Federal, em dia 24/11/10, realizada a pedido do senador Antonio Carlos Magalhães Júnior, para prestar esclarecimentos sobre o Banco PanAmericano, a presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho, esclareceu aos Srs. Senadores que a Caixa Participações S.A. (CAIXAPAR) optou por realizar a operação de aquisição de participação societária do PanAmericano com o objetivo de aumentar as oportunidades da Caixa para exercer a sua função e o seu papel de banco público, com ênfase na democratização de acesso ao crédito.

            Análise feita internamente constatou que o Banco PanAmericano atuava em setores complementares aos da Caixa Econômica Federal, o que era aderente às estratégias e foco de negócios do banco. Para atuar em todas as frentes, com todos os produtos que poderiam ser disponibilizados ao cidadão, notadamente a classe C emergente, o PanAmericano era a melhor opção por ser uma instituição com mais de vinte mil pontos de atendimento, sendo expressivo o atendimento no Estado de São Paulo.

            A área de negócios da Caixa iniciou então estudos a respeito da viabilidade do negócio. Segundo Maria Fernanda, as empresas que assessoraram a Caixa foram contratadas pela experiência comprovada e pelas propostas financeiras mais competitivas. O Banco Fator tem larga experiência na assessoria para compra de bancos e atuou, por exemplo, em grandes instituições e operações de volumes expressivos, tais como no Banespa. A contratação do Banco Fator para assessorar a Caixa nesta operação e da BDO Consultores para emitir uma segunda opinião sobre a diligência contábil realizada pela auditoria independente KPMG - contratada pelo Fator - foi uma demonstração do cuidado que a Caixa procurou ter durante todo o processo de aquisição. Tanto que, após a eclosão das inconsistências contábeis no Panamericano, a Caixa decidiu interpelar extrajudicialmente o Banco Fator, além de ter dado início a processo administrativo de descredenciamento e de descumprimento de contrato.

            Em 04.11.09 a CAIXAPAR firmou contrato de compra e venda da participação societária do Banco PanAmericano S/A. O processo de aquisição foi encaminhado ao BACEN e ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) para as providências. Em 19/07/10, o Banco Central comunicou à Caixa Econômica ser favorável ao ingresso do CaixaPar no grupo de controle do Banco PanAmericano e solicitou os trâmites legais que finalizaram a operação.

            Em 04/11/10, o BACEN deu conhecimento formal à Caixa sobre as inconsistências contábeis e os desequilíbrios patrimoniais do PanAmericano. Na mesma data todos os dirigentes do PanAmericano foram destituídos e uma nova diretoria, composta por executivos com larga experiência no mercado, sendo cinco empregados da Caixa, foi constituída.

            Após o conhecimento do fato, as medidas tomadas pela Caixa reestabeleceram o equilíbrio patrimonial do PanAmericano e em nada foram alterados os percentuais de participação de nenhum dos sócios, assim como não resultou em nenhuma obrigação adicional da CAIXAPAR. Maria Fernanda destacou na audiência que, restabelecida as condições patrimoniais do Panamericano, a Caixa passou a ter plenas condições de executar o plano de negócios do banco e a condução do processo pelo BACEN e pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) deu tranquilidade à Caixa.

            No início de 2011, os atuais administradores da Caixa encontraram evidências de que as inconsistências contábeis eram superiores aos R$ 2,5 bilhões inicialmente estimados. Dessa forma, novas negociações foram iniciadas para viabilizar a entrada de um novo sócio em substituição ao grupo Sílvio Santos, o que aconteceu com a entrada do BTG Pactual no negócio.

            As soluções encontradas até o momento implicaram em aportes de recursos financeiros no PanAmericano de forma a manter intactas suas condições patrimoniais. Isso aconteceu sem envolver recursos da CAIXAPAR, da Caixa Econômica Federal ou qualquer tipo de recursos públicos.

            Nesse momento, Caixa e BTG Pactual concentram seus esforços em garantir o suporte necessário para o pleno desenvolvimento do plano de negócios do PanAmericano para que os negócios sejam retomados normalmente.

            Em nenhum momento a Caixa saiu perdendo no negócio realizado, afinal, decidiu pelo processo de aquisição de participação societária do Banco PanAmericano para complementar os processos e atividades já desenvolvidas pela Caixa e não com um caráter especulativo. A Caixa fez o negócio com base num planejamento estratégico interno, e com a segurança de que a implementação do plano de negócios irá possibilitar o retorno esperado. Sob o ponto de vista das responsabilidades, isso será devidamente apurado pelos órgãos de controle, mas posso afirmar que o povo brasileiro não será penalizado com o negócio.

            Todas as explicações listadas acima são de conhecimento público e foram dadas durante a realização da Audiência Pública a que nos referimos anteriormente. Diante disso, seria incongruente e danoso ao andamento dos trabalhos no Senado Federal retornar a esse assunto realizando nova audiência pública nesta Casa, como solicita o senador Aloísio Nunes. (fim da nota aos senadores)

            A Caixa Econômica Federal Sr. presidente, nos últimos 8 anos, resgatou a sua imagem de banco público, de banco do povo, que atende as demandas e necessidades de nosso povo e investe em áreas prioritárias, como a de benefícios sociais, a de habitação, o crédito pessoal e a área de infraestrutura.

