Discurso durante a Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Repúdio às críticas feitas aos partidos de oposição pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Braga de Andrade, em entrevista concedida ao jornal Folha de S.Paulo.

Autor
Aloysio Nunes Ferreira (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/SP)
Nome completo: Aloysio Nunes Ferreira Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
IMPRENSA. :
  • Repúdio às críticas feitas aos partidos de oposição pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Braga de Andrade, em entrevista concedida ao jornal Folha de S.Paulo.
Publicação
Publicação no DSF de 15/02/2011 - Página 2985
Assunto
Outros > IMPRENSA.
Indexação
  • REPUDIO, DECLARAÇÃO, PRESIDENTE, CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDUSTRIA (CNI), PUBLICAÇÃO, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), CRITICA, ATUAÇÃO, OPOSIÇÃO.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. ALOYSIO NUNES FERREIRA (PSDB - SP. Pela Liderança. Com revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, na semana passada participei de uma manhã de estudos e reflexões da Confederação Nacional da Indústria, para elaborar sua Agenda Legislativa, promovida pelo Presidente dessa entidade, que é subsidiada por uma receita compulsória, um tributo, contribuição patronal, o Sr. Robson de Andrade. Hoje me surpreendeu o teor faccioso e hostil de S. Senhoria, numa entrevista concedida à Folha nas palavras que dirigiu à oposição. Não é próprio de alguém que dirige uma entidade que deveria se comportar com circunspecção em relação aos debates políticos que dividem oposição e situação no Brasil. Creio que ele deveria medir melhor suas palavras, pois disse que a oposição não se conduz com responsabilidade. Pretendeu nos dar lições de responsabilidade.

            Nós não carecemos de lições de S. Senhoria. A oposição que ele condena hoje, em sua entrevista à Folha, tem sido um baluarte na defesa dos interesses do Brasil na sua ótica, na sua visão. E é, inclusive, a oposição sistematicamente consultada por setores da própria indústria que ele representa para se contrapor a determinadas teses do Governo, especialmente à sanha arrecadatória do Governo.

            É preciso lembrar que foi a oposição a vanguarda do movimento ocorrido aqui no Senado que levou à derrubada da CPMF, o que foi aplaudido pela CNI.

            E eu diria a esse respeito que alguns comentários publicados na imprensa recentemente dão conta de que o Governo, logo depois, se conseguir impor o seu salário mínimo, terá, logo em seguida, um movimento que consiste em buscar uma nova fórmula para o financiamento à saúde que implica na recriação, ainda que sob outro nome, desse tributo, a CPMF.

            Ora o Sr. Robson de Andrade vai bater às portas do Palácio do Planalto? Ou virá ao Congresso conversar com a Oposição se isso ocorrer?

            A Oposição existe, entre outras coisas, para reclamar, ou para fazer ecoar no Congresso a voz daqueles que reclamam. Muitos industriais, eu diria a maioria dos industriais brasileiros, reclamam contra a política cambial, que contribui para a perda da competitividade da indústria nacional, reclamam contra a taxa de juros excessiva, reclamam contra o sucateamento da nossa infraestrutura, a falta de investimentos nessa infraestrutura para que nossa economia seja mais competitiva. Reclamam contra o excesso da carga tributária. Reclamam contra as elevadas taxas de juros. Reclamam contra uma ausência de política de defesa comercial do nosso País no campo das relações internacionais. Enfim, reclamam contra muita coisa, e a oposição também reclama. Já para o Presidente da CNI está tudo azul, expressão antiga, da minha geração, não da geração do Senador Lindbergh Farias, está tudo cor de rosa. Não é isso que a oposição considera. Não é esse tampouco o pensamento da indústria brasileira.

            A quem serve realmente o Sr. Robson de Andrade? É a pergunta que fica.

            Muito obrigado!


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/02/2011 - Página 2985