            A quem interessa prejudicar a Caixa?

            DADOS SOBRE A CAIXA

            Este é um momento muito especial para a Caixa Econômica Federal, pois o banco completa 150 anos de presença marcante na vida das famílias brasileiras, reafirmando em seu cotidiano sua condição de banco público, com clara vocação social na promoção da cidadania.

            Nos últimos 8 anos, a Caixa tem exercido plenamente o papel de instituição estratégica do Estado brasileiro, reforçando os laços federativos numa clara e profícua parceria com Estados e Municípios o que tem garantido avanços significativos na redução da pobreza e das desigualdades regionais.

            O Programa de Aceleração do Crescimento tem sido uma prova desse esforço e o papel da Caixa tem garantido a realização de obras com significativo impacto principalmente na reconstituição da infraestrutura urbana das cidades brasileiras. O total de investimentos do PAC sob responsabilidade da Caixa é de R$ 61%, sem considerar os investimentos para a Copa do Mundo.

            Um exemplo é a obra que está sendo realizada em Teresina, no bairro de Santa Maria do Codipe. Lá, estamos com um empreendimento chamado Jacinta Andrade, uma grande obra que contará com 4.300 novas unidades habitacionais, além de escolas, hospitais, delegacia e praças.

            O Piauí recebeu, em 2003, R$ 49 milhões para serem investidos em saneamento e infraestrutura. Em 2007, esse número deu um salto para R$ 326 milhões. Só nesta rubrica de 2003 até hoje o Piauí recebeu mais de R$ 865 milhões.

            Outro número que demonstra a importância do trabalho desenvolvido pela Caixa durante todo o governo Lula: os benefícios sociais, a Bolsa Família, que era paga em 2003 em número globais era da ordem de R$ 1,2 bilhão para todo o Brasil. Em 2010, esse valor alcançou R$ 15 bilhões. Para o Piauí, os valores passaram de R$ 56 milhões para mais de R$ 551 milhões.

            Além disso, a realização da Copa do Mundo em 2014 no Brasil e as Olimpíadas do Rio em 2016 possibilitaram a contratação de investimentos em mobilidade urbana por parte da Caixa nas cidades sede dos jogos e no Rio de Janeiro. Somente a Caixa tem sob sua responsabilidade contratos que representam R$ 73,4 bilhões em investimentos, sendo direcionados para a região Nordeste quase R$ 12 bilhões e especificamente para o Piauí R$ 585 milhões.

            Uma das maiores conquistas que o País teve foi a conclusão da contratação de 1 milhão de novas moradias referente à primeira versão do Programa Minha Casa Minha Vida. Esse foi o mais significativo programa de habitação popular e social que o Brasil já teve nos últimos 20 anos, pois trouxe para a população de baixa a possibilidade de realizar o sonho da casa própria. A contribuição da Caixa foi essencial para o êxito do programa: sozinha contratou 936 mil casas, num total de R$ 52 bilhões, sendo 333 mil unidades no Nordeste e mais de 20 mil habitações no Piauí.

            No que concerne ao crédito imobiliário para todo o Brasil, a Caixa evoluiu de R$ 5 bilhões movimentados em 2003 para mais de R$ 67 bilhões em 2010. Só no Piauí, esse crédito cresceu de R$ 66 milhões para mais de R$ 680 milhões em 2010.

            Sr. Presidente, a Caixa Econômica Federal contribuiu muito para a continuidade do atual ciclo de crescimento ao conceder, de maneira responsável, mais de R$ 100 bilhões de crédito para famílias empresas.

            A contratação de crédito para pessoa física evoluiu de R$ 14 bilhões em 2003 para R$ 47 bilhões em 2010, isso para todo o Brasil. No meu Estado, a evolução foi de R$ R$ 222 milhões para R$ 650 milhões.

            O crédito para pessoa jurídica em todo o Brasil aumentou de R$ 5,6 bilhões para R$ 54 bilhões. No Piauí, tínhamos apenas R$ 67 milhões de investimentos em 2003 e passamos para R$ 335 milhões em 2010.

            Em todo o Brasil a presença da Caixa se faz por meio de mais de 36 mil pontos de atendimento tendo a região Nordeste 5.316 unidades, com o Piauí respondendo por uma rede de atendimento de 442 pontos. De 2003 a 2010, o valor do pagamento de benefícios ao trabalhador, como PIS, FGTS, Seguro Desemprego cresceu em todo o Brasil de R$ 48 bilhões para mais de R$ 123 bilhões. Só no Piauí esse valor passou de R$ 341 milhões para R$ 1,17 bilhão.

            A Caixa Econômica Federal, Sr. presidente, é um banco público, que tem tido em 150 anos de história um papel relevante na promoção da cidadania, do crescimento e da democratização do crédito. E é no cotidiano que a importância da Caixa se faz presente, seja no financiamento da casa própria, no pagamento do Bolsa Família, no pagamento do Seguro Desemprego, do PIS, do FGTS seja no crédito consignado ou nos empréstimos para pessoas físicas e jurídicas. Ações que impactam a vida das pessoas, pois a Caixa é o banco que acredita nas pessoas.

            Era isso que eu tinha a dizer, Sr. presidente.

            Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/02/2011 - Página 2628